Toledo: Serra e Moraes tentarão influenciar decisão de Temer sobre novo ministro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O jornalista José Roberto Toledo publicou em sua conta no Twitter que não foi “por acaso” que os ministros José Serra (Relações Exteriores) e Alexandre de Moraes (Justiça) apareceram ao lado de Michel Temer quando o presidente fez um pronunciamento oficial a respeito da morte do ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki. Segundo Toledo, a imagem revela “quem está tentando influenciá-lo [Temer] na decisão mais importante de seu mandato.”

Relator da Lava Jato, Teori foi vítima fatal de um acidente aéreo na região de Paraty (RJ), na quinta (19). Pelo regimento interno do Supremo, um novo ministro será nomeado pelo presidente da República para herdar os processos de Teori.

Mas, no caso da Lava Jato, há a possibilidade de a presidente do Supremo, Carmén Lúcia, determinar a redistribuição das ações da Lava Jato que já estavam em andamento, para não prejudicar a operação.

Teori gozava do recesso do Judiciário quando suspendeu as férias para despachar nos autos da Lava Jato nesta semana. Segundo informações da Agência Brasil, ele havia determinado diligências em pelo menos 10 das 77 delações premiadas da Odebrecht.

A expectativa era de que os acordos de cooperação fossem homologados até fevereiro e que, a pedido da Procuradoria Geral da República, Teori retirasse o sigilo das informações.

Nos primeiros vazamentos da delação da Odebrecht, Temer foi citado mais de 40 vezes. A estrutura do acordo fechado pelo Ministério Público Federal, inclusive, atingia em cheio a cúpula do PMDB, chegando a caciques como Romero Jucá e Renan Calheiros.

José Serra, por outro lado, também foi citado em delações da Lava Jato como destinatário de R$ 23 milhões que teriam sido pagos por meio de caixa dois eleitoral, em contas no exterior.

Além de Serra, o PSDB também tem outras figuras ilustres, como Aécio Neves, delatados. O partido dá sustentação ao governo Temer.

Moraes também tem ambições de ser ministro do Supremo, segundo relatos de Época.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. A morte do ministro Teori Zavascki causou grande preocupação

    BELA MEGALE

    BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A morte do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), causou grande preocupação entre executivos e advogados da Odebrecht.

    Além do atraso na homologação dos acordos de delação premiada e leniência (delação da pessoa jurídica), que seria feita por Zavascki, relator da Java Jato, a empresa está apreensiva, por exemplo, com a possibilidade de um ministro nomeado pelo presidente Michel Temer ser o novo relator.

    Assim que souberam do acidente que vitimou Teori, dirigentes da empreiteira passaram a pesquisar a jurisprudência em torno da sucessão de uma relatoria como essa.

    Como aliados do governo Temer, incluindo o próprio presidente, são citados na delação, a Odebrecht teme que um relator nomeado pelo peemedebista possa intervir a favor do governo, chegando até a vetar a homologação.

    Caso a homologação não aconteça, o acordo passa a não ter validade.

    Em dezembro, a Odebrecht assinou acordos com a Procuradoria-Geral da República e a força-tarefa da Lava Jato Curitiba em que apresentou cerca de 900 fatos criminosos envolvendo nomes como o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o secretário de Parcerias de Investimentos, Moreira Franco (PMDB-RJ), os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, tucanos como Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves, e parlamentares, entre eles Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR).

    A morte de Zavaski já afetou o andamento das negociações da Odebrecht, iniciadas em março de 2016.

    Após a confirmação do acidente de avião, a PGR entrou em contato com a empreiteira e suspendeu as audiências de homologação com os 77 delatores que começariam na sexta-feira (20) e se estenderiam por uma semana.

    Nessas audiências, os executivos confirmariam a um juiz auxiliar de Zavaski que fizeram colaborações por livre e espontânea vontade.

    Essas reuniões seriam o último passo antes da homologação, que estava prevista para fevereiro. Havia a expectativa de que, neste período, Zavascki tornaria público o conteúdo delatado pela empreiteira.

    Outra consequência da morte do ministro é o atraso do início do cumprimento de penas dos executivos da Odebrecht acertadas nos acordos de delação, que passam a vigorar depois da homologação feita pelo STF.

    Herdeiro e ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, vai cumprir dez anos, sendo dois em meio em regime fechado – como está preso desde 2015, ele deve sair da cadeia dezembro.

    A frente investigativa também perderá celeridade, pois é somente após a validação do acordo pelo juiz relator do caso que os investigadores poderão usar os depoimentos da Odebrecht para pedir a abertura de um inquérito contra os citados.

    DELAÇÃO

    Só na delação de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht, o nome de Temer aparece 43 vezes.

    O mesmo delator disse que o advogado José Yunes, amigo de Temer e, na época assessor presidencial, recebeu em seu escritório parte dos R$ 10 milhões de caixa dois repassados pela Odebrecht ao PMDB para a campanha de 2014.

    Após a revelação, Yunes deixou o cargo de assessor presidencial, em dezembro do ano passado.

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