Com informações do Financial Times
Se a crise do coronavirus é um ponto de inflexão na influência geopolítica dos Estados Unidos, a contribuição de Donald Trump não pode ser desprezada.
Assim como no caso de Jair Bolsonaro, no Brasil, nunca uma crise desafiadora como a atual encontrou pela frente governantes tão despreparados como ambos.
À medida que a crise se alastra, a China vai espalhando seu soft power pelo mundo, fortalecendo organismos multilaterais, levando ajuda, em equipamentos, para vários países do mundo.
Trump, ao contrário, aplicativo o isolamento dos EUA.
Líderes europeus e africanos estão apelando ao FMI para criar ativos de reservas adicionais para ajudar economias emergentes de baixa renda a enfrentar o coronavirus. O caminho seria expandir o Direito Especial de Saque, para acudir nações com problemas em suas reservas cambiais. A medida é condição essencial para dar efetividade às medidas que o G20 deverá endossar nesta quarta-feira.
O DES foi criado em 1969 pelo FMI para complementar as reservas oficiais dos países membros. Seu valor se baseia em uma cesta de cinco moedas, o dólar americano, o euro, o renminbi, o irei e a libra esterlina.
O apelo foi feito pela chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês Emmanuel Macron, o primeiro ministro a Etiopia Abiy Ahmed, o presidente da África do Sul Cyrill Ramaphosa. O aumento da liquidez serviria para a compra de produtos básicos e suprimentos médicos essenciais.
Maior acionista do FMI, os EUA se recusaram a endossar a proposta. Uma porta-voz do Tesouro dos EUA, declarou ao Financial Times que o país apoia “a aceleração dos procedimentos do FMI, maior acesso às operações de empréstimos de emergencia, apoio às doações do FMI a países de baixa renda”, mas não explicou a razão da recusa.
Segundo Masood Ahmed, presidente do Centro de Desenvolvimento Global, um Think tani de Washington, “bloquear um aumento de DSE simplesmente forçará esses países a buscar escolhas políticas menos eficazes, com consequências adversas para si e para a economia mundial”.
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O pobrema é que toda essa engrenagem já sente a ferrugem lhe comer.
Num artigo aqui publicado, sugerido pelo Wilton Moreira, diz-se que “um capitalismo mais humano, mais justo e mais equitativo torna-se cada vez mais impossível”. Ora, quando capitalistas e seus agentes afirmam que “a vida não tem valor infinito” e que, portanto, deve-se acabar a quarentena, em prejuízo da saúde e, em benefício do mercado, voltar ao trabalho, e quando outro babaca afirma que serão apenas 5 ou 7 mil velhinhos que perderão a vida, vê-se que, de fato, o capitalismo se desumanisa cada vez mais.
A cooperação internacional é tão fundamental quanto o isolamento social, a lavagem das mãos/punhos e o uso de equipamentos de proteção.
O isolacionismo nacional não beneficiará nenhuma nação.