MC Reaça e o pesadelo distópico que tive essa noite
por Lucia Helena Issa
Uma noite de tempestades ininterruptas e ventos assustadores no Rio de Janeiro.
Um pesadelo terrível.
Sonhei que eu morava em um país distópico, um país que estava se tornando um dos 5 primeiros do mundo em violência contra a mulher e feminicídios, mas em que o próprio presidente afirmava que o feminicídio “não existia”!
O presidente desse país distópico, em meu pesadelo, homenageara como um herói de nossos dias um sujeito chamado MC Reaça, um homem que se suicidara depois de espancar a namorada grávida.
Ele era casado com outra mulher e se dizia um “cristão conservador e defensor da família tradicional” , mas espancara a amante grávida, até quase matá-la.
O presidente desse meu país distópico chorara publicamente pelo pobre MC Reaça, mas ignorara solenemente a jovem de 28 anos, grávida, espancada por ele e que estava na UTI de um hospital regional.
Nesse meu pesadelo distópico, o DJ Reaça, um violento e triste funkeiro, ficara conhecido por suas composições de ódio às mulheres e às feministas que lutavam para que aquele país fosse menos injusto e menos mortal para as mulheres. No meu pesadelo distópico, o feminicida celebrado pelo presidente escrevera versos nos quais vocês não acreditariam.
Ele falava das mulheres como se fossem cadelas e dizia que lhes daria “ração na tigela”. Sim, eram versos de pura misoginia e ódio ao universo feminino e que acabavam legitimando a violência contra a mulher!
Ainda assim, o chefe maior daquela nação escrevera que o sujeito tinha um “grande dom e queria mudar o país para melhor”.
Sim, ele e seus apoiadores ignoraram solenemente que a jovem mulher grávida estava na UTI naquele momento.
O presidente desse país distópico cometera um crime naquele momento, pois o artigo 287 do Código Penal daquele país proibia que se fizesse apologia a ato criminoso ou ao autor do crime, com pena prevista de detenção de até 6 meses para quem o fizesse.
Mas nada acontecera ao presidente que tratara um feminicida violento, capaz de espancar uma mulher grávida, como um “herói”.
Em meu pesadelo distópico, esse mesmo presidente já havia dito a uma mulher que “não a estupraria porque ela não merecia” , como se o estupro fosse um tributo à mulher e não um crime hediondo.
Nesse meu pesadelo distópico, o presidente e seus apoiadores diziam- se “cristãos e defensores da vida”, mas eram os grandes aliados da MORTE e do ódio aos nossos irmãos negros e pobres. E naquele exato momento se preparavam para matar seus semelhantes com a liberação das armas naquele país distópico.
Que pesadelo horrível! Acordei muito assustada, mas aliviada por ter sido só um pesadelo.
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Noffa… se esse pesadelo fosse real a população brasileira certamente iria se rebelar. Exceto se ela estivesse dormindo e acreditando que o pesadelo é um sonho maravilhoso, é claro.
Tamo esperando o que para pedir o impedimento dessa coisa? Infelizmente ainda não dá, ele, o coisa nõ fez apologia, lamentou a morte qdo devia ter lamentado a mulher que apanhou. Mas, Bom Dia! Noss País continua mais distópico do que numca, agora uma estrela do esporte nacional é acusada de estupro ou violência (ato sexual com violência é o que?) e divulga fotos da moça nua na sua “rede social”, lembrando que essa estrela cadente apoiou quem mesmo nas eleições? Para completar, um escritório de advogados (?) divulga que a moça, que fora antes cliente do escritório, mentiu por que o processo que ela queria era de violência e não de estupro.
Bom, nem tudo está perdido. Afinal, tal qual a enviada de guaido, o democrata golpista venezuelano, o tal reaça está apresentando suas credenciais para o capeta.
Seja bem vindo reaça, o Capeta gosta muito!!!