Aliança do Coliseu “Marina” e passa recibo: a vez do PSDB, por Ricardo Cappelli

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Ricardo Cappelli

Merval Pereira, o ventríloquo da família Marinho, abre a semana com artigos defendendo Marina. A Folha estampa Marina em sua capa. O destino de Temer afastou a Globo, favorável a sua queda, dos jornalões paulistas. Marina parece uni-los.

A ex-senadora é uma candidata sem base partidária, ideal para as pretensões “globais”. Seria uma eterna refém nas mãos dos canhões de Bonner e sua trupe.

Para Otavinho Frias, dono da Folha determinado a provar-se intelectual, nada mais charmoso que passear em Paris com uma ambientalista, egressa da Amazônia, “ongueira” e amiga de seus parceiros financistas da Avenida Paulista.

Marina apoiou o impeachment e apoia os métodos da Lava Jato, que levou a Europa, esta semana, a consolidar barreiras à importação da carne brasileira. Mais um desastre para economia nacional “made in Curitiba”.

A Lava Jato segue o roteiro consagrado de operações similares em outros países. Dentre seus preceitos está a necessidade de fatiar o mundo político de forma a impedir que os políticos se unam contra a ofensiva.

Começaram pelo PT, com Joaquim Barbosa inaugurando o instituto do domínio do fato. Apeada Dilma do poder, Janot comandou a segunda etapa contra Temer e o PMDB.

Movimentos sempre coordenados com a Globo, líder da Aliança do Coliseu, bloco formado com setores antinacionais da burocracia estatal que quer jogar a política aos Leões, inaugurar uma democracia sem povo, tutelada, dirigida por neopositivistas em sintonia com os grandes interesses do mercado.

O fracasso do ataque a Temer foi a primeira grande derrota da Aliança. O presidente demonstrou capacidade de resistência. No início do ano, com a iminente prisão de Lula, Temer nas cordas e cardeais do PMDB encarcerados, a Aliança deu mais um passo.

Sem muito alarde a Lava Jato deslocou para São Paulo, ninho dos Tucanos, mais oito procuradores. A força tarefa na cidade, que contava com apenas três procuradores, mais que triplicou seu efetivo.

Paulo Preto, o principal operador do PSDB, flagrado com mais de cem milhões no exterior, é preso no dia seguinte em que Moro determina a prisão de Lula. Coincidência?

Nem tudo acontece como planejado. Raquel Dodge foi a segunda colocada na eleição para a Procuradoria Geral da República. O primeiro colocado, Nicolau Dino, foi preterido por Temer. Quem foi o principal cabo eleitoral de Raquel? Acertou quem disse Gilmar Mendes.

A transformação da denúncia de corrupção contra Alckmin em caixa dois, livrando-o da Lava jato, foi uma clara manobra da PGR para blindar o ex-governador.

Ninguém chega ao poder por acaso. Ninguém chega em segundo numa eleição e se torna primeira impunemente. Brasília sempre cobra seu preço.

Mesmo com Gilmar e a ofensiva para blindar Alckmin é pouco provável que a força tarefa da Lava jato saia de São Paulo com as mãos abanando. Cabeças serão entregues.

Nenhum Tucano é comparável a Lula politicamente. Contra Lula não há prova. Entretanto, no imaginário popular colocar Aécio e outros Tucanos graúdos na cadeia terá um forte impacto. Por que só Lula? É insustentável este questionamento.

Em editorial e matérias de capa O Globo decreta o fim do PSDB e passa o recibo na estratégia de tentar “lavar” a prisão de Lula: “Aécio convertido em réu abala teoria persecutória do PT”, afirma em editorial. “Aécio réu é duro golpe em todo PSDB”, decreta Merval.

Roberto Marinho não escolheu Collor em 89. Sabia quem derrotar. O Alagoano foi se oferecendo e acabou abençoado. Janot nutre simpatia por Marina. Dallagnol também. A Globo idem. A Folha namora.

Marina é frágil, não tem um partido pra valer, mas está sendo testada. Bolsonaro é cada vez mais um útil espantalho. O jogo real é outro.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. O nome do partido da Marina é

    O nome do partido da Marina é REDE porque ela passa quatro ano dormindo e só acorda próximo da época da eleição.

    1. e mesmo assim ou como se não bastasse…

      surge sem ter deixdo para trás o ar de falsidade…………………….

      outra coisa que tem horrorizado a sociedade

      tempos atrás comentei da possibilidade dela ser o melhor cabo eleitoral do Bolsonaro

      ou exatamente como fez com Aécio

  2. Querem Marina para que o eleitor esqueça Lula

    Tá na cara. Se não tem outro candidato, então vai ela mesmo, que subiu 6% na pesquisa sem Lula. Foi decepcionante para os golpistas só subir isso, mas por hora não tem coisa melhor do que colocar ela na vitrine e esconder Lula.

    Só tem dois problemas:

    1) Falta combinar com o povo: Marina já é bem conhecida pelo recall de 2014. Não adianta expô-la muito agora porque o acréscimo de intenções de votos será marginal. O povão que quer Lula, só vai pejsar em trocar de candidato depois da Copa do Mundo. Porque alguém vai escolher um candidato que não é seu, antes do jogo começar? Isso não existe.

    2) Marina serve para os golpistas como servia em 2014, mas duvido que acreditem que ela possa vencer, porque ela não terá tempo na TV, não poderá participar de debates pela REDE não ter 5 parlamentares (Bolssonaro poderá), perdeu votos e apoios evangélicos para Bolsonaro, o PRB da Universal lançou candidato próprio junto com o MBL, então ela perde votos conservadores para outros candidatos nanicos da direita. Está bem mais fraca do era em 2014, quando não ganhou nem do Aécio. Se ela subir nas pesquisas os adversários (mesmo os do mesmo campo) atacam as fragilidades dela, assim como fez Aécio em 2014 dizendo que Marina não teria capacidade de vencer no segundo turno.

  3. O jogo é outro: enquanto Lula

    O jogo é outro: enquanto Lula estiver em primeiro, não haverá eleição. Não tenho bola de cristal, mas acho que o Brasil leva a Copa do Mundo na Rússia em 2018 e que as eleições não ocorrerão este ano.

    1. mas, reconheço, não deixa de ser um bom sinal…

      e que saibam os petistas, no ato da escolha do candidato, o que vai atrair mais votos é a “perfeição” humana

      e não a perfeição técnica ou política………………………..

      porque a massa de eleitores, povão, está horrorizada com tanto ódio e tanta violência, traição e injustiça

      1. até a classe média não está aguentando mais isso…

        e para conquistar seus votos, quer por um caminho quer pelo outro, técnico-político ou humano, basta se apresentar limpo, digamos assim, tanto num como no outro

         

  4. A Globo vai detonar o PSDB

    A Globo vai detonar o PSDB com prazer. Cansou de ter que fazer o serviço sujo e o partido, com um líder sabotando o outro ( FHC sabotonou Serra que sabotou Alkmin que foi sabotado por Aécio), perder a eleição pro PT. E não perdoa também a divisão tucana na votação da previdência – que custou a não aprovação da reforma que no fundo é pra acabar com a previd~encia pública e fortalecer a particular, leia-se, bancos amigos. 

    Deve ser que nem o pai que compra a prova dum vestibular e o filhinho é reprovado porque não soube assinar o nome na prova rs 

  5. Dino em primeiro

    Dodge em segundo, Dino em primeiro. Em primeiro no que? Numa lista tríplice que nem deveria existir, pois é inconstitucional e arruinou o país. Numa lista tríplice que prendeu seu próprio criador, o Lula, sem uma única prova. 

    Temer não tinha obrigação nenhuma de nomear o primeiro colocado de uma lista inconstitucional. E fez bem em nomear Dodge para o cargo. 

    Talvez, se o Dino ganhasse, e continuasse a forma ” Janot ” de investigar, destruindo o que restou das empresas, e dos empregos, aí a esquerda ficasse feliz. 

    Este nome lista tríplice, é tão vergonhoso, que deveriam evitar até de serem citados. 

  6. Massa de modelar – ou manobrista de massas?

    O texto abaixo é o conteúdo parcial de um email enviado ao contato do site do jornalista José Trajano (“Ultrajano”), em comentário a uma história veiculada no seu “Na sala do Zé” sobre uma visita por engano do herdeiro da Globélica a ele, na verdade em visita a um seu vizinho, articulador político da Marinamorfa. Transcrevo aqui [O email não foi respondido e suponho que o comentário também não foi publicado]  porque considero que a história do namoro da Globélica com Marinamorfa é algo antigo, mantido na gaveta como um de seus roteiros de novela, para quando se apresentasse com apelo de audiência. Acho que o assunto Marinamorfa merece uma reportagem articulada que explore com mais intensidade o êxodo de seu partido de figuras tão importantes, e que o fizeram sempre com justificativas bastante críticas sobre sua forma de fazer política e de conduzir o desenvolvimento partidário, que a colocam no deprimente lugar de candidata de aluguel, personalista e sonsa – chamam de doçura e eu de simpatia calculada, uma pletora de contradições e de fragilidades que a Globélica pode muito bem maquiar e reescrever, como faz por profissão há mais de 50 anos, em seus produtos comerciais-ideológicos, ops, suas novelas e incursões ficcionais na política. 

    “Parabéns pela iniciativa. 
    As matérias no site tem espaço para comentários da audiência? 
    Sobre a notícia da visita “enganada” do herdeiro da Globélica ao Trajano, me chamou a atenção que a visita “desenganada” teria sido ao articulador político da sombria Marina Silva. Fiquei na dúvida se a Globélica foi buscar aproximação com a candidata que dissimula agenda popular, quer se vender para e é comprada por quem ganha com o embuste, como versão “moderna e sustentável” do líder Luís Inácio. 
    Se a visita foi depois da derrota em confronto direto com o temeroso, estará a Globélica novamente buscando abrigo no conciliacionismo?

    Para a agenda golpista a tal árvore Marinada, sem raiz nem frutos, pode ser o caminho para dar um golpe de mestre, já que o caminho direto pelos gangsteres perdeu poder de convencimento popular pelo desnudamento da hipocrisia e da real politik de Brasília e suas afiliadas na mídia de massa mal cheirosa. Sabem que ainda precisam do povo e engana-lo se tornou mais difícil após o desvelamento do que é a política e a sociedade que ela representa. Assim, uma imitação barata e falsificada, com ideário mercadista, de lideranças populares pode ser a saída para os golpistas Globélicos: engana o povo com uma sonsa que ousa ainda afirmar que representa o campo popular de esquerda, para conseguir os votos – após a votação na câmara dificilmente a Globélica apoiará o “charlamentarismo”; prefere um presidente para chamar de seu -, ajuda a eleger uma presidente de fachada e um desgoverno de banqueiros e pseudo intelectuais neoliberais, um genérico de PSDB com uma candidata com cara de povo, uma plantação transgênica que colocará a política nacional sempre tão falsificada num novo patamar de cinismo e confusão, de modo a erodir definitivamente o interesse e a confiança  do povo e sua ilusão de representação, a sabotagem última da democracia tupiniquim.

    Se o povo perceber que a Babel está demais pra suas desnutridas alma, cabeça, vida e barriga, alguma dúvida que demagogos criminosos como Droga Jr. ou Beocionaro vão explorar com suas garras de abutre?

    Ambos já se apresentam como Anti-lula para tirar proveito do antipetismo patológico. Agora a Globélica busca quem se apresente como um Lula plus – mulher, cara de povo, o “novo”, “politicamente correta”, com alguma reputação internacional no ambientalismo, blá, blá, blá. E sem o risco de consistência ideológica de esquerda depois da saída de quadros importantes no seu partido, Rede, devido exatamente ao que a credencia a candidata ideal da Globélica: amorfismo e plasticidade complacente. Pode ser moldada como convém. A quem? Quem acompanha política sabe. E o povo, cansado, desinformado e manipulado por globotomias várias, saberá a tempo?

    Parafraseando o estilo Reuters em matérias sobre tucanagens, a Marinamorfa – que já alterou seu plano de governo para agradar conservadores sob pretexto religioso – diz para o Mercado e seu satélite Global: “posso me amoldar se quiserem – e me ajudarem nas eleições…”.

    Nunca um jornalismo de qualidade e coragem foi tão necessário nesse lugar (tá difícil reconhecer como e chamar de (nosso) país).

     

    https://www.google.com.br/amp/brasil.estadao.com.br/blogs/inconsciente-coletivo/o-pais-dos-shakespeares-analfabetos/%3famp#xxri=1

     

    https://www.google.com.br/amp/veja.abril.com.br/economia/o-que-esperar-da-equipe-economica-de-marina-silva/amp/

     

    https://brasil.elpais.com/brasil/2017/04/06/politica/1491509969_229718.amp.html

    SP, 09/08/2017 – 16:25 ” [data e horário – aproximado – originais do envio do comentário ao site Ultrajano] 

     

    Sampa/SP, 19/04/2018 – 11:38

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