Esses dias que antecedem o Dia das Mães nos deixam mais propensos a um mergulho emotivo, esquecendo por instantes o país selvagem que emergiu nos últimos tempos, vítima de oportunistas e da covardia generalizada das instituições, o país do preconceito, da xenofobia, do racismo.
Acordo de manhã, e na caixa postal do Messenger, uma mensagem curta que me aquece a alma, da médica Leticia Fernandes, anunciando a certidão de nascimento, assegurando a adoção plena da menina Stephanie Fernandes Silva.
Desde antigamente, a literatura consagrou episódios de mães lutando pelos filhos. Aliás, com o perdão pela relativização, mas com todos os avanços dos direitos das mulheres, com o protagonismo que estão alcançando em todos os campos, com a independência que me deixa prenhe de orgulho das minhas meninas, não há sentimento mais forte que o da maternidade.
Minha crônica de Dia das Mães vai para Letícia e seus dois filhos, a luta épica que travou contra a maior rede de Televisão do país, contra uma Ministra dos Direitos Humanos despreparada e um juiz desequilibrado e oportunista para poder ficar com as suas crianças.
Letícia recebeu a guarda de duas crianças abandonadas, de Monte Santo. Para promover sua novela “São Jorge”, que tratava do tema do tráfico de pessoas, a Globo criou uma ficção, denunciando uma suposta quadrilha que comercializava crianças em Monte Santo e tratando as famílias que as receberam como marginais. Os heróis eram um juiz desequilibrado, o companheiro da mãe das crianças, apresentado como um lavrador trabalhador querendo recuperar os filhos.
Tratada como receptadora de uma quadrilha, massacrada pela cobertura da Globo, Leticia não desistiu. Quando uma cobertura sensacionalista arrancou as crianças de seus lares de adoção, com cenas chocantes, de crianças chorando e não querendo ir, Leticia se pôs a campo.
Armada de um celular, filmou o repórter da Globo dando dinheiro ao companheiro – que, depois, se soube, tinha várias passagens pela polícia por agressão, alcoolismo e abusos -, obrigou a Globo a esconder a mãe fora da cidade, para que a imprensa não descobrisse a farsa.
Tempos depois, sem a pressão da Globo, a mãe biológica devolveu as crianças para as famílias, alegando total falta de condições de cria-las.
Ontem, Letícia obteve adoção plena.
Aqui, o conjunto de reportagem publicadas pelo GGN
Termina a novela da Globo para duas crianças de Monte Santo
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Nassif,
Já lhe escrevi antes sobre esse caso, mas o senhor critica a Globo, e faz o mesmo, ou seja não ouve as partes.
Tenho duvidas quanto a seriedade desse pessoal que adotou, mas como o senhor está defendendo e os conhece, vou acreditar. Mas quanto a senhora Carmen, ai a porca torce o rabo, pois até em CPI ela já foi ouvida sobre à adoção irregular de sobrinhos dela mesmo. O senhor a conhece? Ela é empresária mesmo?
O senhor tambem não está ignorando a ficha da senhora Carmen e o marido?
Caro Nassif.
Só há um erro na qualificação da ministra na época, é também uma pessoa, que de forma amena, poderíamos dizer também como alguém com um pouco de falta de equilíbrio. Esta senhora, através de seus embates frente as câmaras com aquele que não se deve dizer o nome, lhe deu popularidade ao populacho que o acompanhava na época, dando a ele com seus atos covardes e misóginos exatamente o que queria, luzes!
Então… Maria do Rosário é a culpada de tudo.
Luis Nassif disse, mais um jogando pedra na Geni…
Essa adoçao foi cheia de irregularidades, feita fora do cadastro, em outro estado, descumprindo vários requisitos aqui citados na época. Mas Nassif perde completamente o senso de equilíbrio quando o tema é adoçao, ou até longinquamente relacionado, como o caso do menino Sean, em que ele achava que o “parentesco afetivo” do padrasto valia mais que o direito do pai, além das consequências para várias outras crianças do Brasil deixar de reconhecer o direito internacional a esse respeito. Ótimo se nesse caso a menina ganhou uma mae, a mae ganhou a filha que queria, etc. Mas fechar os olhos para as irregularidades que apontam claramente para compra de crianças é grave, um perigo para outras famílias pobres.
Caro Nassif, o senhor pode ter toda razão quanto ao caso relatado, contudo, pergunto-me se além dele apurou como funciona o burocrático cadastro nacional de adoção. A pressa do senhor em desconsiderar a complexidade envolvida na construção de laços entre adotantes e crianças adotadas me faz concluir que desconheça o número delas que são devolvidas por seus próprios adotantes. Vejo que o senhor entende muito de economia e política, mas em matéria de Direito da Infância e Juventude precisa se informar mais. O senhor faz críticas claramente pouco informadas sobre o funcionamento das adoções no Brasil. A meu ver, como técnica que trabalha diretamente com isso todos os dias, irresponsáveis. Sugiro que o senhor aprofunde o conhecimento sobre a história de implantação do CNA e das exigências legais da adoção no Brasil. Elas também protegem as crianças e, aliás, de forma ainda muito insuficiente na minha opinião.
Na época eu fui uma das pessoas que acusou, julgou essas mães em defesa da mãe biológica. Como me arrependo! Participei de grupos e de uma página em defesa de Silvania, atacando essas pessoas sem ao menos ver os dois lados da história. Acreditei na Globo, no choro de Silvania, ignorando todos os sinais de que esse caso estava mal contado. Até que um dia, não só eu, mas outras meninas do grupo desconfiaram dos maus tratos que ela impunha principalmente à menina, queríamos prova que estavam bem para continuarmos com o apoio e essas provas nunca chegavam. O grupo se desfez, a página fechada e um arrependimento de ter apoiado o lado errado. Mas Graças a Deus, pelas notícias, agora elas estão bem. Já pedi perdão muitas vezes a Deus por ter me intrometido num assunto que não me dizia respeito e ter contribuído pelo sofrimento dessas famílias. Não sei se adianta, mas peço perdão a elas também.
Na época eu fui uma das pessoas que acusou, julgou essas mães em defesa da mãe biológica. Como me arrependo! Participei de grupos e de uma página em defesa de Silvania, atacando essas pessoas sem ao menos ver os dois lados da história. Acreditei na Globo, no choro de Silvania, ignorando todos os sinais de que esse caso estava mal contado. Até que um dia, não só eu, mas outras meninas do grupo desconfiaram dos maus tratos que ela impunha principalmente à menina, queríamos prova que estavam bem para continuarmos com o apoio e essas provas nunca chegavam. O grupo se desfez, a página fechada e um arrependimento de ter apoiado o lado errado. Mas Graças a Deus, pelas notícias, agora elas estão bem. Já pedi perdão muitas vezes a Deus por ter me intrometido num assunto que não me dizia respeito e ter contribuído pelo sofrimento dessas famílias. Não sei se adianta, mas peço perdão a elas também.