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Da Folha
Janio de Freitas
“Acabou-se o comércio de ministérios. Todos serão ocupados por especialistas da respectiva área. As exigências de certos núcleos partidários ultrapassaram os limites da política. A convivência harmoniosa entre entre os Poderes, determinada pela Constituição, foi rompida pela tentativa daqueles núcleos de ocupar o governo, de dominar o Executivo. Se quiserem me derrubar por esta decisão, podem fazê-lo. Mas fique o país ciente de que o governo só voltará a ter políticos no ministério quando as relações voltarem a ser normais. Sem tentativas de imposição, em plenas condições de respeito mútuo e de lealdade à democracia e ao bem do país e seu povo.”
Uma atitude de dignidade. Política e pessoal. No Brasil, gestos de dignidade não são considerados inteligentes. Na melhor hipótese, são vistos como temperamentais. Mas atitudes de dignidade não precisam ser inteligentes, basta-lhes a dignidade. E, se temperamentais, não têm por isso menos dignidade.
Em seguida, uma crise aguda com o Congresso. Rápida, como a labareda de uma bomba que logo se extingue. Congressos só enfrentam o clamor externo em raridades históricas. Clamor, no caso, de adesão a uma atitude coincidente com o repúdio, unânime no país, aos métodos predominantes na política.
Até onde Dilma Rousseff continuará cedendo, sujeitando-se aos que, quanto mais entregue se mostra, mais entrega exigem dela? E recebem.
“Negociações” por apoio no Congresso em troca de ministérios já eram espúrias. Nem “negociações” são mais. O que resultou das tais “negociações” foi, primeiro, um governo apenas em parte, a parte não originada desse tráfico. Depois, um arremedo de governo, com seu plano econômico primário sob bullying dos aliados hipócritas e dos oposicionistas, na Câmara. Pressente-se o que será agora. Nem é preciso ver as fichas de toda a nova leva dos arrivistas ou sondar-lhes as intenções ministeriais: são conhecidas por antecipação, desde que se sabe como e por que chegam às altitudes do governo.
É necessário que Dilma Rousseff cumpra o seu mandato integral, porque a interrupção, qualquer que seja a sua forma, transformará a crise em explosão irradiada. É o que asseguram as condições sociais e econômicas deste país em que não se vê, nem ao menos se vislumbra, sequer um grupo com capacidade e sob liderança à altura dos problemas atuais, quanto mais de uma tormenta.
Mas ser presidente só para se pensar presidente? Dilma está se deixando levar, e vai também por passos próprios, para muito perto de humilhações. A continuar a situação no caminho em que está, é bem mais provável que Dilma Rousseff chegue a esse território do que à recuperação do governo e do país ainda no seu mandato, como diz crer.
Por seu passado e pelo que se supunha ser a sua personalidade, de Dilma Rousseff se esperava mais coragem, a coragem do rigor, do que seus antecessores recentes demonstraram. Não é só falta de traquejo e criatividade política que tem faltado. O jogo está desaforado demais para ser recebido com tanta passividade, em nome de imaginada compreensão e responsabilidade que o negocismo político não tem e não quer ter, porque incompatível com seus propósitos.
A dignidade pessoal de Dilma Rousseff não foi posta em questão, no seu descenso político. Já passou da hora de afirmá-la de algum modo, seja qual for.
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Por que aceitou?
“Por seu passado e pelo que se supunha ser a sua personalidade, de Dilma Rousseff se esperava mais coragem, a coragem do rigor, do que seus antecessores recentes demonstraram. Não é só falta de traquejo e criatividade política que tem faltado. O jogo está desaforado demais para ser recebido com tanta passividade, em nome de imaginada compreensão e responsabilidade que o negocismo político não tem e não quer ter, porque incompatível com seus propósitos.”
Uma pessoa,qualquer pessoa, precisa conhecer seus limites, suas limitações, saber com clareza e ter plena consciência de até aonde pode ir. Por que aceitou, depois de tudo o que viu em 8 anos ao lado do presidente Lula? Não tinha consciência e ciência das suas limitações? Vaidade? Não acredito. Autossuficiência, eu faço e aconteço? Provavelmente. Não teria sido mais fácil e honroso “…Presidente, sinto muito, não sou a pessoa que vc procura, eu tenho certas dificuldades intransponíveis, certas carências, não é minha praia, procure outro nome. O jogo é bruto demais e eu não tenho jogo de cintura suficiente, conheço poucas pessoas, meu círculo é restrito, sou arredia, fechada, tenho dificuldades de conversar com as pessoas, enfim, não tenho o perfil que o cargo requer. Obrigada pela lembrança”
Há coisas boas e ruins que ninguém sabia, ela só sabia as boas
Fernando J. (quinta-feira, 01/10/2015 às 10:50),
O mundo não é tão simples como parece. Alguém avisou que Eduardo Cunha ia ganhar a presidência da Câmara dos Deputados na primeira votação?
Alguém avisou que nós íamos eleger uma das câmaras de deputados mais de direita desde a Constituição de 1988? Imagine essa Câmara de Deputados promulgando uma Constituição com maioria simples. Será que teríamos uma Constituição tão moderna como a atual. Você já reparou que a esperança da esquerda reside no Senado Federal que é historicamente um órgão mais conservador do que a Câmara dos Deputados. E qual a razão disso? Porque dois terços dos membros do Senado Federal foram eleitos em 2010.
Nós temos uma crise econômica que engendrou uma crise política. Uma crise política que tem sua força na percepção da direita de que ela é muito mais forte do que o poder que ela desfruta. A questão é que com o Plano Real a esquerda, e eu estou colocando Fernando Henrique Cardoso como de esquerda (Ele apenas é um aculturado que se encantou com a nova ordem mundial que parecia nascer naqueles dias) acabou retirando da direita qualquer possibilidade de ganhar a eleição presidencial. O Aécio Neves é um elitista, mas ele não é um exemplo próprio da direita. O principal auxiliar dele no plano administrativo, o A. Augusto Junho A. é um elitista também, mas é um getulista na defesa do interesse do Estado.
Então quando a direita descobriu-se subrepresentada na Presidência da República e majoritariamente representada na Câmara dos Deputados ela passou a reclamar pelos direitos dela. É essa, fora da questão econômica, a grande razão para a crise política.
A crise política acentuou-se com a crise econômica porque com a crise econômica a direita teve mais facilidade de se eleger com maioria. Essa crise política da sub-representação da direita na Presidência da República e super representação da direita no Congresso Nacional é antiga e foi mais acentuada com a crise econômica.
E o pior foi que a crise econômica foi se acentuar exatamente na eleição de 2014 e a crise política foi fortalecida em decorrência do que aconteceu com a economia no terceiro trimestre de 2013. Se o terceiro trimestre tivesse seguido a sinalização estabelecida a partir do último trimestre de 2012 e que foi reforçada no primeiro e segundo trimestre de 2013, muito provavelmente a economia brasileira teria crescido cerca de 1% a mais em 2013 e talvez 2% a mais em 2014. Não teríamos um ano fácil em 2014 em razão da perspectiva de elevação do juro dos Estados Unidos, mas 2014 foi destruído com o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013.
Seria preciso que os nossos melhores economistas se debruçassem sobre o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013 e explicasse para nós leigos se a queda dos investimentos na intensidade que ocorreu e em reversão à sinalização observada nos três trimestres anteriores de retomada dos investimentos foi decorrente da própria política econômica do governo ou se foi fruto de algum acontecimento específico que acabou destruindo uma política econômica que em meu entendimento fora minuciosamente engendrada e executada.
E é diante dessa realidade que a presidenta Dilma Rousseff teria que tomar sua decisão. Renunciar antes da reeleição seria uma possibilidade. Se ela ganhou muito provavelmente Lula ganharia. Agora parece-me que a direita iria utilizar outras armas no caso da candidatura de Lula. E com a renúncia a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, a escolhida por Lula, haveria possibilidade de se destruir Lula mais facilmente. E o que é mais importante, a presidenta Dilma Rousseff corrigiu durante os quatro primeiros anos do governo dela quase todos os erros que o governo havia cometido antes. E se preparava para corrigir no segundo mandato o erro mais importante que foi a valorização da moeda. No primeiro mandato a presidenta Dilma Rousseff fez desvalorizações em um ritmo mínimo dadas as condições desfavoráveis que existiam no exterior (Com o QE havia sobra de dólar e era mais o dólar que desvalorizava no mundo).
Agora o governo sabia que as condições seriam favoráveis à desvalorização. A desvalorização é uma coisa boa para o Brasil e que ela sabia que iria acontecer. E ela não precisa de popularidade para lançar as bases para o Brasil conseguir manter durante uns dez a vinte anos uma moeda desvalorizada. É com esse pensamento que ela quis a reeleição e quer continuar gerenciando o país. E eu torço para conseguir. Os cargos de ministérios não são relevantes nessa empreitada que ela traçou.
Não estou dizendo que Janio de Freitas está errado. Estou dizendo que o que molda tudo são as circunstâncias. E ganha a luta quem souber usá-las a seu favor.
Clever Mendes de Oliveira
BH, 01/10/2015
“Por seu passado e pelo que se supunha ser a sua personalidade,
Curto e grosso: não foi nesta versão da Dilma que eu votei…por mais que seja difícil crer, ainda tenho esperança de a “Dilma em que votei” vai aparecer e calar a todos…
Li agora mesmo que um dos caras que rabiscam asneiras na Veja, teria dito “espero que antes de ser preso, Eduardo Cunha consiga derrubar a Dilma”….e tem gente que ainda compra e se informa por este lixo…
A mais lúcida coluna de Janio
A mais lúcida coluna de Janio desde o Petrolão.
Não coloquei no Fora de Pauta, porque ficou patente que é exclusividade do Nassa.
Apesar do final ser desastroso :
”’A dignidade pessoal de Dilma Rousseff não foi posta em questão, no seu descenso político. Já passou da hora de afirmá-la de algum modo, seja qual for. ”’
A dignidade de Dilma de ser eleita e reeleita com dinheiro roubado é duvidosa.
E ela sabe disso, E mesmo assim entrega o poder.
Ela tinha 2 hipóteses:
Depois da descoberta da quadilha petista no Mensalão, Petrolão, Eletrolão e muito mais, poderia convocar pessoas acima de qualquer suspeita pra tocar seu governo –se caisse , seria em pé.
O que ela faz ? Uma analogia: PT é PCC. E Dilma não convoca as pessoas de pesoas do bem.
Convoca o Comando Vermelho ( PMDB) pra dar sustenção ao seu governo,
Não. Ela não tem nada de dignidade e nem nem pensa no país.
Pensa nela mesma,
Mal sabe ela que sua biografia está arruinada.
E o país mais ainda.
ps: Ela arrumou um título de pós doutorado em economia que NEM EXISTE. Essa é a nossa COMÉDIA presidente.
“A dignidade de Dilma de ser
“A dignidade de Dilma de ser eleita e reeleita com dinheiro roubado é duvidosa.”
Gilmr Mendes analisou minuciosamente as contas de Dilma. Virou e revirou tudo pelo avesso e não encontrou nada.
Se você tem provas de qie ela foi eleita com dinheiro roubado, provas que até Gilmar Mendes desconhece, apresente-as para nós. Caso contrário, você estará cometendo uma calúnia, sendo passivel de sofrer processo.
Uma pessoa pragmática e política
O Lula deveria ter escolhido o Haddad como seu sucessor! Ele tem uma visão mais pragmática e é político ao mesmo tempo! Dilma não é política, só entende de administrar a coisa pública com honestidade, o que já é muito num país como o nosso! É boa como ministra, é a gerente que todo presidente presisa ter em sua equipe! Mas para lidar com este Congresso, com estas raposas velhas da política, precisa de mais experiência, como o Lula! Este lidou com este tipo de gente, na época que foi presidente do sindicato dos metalúrgicos e conhece bem o ser humano, as vaidades que os movem, e sabe como levar estes políticos atrasados que temos hoje em dia! Com estas regras eleitorais caducas, onde a representação é baseada no tempo da ditadura, fica difícil ter um congresso de qualidade! E a sua maioria só está pensando no seu próprio bolso, quase ninguém pensa no país, nas próximas gerações, o tipo de país que será entregue aos futuros presidentes! Se queremos um país desenvolvido e moderno, precisamos urgentemente mudar esta lei eleitoral e impedir que políticos desonestos sejam eleitos! E quem for acusado de corrupção, deveria constar na lei eleitoral que este deveria se afastar imediatamente do mandato, e sem foro privilegiado responder às acusações!!! Torço para que a Dilma termine o mandato, mas com esta lei eleitoral de hoje, não tenho muitas esperanças de um dia ter um congresso mais equilibrado, menos currupto!
Porta voz para quê?
Não foi escolhido um porta voz?
Para quê, se todo mundo fala por ela?
Pelo menos, coloca ele para falar qualquer coisa e preserva, um pouco, a Presidência!
Xô, cambada de urubus, internos e externos.
Mas, o Brasil é maior que os Profetas do apocalipse e a “república” do Paraná.
Tenho afirmado isso desde o
Tenho afirmado isso desde o começo da “crise”.
Qual o valor de está no governo e não governar?
Abandonar esse barco repleto de ratos e mobilizar as bases novamente para as disputas futuras.
Isso não somente faria bem à Dilma e ao PT. seria um bem à democracia brasileira.
Até onde Dilma continuará cedendo?
Desde que me interesso por política, percebi que o PMDB, em sua maioria, é um partido de parasitas, a maioria só quer sugar e não acrescenta nada. Infelizmente a Dilma está num mau momento. Ela não deveria ceder e mostrar-se firme, não está agindo assim. O monstro psicopata do eduardo cunha se aproveitou disso. Que história é essa, que uma criatura como ele, cheio de processos, seguido por uma quadrilha, que quer continuar roubando, desrespeita uma pessoa como Dilma e a chantageiam, e ela cede. É assustador. Se controlasse a mídia já estaria de bom tamanho.
Não sabemos de nada, só damos palpites e temos meras opiniões…Como pode um governo manter um sinistro da justiça que não toma providências e só se aproveita do cargo. Já ganhou o cartão vermelho há muito tempo e não tem o menor senso, deveria sair de fininho mas continua como um parasita grudado. Quem explicará?
Até onde Dilma continuará cedendo?
Desde que me interesso por política, percebi que o PMDB, em sua maioria, é um partido de parasitas, a maioria só quer sugar e não acrescenta nada. Infelizmente a Dilma está num mau momento. Ela não deveria ceder e mostrar-se firme, não está agindo assim. O monstro psicopata do eduardo cunha se aproveitou disso. Que história é essa, que uma criatura como ele, cheio de processos, seguido por uma quadrilha, que quer continuar roubando, desrespeita uma pessoa como Dilma e a chantageiam, e ela cede. É assustador. Se controlasse a mídia já estaria de bom tamanho.
Não sabemos de nada, só damos palpites e temos meras opiniões…Como pode um governo manter um sinistro da justiça que não toma providências e só se aproveita do cargo. Já ganhou o cartão vermelho há muito tempo e não tem o menor senso, deveria sair de fininho mas continua como um parasita grudado. Quem explicará?
Ora pois
Quer saber porque Dilma cede tanto para tentar levar até 2018 contando com a volta do Lula ?
Pergunte ao socialista José Sócrates.