Quase 200 mil pessoas se deslocaram no Sudão na última semana, diz ONU

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Na semana passada, pelo menos 198.411 pessoas foram forçadas a se mudar internamente dentro do país. Conflito interno provoca deslocamento e migrações

Refugiados de Darfur, no Sudão, buscam segurança no vizinho Chade. Foto: ACNUR/H. Caux

A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que na última semana quase 200 mil pessoas foram deslocadas de suas casas no Sudão, no norte da África, devido ao conflito interno que ocorre no país desde 15 de abril deste ano entre o Exército e o grupo paramilitar Fuerzas Rapid Support.

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) precisou que, nesse período, pelo menos 198.411 pessoas foram obrigadas a deslocar-se internamente no país, o que eleva o número para 2.613.036 deslocados desde o início do conflito.

As proporções mais altas de deslocados internos foram observadas nos estados do rio Nilo, com 16,38%, seguido pelo Norte, com 13,73%, Nilo Branco, com  10,25%, e Senar, com 8,08%. Centenas desses deslocados se tornam migrantes ao partirem para outros países, inclusive tentando atravessar o Mediterrâneo. 

A Matriz de Monitoramento de Deslocamento da organização indicou em seu relatório que, durante a semana passada, 19.429 refugiados foram registrados para um total de 757.230 pessoas que chegaram aos países vizinhos.

Movimentação transfronteiriça

“Além das deslocações internas, o contexto no Sudão provocou a movimentação transfronteiriça mista de 757.230 pessoas para os países vizinhos, nomeadamente Egipto, Líbia, Chade, República Centro-Africana, Sudão do Sul e Etiópia”, refere a nota.

O conflito entre as Forças Armadas e os paramilitares deixou mais de 3.000 mortos e cerca de 6.000 feridos, enquanto 11 milhões de pessoas precisam de assistência médica urgente.

Na semana passada, os líderes do Egito, Etiópia, Eritreia, Chade, Sudão do Sul, República Centro-Africana e Líbia se reuniram com o intuito de coordenar ações para acabar com o conflito.

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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