É conveniente para Temer que todos achem que ele não pode ser candidato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Se o interino Michel Temer cometesse o “sincericídio” de dizer que quer, sim, ser candidato a presidente em 2018, correria o risco de ver sua base de governo implodida pelo PSDB e seus satélites. É porque isso que o peemedebista diz que não tem pretensões eleitorais com vistas a 2018.

Mas, para a jornalista Helena Chagas, nos bastidores, a conversa é outra. Temer estaria tentado a concorrer na próxima disputa presidencial, a depender dos resultados que colher na economia até lá. Até porque sua condenação pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, por fazer doação acima do limite imposto pela Justiça Eleitoral, pode ser questionada no Tribunal Superior Eleitoral.

Por Helena Chagas

Temer não vai cometer sincericídio, mas pode ser candidato sim

Em Os Divergentes

O presidente interino Michel Temer não levou nem uma hora, depois de ler o Estadão, para soltar nota desmentindo afirmação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de que, se seu governo for bem depois de confirmado o afastamento de Dilma Rousseff, será candidato à reeleição em 2018.

Michel sabe o perigo que representa para ele esse tipo de afirmação – confirmada também por declarações em off de outros políticos na Folha. É o suficiente para desagregar uma base de apoio (e um governo) que tem vários candidatos. Só o PSDB, hoje um aliado vital do interino, tem três:Geraldo Alckmin, José Serra e Aécio Neves.

Dizer agora, antes da votação final do impeachment no Senado, que Michel Temer é candidato em 2018 é nitroglicerina pura. E pode significar também a perda do apoio no Congresso e da governabilidade mais adiante, mesmo com o presidente já efetivo.

Nada disso quer dizer, porém, que ele não será candidato. No entorno do presidente interino, onde predomina o pragmatismo e ninguém vai cometer sincericídio falando em público, a convicção é uma só: tudo vai depender de seu desempenho. Se Michel chegar ao início de 2018 com boa avaliação – o que pressupõe a difícil superação da crise econômica – ninguém segura sua candidatura.

Até lá, porém, muita água ainda haver rolar. E, mesmo na hipótese mais favorável, o presidente interino terá que superar pelo menos dois grandes obstáculos: o processo eleitoral que pode torná-lo inelegível e a pressão dos tucanos e outros aliados pela aprovação da emenda que acaba com a reeleição.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. “Até porque sua condenação

    “Até porque sua condenação … pode ser questionada no Tribunal Superior Eleitoral.”

    Mas lá ele tem apoiadores poderosos. Certamente vão dar um “jeitinho”.

  2. “ME ENGANA QUE EU GOSTO”

    Até parece que o infame interino golpista não fez tabelinha com o filhote da corrupção, Maia – fale lá, que depois eu desminto em “nota oficial”.

    Vale tuuuuuudo pelo GOLPE.

  3. Bem informada a nossa

    Bem informada a nossa Heleninha Chagas,disso não cabe quaquer discussão.Porém,esqueceu-se de informar, acredito que por um lapso,enquanto o Ministro Gilmar der as cartas no TSE,Temer pode ser candidato qualquer coisa,inclusive a nada.

  4.  
    É muita pretensão desse

     

    É muita pretensão desse cafajeste e traidor golpista imaginar que seria capaz de ganhar uma eleição,  democráticaticamente disputada, para presidente da República. Ou será que o trairá acredita que a discreta e recatada do lar o elegeu pelo seu porte de mordomo de filme de terror?

    Claro que essa serpente de merda adota pra roteiro de vida, o faz-de-conta. É natural, por viver rodeado de bandidos e traidores da mesma laia,nenhum deles é besta de tentar apanhar o sabonete de costas para o outro, sabendores que são, cobras que comem cobras.

    Cabe aos brasileiros não matar as cobras como fezeram os turcos com algumas das suas serpentes golpistas. A nós brasileiros, recomenda-se capiturá-las vivas e enviar ao Instituto Butantan para a extração do veneno para produzir soro antipeçonha. Como podemos ver, até animais peçonhentos como o temer silvério dos reis, corretamente manipulado, pode vir a ser útil. Portanto, não é necessário abater o bicho.

    Orlando

     

     

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