Janine: Se STF tiver que prender Cunha, passará atestado de incapacidade à Câmara

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Renato Janine Ribeiro

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Michel Temer parece que se saiu mal do episódio da carta. Era de se esperar que a esquerda o demolisse, com a crueldade que manifesta com os ex-aliados. Mas também a direita não gostou dele. No fundo, parece que ele passou a imagem de fraco. O que poderia ser entendido como simplesmente “humano”, mas acabou sendo visto como mimimi, tanto que gerou muitos memes na rede.

Hoje ele fez uma declaração muito ruim, apoiando a comissão do Cunha para o impeachment. Está mais que evidente que o voto secreto, na sessão de ontem, não tinha base. Li o Regimento da Câmara que são poucos e precisos os casos em que se pode usar o voto secreto. Entre esses casos, não está o que aconteceu ontem.

Quanto a Cunha, ele está testando os limites da PGR e do STF. Tenho para mim que só não foi preso por ser quase-chefe de um dos três Poderes, e por isso PGR e STF evitam uma “judicialização da política” que chegue a esse patamar. (Porque, se tiverem que mandar prendê-lo, estão passando um atestado de total incapacidade à Câmara, não é?).

O impeachment, apesar dos pesares que foram o caso Delcidio e agora a carta, parece difícil. Isso porque os impeachers estão demasiado aliados a Cunha, até mesmo a Bolsonaro (que está na chapa vitoriosa ontem), e com isso perdem em moral. Sei que há pessoas decentes que defendem o impeachment; o que quero dizer é que o processo está comandado pelo que há de mais preocupante em nossa política, portanto…

O pior mesmo é que, qualquer que seja o final deste ato ou desta peça, problemas restarão a mil. Com Dilma ou sem Dilma, melhorar a economia, torná-la sustentável, garantir a inclusão social, limpar a política serão tarefas necessárias mas difícílimas. Na verdade, essas são as questões principais. Deveríamos pensar mais nelas do que na conjuntura. As nuvens estão escondendo o que está por trás delas, seja a tempestade que ora nos ameaça, seja o sol que temos de reencontrar.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

24 Comentários

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  1. Pelo menos um terço dos

    Pelo menos um terço dos integrantes já definidos da comissão especial que vai analisar o processo de impeachment é alvo de acusações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 61 deputados escolhidos em votação tensa no plenário da Câmara, nessa terça-feira (8), ao menos 20 respondem a inquéritos (investigações preliminares) ou ações penais (processos que podem resultar em condenação) no Supremo. Os dados são de levantamento exclusivo do Congresso em Foco (veja a lista abaixo).

    Crimes de responsabilidade – como os atribuídos à presidente Dilma, no pedido de impeachment a ser analisado –, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes eleitorais e contra a Lei de Licitações são algumas das suspeitas que se repetem contra esses parlamentares. Entre os investigados, 14 serão titulares e seis ocuparão a suplência da comissão. A relação é encabeçada pelo PSDB, com seis nomes, seguido pelo PP, com quatro. Na sequência, aparecem o PMDB, o PSD e o SD, com dois cada. PSC, PTB, PPS e PSB têm um nome cada.

    Entre os indicados, há três deputados do PP investigados na Operação Lava Jato. Jerônimo Goergen (RS) e Luiz Carlos Heinze (RS), que serão titulares, e Roberto Balestra (GO), que atuará como suplente, são suspeitos de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras. Todos eles negam envolvimento com o petrolão.

    Alguns dos investigados já são réus. É o caso, por exemplo, do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que responde a ação penal por corrupção no Supremo. Presidente licenciado da Força Sindical e criador do Solidariedade, um dos principais partidos de oposição a Dilma, Paulinho é acusado de desviar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O deputado ainda é investigado em outros três inquéritos por peculato e corrupção passiva.

    A chapa, formada basicamente por parlamentares pró-impeachment, foi eleita pela maioria do plenário, derrotando as indicações apoiadas pelo governo. O colegido será formado por 65 titulares e 65 suplentes. O restante de seus integrantes seria definido nesta quarta, mas o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, em caráter liminar, o andamento de qualquer procedimento relacionado ao impeachment até que a corte se posicione sobre o assunto, de maneira definitiva, no próximo dia 16. Fachin atendeu a pedido do PCdoB, que questionou o processo que levou à eleição da chapa oposicionista. O ministro, no entanto, não anulou o resultado da votação.

    Veja abaixo a relação dos integrantes da comissão do impeachment que respondem a inquérito ou ação penal no STF, as suspeitas que recaem sobre eles e os seus esclarecimentos:

    PSDB – Titulares:
    Nilson Leitão (PSDB-MT)
    Rossoni (PSDB-PR)
    Shéridan (PSDB-RR)
    Suplentes:
    Izalci (PSDB-DF)
    Rocha (PSDB-AC)
    Rogério Marinho (PSDB-RN)

    SD – Titular:
    Paulinho da Força (SD-SP)
    Suplente:
    Genecias Noronha (SD-CE)

    PPS – Titular:
    Alex Manente (PPS-SP)

    PSC – Titular:
    Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)

    PMDB – Titular:
    Flaviano Melo (PMDB-AC)
    Suplente:
    Geraldo Resende (PMDB-MS)

    PTB – Titular:
    Benito Gama (PTB-BA)

    PSD – Titular:
    Delegado Éder Mauro (PSD-PA)
    Suplente:
    Silas Câmara (PSD-AM)

    PP – Titulares:
    Jair Bolsonaro (PP-RJ)
    Jerônimo Goergen (PP-RS)
    Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
    Suplente: Roberto Balestra (PP-GO)

    PSB – Titular:
    Danilo Forte (PSB-CE)

  2. Dois reparos. Primeiro. Cunha

    Dois reparos. Primeiro. Cunha não é preso pelo PGR  nem defenestrado pelo STF por conta da polarizacao em que vivemos. Se isso ocorresse, midia e golpistas diriam que é “retaliacao” ou “manobra” do governo. Simples assim. Ele virou inimputável. Guardadas as diferenças, o mesmo ocorre com o dignissimo ministro Sergio Moro, que executa, patrocina ou permite uma porção de ilegalidades toscas sem que seja inibido, nem pelo STF. Segundo reparo: tem gente decente que defende o impeachment?´Bom, seria razoável pelo menos indicar um nome, nao é? Ou é “jogo de cintura”?

  3. “O pior mesmo é que, qualquer

    “O pior mesmo é que, qualquer que seja o final deste ato ou desta peça, problemas restarão a mil. Com Dilma ou sem Dilma,…”  Como assim? Quer dizer que o Impeachment é algo a ser admitido? Algo natural?  A democracia pode ser violentada?

    1. Não só a Dilma como as

      Não só a Dilma como as Democracia já foi deflorada, foi para o beléleu, Houve o estouro dos hipocritas, ninguém segurará a sua sanha

  4. Receio caro professor que se

    Receio caro professor que se houver o impeachment babau a melhora na economia, haverá o retrocesso na inclusão social com a suspensão dos programas sociais do atual governo e os hipócritas vencerão e teremos muito mais negócios escusos, pois esta corja golpista representa a escória da política brasileira.

    Se a Dilma ainda nem caiu já estamos ouvindo que fulano vai pegar o ministério x e sicrano o y, imagina depois de Dilma posta?

  5. A bandidagem no congresso

    A bandidagem no congresso precisa de verbas atravessadas pelo mafioso Cunha e comparsas tucanos para tocarem suas campanhas para prefeituras em 2016 .

    Questão de sobrevivência política . Sem a grana afanada pelo mafioso Cunha e comparsas tucanos, a bandidagem que ocupa a câmara e senado, não poderão fazer campanhas milionárias em 2016 .

    1. Deputados e senadores de

      Deputados e senadores de TODOS OS PARTIDOS, não só pmdb e psdb, usam dinheiro sujo em campanhas. Querer absolver algum partido  é ou total falta de informação ou parcialidade absoluta.

    1. Sua “perspicácia” chega a assustar de tão profunda … uuundaa!

      Delcídio foi preso por um ato particular sigiloso que, à sua revelia foi VAZADO.

      Cunha além de dezenas de casos públicos antigos, foi flagrado PUBLICA e COMPROVADAMENTE mentindo e já foi condenado na Suiça por tentar ocultar movimentações milionárias de dinheiro brasileiro. 

      Deu pra pegar no tranco ou quer mais algum empurrãozinho?

    2. Ele foi preso tantando

      Ele foi preso tantando ocultar seu passado de PSDB!

      Isso veio do governo FHC QUE DECLAROU QUE SABIA E NÃO FEZ NADA, não sou eu que estou dizendo, foi escrito por ele…

    3. São casos diferentes

      No caso de Delcídio, assim que se obteve provas contra ele foi afastado e preso. Já quanto ao Cunha, sua ficha sujíssima é de conhecimento de todos nós a bastante tempo, mas ele continua livre, chantageando e comandando a Câmara.

    4. aliança

      bom dia Aliança Liberal

      vou continuar lendo seus pitacos, embora discorde deles.

      voce mostra ser um cara de pau, mas é uma pessoa educada e civilizada.

  6. Gosto do Renato Janine

    Gosto do Renato Janine Ribeiiro, mas não concordo com essa história da cautela da PGR e do STF em judicializar a política. Eles já fizeram isso há muiito tempo. Agora fica um clima de suspeição para todo lado. Quem se salva nesse lodo todo? Tá difícil, muito difícil.

  7. Ora, já tá passado, a Câmara

    Ora, já tá passado, a Câmara simplesmente não tem a menor condição de tirar ou prender o Cunha, o caso é coisa de Mega Bandidão mesmo, vai demorar muito para em qualquer lugar do mundo apercer um bandido tão aparelhado, treinado, preparado como ele, acho que é quase impossível, o cara vem se desenvolvento em terreno fértil faz tampo . . . .

  8. 4 dedos abaixo do rabo do cachorro. Segredos…

    Renato Jannine é um brasileiro decente, polido. Olha só como ele termina o texto: ” As nuvens estão escondendo o que está por trás delas, seja a tempestade que ora nos ameaça, seja o sol que temos de reencontrar.” Ele consegue ser leve até numa desgraça dessas. Isso é uma qualidade dele.

    Vamos combinar: Cunha nao está testando os limites da PGR e do STF, nada disso. Cunha sabe demaiss e esteve presente em situaçoes de bastidor comprometedoras que envolveu gente muito graúda que é e sempre foi blindada pela mais alta roda do judiciário brasileiro. Aliás, a inaçao e falta de interesse da justiça em apurar situaçoes de bastidor em zona cinzenta sao o motivo principal para que tais situaçoes ocorram sem maiores problemas, porque tudo acaba numa grande pizza com sobremesa de marmelada servida e saboreada também no bastidor. 

    As contas do Cunha na Suiça sao do conhecimento da justiça brasileira desde 2006. Por que a situaçao só foi adiante e teve a devida publicidade à custa do MP daquele país?? Cunha está na lista de Furnas* também. Esse Cunha é um arquivo vivo de transaçoes que colocariam a República a 4 dedos abaixo do rabo do cachorro. PC Farias foi escola para EC. 

    Cunha guarda e negocia os seus segredos e a justiça também tem os seus. Tudo em casa. 

    * – https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-nomes-e-valores-da-lista-de-furnas

     

     

     

  9. Estarrecedor depoimento de Fausto Pinato, relatir
    O caso Cunha pertence ao SUBMUNDO DO CRIME, agora é questão do comando de tropa de choque da Polícia intervir .É estarrecedor o depoimento de Fausto Pinatohttp://g1.globo.com/politica/noticia/2015/12/pinato-diz-que-teve-medo-de-ser-morto-por-parecer-sobre-cunha.htmlEle teve medo de ser morto, anda escoltado e em carro blindado, tem policial militar dormindo dentro de sua casa, ele e sua família aneaçados. É inadmissível o que está ocorrendo publicamente dentro do Legislstivo e ninguèm faz nada.
     
     

  10. Caro Janine, grande parte da

    Caro Janine, grande parte da Câmara está doente e estão sendo liderados por um celerado, grande parte dos deputados que o apoiam estão sendo processados pelos mai diversos crimes, eles acreditam que se deixarem Eduardo Cunha impune, obterão com isto o perdão dos próprios crimes, o MPF investigou, a PGR denunciou, o STF aceitou a denúncia, precisa julgar o crime e o réu, mas o que fizeram? Jogaram para o Legislativo, tivessem julgado este problema ja teria sido ultrapassado.

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