Andre Motta Araujo
Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo
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A quarentena necessita um ponto de equilíbrio, por Andre Motta Araujo

Há um consenso que o distanciamento entre humanos, de dois metros para mais, evita propagação do vírus do Corona 19, mas o médio consenso para aí.

A quarentena necessita um ponto de equilíbrio

por Andre Motta Araujo

Um tema tentador para opiniões de todos os lados, entre especialistas há versões para múltiplos gostos, os políticos se apossaram do pote como substancioso prato para dele extrair dividendos, como não há certezas absolutas e nem experiências consagradas, é um campo extraordinário para o desequilíbrio.

Há um consenso que o distanciamento entre humanos, de dois metros para mais, evita propagação do vírus do Corona 19, mas o médio consenso para aí.

Porque é proibido estar sozinho em uma praia ou em um parque ao ar livre, de onde viria o contágio em uma praia sem aglomeração? Na praia há sol e vento, condições mais sadias que em um quartinho de apartamento sem sol e sem ventilação, por que então proibir alguém de ir à praia? Ou a um parque enorme, como o Ibirapuera?

Não faz sentido dentro do senso comum, mas tais ordens irracionais estão sendo propagadas como sãs. Na Alemanha, onde costuma haver pessoas inteligentes, há quarentena, mas não existe proibição de pessoas irem aos seus magníficos parques, é evidente que se evite aglomerações, mas pela lógica um parque é mais sadio que um quartinho.

O destinatário das ordens de especialistas e seus porta vozes políticos são cidadãos de todos os naipes emocionais e intelectuais, há grande possibilidade de ouvidos apavorados escutarem essas ordens. Na iminência ou na simples ideia do perigo se aproximando o ser humano tem reações irracionais, poucos mantêm a calma e o raciocínio claro.

O ser humano é frágil, muitos são medrosos e na medição do perigo perdem uma parte da razão e partem para o desespero, há parentes meus que usam máscaras dentro de casa.

AS AGLOMERAÇÕES INVISÍVEIS

Boa parte dos habitantes de grandes cidades moram em edifícios de apartamentos. Não há aglomeração maior, dez, vinte, cinquenta famílias no mesmo bloco de concreto, o vírus circula pelas escadas, corredores, elevadores. No prédio convivem porteiros, faxineiros que atendem motoqueiros com refeições e sacolas de supermercados, tudo é conduto de vírus ou não?

Essas aglomerações permanentes, de 24 horas por dia, os edifícios de apartamentos, tem mesmo na quarentena idas e vindas de alguns moradores, a pé ou de carro, o vírus pode vir por todos os lados, com o vizinho da frente, de baixo ou de cima, no elevador ou na portaria, terá o prédio menos vírus que noparque ao ar livre?

A QUESTÃO DO TEMPO

A quarentena ideal deveria durar o tempo de imunização pelo vírus de toda a população quarentenada, pode, portanto, durar o tempo desse circuito viral, quanto tempo?

Dois, três ou seis meses? Ou um ano? Qual especialista, desses que são hoje os atores da GLOBO, pode assegurar qual o tempo da quarentena? Cada um apresenta sua curva de estimação, nenhuma bate com a outra, PICOS de contágio já foram apontados às dezenas, porque ninguém sabe quando ele chega, vai chegar nos próximos 15 dias, é o que todos dizem há dois meses, mas ninguém sabe mesmo porque pode baixar e rebrotar,  cada vírus tem sua trajetória até que vire um velho conhecido. Assim como com o câncer os humanos tem que conviver com os vírus, além da medicina, da ciência e da química há que haver uma visão filosófica nessa questão.

A QUARENTENA IDEAL

Evitar aglomerações em recintos fechados parece se um consenso, mas esse é o único. Andar na rua ou nos parques sem aglomerações não pode, mas é algo que está sendo determinado por autoridades pela visão do pânico, porque não tem lógica científica, ao contrário, o ar livre, o vento, o sol são inimigos do vírus, porque impedir que pessoas de mais idade caminhem diariamente na rua se exercitando ao invés de ficar sentados comendo pipoca frente à televisão, pergunta-se sem ofender, seria mais lógico.

Dez especialistas têm dez opiniões, poucos consensos, a política se encarrega do resto, podemos facilmente chegar ao absurdo de se prender surfistas isolados numa praia, aliás já chegamos nisso. Não há nada mais irracional do que o ser humano em pânico, o animal irracional é bem mais lógico na sua rota de fuga e defesa.

Andre Motta Araujo

Advogado, foi dirigente do Sindicato Nacional da Indústria Elétrica, presidente da Emplasa-Empresa de Planejamento Urbano do Estado de S. Paulo

32 Comentários

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  1. Ótimo texto, por quê se impede a prática de surfe enquanto há pessoas andando nos calçadões? Aglomerações nos supermercados o que mais tem.

  2. Um na praia incentiva mais um a ir a praia. Um no parque incentiva outro, se ele pode por que eu não posso?, a ir para o parque. E assim, cria-se a aglomeração…

  3. A falta de clareza, habilidade e liderança do Governo Federal deu chance para que Governadores e Prefeitos picaretas promovessem essa zona nacional com apoio de um STF medíocre, desorientado e politiqueiro. Todos nababos quase inúteis mas regiamente remunerados.

    E nesse vácuo de autoridade prefeitinhos caipiras e zé ruelas até fecham cidades estabelecendo pequenas ditaduras que comprometem direitos do cidadão. Cananéia é um exemplo grotesco. Enfiados no fiofó do Estado de São Paulo, cidade sem saida, é facil fechar e ferrar seus moradores que precisam a todo momento de fazer compras em cidades próximas como Pariquera-Açú e Registro (que não cometeram essa estupidez).

    Ninguém planejou e nem pesou as consequências do isolamento. Foi feito de surpresa (Dória puxou os demais bovinos) mais por rebeldia e interesse político que humanismo. Ninguém parou para analisar a equação saúde/economia/custo social inevitável.

    Não há consenso nem entre cientistas. Considero razoável o isolamento seletivo e sintomático: grupos de risco e infectados submetidos a testes de comprovação.

    Lamento dizer: nesse caso Bolsonaro está mais perto da análise racional. Pena que se atrapalhe pelo temperamento mercurial e falta do traquejo que se espera de um bom administrador.

    Somos vítimas de um sistema dominado por políticos vagabundos, inconsequentes e incompetentes.

    1. Parabéns Cananeia, cidade onde minha vó nasceu e onde passei minhas últimas férias. Parabéns por proteger seus cidadãos e não seguir os loucos.

  4. Questão principal é que o coronavírus se nutre da falta de educação…
    brasileiros têm o péssimo hábito de se juntar para aparecer ou se mostrar para os outros

    quanto aos surfistas, realmente um exagero, o fim da picada, punir quem sempre fez questão de se afastar das aglomerações

    O ponto de equilíbrio era para ser encontrado na economia, mas, como a nossa não resiste à uma quarentena, restará provado que nunca existiu. País que vive do ontem para o amanhã, nunca teve ou terá presente ou futuro. Restará provado

  5. Na verdade, o que se precisa ter é GESTÃO DE CRISE.

    Quarentena, isolamento, lockdown, distância social é apenas UM DOS FATORES.

    Existe varios outros: discurso unificado, plano de ação com inicio meio e final badeado em parametros., testagem da população, controle de aeroportos, e de movimentação de uma região a outra, aumento da capacidade do sistema de saúde, entre outros.

    O Brasil não tem nada disso.

    Por isso, essas discussões absurdas, sem logica e sem nexo.

    Se não dermos muita, mas muita sorte nosso destino será pior que Itália, Espanha, EUA e Equador juntos.

  6. Olha, parece muito coerente tudo o que você escreve… parece.
    Sabemos, por exemplo, que pode-se ir ao supermercado, como é lógico e necessário. Mas veja-se a foto de um supermercado de classe média baixa em São Paulo, as pessoas apinhadas, a grande e imensa maioria sem máscara, encostando no cotovelo um do outro, conversando cheek to cheek.
    Ou aquela legião de pessoas na Praça do pôr do sol.
    Para não falar que há pesquisas que mostram que os corredores lançam os seus atléticos perdigotos a distâncias muito maiores do que dois metros. O cara sai correndo sem máscara, é claro, e vai lançando seus aerossóis para trás. E uma velhinha tonta qualquer passa para, sei lá, ir tomar uma vacina, e recebe em plena cara ou plena máscara meia boca a cusparada atlética coronada. Ou ensolarada.
    E se um sai na rua, o outro quer sair também.
    Não me surpreenderia ver trechos de seu artigo citado por bolsominions ou pelo chefão. Está quase na mesma linha de raciocínio. Dá uma olhada no que fez a Nova Zelândia, por exemplo, e o resultado em número de mortes.
    O seu artigo é muito lindo na Alemanha. Aqui, realmente, não é bem assim.

  7. “…Não há nada mais irracional do que o ser humano em pânico…” Pergunta que não quer calar, mesmo que saibamos a resposta que está em qualquer encarte e publicação contrárias às ações do atual Governo Federal. Há quem interessa a histeria? O Brasil fica ainda mais absurdamente de muito fácil explicação. Até aonde alguns chegam para sustentar seus objetivos? Histeria, pânico e desinformação. Pobre país rico.

  8. O problema nao está na ilógica das determinações, mas sim na necessidade que a nossa formação social impoe de se criar uma unica regra para diferentes.
    O problema não é o velhinho caminhando ou o surfista isolado. O problema está em as pessoas não se conscientizar em da importância do problema. Se houver liberação ou isolamento vertical vão tratar como uma gripezinha e colheremos os resultados de Italia, Espanha ou Estados Unidos

  9. Aqui em Curitiba a pessoa sai de máscara de manhã pra caminhar com o cachorro, sem ter ninguém na rua. Estatisticamente a chance de sofrer um assalto violento deve ser bem maior do que pegar coronavírus nesse passeio. Mas… somos seres humanos, não somos movidos somente a estatísticas. Vai ver a pessoa se sente psicologicamente mais segura de máscara, ou acredita que o vírus seja levado pelo vento e jogado em suas vias respiratórias, sei lá. No meu caso me parece mais lógico que o problema maior seja em locais fechados, ou o contato da mão em algo contaminado para depois eventualmente ir ao rosto. Mas, me parece que nem os infectologistas fecham questão quanto a nada disso.

  10. Desculpem o longo comentário (mais por compartilhar informações que suponho relevantes), mas cada vez surpreendo-me mais com esta discussão entre o que JÁ SABEMOS (e podemos agir) e o que ainda NÃO SABEMOS (e podemos aprender, discutir, propor). A ciência e o conhecimento (não um ‘médio consenso)’ dizem que:
    Além do perdigoto ou gotícula pelo ar, o vírus se espalha por contato direto (ex: mãos, mas não só).
    Se o vírus for levado à boca, nariz ou olhos ele adoece a pessoa (em vários níveis de afetação, desde o assintomático até a morte).
    Portanto, QUALQUER pessoa pode ser um vetor de contaminação de OUTRAS pessoas.
    Para tanto, não precisam estar doentes nem contaminadas. Basta que façam contato com uma pessoa ou coisa e depois com outra pessoa.
    (e se depois da CONTAMINAÇÃO à terceiro(s), se lavar devidamente as mãos, volta a ser uma pessoa “limpinha, sã e cheirosa”.
    Quanto mais pessoas nas ruas, maior a PROBABILIDADE disso acontecer.
    Quanto mais isso acontecer, mais EXPONENCIAL será a contaminação.

    Portanto uma pessoa “limpinha, sã e cheirosa” (um “atleta”!) surfando sozinho numa praia de 10 km, se ao sair tocar numa grade que alguém contaminou e depois encontrar com um “parça” e cumprimentá-lo, “voilà”: passou o vírus adiante!
    E esse parça vai pegar um busão, pegar nas barras do teto até que chegue no seu assento. E outros 10 passageiros farão o mesmo depois. E “voilà”! Já são 11 “fregueses” do surfista solitário. Desses 11, 3 têm álcool gel, mas só 2 vão lmpar as mãos antes de tocar em uma dezena de outras coisas. O 3o. vai dar uma coçadinha no nariz e “voilà”: doente. Os outros 8, 5 vão tocar um monte de coisas até poder lavar as mãos e dar a coçadinha…Voilà!
    Vamos parar por aí, porque já dá pra entender que até um surfista solitário numa praia deserta pode desencadear uma contaminação exponencial?
    Ou não! Mas isso depende de OUTRAS coisas. (higiene, consciência, conhecimento do vírus, descuido, distração…). Não do seu mero distanciamento.
    Agora multipliquemos isso por milhares, centenas de milhares, milhões.
    E vamos contando…

    Nada do acima (além da estorinha) é mero “consenso” ou crença. Não há NENHUMA DÚVIDA ou (não deve haver) discussão sobre isso!
    A única coisa que é indiscutível é que se isto não for respeitado, muito mais pessoas serão contaminadas, adoecidas e mortas.
    O resto (ainda) é achismo, aposta ou os dois:
    Há remédio? Até agora não sabemos.
    Há vacina? Ainda não
    A doença auto-imuniza? Há casos que não.
    Uma eventual imunização em massa reduziria as mortes ou o tempo de pandemia? Não sabemos
    Isso “salvaria” a Economia? Não
    Reduziria os danos em que nível? Não sabemos

    Fora isso, sabemos que “já há e haverá prejuízos’ à economia. em todo mundo. Mas:
    Quanto? Não sabemos
    Qual a dose de isolamento x prejuízo? Não sabemos
    Como será a recuperação? Não sabemos.

    Sempre focando em Ciência e Conhecimento. vamos tentar colocar esta discussão em perspectiva com as seguintes variáveis:

    a) Economia é algo complexo e tão polêmico que há prêmios Nobel que pensam totalmente ao contrário. Nem em tempos sem pandemia, conseguimos “consenso’ sobre o tema que interessa a todos.
    b) Já contaminação é algo que até algumas crianças podem entender, tipo guerra de/na lama. Já probabilidade e progressão geométrica / cálculo exponencial exige um pouco mais, o ensino médio.

    Seria responsabilidade da mídia e instituições esclarecer BEM, para que todos possam agir de acordo com a realidade dos fatos e do conhecimento, não dos achismos trumpistas e bolsonarianos. Mas ela não faz, fazer o quê?
    São 3 fatores principais sobre o VÍRUS: CONTAMINAÇÃO, EXPONENCIALIDADE E PROBABILIDADE. Vamos relembrar o que ajudaria muito entender:

    O VIRUS:
    1) Embora haja alguma discussão sobre isso, se adotarmos a premissa que todo ser vivo se reproduz, vírus NÃO É UM SER VIVO. É apenas um material genético inerte, envelopado por uma capa de gordura (proteína), que é o que permite penetra em células vivas e aí “adoecê-la” como um parasita e ser multiplicado pela reprodução DELAS.
    2) Se esta capa se dissolver ou degradar, o material genético desprotegido se desmonta ou degrada junto. Dependendo do ambiente ou material onde o vírus estiver, ele pode durar mais ou menos, de dias a horas.
    3) É exatamente isso que a água e sabão, o álcool gel fazem: dissolvem a capa / envelope de gordura e portanto “desmontam” o vírus. “Matar pode ser apenas uma figura de linguagem, mas pode induzir a erros
    4) Entendermos vírus como uma “sujeira esperta”, um “nano-robô sem bateria”, uma “tinta invisível”, é importante para por ex. evitarmos práticas perigosas como “desinfetar” com vinagre para “matar o bichinho”, prosperando a doença ingenuamente.
    5) Portanto uma “mancha” de vírus numa superfície, como uma sujeira, não cresce nem muda de lugar, a menos de ação externa (esfregar, etc.).
    6) A míRdia faria uma ENORME contribuição para evitar carestia e falta de ÁLCOOL GEL, se fizesse uma campanha (ex. 1 semana) para explicar que ele só é necessário FORA DE CASA, por evaporar e não precisar de pia e/ou toalha. Ao contrário, há programas e artigos que chegam ao cúmulo de sugerir que as pessoas lavem as mãos com água e sabão e DEPOIS com álcool gel!
    7) Outros produtos como água sanitária diluída e sabões e detergentes comuns também são eficazes, mas como agridem a pele, não são recomendados para as mãos. Mas podem e devem ser usados em vez de álcool gel para descontaminar COISAS (superfícies, objetos, etc.). Mais uma vez, a míRdia pode ajudar.

    CONTAMINAÇÃO:
    1) É exponencial, que nem pirâmide financeira. O limite seria a população da Terra.
    2) A contaminação não é só aérea (perdigotos/gotículas respiratórias). É por contato com qualquer pessoa ou objeto que contenha o vírus. Portanto, vc pode estar sozinho numa praia de 40 km, pegar numa barra de ginástica nas redondezas e se contaminar nela. Portanto o distanciamento de 2 m ou 2 km não é garantia, apenas UM DOS CUIDADOS a se tomar (contaminação aérea).
    3) Uma pessoa não precisa estar doente para poder contaminar outra. NEM PRECISA estar contaminada ou “assintomática”. Mesmo 100% sã e limpinha com sabão ou álcool gel, contaminará outra se pegar em algo contaminado e depois cumprimentar outra pessoa, ainda que fosse com a mão de um “braço de pau”.
    Tem um “presidente” que faz isso publica e frequentemente, sem ser impedido ou advertido por tal ação irresponsável e criminosa.
    4) Se depois disso o transmissor se lavar com água e sabão ou álcool gel, estará “puro” com quando nasceu (em relação ao vírus). Já o contaminado não estará doente, se se “descontaminar” (sabão/álcool gel) antes de passar a mão (ou outra parte contaminada) nos olhos, nariz e boca. Caso contrário, terá adquirido a doença, sintomaticamente ou não.
    5) Pessoas tocam em pessoas E EM COISAS. Mesmo conscientes de não se tocarem, ao tocarem algo contaminado anteriormente e continuarem a tocar coisas (e pessoas) posteriormente antes de limpar as mãos estarão espalhando o vírus nestas coisas (ou pessoas): dinheiro, cartões, teclados, telas, maçanetas, barras e balaústres, embalagens, prateleiras, balcões, escolha de produtos embalados ou não, etc.

    PROBABILIDADE:
    1) A probabilidade de uma pessoa se manter em casa contra outra que (mesmo sã, limpa e protegida) sai todo dia ou frequentemente e sair pegando em coisas contaminadas e espalhando a contaminação para outras é muito maior, mesmo que com luvas ou limpeza frequente. Uma distração e “voilà”. E quanto mais andar e tempo ficar, maior e a probabilidade de “distrações” (fora os negligentes como o “mito”).
    2) Se multiplicarmos estas ‘probabilidades” (distrações, descuidos, negligências, etc.) por milhares ou milhões e agregarmos a exponencialidade desta contaminação, onde podemos chegar?
    3) Há ainda a falsa afirmação de que pobres estarão confinados em ambientes pequenos e se contaminarão mais. Ressaltando que este é um problema que será inevitável mesmo que estivessem todos saindo à escola ou trabalho, tipicamente se juntarão à noite.
    4) A probabilidade de se contaminarem entre si em casa será muito maior se todos saírem, expondo-se não só entre si, mas à pessoas conhecidas e desconhecidas e à toda contaminação das centenas de objetos que tocarem o dia todo.
    4) Lembrando que os números oficiais são CERTAMENTE subnotificados (não há testes, há indigências e descontroles, etc.)

    A FALSA “PARALISAÇÃO”:
    1) É falso que o país parou. É fato que reduziu suas atividades em um nível nunca visto. Mas temos alimentos, energia, combustível, transportes, supermercados, logística, serviços por entrega, comunicações (tv, telefone, internet), tudo funcionando.
    2) Serviços não essenciais principalmente os que aglomeram, foram limitados e, como em qualquer aprendizado, podem ser ajustados.
    3) Não se sabe o que aconteceria com “tudo funcionando” perante as perdas de força de trabalho (até donos e chefes também podem morrer) e a falta de demanda pelo cuidado de todos em evitar exposições desnecessárias e o caos de famílias perdendo os seus, hospitais e cemitérios sobre-lotados, recursos em maior falta, etc. Embora provavelmente menor, ainda assim imensos prejuízos à “dona Economia”. Aquela que depende de GENTE.
    3) O que está incomodando o presidente não é exatamente o “povo” ou os “empregos, se não já teria proposto e acelerado as medidas de socorro. O que evidencia preocupação é com os negócios dos “parças” deixando de fazer receita, como a Havan, a Riachuelo, as igrejas evangélicas (decretou uma inacreditável MP de religião como serviço “essencial.
    4) O isolamento social não será eterno nem terminará de repente, poderá ser diminuído num “phasing out” cuidadoso e programado, levando em conta o aprendizado entre a catástrofe sanitária e os danos INEVITÁVEIS à economia e ao emprego. Resolvê-los com briga será sempre pior que com colaboração.

    O PIOR DE 2 MUNDOS:
    Temos um “presidente” que não ajuda nem a SAÚDE nem a ECONOMIA. Atrapalha:
    1) Em vez de discutir com sua equipe, a contraria e sabota publicamente.
    2) Em vez de discutir com seus pares (governadores e prefeitos), abre guerra com eles.
    3) Em vez de trazer e propor soluções, anda a reboque do legislativo (felizmente!).
    4) Em vez de debater seriamente com quem de direito acima, que podem ajudar e decidir, fica promovendo papo de botequim com duzia e meiú de fãs.
    5) Usar a “morte” por pobreza e desemprego é de uma hipocrisia incomensurável (“pessoas morrem!”), num mundo pré-crise de 700 milhões de miseráveis, por gente que não evidencia a menor preocupação com a vida. Decente ou não.
    6) A preocupação dessa gente é e sempre foi com NEGÓCIOS. Pessoas podem morrer, mas empresas não podem falir. Sequer perder!

    Com tudo isso acima, causa desinformação, desobediência e desvio de foco no esforço contra a pandemia e pela economia.
    Ou seja a discussão é a seguinte:
    Agirmos nas urgências, dentro do que já sabemos
    Aprender, unir, debater e planejar o que ainda não sabemos
    Salvando o máximo possível de vidas.

    1. Endosso e reitero: irretocável. Merece ser publicado expressamente como resposta à irresponsabilidade que é o artigo original. Curioso apontar a postura, por vezes irresponsável, de “dezenas de especialistas sem consenso”, para construir uma pretensa proposição que não contém um traço sequer de base e/ou experiência em biologia, epidemiologia e saúde pública. O que em filosofia, antropologia e na história das ideias soa como premissa saudável à reflexão, torna-se mera ilação no interior da vida humana mais palpável: as mortes de milhares de pessoas não se recuperam com hierarquização da racionalidade ou com categorização teórica dos riscos. Em tempos incertos, ouvir quem tem mais experiência e dedica a própria vida a esse tipo de estudo não só é prudente como poupa vidas.

  11. Desculpem o longo comentário (mais por compartilhar informações que suponho relevantes), mas é cada vez mais surpreendente esta discussão entre o que JÁ SABEMOS (e podemos agir) e o que ainda NÃO SABEMOS (e podemos aprender, discutir, propor). A ciência e o conhecimento (não um ‘médio consenso)’ dizem que:
    Além do perdigoto ou gotícula pelo ar, o vírus se espalha por contato direto (ex: mãos, mas não só).
    Portanto não é só “aglomeração”. É a quantidade de pessoas, mesmo não aglomeradas, que tocam coisas com o vírus OU coisas que são tocadas por alguém com o vírus (não precisa estar doente) ou as duas coisas, tocando algo contaminado e espalhando contaminação indeterminadamente depois.
    Este processo de contaminação é tão maior quanto mais tempo, mais longo o trajeto e com menos controle (indeterminação) a(s) pessoa(s) estiver(em), ainda que não aglomeradas.
    Há ainda outros fatores pouco controláveis nas ruas, como a consciência, conhecimento, responsabilidade, atenção e até o desprezo de cada um às medidas de segurança, proteção (uns com máscaras, outros não), manter distância, evitar toque, descontaminação antes ou após tocar coisas, etc.
    Num prédio, por ex., além das paredes, o controle é muito mais facilitado: há a limpeza (zeladoria), o curto tempo e trajeto fora da unidade (ex. pegar uma entrega) e a maior oportunidade das pessoas se descontaminarem assim que voltam para sua unidade, o conhecimento dos vizinhos e a própria consciência condominial de isolamento e suas restrições (áreas comuns fechadas ou restritas, etc.).

    O fato é que a cada contaminação, sabemos que se o vírus for levado à boca, nariz ou olhos ele adoece a pessoa (em vários níveis de afetação, desde o assintomático até a morte).
    Portanto, QUALQUER pessoa pode ser um vetor de contaminação de OUTRAS pessoas.
    Para tanto, não precisam estar doentes nem contaminadas. Basta que façam contato com uma pessoa ou coisa e depois com outra pessoa.
    (e se depois da CONTAMINAÇÃO à terceiro(s), se lavar devidamente as mãos, volta a ser uma pessoa “limpinha, sã e cheirosa”.
    Quanto mais pessoas nas ruas, maior a PROBABILIDADE disso acontecer.
    Quanto mais isso acontecer, mais EXPONENCIAL será a contaminação.

    Portanto uma pessoa “limpinha, sã e cheirosa” (um “atleta”!) surfando sozinho numa praia de 10 km, se ao sair tocar numa grade que alguém contaminou e depois encontrar com um “parça” e cumprimentá-lo, “voilà”: passou o vírus adiante!
    E esse parça vai pegar um busão, pegar nas barras do teto até que chegue no seu assento. E outros 10 passageiros farão o mesmo depois. E “voilà”! Já são 11 “fregueses” do surfista solitário. Desses 11, 3 têm álcool gel, mas só 2 vão lmpar as mãos antes de tocar em uma dezena de outras coisas. O 3o. vai dar uma coçadinha no nariz e “voilà”: doente. Os outros 8, 5 vão tocar um monte de coisas até poder lavar as mãos e dar a coçadinha…Voilà!
    Vamos parar por aí, porque já dá pra entender que até um surfista solitário numa praia deserta pode desencadear uma contaminação exponencial?
    Ou não! Mas isso depende de OUTRAS coisas. (higiene, consciência, conhecimento do vírus, descuido, distração…). Não do seu mero distanciamento.
    Agora multipliquemos isso por milhares, centenas de milhares, milhões.
    E vamos contando…

    Nada do acima (além da estorinha) é mero “consenso” ou crença. Não há NENHUMA DÚVIDA ou (não deve haver) discussão sobre isso!
    A única coisa que é indiscutível é que se isto não for respeitado, muito mais pessoas serão contaminadas, adoecidas e mortas.
    O resto (ainda) é achismo, aposta ou os dois:
    Há remédio? Até agora não sabemos.
    Há vacina? Ainda não
    A doença auto-imuniza? Há casos que não.
    Uma eventual imunização em massa reduziria as mortes ou o tempo de pandemia? Não sabemos
    Isso “salvaria” a Economia? Não
    Reduziria os danos em que nível? Não sabemos

    Fora isso, sabemos que “já há e haverá prejuízos’ à economia. em todo mundo. Mas:
    Quanto? Não sabemos
    Qual a dose de isolamento x prejuízo? Não sabemos
    Como será a recuperação? Não sabemos.

    Sempre focando em Ciência e Conhecimento. vamos tentar colocar esta discussão em perspectiva com as seguintes variáveis:

    a) Economia é algo complexo e tão polêmico que há prêmios Nobel que pensam totalmente ao contrário. Nem em tempos sem pandemia, conseguimos “consenso’ sobre o tema que interessa a todos.
    b) Já contaminação é algo que até algumas crianças podem entender, tipo guerra de/na lama. Já probabilidade e progressão geométrica / cálculo exponencial exige um pouco mais, o ensino médio.

    Seria responsabilidade da mídia e instituições esclarecer BEM, para que todos possam agir de acordo com a realidade dos fatos e do conhecimento, não dos achismos trumpistas e bolsonarianos. Mas ela não faz, fazer o quê?
    São 3 fatores principais sobre o VÍRUS: CONTAMINAÇÃO, EXPONENCIALIDADE E PROBABILIDADE. Vamos relembrar o que ajudaria muito entender:

    O VIRUS:
    1) Embora haja alguma discussão sobre isso, se adotarmos a premissa que todo ser vivo se reproduz, vírus NÃO É UM SER VIVO. É apenas um material genético inerte, envelopado por uma capa de gordura (proteína), que é o que permite penetra em células vivas e aí “adoecê-la” como um parasita e ser multiplicado pela reprodução DELAS.
    2) Se esta capa se dissolver ou degradar, o material genético desprotegido se desmonta ou degrada junto. Dependendo do ambiente ou material onde o vírus estiver, ele pode durar mais ou menos, de dias a horas.
    3) É exatamente isso que a água e sabão, o álcool gel fazem: dissolvem a capa / envelope de gordura e portanto “desmontam” o vírus. “Matar pode ser apenas uma figura de linguagem, mas pode induzir a erros
    4) Entendermos vírus como uma “sujeira esperta”, um “nano-robô sem bateria”, uma “tinta invisível”, é importante para por ex. evitarmos práticas perigosas como “desinfetar” com vinagre para “matar o bichinho”, prosperando a doença ingenuamente.
    5) Portanto uma “mancha” de vírus numa superfície, como uma sujeira, não cresce nem muda de lugar, a menos de ação externa (esfregar, etc.).
    6) A míRdia faria uma ENORME contribuição para evitar carestia e falta de ÁLCOOL GEL, se fizesse uma campanha (ex. 1 semana) para explicar que ele só é necessário FORA DE CASA, por evaporar e não precisar de pia e/ou toalha. Ao contrário, há programas e artigos que chegam ao cúmulo de sugerir que as pessoas lavem as mãos com água e sabão e DEPOIS com álcool gel!
    7) Outros produtos como água sanitária diluída e sabões e detergentes comuns também são eficazes, mas como agridem a pele, não são recomendados para as mãos. Mas podem e devem ser usados em vez de álcool gel para descontaminar COISAS (superfícies, objetos, etc.). Mais uma vez, a míRdia pode ajudar.

    CONTAMINAÇÃO:
    1) É exponencial, que nem pirâmide financeira. O limite seria a população da Terra.
    2) A contaminação não é só aérea (perdigotos/gotículas respiratórias). É por contato com qualquer pessoa ou objeto que contenha o vírus. Portanto, vc pode estar sozinho numa praia de 40 km, pegar numa barra de ginástica nas redondezas e se contaminar nela. Portanto o distanciamento de 2 m ou 2 km não é garantia, apenas UM DOS CUIDADOS a se tomar (contaminação aérea).
    3) Uma pessoa não precisa estar doente para poder contaminar outra. NEM PRECISA estar contaminada ou “assintomática”. Mesmo 100% sã e limpinha com sabão ou álcool gel, contaminará outra se pegar em algo contaminado e depois cumprimentar outra pessoa, ainda que fosse com a mão de um “braço de pau”.
    Tem um “presidente” que faz isso publica e frequentemente, sem ser impedido ou advertido por tal ação irresponsável e criminosa.
    4) Se depois disso o transmissor se lavar com água e sabão ou álcool gel, estará “puro” com quando nasceu (em relação ao vírus). Já o contaminado não estará doente, se se “descontaminar” (sabão/álcool gel) antes de passar a mão (ou outra parte contaminada) nos olhos, nariz e boca. Caso contrário, terá adquirido a doença, sintomaticamente ou não.
    5) Pessoas tocam em pessoas E EM COISAS. Mesmo conscientes de não se tocarem, ao tocarem algo contaminado anteriormente e continuarem a tocar coisas (e pessoas) posteriormente antes de limpar as mãos estarão espalhando o vírus nestas coisas (ou pessoas): dinheiro, cartões, teclados, telas, maçanetas, barras e balaústres, embalagens, prateleiras, balcões, escolha de produtos embalados ou não, etc.

    PROBABILIDADE:
    1) A probabilidade de uma pessoa se manter em casa contra outra que (mesmo sã, limpa e protegida) sai todo dia ou frequentemente e sair pegando em coisas contaminadas e espalhando a contaminação para outras é muito maior, mesmo que com luvas ou limpeza frequente. Uma distração e “voilà”. E quanto mais andar e tempo ficar, maior e a probabilidade de “distrações” (fora os negligentes como o “mito”).
    2) Se multiplicarmos estas ‘probabilidades” (distrações, descuidos, negligências, etc.) por milhares ou milhões e agregarmos a exponencialidade desta contaminação, onde podemos chegar?
    3) Há ainda a falsa afirmação de que pobres estarão confinados em ambientes pequenos e se contaminarão mais. Ressaltando que este é um problema que será inevitável mesmo que estivessem todos saindo à escola ou trabalho, tipicamente se juntarão à noite.
    4) A probabilidade de se contaminarem entre si em casa será muito maior se todos saírem, expondo-se não só entre si, mas à pessoas conhecidas e desconhecidas e à toda contaminação das centenas de objetos que tocarem o dia todo.
    4) Lembrando que os números oficiais são CERTAMENTE subnotificados (não há testes, há indigências e descontroles, etc.)

    A FALSA “PARALISAÇÃO”:
    1) É falso que o país parou. É fato que reduziu suas atividades em um nível nunca visto. Mas temos alimentos, energia, combustível, transportes, supermercados, logística, serviços por entrega, comunicações (tv, telefone, internet), tudo funcionando.
    2) Serviços não essenciais principalmente os que aglomeram, foram limitados e, como em qualquer aprendizado, podem ser ajustados.
    3) Não se sabe o que aconteceria com “tudo funcionando” perante as perdas de força de trabalho (até donos e chefes também podem morrer) e a falta de demanda pelo cuidado de todos em evitar exposições desnecessárias e o caos de famílias perdendo os seus, hospitais e cemitérios sobre-lotados, recursos em maior falta, etc. Embora provavelmente menor, ainda assim imensos prejuízos à “dona Economia”. Aquela que depende de GENTE.
    3) O que está incomodando o presidente não é exatamente o “povo” ou os “empregos, se não já teria proposto e acelerado as medidas de socorro. O que evidencia preocupação é com os negócios dos “parças” deixando de fazer receita, como a Havan, a Riachuelo, as igrejas evangélicas (decretou uma inacreditável MP de religião como serviço “essencial.
    4) O isolamento social não será eterno nem terminará de repente, poderá ser diminuído num “phasing out” cuidadoso e programado, levando em conta o aprendizado entre a catástrofe sanitária e os danos INEVITÁVEIS à economia e ao emprego. Resolvê-los com briga será sempre pior que com colaboração.

    O PIOR DE 2 MUNDOS:
    Temos um “presidente” que não ajuda nem a SAÚDE nem a ECONOMIA. Atrapalha:
    1) Em vez de discutir com sua equipe, a contraria e sabota publicamente.
    2) Em vez de discutir com seus pares (governadores e prefeitos), abre guerra com eles.
    3) Em vez de trazer e propor soluções, anda a reboque do legislativo (felizmente!).
    4) Em vez de debater seriamente com quem de direito acima, que podem ajudar e decidir, fica promovendo papo de botequim com duzia e meiú de fãs.
    5) Usar a “morte” por pobreza e desemprego é de uma hipocrisia incomensurável (“pessoas morrem!”), num mundo pré-crise de 700 milhões de miseráveis, por gente que não evidencia a menor preocupação com a vida. Decente ou não.
    6) A preocupação dessa gente é e sempre foi com NEGÓCIOS. Pessoas podem morrer, mas empresas não podem falir. Sequer perder!
    7) Com tudo isso acima, causa desinformação, desobediência e desvio de foco no esforço contra a pandemia e pela economia.

    Daí, estamos num processo NOVO, de APRENDIZADO. O bom senso não pode ser muito diferente de :
    Agirmos respeitando as urgências, dentro do que já sabemos.
    Aprender, unir, debater e planejar o que ainda não sabemos.
    Salvando o máximo possível de vidas.

    1. À moderação: este comentário duplicado (porém revisado) aconteceu por algum problema na hora do envio do anterior (o primeiro, que pode ser deletado, caso queiram). Desculpem e obrigado.

  12. Um parque é muito mais saudável do que um cubículo mas num cubículo a tendência é que um infectado transmita o vírus para menos gente. Ademais, para se operacionalizar essa liberação de modo a evitar aglomeração nos espaços públicos, teria de haver um controle de quantidade, com uma espécie de autorização digital. De outra forma, o coronavirus fará a festa

  13. Silogismo

    Num parque ao ar livre tem menos vírus circulando do que nas escadarias, portarias, corredores e elevadores dos edifícios de apartamentos.
    Logo, se não há como não se arriscar a contrair o vírus nos elevadores, escadarias, corredores e portarias de condomínios, porque não se arriscar a contraí-lo também nos parques ao ar livre e nas praias, onde o risco de contágio existe mas é menor?
    Um risco maior justifica um risco menor e quem pode o mais, pode o menos.

    1. Não existe isolamento perfeito,a simples ida a supermercados é um enorme risco, a questão é balancear riscos com necessidades, a ida aos parque é apenas um risco a mais, como é o supermercado.

      1. Ir a um supermercado comprar coisas essenciais em circunstâncias anormais é uma necessidade. Ir à praia e parques em tais circunstâncias, não.

  14. O André Araújo afirma que, assim como com o câncer, os humanos têm que conviver com os vírus.

    Um detalhe que não deveria passar batido (mas passou): o câncer , ao contrário do coronavirus, não é infecto-contagioso.

    Segundo o Bolsoburro, ou os pobres se arriscam a morrer de fome na quarentena, ou, a fim de não morrerem de fome, abandonam a quarenta e se arriscam a morrer em decorrência de infecção por covid-19. Ele prefere que os pobres morram de covid, desde que trabalhando, do que de fome, inertes em suas casas.
    Ora, a fome não decorre da ausência ou escassez de alimentos, mas da superprodução de alimentos. Ou seja, o problema da fome, não é técnico, é político. Já o problema sanitário não é político, é técnico. O problema da fome tem solução, o problema sanitário, por enquanto, não tem solução.

  15. Bronstein, não é sensato surfar durante uma crise sanitária que exige isolamento social s fim de se evitar óbitos gratuitos. É insensato andar em calçadões e se aglomerar em supermercado durante uma crise de saúde pública que exige quarentena.
    Um erro não conserta outro

  16. Acho que o caso é o seguinte, se você libera atividades ao ar livre, parques, etc, ao invés das pessoas fazerem um uso racional dessa liberdade, vão todas ao mesmo tempo pro mesmo local, em bandos, se aglomerar. Libere o surfista solitário e em algumas horas não se verá um metro de areia livre. Está se vendo que, mesmo com as medidas que o articulista considera exageradas, as pessoas continuam se deslocando sem necesidade, lotando todos os espaços.

  17. AMA, o problema não é apenas a pessoa SE contaminar, mas ESPALHAR a contaminação, ainda que não se contamine!
    O problema não é o destino apenas, mas o TRAJETO, como e por onde as pessoas passam até chegar lá (e voltar).
    As variáveis envolvidas são muitas: limpeza, controle, atenção (ou desprezo!).
    Quando alguém, ainda que 100% são e descontaminado vai ao supermercado (necessidade essencial) e está atento, consciente, responsável, etc. não é difícil tomar todas as precauções para não se contaminar.
    Mas é quase impossível que ele assegure que não espalhe o vírus em tudo que ele tocar, a menos que descontamine as mãos a cada toque (escolher uma fruta, selecionar algo embalado, digitar a senha do cartão, passar coisas no checkout, pegar um carrinho, etc.), o que é pouco provável e sujeito á distrações.
    Portanto vc pode tomar todos os cuidados e ter sucesso em ir e voltar ‘incólume”, chegar em casa, tirar as roupas, lavá-las e tomar um bom banho e continuar 100% são e descontaminado.
    E ainda assim ter sido um vetor de disseminação da contaminação! Indeterminada!!!
    Como temos 2 variáveis matemáticas envolvidas (probabilidade e progressão geométrica / exponencial), VOCÊ MESMO está respondendo à questão do isolamento (que não é “total”):
    “Se há riscos”, eles serão tanto maiores quanto mais gente estiver circulando (probabilidade).
    Se a contaminação cresce, a pandemia também cresce.
    Só que exponencialmente!

    PS: (Continuo concordando com a questão do “equilíbrio” e que haverá um imenso dano à economia. Mas há alguém que tenha essa resposta? Com certeza, não será um insano irresponsável que fala bobagens e mentiras comprovadas que responderá. O que ele faz é apostar e isso, um chimpanzé também pode fazer. E até acertar)

  18. É muito simples. Se o parque ou a praia estão vazios, é porque seus habituais frequentadores estão em isolamento social, dentro de suas casas. Eu olho aquele espaço tentador, que parece me convidar pra visitá-lo, e me considero no direito de usufruir dele. Praia e parque vazios só pra meu usufruto, às custas do confinamento alheio. Que bacana… Mas aí um vizinho me vê curtindo o parque ou a praia sozinha, pela janela do seu apertamento… e pensa, “se ela pode, por que eu não posso?” E vem outro, e mais outro. Daí temos os parques e praias entupidos de gente se acotovelando. Ai que droga, penso, que povo sem educação!!!! Estava tão legal quando eu podia usufruir dos espaços de lazer em segurança, às custas do confinamento alheio!!! Brasileiro é tãããão atrasado!!!! (Modo ironia on)

  19. Acho que quem é formador de opinião tem de tomar muito cuidado quando se posiciona, afirma ou questiona algo. Logicamente uma praia ou parque é muito mais salubre que um cômodo fechado, com pouca ou nenhuma luz natural, ou 2 peças onde moram até 15 pessoas como vemos nas favelas.
    Também ficou visível que os brasileiros, diferente dos alemães, relaxaram muito depois da fala do nosso presidente e de muitos pastores e saíram às ruas fazendo aglomeração. Fotos nos parques do sul onde moro, eram assustadoras, parecia uma cena de férias.
    Como não sabemos muito, o vírus já se apresentou com outros padrões no Brasil, o pouco que sabemos é que o distanciamento social e a quarentena são nossos melhores aliados para que nosso sistema de saúde não colapse. Quando temos políticos tirando proveito mórbido da situação incentivando uma “higienização”, empurrando as pessoas para a rua seja através de medidas ineficientes ou menosprezando os fatos e outros (usando do bom senso pela primeira vez) sendo os salvadores da pátria confundindo a opinião pública e colocando vidas em jogo, acredito que devamos pecar pelo excesso de cuidado e não pela negligência de uma falsa realidade, ir ao parque ou a praia hoje, pode dar essa impressão.

  20. To na Paraiba. Eu nado no mar, é de graça e sou maritimo. A praia toda vazia, mas ali embaixo dos coqueiros o povo – poucas pessoas – insistem em ficar amontoados. Por que? Prefiro não saber.

  21. Se fosse apenas meia duzia na praia seria ótimo, mas se deixar apenas 1 a praia lota em 2 horas.

    A quarentena serve apenas para impedir novos contágios, enquanto o sistema de saude trata aqueles já infectados, até que o virus pare de circular por falta de individuos portadores/transmissores.

    A imunização é uma grande interrogação. A surpresa dos pesquisadores ao retirar o soro de individuos considerados curados da infeccão, e supostamente imunizados, para usá-lo para introduzir anticorpos contra o virus em pacientes ainda doentes foi que parte deles não tinha os anticorpos logo não desenvolveu a esperada imunidade. Por isso a teoria da imunização de manada ficou enfraquecida. Com isso o que restou, por enquanto, como estratégia segura contra o corona foi sua eliminação gradual impedindo-o de se multiplicar em novos hopedeiros. E para isso o isolamrnto físico é a unica saída. O tempo necessario é ditado em boa parte pelo ciclo evolutivo da própria doença.

  22. André Araújo ficou com medo de defender a posição do chefe da Familicia e fez um texto fraquinho, fraquinho, atacando filigranas da política de isolamento. O que André pretende é a Economia acima de tudo.
    Quando deixarmos o ser humano em segundo plano, teremos assumido a barbárie do chefe da Familicia como o novo normal.

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