Fora de Pauta

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

O espaço para os temas livres e variados.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    1. Foi mal yankees.

      Go home vandals! (nós já temos os nossos)

      “Em nome do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, nos desculpamos com nossos anfitriões no Rio e com as pessoas do Brasil por essa provação e desordem em meio a algo que deveria ser a celebração da excelência”, continuou a nota.

      “A três dias do final dos Jogos Olímpicos, nosso foco principal continua em apoiar os atletas que ainda estão competindo e comemorando as conquistas daqueles que já terminaram”.

  1. Dá vontade de vomitar

    Como o factoide sobre o sumiço da faixa presidencial foi armado por gente de Temer

          Postado em 18 Aug 2016 no  Diário do Centro do Mundo por :  

    faixa presidencial

    Uma fonte do DCM nos conta a história abaixo:

     

    No sábado passado, a assessoria de Dilma foi surpreendida com reportagem da IstoÉ citando o desaparecimento de itens do patrimônio da presidência da república, segundo auditoria inconclusa do TCU.

      

    Na semana anterior, Jorge Bastos Moreno, no Globo, publicou o sumiço de uma cabeça de cervo dado a Dilma pelo governo búlgaro. A assessoria preparou duas notas, publicadas no site Dilma.com.br, com esclarecimentos.

    Ainda no sábado, a Veja publicou a história de que a faixa presidencial havia desaparecido. Na segunda, funcionários foram atrás da história.

    O antigo chefe do cerimonial de Dilma, embaixador Renato Mosca, disse que a faixa estava guardada, junto com a joia, na antiga sala dele. E que testemunhas viram quando ele mostrou ao sucessor onde estava guardada.

    A essa altura, o Planalto já havia passado a informação do desaparecimento para a grande imprensa. Trataram do desaparecimento como escândalo. A assessoria de Dilma disse aos repórteres que pediria medidas legais cabíveis para apurar o desaparecimento.

    O Planalto soltou nota anunciando a abertura de sindicância para apurar responsabilidades. Na terça, o Alvorada descobriu que a faixa estava lá, mas sem a joia.

    Que reapareceu na quarta, “descoberta” por um faxineiro na sala do chefe do cerimonial de Temer. Ou seja, era um factoide. Feito por determinação do Planalto para desmoralizar a titular.

    Um acinte à inteligência. O Alvorada considera o episódio patético e “uma molecagem típica de Geddel Vieira Lima”. Depois da demissão de garçons, do cerco ao Alvorada, do corte do avião para Dilma, do cartão alimentação era o que faltava para mostrar em que nível o governo interino age e funciona: mesquinharia total.

     

     

  2. Um programa de destruição p/ exterminador nenhum botar defeito

    Requião: Temer promoverá guerra civil congelando gastos públicos por 20 anos;condenará o Brasil a piorar 

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/requiao-temer-promovera-uma-guerra-civil-congelando-os-gastos-publicos-por-20-anos-condenara-o-brasil-a-20-anos-de-recessao-e-deterioracao-dos-servicos-publicos-e-das-condicoes-de-vida.html#comment-975636 tudo

     

    Não deixe de assistir ao vídeo com o próprio Requião inserido na própria matéria

  3. Moro, o psicopata, não desiste. Janot também não.Rede Globo idem

    Advogados de Lula denunciam que Moro impede acesso a processo do “triplex” que não é dele

    POR  · 18/08/2016

     

    moropistol

    Os advogados do ex-presidente Lula denunciaram hoje que Sérgio Moro nega, ilegalmente, acesso ao inquérito onde se investiga o tal “tríplex” de Lula no Guarujá,  que não é de Lula.

    Segundo os advogados, “Moro emitiu (hoje) três despachos consecutivos para negar o direito da defesa: primeiro afirmou que a defesa já tinha recebido os autos, o que é falso; depois voltou atrás e afinal manteve a negativa, alegando que haveria diligências em andamento”.

    Sem provas para sustentar qualquer acusação contra Lula em relação ao sítio (de, os operadores da Lava Jato praticam um jogo de esconde-esconde, indigno do Judiciário e desrespeitoso com a defesa, além de violar as garantias de um cidadão brasileiro, dizem os advogados.

    O mais curioso é que os advogados souberam deste inquérito porque, em outro, os promotores da Lava Jato se referiram a ele em outra manifestação.

    A existência desse procedimento oculto foi revelada por petição protocolada pelo MPF em inquérito policial (Inquérito Policial nº 5003496-90.2016.4.04.7000/PR) com a afirmação de que “as investigações referentes à aquisição do triplex no município do Guarujá pelo ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva são, por ora, conduzidas nos autos do Inquérito Policial nº 5035245-28.2016.4.04.7000”.

    Moro gaguejou por escrito em seus despachos mas, como é a autoridade judiciária suprema do país, que a ninguém deve satisfações, nada disso vem ao caso.

    Veja no site do Lula os detalhes da reclamação de seus advogados.

     

  4. Se arrependimento matasse…

    DILMA: ESCOLHER TRAIDOR COMO VICE FOI ERRO ÓBVIO

    :

     

    Em sua entrevista a correspondentes internacionais, a presidente eleita Dilma Rousseff afirmou que seu maior erro foi não ter estudado melhor a personalidade de Michel Temer, antes de aceitar tê-lo como vice em sua chapa; “Errei porque escolhi uma pessoa que teve uma atitude de traição em relação à cabeça de chapa, que sou eu. Eu tive 54,5 milhões de votos. Os votos foram dados à minha candidatura”, disse ela;  “O erro político, é, visivelmente eu errei na escolha do meu vice-presidente. um erro, eu diria assim, óbvio. Da pessoa eu esperava lealdade”; nesta semana, em jantar com líderes do PSDB, Temer também prometeu abrir mais espaço aos tucanos, derrotados na eleição de 2014, em seu governo

     

    19 DE AGOSTO DE 2016 ÀS 05:03 // RECEBA O 247 NO TELEGRAM Telegram

     

     

    247 – Em entrevista a correspondentes internacionais, realizada ontem, a presidente eleita afirmou que seu erro mais óbvio, no exercício do poder, foi aceitar ter Michel Temer como seu vice, sem, antes, estudar melhor a personalidade do atual presidente interino.

    “Errei porque escolhi uma pessoa que teve uma atitude de traição em relação à cabeça de chapa, que sou eu. Eu tive 54,5 milhões de votos. Os votos foram dados à minha candidatura”, disse ela.  “Quando ele dizia que era uma figura decorativa, na verdade o que ele queria ser não era vice-presidente, era presidente.”

    Dilma afirma que, do seu vice, esperava um mínimo de lealdade. “O erro político, é, visivelmente eu errei na escolha do meu vice-presidente. um erro, eu diria assim, óbvio. Da pessoa Michel Temer eu esperava lealdade. Agora, o processo político é um processo político que estava em curso. Você não antecipa a realidade, você vive a realidade.”

     

  5. Erro óbvio de Dila

    A declaração foi feita durante entrevista a jornalistas estrangeiros no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (18)

    Mas, ela subestimou os exemplos históricos das alianças entre opostos ideológicos.Invariavelmente nunca termina bem,Com Lula deu certo apenas para justificar que toda regra tem exceção.

    “De acordo com Dilma, ela nunca foi abandonada pelo seu partido, o PT, e disse que seria erro “monumental” não ir ao Senado se defender. Apesar de admitir que cometeu um erro político “óbvio” ao escolher Temer para vice-presidente, a petista disse que não era possível prever o que aconteceria.”

    https://www.noticiasaominuto.com.br/politica/268762/dilma-escolher-temer-como-vice-foi-erro-obvio?utm_source=notification&utm_medium=push&utm_campaign=268762

    PARTILHE ESTA NOTÍCIA COM OS SEUS AMIGO

  6. Sala de aula high-tech percorre a Colômbia

    Sala de aula high-tech percorre a Colômbia

    Inspirado nas culturas indígenas, o projeto itinerante foi pensado para atender crianças de comunidades afastadas

    THAIS PAIVA

     

    17 de agosto de 2016

    Em Tarapoto, na Amazônia colombiana, ir à escola é uma verdadeira odisseia. Em certas épocas do ano, as crianças chegam a levar 4 horas no trajeto, que apresenta uma série de riscos. Os barcos não são seguros, há o perigo dos raios durante as chuvas, do desabamento de árvores, além da ameaça de animais selvagens como as cobras. Com tantos obstáculos no caminho, não é surpreendente que muitos desistam da empreitada.

    Sabendo que essa mesma realidade se repete em diversas regiões rurais e urbanas do país, a Samsung Colômbia teve uma ideia: e se as crianças não precisassem ir até a escola e, pelo contrário, a sala de aula viesse até elas?

    Dessa proposição surgiu a NOMADA, um ambiente de aprendizagem tecnológico e itinerante que vem percorrendo a Colômbia. Batizado de Maloca (cabana), o projeto replica a experiência de aprendizado em uma Smart School. “O programa é um complemento ao sistema de ensino tradicional, melhorando o processo de aprendizado de estudantes matriculados em escolas públicas”, explica César Muñoz, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Electronics Colômbia.

     

    Composta por uma tela de 32 polegadas, tablets, mesas, tapetes e almofadas projetadas para o trabalho colaborativo, a “sala” foi inspirada na cultura de tribos nômades colombianas. “As crianças e jovens se reúnem em círculo e compartilham conhecimento, tornando o aprendizado mais divertido enquanto interagem com a tecnologia”.

    Segundo Muñoz, para cada comunidade atendida foi pensado um plano pedagógico. “Há uma estratégia estruturada de trabalho social que permitirá que a NOMADA se adapte aos objetivos educacionais de cada grupo ao mesmo tempo em que respeita os valores culturais de cada localidade”, diz.

    O projeto começou em Tarapoto e já passou por Bogotá, Monguí e Gameza. Neste mês, passará ainda por San Onofre e Medellín.

    Ao longo de sua viagem pela Colômbia, a Maloca armazenará e compartilhará as experiências dos diferentes alunos que passarem pela atividade promovendo o intercâmbio de saberes. “O conhecimento transmitido atende não só as necessidades de cada comunidade como também permite que as pessoas possam explorar diferentes culturas”, diz Muñoz.

    A Samsung planeja, ainda para 2016, ter oito unidades viajando por diferentes comunidades do país, além de manter a iniciativa visitando diferentes localidades durante vários anos. A empresa está avaliando também a possibilidade de replicar o modelo em outros países.

    http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/sala-de-aula-high-tech-percorre-a-colombia/

     

  7. Obras trazem uma literatura infantil engajada É preciso valoriza

    Obras trazem uma literatura infantil engajada

    É preciso valorizar e dar espaço aos títulos que celebram as diferenças, defendem a igualdade e combatem o preconceito junto às crianças

    THAIS PAIVA 

    12 de agosto de 2016  

     

     

     Quando a Boitempo Editorial lançou seu selo infantil Boitatá, no final do ano passado, um importante recado era dado a professores, pais e demais educadores. Trazendo como objeto temas que muitas vezes são alvos de polêmicas como gênero, classes sociais e política, o selo defendia que esses eram sim assuntos para as crianças.

    Por trás dessa postura, a ideia de que os adultos costumam subestimar a inteligência dos pequenos leitores ao tentar “poupá-los” de qualquer questão que apresente maior grau de complexidade. Desde então, seis títulos foram publicados: A democracia pode ser assim, A ditadura é assim, As mulheres e os homens, O que são classes sociais? e, mais recentemente, em meados de julho, duas obras-primas da espanhola Olga de Dios: Monstro Rosa e Pássaro Amarelo.

     

    NAS OBRAS EM QUESTÃO, A AUTORA E ILUSTRADORA CONSEGUE ABORDAR DE FORMA LEVE E LÚDICA, MAS SEM DEIXAR DE LADO O APELO QUESTIONADOR, A REJEIÇÃO, A DIVERSIDADE SEXUAL, A IGUALDADE DE GÊNERO, O RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E AO PRÓXIMO, ALÉM DA DEFESA DO CONHECIMENTO COMO DESENCADEADOR DE MUDANÇAS. 

     

     

     

    No premiado Monstro Rosa, o protagonista sente na pele o que é ser diferente dos demais. Em uma terra onde todos são brancos, pequenos e sérios, ele chama a atenção por ser grandalhão, cor-de-rosa e rir de qualquer bobagem. A criatura decide então sair pelo mundo em busca de um local de pertencimento e acha um onde às vezes faz sol, outras, chove e, de vez em quando, aparece até arco-íris. Um lugar onde todo mundo é, em algum aspecto, diferente e único e é justamente isso que o faz tão maravilhoso.

    Também o herói de Pássaro Amarelo nasce distinto. Suas asas pequenas o impedem de voar, mas habilidoso e inteligente, ele logo inventa uma engenhoca para tal e consegue conhecer o mundo. Mais do que isso: ele compartilha sua descoberta com outros pássaros e animais em situação semelhante e impacta toda sua comunidade. De todos os locais que visita, um lhe parece mais acolhedor. Lá tem rã de três olhos e também um monstro cor-de-rosa muito simpático.

    As possíveis interpretações para as narrativas são vastas. Do que elas tratam, afinal? De preconceito, bullying, homofobia, gordofobia, deficiências físicas, da importância do saber e seu compartilhamento? Todas as respostas se provam certas dependendo do direcionamento do nosso olhar para a obra ou, na nossa leitura íntima, dos motivos que nos fazem sentir um estranho no ninho e que vemos ali identificados e superados.

    Em meio a um mercado volumoso e com tantas obras de qualidade questionável como é o da literatura infanto-juvenil, é preciso valorizar e dar espaço a títulos como esses, que celebram as diferenças, defendem a igualdade e combatem o preconceito junto às crianças.

      

    Monstro Rosa
    Autor e ilustrador: Olga de Dios
    Tradução: Thaisa Burani

    Pássaro Amarelo
    Autor e ilustrador: Olga de Dios
    Tradução: Thaisa Burani

    http://www.cartaeducacao.com.br/cultura/obras-trazem-uma-literatura-infantil-engajada/

     

     

     

     

     

     

     

     

  8. “Finalmente pudemos sentir

    “Finalmente pudemos sentir alegria com os jogos olímpicos, com uma festa linda de inauguração, e o povo vibrando. Pena que isso vai acabar logo mais,…”.

    Isso foi Jabor quem disse, entre outras, como a de esculhambar com os americanos que tentaram desconstruir a festa. E, pra ser coerente, caiu de pau mais uma vez contra Lula por ele ter ido à OEA

    O negócio desse cara, como o de Villa e tantos de sua laia, é não passar um dia sem falar mal de Lula e Dilma. Dela fala-se menos, porque Moro ainda não entrou em cena com suas armas ferinas. Mas Lula não escapa mesmo. Todo santo dia há de ser mal-falado e mal-tratado por esses canalhas. 

    Quem lutou para que o Brasil sediasse as Olimpíadas? Que governos deram lastro para o sucesso dessa festa? Quantos governantes do RJ tiveram algo de negativo a dizer sobre Lula e Dilma? 

    É muito cômodo para Temer aparecer dizendo que tudo está correndo bem, que isso e mais aquilo, se ele propriamente não tem nada a ver com a festa para qual não foi convidado, e que sequer voltará para o encerramento dela por medo das vaias que levaria. Bastaram aquelas da abertura. Chega de vaias, dirá ele. Resta saber se Rodrigo Maia vai ser recebido com palmas. 

  9. “Mão pesada do MP atua contra um lado só”

    Paulo Moreira Leite

    “Mão pesada do MP atua contra um lado só”

    19 de Agosto de 2016Compartilhe no Google +Compartilhe no TwitterCompartilhe no Facebook:

     

     

    Na segunda e última parte  de sua entrevista ao 247, o cientista político Fábio Kerche recorda o tratamento diferenciado dispensado pelo Ministério Público aos partidos políticos, lembrando que a “mão pesada” que atinge o PT torna-se “leve” quando se aproxima dos demais.

    A partir  de uma ideia do professor Wanderley Guilherme dos Santos (“quando as instituições falham, resta o caráter”), Kerche sustenta que a ausência de regras precisas para evitar que o MP assumisse um papel de justiceiro no sistema político abriu espaço para os valores pessoais e a opinião política de determinados  procuradores assumissem um grande peso em sua atuação: “Valores e consciência pessoal assumem um grande peso na atuação desses atores. Como é possível agir com ampla liberdade, essas preferências marcam sua atuação  desses procuradores”.

    BRASIL 247 — Seu livro  mostra que na maioria dos países democráticos o MP encontra-se em posição subordinada à soberania popular, representada pelo Poder Executivo, que dispõe de um mandato eleitoral. Como é isso?

    KERCHE — O grande pressuposto da política é que os políticos querem continuar no poder. Na democracia, eles são selecionados pelos eleitores. De tempos em tempos, eles apresentam seu nome ao escrutínio popular, sendo premiados ou punidos pelos cidadãos. Isso contribui para que o político profissional não perca de vista os interesses de seus eleitores. A eleição funciona, portanto, como uma forma de controle, o mais importante das democracias modernas, pois cria incentivos para que os políticos observem os desejos dos eleitores. No caso dos atores não eleitos do Estado, como a burocracia, por exemplo, esse incentivo se dá de forma indireta, por meio dos políticos que supostamente comandam os burocratas.

    BRASIL 247 — O que acontece na maioria dos países?

    KERCHE — O funcionamento do Ministério Público, fora do Brasil, atende a uma regra básica: um político pode ser punido ou premiado pelos eleitores também pela atuação dos promotores. Nos Estados Unidos, os promotores locais são eleitos diretamente pelos moradores da região. Já os federais são nomeados pela Casa Branca, numa função que faz parte da agenda de toda campanha presidencial. Na França, a nomeação passa pelo Ministério da Justiça. No caso brasileiro, que é bastante singular, os membros do Ministério Público não são passíveis de punição ou premiação por parte dos eleitores ou dos políticos. Tampouco  recebem incentivos que geram determinados comportamentos. O fato de um promotor atuar de maneira que uma parcela de cidadãos aprove não significa que uma instituição seja democrática, pode ser apenas uma coincidência. Instituições democráticas não devem ser construídas baseadas em coincidências ou na sorte, mas em incentivos gerados pela vontade popular, indicadas especialmente pelo voto.

    BRASIL 247 — Durante oito anos de governo FHC, o PGR  Geraldo Brindeiro ganhou o apelido de engavetador-geral da república, pois inúmeras  denúncias contra o presidente deixaram de ser investigadas.  Como avaliar essa atuação?  

    KERCHE — Não tenho dados sobre a atuação de Brindeiro. Mas, partindo do quase consenso entre os analistas políticos, ele não demonstrava ser muito combativo. Sua atuação parecia muito preocupada em preservar seu grande eleitor, o presidente Fernando Henrique Cardoso. O cálculo era simples: como a escolha do procurador geral é uma prerrogativa do presidente, precisando ser aprovado por um Senado que dificilmente recusava as indicações do Poder Executivo e era composto por maioria governista, Brindeiro não podia desagradar Fernando Henrique para continuar ocupando o cargo mais importante do Ministério Público Federal. Como o procurador geral é o único que pode acusar o presidente e o primeiro escalão da República, era racional não incomodá-los. O resultado é que ele foi conduzido  durante  8 anos de FHC. Lula mudou isso. Ele e Dilma passaram a indicar para o Senado o mais votado pelos próprios procuradores –isso sem mudar a lei, com base num compromisso verbal. A partir desse momento, o comportamento racional passa a ser que o candidato à procuradoria geral esteja mais preocupado com seus colegas do que com o presidente. Ou seja, o grande eleitor não é mais o presidente, mas a própria corporação. Isso deu mais liberdade de atuação para o procurador geral. Por outro lado, sua nomeação perdeu todo vínculo com os representantes da soberania popular. Lula, de certa forma, alimentou o monstro que tenta devorá-lo. 

    BRASIL 247 — Examinando o papel de cada um, é bom lembrar também que existe o Conselho Nacional do Ministério Público, que deveria exercer a função de controle externo. Por que o Conselho não cumpre seu papel?  

    KERCHE — O CNMP não é um órgão de controle externo, por um motivo muito simples: a maioria de seus membros são integrantes do próprio MP. O grande teste deles foi decidir sobre uma reclamação do Lula. O ex presidente considerou que estava sendo acusado por um promotor do MP de São Paulo que não seria o promotor natural do caso.  O CNMP decidiu que realmente o MP estava desconsiderando a regra neste caso e em muitos outros. Mas, para não causar confusão, concluiu que não se deveria o rever os procedimentos já abertos, mas somente observar a regra constitucional do promotor natural no futuro. Um estudo mais detalhado desse órgão é parte de minha agenda de pesquisas. (Para mais detalhes sobre o caso, que marcou as investigações contra Lula, pegue o link: http://www.brasil247.com/pt/blog/paulomoreiraleite/218414/Acredite-CNMP-confirmou-que-Lula-%C3%A9-perseguido.htm)

    BRASIL 247 — Como explicar o apoio  dos partidos de esquerda, em particular do PT, ao clamor de autonomia absoluta do MP? 

    KERCHE — Foi um erro baseado em uma análise conjuntural, não institucional. Quando o PT era oposição, interessava um Ministério Público que incomodasse o governo de FHC. Era um anseio natural, até porque, ao contrário de hoje, poucos procuradores que exerciam exerciam esse papel. Hoje, com a atuação enviesada do Ministério Público Federal, o PT está percebendo que autonomia sem contrapartidas pode gerar consequências políticas desastrosas. Não devemos analisar uma instituição sob esse prisma: quando me interessa, apoio; quando não, critico. O mesmo vale para o PSDB que mudou sua posição. Antes, o partido denunciava com frequencia  o caráter justiceiro da atuação de muitos procuradores. É preciso admitir que o desenho institucional do Ministério Público tem problemas, independentemente de que partido ocupar o governo. 

    BRASIL 247 — Em algum outro país o PGR é escolhido em lista tríplice e seu nome é apenas referendado pelo presidente da República?

     

    KERCHE —  Que eu saiba, não. E duvido que exista. Essa é uma decisão muito importante para ser deixada na mão da própria corporação e distante da vontade dos cidadãos.

    BRASIL 247 — Muitas pessoas, mesmo próximas do governo Dilma, acreditam  que a força tarefa tem uma atuação independente contra a corrupção, na base do “doa a quem doer? “

    KERCHE — A atuação é bastante enviesada. Infelizmente. O PT sente muito mais a mão pesada do Ministério Público Federal que outros partidos. Mas os adversários de Lula e Dilma não devem se iludir: mesmo sem ser atingida com a mesma intensidade, a criminalização da política vai respingar em todos. Isso já é identificável nas pesquisas de opinião. Os partidos e políticos estão perdendo apoio. O risco óbvio é a aparição de um “salvador da pátria” fora dos quadros tradicionais. A Itália, que teve Berlusconi após a Operação Mãos Limpas, deve servir de alerta. 

    BRASIL 247 — Como julgar a campanha do MP em 2013 para derrubar a PEC 37?

    KERCHE — A PEC 37 era a tentativa de regular de uma vez por todas a questão de qual instituição estaria autorizada a conduzir um inquérito penal. Eu pesquisei os debates na Constituinte e conclui que os parlamentares não queriam que os promotores e procuradores estivessem à frente das investigações penais. O lobby dos delegados de polícia, neste tema, surtiu mais efeito do que o dos membros do Ministério Público. O ponto é que não havia uma vedação clara na Constituição e integrantes do Ministério Público se utilizavam disso para fazer o papel da Polícia. Os promotores foram muito habilidosos ao apelidar o projeto como a PEC da impunidade, simplificando um debate complexo. Argumentavam que os promotores em outras democracias podiam conduzir investigações criminais, mas sem lembrar que eram obrigados a prestar contas de suas ações para atores externos. Ou seja, ressaltaram um aspecto, esqueceram do outro. Essa não é a primeira vez que eles simplificam um complexo debate. Nos anos 90, houve uma tentativa de regulamentar limitar os pronunciamentos públicos dos promotores antes do fim de um processo. Era uma tentativa de impedir que uma pessoa fosse acusada, publicamente, sem que seu caso tivesse sido examinado devidamente pela Justiça. Em mais uma boa tirada de comunicação, carimbaram o projeto como a lei da mordaça. Como ser favorável a uma lei da mordaça e um projeto que apoia a impunidade?! O debate fica muito difícil. De qualquer forma, o STF decidiu que o Ministério Público pode conduzir investigações penais, inovando do ponto de vista legislativo e entrando em um assunto que deveria ser tratado pelo Legislativo.

    BRASIL 247 — Como avalia o fato de que lideres da força tarefa da Lava Jato e do MP se empenharam na campanha de coleta de assinaturas para criar leis contra a corrupção?

     

    KERCHE —  Este esforço está na mesma lógica da atuação durante a Constituinte: eles querem ainda mais poder. Algumas das propostas contornam direitos fundamentais, como a presunção da inocência, por exemplo. A diferença entre o remédio e o veneno, algumas vezes, é a dosagem. Acho que este é um desses casos. Um fim nobre, combater a corrupção, não pode ser usado como uma desculpa para passar por cima de direitos individuais.

    BRASIL 247 — Em 2014, um dos principais integrantes da Lava Jato declarou que o plano da força tarefa era “refundar o nosso Brasil.” Em algum outro país do mundo os procuradores costumam fazer afirmações de cunho político tão claro?

    KERCHE — Eu, pelo menos,  desconheço. Talvez algum promotor italiano, que, diga-se de passagem, é outro modelo bastante incomum e fonte de inspiração para os brasileiros por conta da Operação Mãos Limpas. De qualquer forma, Wanderley Guilherme dos Santos disse que quando as instituições falham, resta o caráter. Um jovem presta um concurso público, recebe instrumentos de poder, autonomia e quase não presta contas para ninguém, o que o impediria de tentar “refundar o Brasil”? Se ele reproduzir o senso comum de que a política é um problema, não a solução, a chance de acreditar que vai transformar o país longe do Congresso, Executivo, partidos políticos e eleição é tentadora. Nada parece impedi-lo de, pelo menos, tentar. Mas não deixa de ser estranho ao processo democrático.

    BRASIL 247 — Como aprofundar  a observação do mestre Wanderley Guilherme sobre instituições e caráter?

    KERCHE — A palavra caráter, aqui, tem um significado claro. Quando as instituições não oferecem respostas adequadas, cada um é colocado diante de seus valores e convicções. Valores e consciência pessoal assumem um grande peso na atuação desses atores. Minha  hipótese é que eles têm uma afinidade maior como PSDB e com o Temer do que com o PT. Como é possível agir com ampla liberdade, essas preferências  marcam a atuação  desses procuradores. O resultado é uma mão pesada para um lado e mais leve para o outro. 

    BRASIL 247 — Imaginando um governo sem compromissos com Lula nem com o PT, pode-se imaginar que esse sistema vai continuar?  

    KERCHE — Eu acho que é muito difícil reverter esse modelo institucional. Primeiro, porque eles jogam com a opinião pública. Quem questionar o Ministério Público é contra o combate à corrupção e a favor da impunidade. Fica difícil o debate nesses termos. Outro aspecto é que para modificar este grau de autonomia, discricionariedade, além dos instrumentos jurídicos que eles detém, seria necessário modificar a própria Constituição. O que pode mudar mais facilmente é a atual forma de indicação do procurador geral. Como eu disse, a indicação do mais votado pela corporação não tem previsão constitucional, foi uma iniciativa política do Lula. Temer, confirmando o impeachment, pode indicar alguém de sua confiança. Um modelo mais próximo do que foi com FHC.

    BRASIL 247 — Como isso poderia ser feito?

    KERCHE — Bastaria cumprir a Constituição, que atribui a escolha do Procurador Geral ao presidente da República e não a uma categoria. A lista tríplice é prevista para os estados., não para o MP federal. Governadores tucanos já escolheram nomes que não foram os mais votados pela corporação.

    BRASIL 247 — Por que você começou a estudar o novo papel do Ministério Público, num período em que ninguém prestava atenção neste assunto?

     FABIO KERCHE — Ainda na faculdade, tive a sorte de fazer parte de um grupo de pesquisadores que foram pioneiros em estudar o Poder Judiciário e o Ministério Público por meio de uma abordagem da Ciência Política e da Sociologia. Maria Teresa Sadek e Rogério Arantes foram fundamentais na minha formação e nessa opção pelo tema. Estudar os promotores e procuradores não era tarefa simples, já que quase não havia bibliografia sobre eles. Eu tive que adaptar ferramentas de análise sobre as burocracias públicas para poder desenvolver minhas pesquisas sobre este novo modelo de Ministério Público surgido com a Constituição de 1988.

    A primeira parte da entrevista pode ser lida aqui.

  10. Feitiço contra feiticeiro

    O governo dos EUA tinha conhecimento a anos de falhas de segurançae em equipamentos de informática.

    Mas não relatou as falhas aos fabricantes.

    Preferiu fazer malwares  que tiravam proveito dessas falhas para fazer espionagem.

    Mas segunda-feira, um grupo de hackers invadiu os computadores da NSA e roubou as ferramentas de espionagem.

    Agora todos, inclusive o governo dos EUA, estão vulneráveis a ataques que explorarem essas falhas.

     

    https://theintercept.com/2016/08/19/arquivo-snowden-confirma-que-novo-vazamento-da-nsa-e-autentico/

     

    Arquivo Snowden confirma que novo vazamento da NSA é autêntico

     

     

    Na segunda-feira, um grupo de hackers, ShadowBrokers anunciou um leilão para o que chamaram de “armas cibernéticas” criadas pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA). Com base em documentos inéditos, fornecidos por Edward Snowden, o The Intercept confirma que o arsenal contém softwares autênticos da NSA, que são parte de um conjunto de ferramentas usadas para infectar secretamente computadores de todo o mundo.

    A origem da linha de código tem sido motivo de uma discussão acirrada entre especialistas em segurança cibernética nessa semana, mas, embora seja incerto como o software foi obtido — alguns analistas responsabilizam os russos e outros levantam a hipótese de uma ação unilateral por parte de um funcionário insatisfeito da NSA —, uma coisa é certa: o malware está coberto de impressões digitais virtuais da NSA e a origem é indiscutivelmente a agência.

    A prova que vincula os documentos dos ShadowBrokers à NSA vem na forma de um manual da agência sobre como implantar malware, classificado como top secret (ultraconfidencial) e não publicado até o momento. A versão provisória do manual instrui operadores da agência a monitorar o uso de um programa de malware usando uma sequência de 16 caracteres específica: “ace02468bdf13579”. A mesma sequência aparece por todo o material vazado pelos ShadowBrokers, em linhas de código associadas ao mesmo programa, SECONDDATE.

    O SECONDDATE tem uma função especializada em complexo sistema global criado pelo governo dos EUA para infectar e monitorar aquilo que um dos documentos estima serem milhões de computadores por todo o mundo. A divulgação do programa, acompanhada da divulgação de dezenas de ferramentas maliciosas, é primeira vez em que cópias completas de softwares de ataque da NSA são disponibilizados para o público, mostrando um pouco de como funciona um dos elaborados sistemas presente nos documentos fornecidos por Snowden quando implementados no mundo real, assim como exibindo provas concretas de que os hackers da NSA nem sempre têm a palavra final quando o assinto é exploração de computadores.

    Mas softwares maliciosos com esse nível de sofisticação não são uma ameaça apenas para outros países, contou ao The Intercept o criptógrafo Matthew Green:

    O risco desse tipo de software é que podem ser usados contra qualquer roteador vulnerável. É como deixar ferramentas de arrombamento de cadeado na cantina de uma escola secundária. Na verdade, é pior do que isso, porque muitos desses softwares maliciosos não se encontram disponíveis por outros meios, portanto, só estão sendo descobertos agora pelos fabricantes, e usuários vulneráveis, que precisam atualizar seus firewalls e roteadores.

    Então o risco é duplo: parte dele é que essas informações já podem ter sido usadas contra os EUA pelos responsáveis pelo roubo. Se, de fato, tiverem sido roubadas pela Rússia, conclui-se que os russos já têm seus próprios softwares maliciosos, não se fazendo necessário fornecê-los com mais deles. E agora, que os softwares maliciosos foram revelados, corre-se o risco de que criminosos comuns os usem contra alvos corporativos.

    A NSA não respondeu às perguntas sobre o grupo ShadowBrokers, os documentos de Snowden ou o malware.

    SECONDDATE (segundo encontro)

    As ferramentas de ataque divulgadas pelos ShadowBrokers encontram-se organizadas sob uma lista de codinomes, como POLARSNEEZE e ELIGIBLE BOMBSHELL, mas suas finalidades exatas ainda estão sendo estudadas. No entanto, temos mais informações sobre uma das armas em específico: SECONDDATE.

    SECONDDATE é uma ferramenta desenvolvida para interceptar solicitações da web e redirecionar os navegadores dos computadores atacados para um servidor da web da NSA. O servidor, por sua vez, foi desenvolvido para infectá-los com malware. A existência do SECONDDATE foi publicada pela primeira vez pelo The Intercept em 2014, como parte de uma matéria sobre os esforços de exploração de computadores de todo o mundo, chamado TURBINE. O servidor de malware, conhecido como FOXACID, também foi descrito em documentos dos arquivos de Snowden anteriormente publicados.

    Outros documentos, publicados pelo The Intercept hoje, ligam o SECONDDATE ao vazamento dos ShadowBrokers, bem como oferece novos detalhes sobre a função da ferramenta na rede de infecção e vigilância como um todo. Além disso, mostram como o SECONDDATE tem sido usado para espionar o Paquistão e um sistema de computadores no Líbano.

    O manual confidencial, que confirma que o SECONDDATE encontrado on-line é o mesmo usado pela NSA, é um documento de 31 páginas intitulado “FOXACID SOP for Operational Management” (FOXACID SOP para Gerenciamento Operacional) e é classificado como uma versão provisória. O documento é recente, no máximo de 2010. Uma das seções do manual descreve ferramentas administrativas para monitor como vítimas são encaminhadas para o FOXACID, incluindo um conjunto de marcadores usados para indexar os servidores. De acordo com o documento, quando um marcador é criado em relação a uma infecção gerada pelo SECONDDATE, um identificador específico precisa ser usado:

    Em negrito: “Se o projeto for usar o SECONDDATE, use o MSGID “ace02468bdf13579″.

    A mesma sequência de caracteres do SECONDDATE MSGID aparece em 14 arquivos diferentes do material vazado pelos ShadowBrokers, inclusive no arquivo chamado SecondDate-3021.exe: O número secreto da NSA pode ser encontrado facilmente quando os arquivos são visualizados através de um programa de edição de código:

    Ao todo, em muitas das pastas contidas no pacote fornecido pelos ShadowBrokers (captura de tela abaixo), há 47 arquivos com nomes relacionados ao SECONDDATE, incluindo diferentes versões do código bruto necessário para executar um ataque SECONDDATE, instruções de uso e outros arquivos relacionados.Após examinar o código, Matthew Green disse ao The Intercept que é “improvável que” a presença da sequência de caracteres do MSGID tanto no documento de treinamento da NSA quanto no vazamento desta semana “seja uma coincidência”. O pesquisador de segurança de computadores, Matt Suiche, fundador de uma startup, que tem analisado o caso ShadowBrokers esta semana, contou ao The Intercept que a existência das sequências de caracteres do MSGID nos dois lugares não é uma coincidência “de jeito nenhum”.

    Onde entra o SECONDDATE

    Essa visão geral confirma, através dos documentos confidenciais fornecidos por Snowden e publicados hoje, que o SECONDDATE é apenas um componente do BADDECISION, uma ferramenta de infiltração da NSA ainda mais ampla. O SECONDDATE ajuda a NSA a realizar um ataque man in the middle (intermediário) contra os usuários de um rede sem fio, se passando por um site seguro, quando, na verdade, os usuários receberam conteúdo malicioso de um servidor da NSA.

    De acordo com uma apresentação de PowerPoint de dezembro de 2010, chamada “Introdução ao BADDECISION”, a ferramenta foi desenvolvida para direcionar usuários de uma rede sem fio, por vezes denominada rede 802.11 na apresentação, para servidores de malware do FOXACID. Ou, como a apresentação descreve, BADDECISION é “uma ferramenta CNE [exploração de redes de computadores] 802.11 que usa um ataque de intermediário e a técnica frame injection (injeção de quadros) para redirecionar um cliente para um servidor FOXACID”. Confirme coloca outro slide ultraconfidencial, o ataque explora “a maior vulnerabilidade de seu computador: o navegador”.

    Visão geral do BADDECISION
    – BADDECISION é uma “ferramenta CNE 802.11 que usa um ataque man in the middle e a técnica frame injection para redirecionar um cliente de destino para um servidor do FOXACID”.
    – Tira proveito de um meio aberto compartilhado e do protocolo HTTP
    – Funciona com WPA/WPA2!

    Um dos slides indica que o ataque funciona em usuários com uma conexão à Internet, sem fio e criptografada.

    Tudo indica que essa manobra envolva o BADDECISION e o SECONDDATE, com o segundo sendo usado como “componente” do primeiro. Uma série de diagramas na apresentação “Introdução ao BADDECISION” mostra como um operador da NSA “usa o SECONDDATE para injetar conteúdo de redirecionamento em [um] cliente-alvo”, sequestrando de forma indetectável o navegador do usuário enquanto tenta acessar um site benigno (CNN.com, no exemplo). O arquivo explica que, quando executado corretamente, a “vítima continua a navegar normalmente, de forma completamente alheia”, chega a um servidor da NSA repleto de malware e é infectado ao máximo — ou como coloca a apresentação, o usuário é “WACKED” (espancado). Nas outras apresentações ultraconfidenciais, coloca-se de forma franca: “Como redirecionamos a vítima para o servidor do FOXACID sem sermos notados?” Simples: “Usando o NIGHTSTAND ou o BADDECISION.”

    É impressionante o número disponível de ferramentas que se interconectam para invadir um computador. No manual do FOXACID, hackers do governo são informados que um hacker da NSA deve se familiarizar com o uso do SECONDDATE, em conjunção com ataques man in the middle de redes Wi-Fi de codinome MAGICSQUIRREL e MAGICBEAN. Uma apresentação ultraconfidencial sobre o FOXACID lista mais formas de redirecionar vítimas para o sistema de servidores de malware.

    Injeção
    – Operador usa SECONDDATE para injetar conteúdo de redirecionamento no cliente de destino.
    – HTTP original do cliente de destino recebe solicitação e continua no caminho normal.

    Para se posicionarem dentro do alcance de uma rede sem fio vulnerável, operadores da NSA podem se valer de um sistema de antenas móveis executando um software de codinome BLINDDATE, exibido abaixo no campo de batalha no que parece ser Cabul, no Afeganistão. O software também pode ser usado em um drone. Por sua vez, o BLINDDATE pode executar o BADDECISION, permitindo assim um ataque SECONDDATE:Em outras partes dos arquivos, há ao menos dois casos documentados do SECONDDATE sendo usado para infectar um computador fora dos EUA com êxito: Uma apresentação de abril de 2013 se vangloria de ataques bem-sucedidos em sistemas de computadores no Paquistão e no Líbano. No primeiro, hackers da NSA usaram o SECONDDATE para invadir “alvos na Divisão VIP do NTC (Corporação Nacional de Telecomunicações) do Paquistão”, que continha documentos pertencentes à “espinha dorsal da rede de comunicações do Paquistão, Linha Verde,” usada por dirigentes civis e militares”.

    No segundo, a NSA usou o SECONDDATE para realizar um ataque man in the middle ao Líbano “pela primeira vez na história”, infectando um ISP libanês para extrair “mais de 100 MB de dados da Unidade 1800 do Hezbollah”, uma unidade do grupo militante dedicada ao socorro de palestinos.

    O SECONDDATE é apenas um dos métodos usados pela NSA para direcionar os navegadores de suas vítimas a um servidor do FOXACID. Outros métodos usados incluem o envio de spam com o intuito de explorar erros de provedores de e-mail conhecidos ou atrai vítimas a clicar em links maliciosos que levam a um servidor do FOXACID. Um dos documentos, um boletim informativo da Divisão de Operações de Fonte Especial da NSA, descreve como outros softwares da NSA, além do SECONDDATE, eram constantemente usados para direcionar vítimas no Paquistão a servidores de malware do FOXACID e, por fim, infectar os computadores das vítimas.

    Uma invasão possivelmente mundana

    Snowden, que trabalhou para provedores de serviço da NSA, como Dell e Booz Allen Hamilton, contextualizou e ofereceu uma possível explicação, relativamente simples, para o vazamento: o quartel-general da NSA pode não ter sido hackeado e um dos computadores usados pela agência para planejar e executar ataques pode ter sido comprometido. Em uma série de tweets, o ex-funcionário da agência contou que, com frequência, a NSA mantém presença em sistemas que são supostamente controlados por outros e que, possivelmente, alguém na agência tenha tomado o controle de um servidor e deixado rastros. Um regime, um grupo de hackers ou uma agência de inteligência pode ter obtido os arquivos e, por consequência, uma bela oportunidade de constranger a agência.

    5) Sabendo disso, os hackers da NSA (TAO) são instruídos a não deixar ferramentas de hack (“binários”) no servidor depois de uma operação. Mas as pessoas são preguiçosas.
    6) Qual a novidade? Servidores contendo malware da NSA sendo hackeados por um rival não é novidade. Um rival mostrando que o fez, é.

     

  11. STF

    STF – A suprema decepção

    Resultado de imagem

    Eles recebem os maiores salários da República, até seria justo porque sua principal função consiste em fazer manter o respeito à Constituição Federal, a lei maior do país. Mas nem chegam perto! Exemplo disso é o processo de impeachment de Dilma, que foi aberto porque ela teria cometido as chamadas ‘pedaladas’. Entretanto perícia do Senado diz que Dilma não pedalou (1) e o STF se cala, em colaboração com o Congresso que  disse à OEA que não há ilegalidade em impeachment (3).

     

    Na verdade, os brasileiros que conhecem minimamente a história do Brasil e a do Supremo sabem que o STF nunca viu golpe no país. Foi assim na ditadura e com Getúlio, agora é só repetição.(2).

     

    Na verdade, o STF, ao invés de fazer respeitar a Constituição, serve para o contrário, para fazê-la ser desrespeitada, mas mascarada de legalidade, como nos juros bancários,  que a carta magna diz que tem de ser de 12% (4) ao ano e na verdade, em dezembro do ano passado, os juros bancários, nas operações com as pessoas físicas com recursos livres, somaram 63,7% ao ano (5). O STF não só protege os juros bancários como protege os banqueiros, veja abaixo.

    Além de convalidar todos os golpes no país, o STF sempre esteve a serviço dos ricos, como no caso dos juros bancários. E também para abrigar ministros como no caso de Gilmar Mendes e Dias Toffoli  que servem  para aliviar a barra de bandidos como na gravação amplamente divulgada do filho de diretor da Petrobrás preso, Nestor Cerveró. Ambos os ministros, segundo a gravação, facilitariam a liberdade e fuga de Cerveró(6). 

    A citação de Gilmar Mendes, na gravação, não foi nenhuma surpresa pois ele tem experiência em caso idêntico, quando deu liberdade ao médico estuprador, Roger Abdelmassih , que logo depois fugiu. E ele fora condenado a nada menos que 278 anos de prisão,  por estuprar mais de 30 mulheres(7).  Aliás, Gilmar Mendes é o mesmo que concedeu dois habeas corpus em 24 horas ao banqueiro Daniel Dantas, condenado a 10 anos de prisão(8). E o delegado do caso foi expulso da PF e ainda  teve prisão decretada.

    Fica difícil para a sociedade acreditar que o STF é o guardião da aplicação da nossa Constituição Federal. E no caso de Gilmar Mendes, que ainda tem a coragem de criticar a lei da ficha limpa, e faz isso como presidente do TSE ,cargo que acumula além de ministro do STF, com certeza para livrar a cara do presidente golpista, Michel Temer, que é inelegível por oito anos pela justiça(9).

    Como se não bastasse, em plena crise institucional, o presidente do STF, Ricardo Lewandowski,  reuniu-se  com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para resolver o problema do próprio salário(10). Não por acaso, Cunha foi quem abriu o processo contra a Dilma. Será que houve uma barganha e por isso o STF diz que não houve golpe?

    Diante desses fatos dá para acreditar na nossa suprema Corte?

     

    Fonte:

     

    1-       http://www.brasil247.com/pt/247/brasilia247/240573/Per%C3%ADcia-do-Senado-diz-que-Dilma-n%C3%A3o-pedalou.htm

    2-       https://correntesdaescravidao.blogspot.com.br/2016/05/antonio-lassance-stf-nunca-viu-golpe-no.html?view=classic

    3-       http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/08/em-resposta-oea-camara-diz-que-impeachment-nao-violou-lei.html

    4-       http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigobd.asp?item=%201777

    5-       http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2016/01/juro-bancario-tem-maior-alta-anual-em-4-anos-e-inadimplencia-avanca.html

    6-       http://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/audio-ouca-gravacao-que-embasou-prisao-do-senador-delcidio-do-amaral.html

    7-       http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/09/05/gilmar-mendes-deu-a-adbelmassih-a-liberdade-que-as-vitimas-nao-tiveram.htm

    8-       http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/04/19/leia-as-perguntas-mais-votadas-para-a-entrevista-de-gilmar-ao-youtube

    9-       http://www.conjur.com.br/2016-jun-02/temer-inelegivel-oito-anos-segundo-tre-sao-paulo

    10-   http://www.plantaobrasil.net/news.asp?nID=94206

     

     

    Emanuel Cancella é coordenador do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

     

    (Esse artigo pode ser reproduzido livremente)

    Rio de Janeiro, 23 de agosto de 2016 

    Autor: Emanuel Cancella, – OAB/RJ 75 300              

    OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

     https://www.facebook.com/emanuelcancella.cancella

     http://emanuelcancella.blogspot.com.

     

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador