O ódio é a herança da imprensa, por Luciano Martins Costa

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Do Observatório da Imprensa

Por Luciano Martins Costa

Na sexta-feira (24), dia de encerramento da propaganda eleitoral e do último debate entre os candidatos à Presidência da República, os dois institutos de pesquisa mais considerados pela imprensa declaram consolidada a tendência de vitória de Dilma Rousseff.

Como se trata de prospecção do passado, e diante das oscilações no capital de confiabilidade das pesquisas, ninguém pode dar como definitivas as intenções de voto, porque pelo menos 10% dos eleitores ainda demonstram pouca convicção. Pode-se, no entanto, afirmar que, a se concretizar o que dizem o Ibope e o Datafolha, a mídia tradicional é, neste momento, a parte derrotada no confronto bipartite em que se configuram as eleições no Brasil ao longo deste século.

Como suporte midiático da aliança oposicionista, a imprensa hegemônica é a matriz do radicalismo que domina a disputa eleitoral. A se confirmarem os números dos dois institutos, as grandes empresas de comunicação deverão reunir seus conselhos imediatamente após a eleição, para discutir o futuro.

As análises sobre a virada da candidata petista em cima do senador Aécio Neves, do PSDB, observam com clareza que a presidente da República reverteu a tendência inicial do segundo turno com o recurso da propaganda direta no rádio e na TV. No entanto, nenhum especialista credenciado pela imprensa admite que essa mudança significa, na prática, a desconstrução do discurso da própria mídia, que em mais de uma década vem injetando na agenda pública uma mensagem de depreciação da política e descrédito das instituições republicanas.

Há corrupção? Certamente há muita corrupção, em todas as instâncias do poder público e em todos os poderes, como uma praga de cupins incrustada no sistema republicano. A origem desse vício é a própria Constituinte de 1988, que reorganizou a República após a ditadura militar, construindo um arcabouço legal à base do corporativismo e providenciando holofotes para o protagonismo de grupos que haviam apoiado o regime de exceção.

A imprensa, como instituição, tem parte da responsabilidade, como demonstrou pesquisa do historiador Francisco Fonseca, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas.

O monopólio da maledicência

Na reta final da campanha, proliferam queixumes de colunistas, editorialistas, acólitos em geral que defendem ferozmente seus espaços na mídia. Eles criticam o que chamam de “baixo nível” da campanha, rezando o credo segundo o qual apenas a imprensa pode criar factoides, explorar meias-verdades, difundir mentiras e estimular o radicalismo entre os ativistas políticos. Aqueles que buscam explicações para o quadro eleitoral que os contraria dão todo o crédito ao marqueteiro-chefe de Dilma Rousseff, negando qualquer mérito à candidata.

Acontece que, ao afirmar que foi a propaganda no rádio e na TV, que fez a defesa agressiva do legado dos governos petistas, a causa da mudança nas perspectivas eleitorais, cada um desses textos está admitindo que as mensagens elaboradas pela campanha da presidente foram capazes de desconstruir, em poucas semanas, aquilo que fora incutido em grande parte da sociedade ao longo de muitos anos por um jornalismo tendencioso, raso, partidário e irresponsável.

Ao descobrirem que não possuem o monopólio da maledicência, muitos jornalistas acusam a campanha de ser maledicente.

Carlos Lacerda ainda é um herói em quase todas as redações e não foram poucas as eleições decididas por manobras da imprensa reacionária. A última delas está em andamento, a partir de mais uma incursão da revista Veja no jornalismo marrom. Mas apenas o Globo (ver aqui) parece disposto a arriscar sua reputação em mais esse factoide: uma suposta declaração do principal acusado no escândalo da Petrobras que é desmentida por seu próprio advogado.

O UOL publicou uma nota e o Estado de S. Paulo não deu credibilidade à notícia.

Agora, convenhamos: alguém acha que se pode ser competitivo numa eleição com frases doces, nos termos em que a imprensa coloca a agenda pública? Se até Marina Silva, tida por muitos como uma espécie de ninfa diáfana da floresta, tem sido capaz de proferir barbaridades com aquele ar de santa em casa de tolerância, por que a candidata que é massacrada pela mídia iria posar de Madre Teresa? Para perder a eleição?

Transita entre a candura e a hipocrisia a ideia de que a política deveria ser um confronto elegante de damas e cavalheiros. Não é, nunca foi, e a imprensa sempre atuou como lança-chamas. Com qualquer resultado no domingo, o ódio que semeou será sua herança.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

20 Comentários

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  1. O ódio realmente é a herança

    O ódio realmente é a herança mais perversa dessas eleições. E ele foi calculadamente semeado pela mídia direitista ao construir esse anti-petismo exacerbado e insano que conquistou mentes e corações de parcelas significativas da população.
    Famílias e amigos estão divididos, em alguns casos com inimizade consolidada. A mídia conseguiu seu objetivo e o pais, se nada for feito para pacificá-lo, caminha irremediavelmente para um clima de guerra civil.
    Daqui pra frente o que vier a acontecer será de responsabilidades dessas insanas e hipócritas vozes do reacionarismo midiático. Mas quem disse que eles se importam com isso? O que querem mesmo é o golpe… e a melhor forma de conseguir isso é fazerem isso que estão fazendo… E que aliás sempre fizeram.

  2. Talvez usando um pouco a

    Talvez usando um pouco a teoria da conspiração, o  ‘democrático modelo americano” forçou sua implantação aqui no Brasil (o neoliberalismo completou sua missão) com a disputa eleitoral entre dois partidos: PT- Brasil/ versus PSDB/Democratas-USA, e vários nanicos correndo paralelamente. Nossa história é muito diferente daquele país, temos que definir nossas prioridades, independente dessas velhas pressões que nos chegam via mídia tuniquim completamente a reboque da agenda norteamericana, do seu mercado e de seus operadores, incluindo o candidato a ministro da Fazenda, com dupla nacionalidade, empregado do Soros, o homem que já quebrou várias economias nacionais.

  3. Uma brilhante análise sobre a

    Uma brilhante análise sobre a informação e seus desvios.  É para se refletir e meditar; quem não conseguir é porque já perdeu o sentido do pensar.

  4. Quem está por trás da difamação? Forças ocultas se revelam!

    Que diferença faz, em termos de relevância para uma revista quem ganha ou perde o controle do Brasil? Uma revista e uma tv faturam um bilionésimo do PIB brasileiro, estão a serviço de outros interesses, estes sim, com participação em mais de 2/3 do PIB do Brasil. Controlando o meio de pagamento (nossa moeda e sua origem o dinheiro), bem como o poder de influenciar as decisões para onde o lucro e as riquezas irão.

    Devido ao caráter nefasto e destruidor que estes interesses ocultos apresentam lhes é negado o direito de lutarem abertamente pelo dinheiro e pelo poder, o que fazem por interpostas pessoas, embrincadas em empresas montadas para a defesa destes interesses inconfessáveis. Verdadeiros parasitas que se movimentam sofregamente pelos intestinos do país.

    Esta eleição colocou à mostra, de maneira inolvidável, quem está de um lado defendendo o povo e a nação e do outro os açambarcadores sem pátria e sem nação. Seres que sobrevivem em um mundo de faz de conta, onde a moral é relativizada e os interesses que se respeitam são só os dos seus pares.

    Fica o alerta que este grupo oculto permanece forte, operativo e oportunista como sempre e se não existir um esforço coordenado para barrar suas ações nefastas para o brasileiros que amam sua pátria, ela continuará a ser saqueada sem dó nem piedade.

    Domingo é 13, Dilma presidenta!

    1. Muito interessante…………………

      Concordo com ltudo que voce disse Alexandre. Em ponto e virgula!!

      Porém, gostaria que você, do alto de sua sazpiência, quando cita as forças ocultas, desse nome aos bois.

      Quando fala –  ” … os açambarcadores sem pátria e sem nação. Seres que sobrevivem em um mundo de faz de conta, onde a moral é relativizada e os interesses que se respeitam são só os dos seus pares.” – gostaria que você os nomeasse, para os ingênuos e incautos.

      Eu,  devido há vários anos de pesquisa,  os conhecço bem, e so lamento que poucos, muito poucos se dê conta realmente do que existe por trás de todo movimento politico/econõmico, de qualquer país!

      No aguardo. 

      1. Falando em movimento político econômico em relação a moradias

        Ontém no debate teve uma pergunta sobre aluguéis. Na Espanha a coisa tá ficando preta, pois fundos de private equity estão dominando o mercado de imóveis e inflacionando os aluguéis.

        Why Goldman Sachs & Blackstone Are Becoming So Hated in Europe

        Posted on October 25, 2014 by 

        Goldman-Madrid

        Goldman Sachs and Blackstone are private equity investors buying up rental property in Madrid. About 13,000 household were told their rents would not increase. Now in a down market, when their renewals come due. they are told their rents will rise sharply or get out. Now a judge will decide who, if anyone, is to blame. Any tenants evicted can reapply for social housing but this whole thing is turning into a very bad image for New York. There are somethings you just do not do and throwing people out on the street is on the top of the list. If you want to have the masses hanging bankers as they did on the real Black Friday in 1869, this is one way to do it. Some 13,000 households are already on the waiting list for flats owned by Madrid city council according to Reuters.

         

        1. New York Fed’s Conference

          New York Fed’s Conference Evokes Violent Thoughts Against Wall Street

          Authored by Pam Martens and Russ Martens via Wall Street on Parade blog,

          What the New York Fed attempted to pull off this past Monday with its full-day conference for the execs of wayward Wall Street banks was a public relations stunt to switch the national debate from its culture to Wall Street’sculture. Styled as a “Workshop on Reforming Culture and Behavior in the Financial Services Industry,” the event came less than a month after ProPublica and public radio’s “This American Life” released internal tape recordings made by a former New York Fed bank examiner, Carmen Segarra, revealing a regulator with no bark or bite.

          ProPublica’s Jake Bernstein wrote that the tapes and a confidential report by an outside consultant demonstrated the New York Fed’s “history of deference to banks.”

          But there is far more to this story. Wall Street banking executives, who elect two-thirds of the Board of Directors of the New York Fed and have frequently served on its Board, have structured the institution to be its sycophant. Consider the fact that Jamie Dimon, CEO of JPMorgan Chase, sat on the Board of the New York Fed from 2007 through 2012 as the regulator failed to follow through on three separate staff recommendations that JPMorgan’s Chief Investment Office undergo a thorough investigation, as reported this week by the Federal Reserve System’s Inspector General.

          JPMorgan’s Chief Investment Office in 2012 finally owned up to losing $6.2 billion of bank depositors’ money in wild bets on exotic derivatives in London.

          A Wall Street regulator, like the New York Fed, which has staff positions called “relationship managers” that are considered senior to, and can bully and intimidate, their bank examiner colleagues, is in no position to be lecturing Wall Street on its culture. Indeed, the culture on Wall Street of “it’s legal if you can get away with it,” grew out of its cozy, crony relationships with its regulators like the New York Fed, an enshrined revolving door at the SEC, self-regulatory bodies delivering hand slaps and its own private justice system to keep its secrets shielded from the public’s view.

          To suggest that a one-day conference and a few speeches are going to make a dent in a structure intentionally created to deliver heads we win, tails you lose on behalf of Wall Street interests is deeply insulting – especially coming from the New York Fed, the target of future Senate hearings on its own culture.

          The seriousness with which disciplinary lectures by the New York Fed are taken by the big Wall Street players is evidenced by those who snubbed Monday’s conference – namely, the CEOs of the serial miscreants. Not in attendance, according to the participant list released by the New York Fed were: JPMorgan CEO, Jamie Dimon; Citigroup CEO Michael Corbat; and Goldman Sachs CEO Lloyd Blankfein.

          William Dudley, President of the New York Fed, whose wife receives $190,000 a year in deferred compensation from JPMorgan where she was previously employed as a Vice President, sized up the loathsome regard that Wall Street now holds in the public mind as follows:

          “Since 2008, fines imposed on the nation’s largest banks have far exceeded $100 billion. The pattern of bad behavior did not end with the financial crisis, but continued despite the considerable public sector intervention that was necessary to stabilize the financial system. As a consequence, the financial industry has largely lost the public trust. To illustrate, a 2012 Harris poll found that 42 percent of people responded either ‘somewhat’ or ‘a lot’ to the statement that Wall Street ‘harms the country’; furthermore, 68 percent disagreed with the statement: ‘In general, people on Wall Street are as honest and moral as other people.’ ”

          Further cementing that public distrust, the media was barred from attending Monday’s conference at the New York Fed. Press members who nonetheless reported on the event evoked a recurring theme of violent acts to deal with incorrigible actors.

          Aaron Elstein at Crain’s New York used an analogy comparing the Fed to the 15th century Vatican which dealt with a problem it was having by calling a big conference and burning alive the outlier and casting his remains into the Rhine.

          This thought about the conference constituted the first paragraph of Bartlett Naylor’s reporting at Huffington Post: “The Roman army responded to desertion by randomly executing a tenth of those soldiers remaining. They called it decimation, derived from the word ‘tenth.’ This discipline, of course, prompted all soldiers to police against desertion so as to save their own skins.”

          Jon Hilsenrath at the Wall Street Journal was thinking along similar lines. Hilsenrath reflected on the book, Manias, Panics, and Crashes, which carries a chapter by University of Chicago Professor Robert Aliber in its revised sixth edition. Hilsenrath quotes as follows from the book: “At the time of the South Sea Bubble, (Lord) Molesworth, then a member of the (British) House of Commons, suggested that parliament should declare the directors of the South Sea Company guilty of parricide and subject them to the ancient Roman punishment of that transgression – to be sewn into sacks, each with a monkey and a snake, and drowned.”

          Business media is not the only source pondering violence against Wall Street scoundrels. This summer, venture capitalist, Nick Hanauer, worried aloud to his fellow plutocrats in Politico Magazine about when public anger might spill over into pitchforks. Hanauer writes:

          “What everyone wants to believe is that when things reach a tipping point and go from being merely crappy for the masses to dangerous and socially destabilizing, that we’re somehow going to know about that shift ahead of time. Any student of history knows that’s not the way it happens. Revolutions, like bankruptcies, come gradually, and then suddenly. One day, somebody sets himself on fire, then thousands of people are in the streets, and before you know it, the country is burning. And then there’s no time for us to get to the airport and jump on our Gulfstream Vs and fly to New Zealand. That’s the way it always happens. If inequality keeps rising as it has been, eventually it will happen. We will not be able to predict when, and it will be terrible—for everybody. But especially for us.”

          There are currently a stunning 8,477 comments under the article. The following two, listed together, capture the current divide between Main Street and Wall Street:

          Betsarama: “Thank you! Exactly. My father had a saying with regard to how much he charged and what his company earned, and that was ‘Enough.’ People loved him for his intelligence, simplicity and hard work. That’s American. Being filthy stinking rich — what is there to admire?”

          Crapulous Mass responds: “One of the beauties to being filthy stinking rich is really not having to care what others think of you.”

          This might well explain why Dimon, Corbat and Blankfein snubbed the lectures on Monday.

  5. A música, Dilma Coração

    A música, Dilma Coração Valente, é perfeita!  Gente o tse está de olhos fechados, só se apresenta para proibir falar sobre o corrupto aócio. As urnas nas mãos de corruptos psdbistas. Gente: as URNAS ESTÃO SOB OS “CUIDADOS” DA MÁFIA. ELES PODEM TUDO, POIS NÃO HÁ JUSTIÇA CONFIÁVEL NESSE PAÍS DE CIDADÃOS ANALFAS POLÍTICOS. SE DILMA CONSEGUIR GANHAR DA MÁFIA, JURO, vou lá na frente do tse e deixo um recado para os coça sacos, os lambe sacos, os que só pegam o salário e não lutam pela moralização dessas pragas judiciais putinicas.

  6. o ódio será tua

    o ódio será tua herança.

    muito bom.

    síntese do legado dessa

    matusalêmica grande mídia dita golpista.

    impregna de ódio seus leitores.

    perigosa doença que não pode

    se espraiar pela sociedade.

    paz. dilma, 13.

  7. A democratização da mídia também é espiritual ao corpo social.

    A democratização da mídia deve passar por um processo espiritual também, digo, uma consolidação espiritual no corpo social. As propostas de democratizar os recursos publicitários refletem uma ação prática e materialista, já o descrédito sobre os principais veículos de comunicação e sua menor relevância para a base avaliativa e crítica do eleirorado, bom, isso é democratização natural e moral feita pelo eleitorado. 

     

    Venho batendo nesta tecla há anos: por mais que algumas teorias versem sobre o quanto é de difícil domínio os conteúdos e a linguagem usados nas campanhas, pois parecem menos esclarecer do que levar luz sobre as discussões, e que, talvez, sejam assim propositadamente construídos os discursos para que o povo não entenda mesmo, ainda assim há uma processo de amadurecimento do eleitorado no exercício de avaliar e escolher empiricamente com o passar dos anos, e de forma geral sobre todos os eleitores, embora os Aecistas ainda não compreenderam que o Brasil de Dilma inclui, e o de Aécio exclui. Um momento onde ocorreu essa maior criticidade empírica do eleitor foi o embate entre Guido Mantega e Arminio Fraga. Mesmo sendo visto como um discurso de especialização, portanto, uma linguagem de domínio de poucos, o eleitorado “sentiu” bem as diferenças entre as propostas, daí a insegurança pesou mais para o lado de Aécio. Também são avaliados os feitos e as realizações de cada um dos candidatos; credenciais, como afirmou muito bem Dilma ontem. Tudo isso está no pacote da experência de anos em votar, faz parte do amadurecimento da democracia facetada em que ainda vivemos.

     

    Por fim, mesmo com uma evolução ruim no discurso que Dilma tem e Aécio mais eloquente, retórico e de boa oratória, isso não é o suficiente para reverter o quadro, nem em debate na Globo, aliás, superestimado embora tenha um formato inovador e propositivo, com participação direta de eleitores indecisos. O personagem de Aécio já está manjado, o Rolando Lero, o Odorico Paraguaçu, e isso associado à campanha difamatória da Veja, antiética e imoral, e o fato de Aécio ter usado isso no debate ontem, para mim tirará mais votos de Aécio do que de Dilma, aliás, é uma estratégia que não resulta em votos significativos para o “denunciante”, sendo vista com antipatia. Já Dilma errando e gaguejando, se aprofunda mais na atenção do eleitorado por dois motivos: i) busca mostrar com dados as conquistas e, ii)  justamente por não ser a eloquente pessoa política que já enganou a muitos, distanciando-se desse personagem no imaginário do eleitor.

  8. Presidencialismo parlamentarista

    “A origem desse vício é a própria Constituinte de 1988, que reorganizou a República após a ditadura militar, construindo um arcabouço legal à base do corporativismo.”

    A constituite de 88 não conseguiu aprovar o parlamentarismo, mas conseguiu deixar o executivo refém do parlamento.

    Para poder governar o chefe do executivo tem que comprar apoio do legislativo. E muitos parlamentares estão lá apenas para vender esse serviço.

    1. O PERIGO DA VOLTA DA BANDEIRA DO PARLAMENTARISMO

      A força do voto é relativa. Se Dilma for eleita, será por mais de 50% dos votos, em circunstância que o PT não terá mais do que 15% de representação no Congresso. A participação de aliados, na chapa Presidencial, não envolve ônus para estes, mas apenas bônus, provenientes de quotas em Ministérios, cargos públicos e força relativa na câmara para pleitear emendas do seu interesse. A enorme quantidade de partidos representados na câmara normalmente traz representantes fisiológicos.

      Em resumo, vejo um enorme perigo de que estas bancadas parlamentares comecem a apostar no Parlamentarismo, terminando por usurpar a enorme força que – em tese (apenas em tese) – a votação popular consagra hoje ao seu presidente (a). A reforma política deveria reduzir a quantidade de partidos e, ainda, direcionar as eleições para que o voto de cada cidadão esteja mais comprometido com o partido da sua preferência.

      1. Você fala de política e usa um problema de gestão como argumento

        Na verdade a governabilidade depende da vontade do governante que se alinha com um projeto de de Brasil que tenha Rumo, Norte e Estrela.

        Não existe vontade individual que barre tal estrutura de governança. Um governo comprometido com isto irá negociar com o congresso, sempre a favor do povo e da Nação. 

  9. Paradoxo: mesmo quem concorda

    Paradoxo: mesmo quem concorda com o artigo, de individuos a blogs e jornalistas ( sujos), dao espaco e repercutem “artigos”de mediocridades ululantes como reinaldo azevedo, merval e outras topeiras menos conhecidas.

    Voce busca na internet algo para se informar e ao inves de se deparar com Alguem dizendo algo, se depara com uma “noticia” do tipo: Rola Bosta disse isso; Idiota Mor disse aquilo; Mentecapto afirma que…!  

    Isso nao eh noticia ! Nao eh informacao! Pelamordedeus, nao eh nem mesmo manipulacao! Eh pura mediocridade!! Nem para lixo (adubo, reaproveitamento ) servem! Deletem essa podridao.

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