Notícias do sul do mundo, por Maister F. da Silva

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Notícias do sul do mundo

por Maister F. da Silva

Escrevo-lhes deste país que golpistas tornaram distante do povo.

De onde escrevo faz frio, o inverno foi rigoroso esse ano, mas logo está se despedindo, vêm aí a primavera, a mais bela das estações, as flores despertam, animam-se os corações apaixonados.

Temos de um tudo aqui em nosso país, samba, frevo, chula, rap, o contestado funk, praias belas, a romântica serra gaúcha e um dos povos mais alegres do mundo, receptivo, solidário, apaixonado pela vida.

Temos petróleo, a mais rica biodiversidade e a maior área agricultável de todos os países do mundo, os maiores aquíferos de água potável.

Temos uma rica história de lutas e resistência, quilombos, revoltas, insurreições e até revoluções malogradas, que estão no imaginário do povo e instigam-nos a continuar caminhando.

O país que tem maior consumo de agrotóxicos por pessoa no mundo faz de um tudo para as flores murcharem e ofuscar a primavera.

Aqui neste país do sul do mundo temos uma das maiores concentrações de renda do mundo, ainda perdura a maior concentração de terras, uma das elites mais atrasadas, que tem adoração pela subserviência e não gosta de trabalhar. Aliás, a título de lembrança, temos a maior quantidade de empregadas domésticas do mundo, segundo dados estatísticos, caso não me falhe a memória.

É um país rico, que por guardar arraigado em suas entranhas essa elite arcaica, não sobrevive a longos períodos de democracia. Por aqui de novo rompeu-se a ordem democrática, uma tríade – mídia, sistema judiciário e capital financeiro industrial – que sorri em ver a tristeza do povo e sorri para o imperialismo norte-americano.

Hoje temos um judiciário legislando e um congresso vendido às grandes corporações, o executivo é inepto, tem menos popularidade que os últimos anos de programa da Xuxa.

As últimas notícias dão conta de que a fórmula desde sempre adotada por aqui não mais será possível, os acordos por cima para acalmar os ânimos e sufocar as demandas populares não encontram mais espaço. Por mais que se busque uma saída negociada, o pacto intra-elites não acalmará o povo trabalhador, o cenário internacional força o tudo ou nada.

Por último digo-lhes que por aqui há resistência. O Ex-Presidente Lula não morreu, nem politicamente, tampouco calaram sua voz, nesse momento 07 militantes da classe trabalhadora encontram-se já a 13 dias em greve de fome pela liberdade de Lula e por um país mais justo, igualitário e que o sistema judiciário seja justo de fato, milhares de trabalhadores marcham a Brasília para garantir que Lula, o candidato preferencial dos brasileiros possa ter seu nome estampado nas urnas dia 07 de setembro.

Por aqui ainda restam sopros de esperança, os corações ainda pulsam, há paixão pelo povo brasileiro e compromisso com a nação. Há também a certeza de que ao final iremos confraternizar e brindar a vitória, ainda que tardia.

Maister F. da Silva – Movimento dos Pequenos Agricultores

 
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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