Joao Furtado
João Furtado, economista, especialista em temas ligados à indústria e às políticas para o desenvolvimento. Casado, 62 anos, tem 3 filhos.
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Como enfrentar 2023? Revisão de um erro, por João Furtado

A sugestão é trocar os equipamentos a gás por bombas de calor (heat pumps) que são muito mais eficientes e nos afastam do fóssil.

Como enfrentar 2023? Revisão de um erro

por João Furtado

O GGN publicou recentemente um artigo com esse título, sobre a estratégia econômica que deve ser adotada em 2023, caso um candidato da normalidade institucional seja eleito. Há muita clareza sobre as políticas sociais, porque há uma série de programas testados e com eficácia comprovada. Mas não se pode dizer o mesmo da política econômica propriamente dia. Aliás, a própria definição de política econômica é pouco clara e às vezes ela parece reduzir-se a juros, câmbio e gasto público.

Uma crítica importante ao ciclo inicial deste século dirige-se à primazia do consumo sobre o investimento, um binômio cujos termos deveriam ser invertidos. Mas é mais fácil dizer do que fazer, por várias razões. E a principal é que os grandes projetos de investimento demoram, são caros, e no Brasil eles têm estourado prazos e orçamentos. Por isso defendemos uma série de iniciativas que permitam expandir as capacidades de produção de baixo para cima, com investimentos que podem ser feitos pelas pequenas empresas, famílias, municípios.

Uma das iniciativas propostas foi crédito habitacional para famílias ampliarem e melhorarem residências, incluindo instalação de equipamentos de gás e painéis fotovoltaicos nas residências e nos condomínios. Recebi uma crítica de um amigo (Thor Ribeiro) que tem dedicado esforços a pensar temas do desenvolvimento e da transição energética.

O argumento que ele utilizou na persuasão inclui o mantra “não se deve criar infraestrutura voltada para o uso de combustíveis fósseis”, porque a transição energética acelerada deverá sucateá-la antes de ser amortizada e, para evitar isso, haverá pressões para subsidiar esse forma de consumo energético que queremos abolir. Penso que ele tem razão e a sugestão é trocar os equipamentos a gás por bombas de calor (heat pumps) que são muito mais eficientes e nos afastam do fóssil.

É melhor ficar apenas com os painéis, que precisamos produzir, e com as bombas de calor, que são muito mais eficientes e não dependem dos fósseis. Ambas as fontes de geração distribuída devem ajudar a remover a restrição de oferta de energia, sem contribuírem para a perpetuação da economia (insustentável) intensiva em carbono.

Leia o artigo citado: Como enfrentar 2023?, por João Furtado

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN

Joao Furtado

João Furtado, economista, especialista em temas ligados à indústria e às políticas para o desenvolvimento. Casado, 62 anos, tem 3 filhos.

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