Um dia depois das eleições, Richa envia projeto que adia reajuste de servidores

Jornal GGN – Um dia depois do primeiro turno das eleições municipais, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), enviou à Assembleia Legislativa projeto que adia, por tempo indeterminado, o reajuste dos salários de todo o funcionalismo público do Estado. Entidades de servidores agora consideram a possibilidade de uma greve geral.

O projeto de Richa é parte do ajuste fiscal e diz que a data-base dos servidores só será paga após a implantação e quitação das promoções e progressões devidas ao funcionalismo estadual.  Mauro Ricardo Costa, secretário da Fazenda, diz que o pagamento das promoções e progressões vão custar cerca de R$ 1,4 bilhão em 2017, e argumenta que a medida irá beneficar “praticamente 100% dos servidores ativos”.

Em 2015, o governo Richa enviou à Assembleia uma lei que garantia o pagamento integral da inflação deste ano para os funcionários públicos em 2017, somada de um adicional de 1%.

Em Curitiba, capital do Paraná, as eleições irão para o segundo turno, com disputa entre Rafael Greca (PMN), apoiado por Richa, e Ney Leprevost, do PSD.

Leia mais abaixo:

Da Gazeta do Povo

Um dia após eleições, chega à Assembleia projeto de Richa que suspende reajuste do funcionalismo

Projeto de lei adia por tempo indeterminado o pagamento integral da inflação de 2016, previsto em lei sancionada pelo próprio governador no ano passado

Um dia após o primeiro turno das eleições municipais, chegou à Assembleia Legislativa projeto de lei do governador Beto Richa (PSDB) que suspende o reajuste salarial de todo o funcionalismo público estadual por tempo indeterminado. O projeto faz parte da nova fase do“ajuste fiscal” realizado pelo Palácio Iguaçu. Revoltado, entidades de servidores estaduais cogitam uma greve geral no estado, mas que, no entanto, ainda não tem data para começar.

A proposta de Richa prevê que a data-base dos servidores só será quitada depois de implantadas e pagas todas as promoções e progressões devidas ao funcionalismo. O secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, havia dito em julho que“não havia a menor possibilidade” de bancar as promoções e dar o reajuste ao mesmo tempo. Somente depois disso, é que o reajuste salarial poderá sair do papel, desde que seja “comprovada a disponibilidade e financeira” em 2017.

Pelo texto, promoções e progressões atestadas ainda neste ano serão implantadas a partir de janeiro, enquanto os atrasados serão pagos parceladamente ao longo de 2017. De acordo com Mauro Ricardo, essas ações custarão cerca de R$ 1,4 bilhão no ano que vem – R$ 800 milhões com a implantação dos benefícios e mais R$ 600 milhões de atrasados. “Isso vai beneficiar praticamente 100% dos servidores ativos”, defende.

Questionado sobre quando será possível pagar a database dos funcionários públicos, o secretário afirmou que tudo vai depender do comportamento da receita do estado em 2017. De acordo com ele, se a economia se comportar de forma razoável, o governo vai priorizar o pagamento do reajuste salarial aos servidores. “Primeiro, precisamos pagar o que devemos a eles. Sobre a data-base, é um direito garantido em lei, nada está sendo retirado. A obrigação de pagamento continua, só estamos postergando”, argumenta. “Não dá para estabelecer prazo [sobre o pagamento da data-base].”

Crise política

A soma do pagamento da database e das progressões e promoções seria de R$ 3,8 bilhões em 2017. Justamente para evitar um rombo no caixa do governo, Mauro Ricardo defendia que o Palácio propusesse o pagamento em momentos diferentes. A proposta era repudiada pela parte política do Executivo e o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, chegou a dizer que essa era uma postura isolada do secretário da Fazenda.

O problema político surge porque o próprio governo Richa enviou à Assembleia em 2015 uma lei garantindo que pagaria integralmente a inflação de 2016 aos funcionários em 2017, acrescida de um adicional de 1%. A proposta de lei surgiu para encerrar uma greve dos professores e de outras categorias, no momento em que o Executivo aprovou a parte mais dura do ajuste fiscal.

Nesta segunda-feira (3), ao receber a proposta, o Legislativo já ecoou o descontentamento do funcionalismo. A oposição a Richa diz que não aceita a aprovação do que chama de “calote” contra os servidores.

Reação

Coordenadora do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná – que reúne 22 categorias −, Marlei Fernandes classificou o projeto do governo como “absurdo” e ressaltou que o funcionalismo já havia deliberado que o descumprimento da data-base se traduziria em greve geral no estado. Segundo ela, os servidores marcarão presença na Assembleia Legislativa a partir desta terça-feira (4) para mostrar aos deputados que o governo está dando um “golpe” na lei que os próprios parlamentares conseguiram aprovar após um gigantesco esforço coletivo de todas as partes envolvidas.

“Uma das garantias para o fim da greve de 2015 era o zeramento da inflação, que postergamos em 2015 e 2016. Não vamos abrir mão da data-base em 2017. Não há nenhuma previsão de quando nosso direito será pago até que o governo cumpra com todas as promoções e progressões”, critica.

Redação

7 Comentários

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  1. A maioria da gente nesses

    A maioria da gente nesses  estados governados por tucanos são adeptos do “mas eu GOSTIUUU”. Masoquismo em estado puro. 

    Claro que isso será considerado normal pela mídia amigada que sempre tece loas para governos “austeros”(eufemismo para neoliberalóides). 

    A propósito, são essas unidades federativas,  mais lascadas financeiramente  que folião na quarte-feira de cinzas, que querem se separar para fundarem a “pátria Sul” ? Que estão bradando todos cheios de empáfia “Independência do Norte!” sem terem recursos nem para pagarem condignamente seus barnabés? 

    Ora, façam-me cócegas. 

  2. O Liberal Estatutário

    O Liberal Estatutário

    Estreia hoje, com uma Coluna diária em seu A Primavera Feneceu (como nenhum Judas jamais mereceu), o colaborador Luca Morasi, Funcionário Público do PJU, Poder Judiciário da União, 55 anos, divorciado, pai de dois filhos, emérita pulsão do inconsciente deste Editor, plural, crítico, erudito, dramático, contraditório e parte perdida de um Ser igualmente perdido.

    Sua Coluna trará, à visibilidade embaçada das urnas, como o próprio título da Coluna sugere, a contradição como forma de ser.

    O Liberal Estatutário é o termo pelo qual denominamos aquele Servidor Público que professa o liberalismo como forma de governo; vota nos partidos liberais; detesta e tem repulsa ao trabalhismo; tem fobia à cor vermelha; adora visitar a Disneylândia com os filhos e fazer compras em Miami; sente uma emoção íntima forte junto ao coração quando vê tremular a bandeira dos Estados Unidos da América; se identifica socialmente com a classe social dona dos meios de produção, quando ele é apenas um trabalhador assalariado e, não raras vezes, dá sinais de leve esquizofrenia, quando, desejando dirigir-se ao norte, toma o rumo do sul, porque, em apuros salariais, por exemplo, apela ao Estado, muitas vezes fazendo greves, como qualquer operário do ABC paulista, implorando-lhe a imediata reposição das perdas, sem perceber que sua doutrina política preferida exige o Estado mínimo, sem gastos, principalmente para com ele, o Liberal Estatutário, que é Liberal, mas foi se abrigar sob a proteção da estatutária Lei 8112, de dezembro de 1990.

    Esta é a Coluna de O Liberal Estatutário da Edição de hoje.

    O Editor

    O Liberal Estatutário

    Férias de Julho na Disney (Monólogo)

    Parte I

    Ah, que maravilhoso o mundo da Disney!

    “The wonderfull world!!!”

    Minhas duas filhas não paravam de gritar de alegria a bordo do American Airlines que havíamos tomado de volta de Orlando a São Paulo.

    Cada uma com uma grande boneca Frozen abraçada ao colo, tênis All Star novos, mochilas com aquela marca do O
    achatado…

    E eu, feliz, mas apreensivo, imaginando se a viagem ao paraíso humano na Terra, os States, poderia ser repetida um dia qualquer…

    É que acumulávamos perdas salariais que perfaziam 10 anos sem qualquer reposição…

    E ainda tem a prestação do carro novo que eu financiei…

    Bem que minha mulher disse que não precisava trocar de carro logo, que poderíamos usar o velho por mais dois, três anos…

    Mas aquele meu colega que quer ser melhor do que eu trocou o dele….

    Como eu iria ficar por baixo?

    É, provavelmente teremos que fazer mais uma greve este ano…

    Viiixe, ter que ficar com aqueles chatos metidos a sindicalistas, que odeio…

    Aliás, o sindicato não serve pra nada, não é mesmo?

    Um bando de comunistas que não gosta de trabalhar e só fala em fazer greve.

    Ah, mas quando aquele novo ministro do Supremo entrar, tenho certeza que ele vai pôr a casa em ordem, valorizar a categoria…

    E eu só vou entrar na greve se antes o meu Juiz deixar…

    Imagina, se eu vou irritar o meu juiz fazendo greve…

    Greve é coisa de barbudo, sindicalista, comunista, petralhas…

    Ah, quando chegar ao Brasil vou fazer uma promessa pra Santo Expedito e outra pra Santa Edwiges…

    Aquela das causas impossíveis…

    “Papai, manda a aeromoça trazer mais coca-cola pra mim que a minha já acabou!”

    Despertei de minhas apreensões.

     

    1. Concordância Absolutaue

      Horridus Bendegó, parabéns! É exatamente assim que penso. Sou funcionário público e estamos, no Estado de São Paulo, passando por uma situação de perda salarial muito substancial, não obstante presencio que 90% ou mais dos colegas que se dizem de esquerda são adeptos, e até filiados, de partidos liberais e neoliberais; odeiam a esquerda, a cor vermelha, o Lula, os comunistas, os socialistas e sempre tomando na BHUNDHA com os governos neoliberais – PSDB; não conseguem enxergar, apesar de todos terem curso superior, que são ludibriados pelo PIG ( globo, folha, estadão, veja e outros….) e sentem ASCOS pela esquerda petista. Entristecido e desorientado me pergunto se estou a ficar louco e, graças a DEUS, encontro em textos como o seu o mesmo balizamento que sigo! Há um direcionamento para dizimar (na minha opinião acho que já conseguiram) a única esuqrda qie poderia fazer frente à volta do neolibelarismo ao governo central. Acredito que já estamos, todos os trabalhadores – sejam  públicos ou privados, no matadouro a espera do abate já que, na minha opinião, é irreversível a entrada da direita neoliberal no governo central, no Brasil. Comungo que Brasil, Argentina e Chile, pelo menos já não têm mais volta para a esquerda! Os trabalhadores pagarão caro e mesmo assim, acredito, poucos perceberaão que foram uma vez mais, manipulados.

  3. a proposito

    perguntinha chata: querer pagar as pro-moções e as progressões não seria o mesmo que primeiro pagar aqueles puxa-sacos que o ajudaram neste ” EXCELENTE”  governo que ele está fazendo?!?!?

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