É importante dialogar com os mal informados, diz Maria Rita Kehl

 
Da Revista Brasileiros
 
Maria Rita Kehl: “É importante ganhar os mal informados, que veem o Estadão e o Jornal Nacional”
 
Em ato contra o golpe, a psicanalista afirmou que a crise política não passa da velha “luta de classes, num momento onde quem perde não são os empresários”
 
A crise política que nas últimas semanas ganhou ares de golpe de Estado acirrou-se na quarta-feira (16) com a ação conjunta da imprensa, de movimentos conservadores e do juiz Sergio Moro, que decidiu ele próprio quebrar o sigilo da Operação Lava Jato e divulgar grampos telefônicos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
Bombardeados pela imprensa, boa parte da população está propensa a acreditar no discurso de que é necessário tirar a presidenta Dilma Rousseff do poder. Para a psicanalista Maria Rita Kehl, “não adianta ficar contra eles”.

 
“É muito importante ganhar aqueles que estão mal informados, que leem o Estadão e veem o Jornal Nacional”, afirmou Maria Rita, que na noite de ontem participou no teatro Tuca, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, do Ato Pela Legalidade Democrática. “Não adianta ficar contra eles. Se a gente não conversar com eles é a Globo quem vai fazer isso.”
 
A psicanalista lembrou que, embora lotado, aquele espaço na PUC é pequeno se todas as forças que estão atuando no País nesse momento forem levadas em consideração.
 
De acordo com ela, o que está por trás da crise é um velho problema brasileiro. “Como sempre é a luta de classes, num momento onde quem perde com a crise econômica não são os empresários, que tem perdas menores, mas sim o povo, que perde seus trabalhos, suas casas e seus meios de subsistência.”
Redação

27 Comentários

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  1. Infelizmente a maioria da

    Infelizmente a maioria da população só se interessa por futebol e novelas. Sobre política, essa mesma maioria absorve apenas as informações advindas dessa mídia golpista.

    São poucos os que procuram ouvir ou ler opiniões diferentes das opiniões da grande mídia.

    A coisa chega a um nível tão baixo que a globo e as outras emissoras mandam os pais ensinarem as crianças a “dançar na boquinha da garrafa” e muitos se prestam a tal papel, como vimos acontecer exaustivamente ha alguns anos atrás.

  2. Depois que espiral do

    Depois que espiral do silêncio se formou não adianta tentar reverter a situação. A opiniao da “maioria” esmaga qualquer opinião contrária. Como convencer essas pessoas que acreditam até em boatos absurdos e,  que mesmo após serem desmentidos, elas   continuam acreditando em todos novos boatos que surgem ?  Isso leveria muitos anos, tantos quanto foram necessários para se formar a espiral . Muita gente avisou, mas existia a crença de que um controle remoto era bastante para tal. 

    Eu já desisti de tentar convencer essas pessoas. Durante muito tempo tentei, mas vi que é impossível concorrer com Globo,Veja, Folha, Estadão, SBT, Record, Band, CBN, Jovem Pan, etc, etc..

     

  3. Pensamento único

    Não basta ter essa compreensão da necessidade do diálogo, de que “Não adianta ficar contra eles. Se a gente não conversar com eles é a Globo quem vai fazer isso.”

    O problema está em que essa “lavagem cerebral” empreendida pela Rede Globo e congêneres já vem de muito tempo. É algo impregnado, enraizado em mentes cujo remédio sugerido não surtirá efeito da noite para o dia.

    Essa estratégia salutar de convencimento colocada dela inteligente Maria Rita demanda tempo cujo trabalho certamente se perderá dada a desigualdade entre a avassaladora “lavagem cerebral” imposta por um grupo hegemônico de mídia e as iniciativas das formiguinhas isoladas e bem intencionadas.  

    Penso que a ideia é sempre muito bem vinda, mas seria mais justo e eficaz se os espaços da expressão do pensamento fossem democratizados. Lamentavelmente não são. A mídia hegemônica é possuidora de toda a verdade e só ela discursa. Ponto.

  4. Depois do que aconteceu com o

    Depois do que aconteceu com o Casal na Paulista ainda é possível dialogar com esse povo?? Tá tudo parecendo briga de torcida… triste….

      1. Hoje no Senado uma senadora

        Hoje no Senado uma senadora golpista (Ana Amélia) apresentou uma foto de pessoas vestindo camisa vermelha e queimando uma bandeira bresileira.  Disse, sem qualquer prova, que seriam correligionários da senadora Vanessa… Uma atitude desonesta e covarde.

        A senadora Vanessa jamais representaria gente como essa. A bandeira brasileira é sagrada! Isso foi um golpe baixo da senadora do PP/RS

         

  5. Infelizmente a consciência só

    Infelizmente a consciência só virá pela dor, quando eles retomarem o poder e aplicarem seus métodos, restrição de direitos, dos trabalhistas às garantias individuais, mídia os protegendo e os acobertando em suas negociatas.

    Parece que só depois do leite derramado é que se darão conta do que fizeram.

  6. Para conversar sao precisos 2…

    Se um nao quer saber de nada, o outro pouco pode fazer. Nao viram aquela mulher na manifestaçao reclamando sobre o “aumento da desigualdade”? A desigualdade diminuiu, mas ela nao se interessa pelo que é verdadeiro, apenas pelo que pode dar argumento para o seu ódio.

      1. Nao me inclua na tua maluquice, tá bem?

        Nao sou contra diálogo, apenas falei que às vezes ele se torna impossível; e ficar falando de paredao é loucura, tá?

        1. Estava apenas
          Te provocando.

          E ao mesmo tempo, fazendo meu ponto.
          Diálogo serve apenas para aqueles que não tem consciência do que estão fazendo.

          Mas o que fazemos com os que tem? Eis a questão. ..

          1. Concordo com a falta de propósito de dialogar c/ alguns

            Mas daí a passar a pensar em paredoes e outras coisas é uma senhora diferença. Além do mais, eles têm mais força que nós, se entrarmos nessa pilha nós é que acabaremos no paredao, rs.

          2. Prefiro a razao

            Nao para dialogar com quem é imune a argumentos, mas pelo menos para nao perder a minha…

  7. A sociedade brasileira é

    A sociedade brasileira é retrógrada. Nem os avanços nos sitemas educacionais são aceitos. Tenho visto críticas ferozes a métodos educacionais ativos, acho que simplesmente porque estimulam o aluno a ser mais proativo, a ser mais reflexivo. É triste.

  8. luta de classes

    “Como sempre é a luta de classes”

    Tudo bem. Só resta saber de que lado o PT esteve nestes treze anos.

    Pelo que veio à tona e também pelo visto ao longo de sua gestão, o PT estava fechadão com a alta burguesia.

  9. tem que dar nó em pingo dágua

    tem que dar nó em pingo dágua pra arranjar um jeito de “conversar com eles”…

    cada um deve ter a sua maneira…se conseguir pelo menos

    diminiui o ódio, já  é um avanço….

    conversar já é uma vitória

    se conmseguir trocar duas frases, a

    gente vira herói de si mesmo…

    quem ficar numa frase só, resta mandar o cara praquele lugar!!!!

     

  10. luta de classes

    “Como sempre é a luta de classes”

    Tudo bem. Só resta saber de que lado o PT esteve nestes treze anos.

    Pelo que veio à tona e também pelo visto ao longo de sua gestão, o PT estava fechadão com a alta burguesia.

  11. É preciso evitar confronto

    É preciso evitar confronto direto! Isso é tudo o que a mídia deseja!… Eles querem dividir o país e criar o estado de excessão…. Não é necessário o confronto direto… pois isso seria uma briga desnecessária.

  12. Com todo o respeito, mas essa

    Com todo o respeito, mas essa senhora esta por fora da realidade.

    No mesmo tempo em que tento explicar a um coxinha que, com o valor de um apartamento na avenue Foch, em Paris,daria para construir tres predios iguais ao Solaris, no Guaruja, onde dizem que o Lula tem um triplex, a tv Globo, com sua maquina de manipulação,ja produziu mil novos coxinhas.

  13. retificação do post pedagogia do oprimido

    Tomando emprestado, o comentário do filósofo Augusto Salazar Bonde, líder da grande reforma educacional do Peru, “a Pedagogia do Oprimido não é um livro conjuntural”. Visto que recentemente, nos anos 2013, 2014 e recentemente 2016, como exemplo, presenciamos os episódios com movimentos de rua, a exigir mudanças na condução da política brasileira, que atualmente desagrada alguns setores da sociedade civil, ligados a classe dominante e aos que acreditam serem parte desta. Estes eventos descreveram nitidamente dentre as várias reivindicações, em parte legítimas, uma que revela a inquietação, de um determinado setor da sociedade brasileira em relação as políticas públicas (Bolsa Família, Minha Casa – Minha Vida, etc.), adotadas pelo governo central no sentido de viabilizar as classes de baixa renda, o acesso a bens e serviços antes direcionados a um pequeno grupo de privilegiados da sociedade.

    Neste sentido, esta trama reporta-se ao 1º parágrafo do subtítulo “A Situação Concreta de Opressão e os Opressores”, da Pedagogia do Oprimido. De acordo com Paulo Freire, numa nova realidade concreta de libertação do oprimido “os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, ‘formados’ na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir, significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear, ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome do direito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitavam nos milhões de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.”

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