produtos
O crime é um mal social, não uma escolha do bandido
por Mário Lima Jr.
O brasileiro torto e que não compreende o próprio país gosta quando a polícia invade a favela atirando e matando. Aconteceu no Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), há dois meses atrás. Ele idolatra um psicopata violento que também é deputado federal e ambos defendem que “bandido bom é bandido morto”. Chacinas não constroem um país justo e desenvolvido. A ideologia que sociedades dignas praticam são os jovens estudando e trabalhando na profissão que quiserem.
A população carcerária do Brasil alcançou 726.712 pessoas em junho de 2016, de acordo com o Levantamento de Informações Penitenciárias divulgado pelo Ministério da Justiça em dezembro. Mais da metade dos presos (55%) são jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. Quanto à escolaridade, 75% deles não chegaram ao Ensino Médio.
A relação entre baixa escolaridade e criminalidade se repete entre os menores de idade que cometem atos infracionais no Rio de Janeiro, Estado que vive a mais cruel, violenta e abrangente crise de segurança pública da Federação. Segundo uma pesquisa encomendada em 2015 pelo Departamento de Ações Sócioeducativas, para onde são levados os menores infratores, 95% dos internos não haviam concluído o Ensino Fundamental e nenhum deles completou o Ensino Médio.
A educação afasta as pessoas do crime. Já provaram estudos como o Trajetórias Individuais, Criminalidade e o Papel da Educação, publicado em 2016 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Nos 30 bairros mais violentos do Rio de Janeiro, por exemplo, em comparação aos 30 menos violentos, a taxa de reprovação é 9,5 vezes maior nos primeiros.
A taxa de encarceramento por 100 mil habitantes cresce no Brasil desde 1995. A polícia não se tornou mais eficiente ao longo dos anos. O Governo Federal não investe o necessário, de maneira adequada, em segurança pública. O desenvolvimento social da população brasileira não é preocupação de todos. Financiando um sistema político sujo, o crime ganha espaço em uma população onde metade dos adultos não concluiu o Ensino Médio (IHU).
Entre 2001 e 2015, 786.870 pessoas foram assassinadas no Brasil. A guerra no Iraque soma 268.000 mortes desde 2003. Se assassinos e ladrões merecessem morrer por suas escolhas, o povo brasileiro seria moralmente inferior aos povos onde os índices de criminalidade são baixos. Não há qualquer inferioridade de caráter em nós, mas estatísticas de desenvolvimento humano graves.
Como a maioria dos presos é jovem e negra, defender a morte de bandidos é aguardar que as crianças de pele negra cresçam no esgoto e na pobreza da favela, tomando cascudo de traficante, para que sejam executadas na adolescência ou na vida adulta. Desprezar a criminalidade exorbitante como um mal a ser socialmente combatido e afirmar que alguém se torna bandido por escolha própria implica em dizer que o brasileiro jovem e negro prefere largar os estudos e praticar o crime. Racismo tão vergonhoso quanto o massacre praticado até a Abolição da Escravatura.
Faça login para comentar Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
o crime….
Esquerdopatia é de dificil tratamento. Mas aos poucos vai se extinguindo. Este discurso da matéria não encontra mais eco. As regiões Norte e Nordeste do país eram paupérrimas. Mas tinham baixissimos indices de violência. Com a melhoria social e aumento de renda nos últimos governos progressistas ( e isto é celebrado por todos esquerdopatas) houve uma explosão de violência e crimes. Um item na matéria é verdadeiro. A melhoria das condições sociais e de ensino transformariam a sociedade, para melhor e de forma duradoura. Não foi o caso desta farsa de governos pseudo-progresistas, numa redemocracia fraudulenta com uma ConstituiçãoEscárnioCaricaturaCidadã. O resultado só poderia ser esta aberração de 2017/18. Aberração construída sobre Ideologia, que de tão arcaica e pobre, nem fede mais.
Debate simplista
Debate antigo e recorrente . Criminalidade : escolha pessoal ou culpa da sociedade ?
Não se pode perder de vista que o Brasil ocupa os primeiros lugares em termos de injustiça social e concentração de renda no mundo. Também não se pode ignorar que se trata de uma das menores taxas de elucidação de homicidios no mundo , por exemplo : 4% dos homicidios são elucidados e punidos.
Em termos de punição , se for um homicida primario , por exemplo , cumprindo 1/3 da pena , ja ganha a liberdade , isso pode significar 5 anos de prisão efetiva. Se for menor de 18 anos , nem isso. 2 anos de medida “socioeducativa” .
Vale a pena matar no Brasil.
O crime organizado , que alimenta o tráfico de drogas – um dos pilares da violência , integrado por gente do andar de cima é quase intocado . Caso emblemático o do helicoptero de um senador da republica , recheado de cocaina , que não foi importunado pelas autoridades.
Pontos a serem considerados para não cair na balela simplista de dizer : a culpa é da sociedade.
A tragédia social se junta à impunibilidade para criar as condições de uma das sociedades mais violentas do mundo . Sem o ataque a essas duas frentes , não se acaba com essa violência.
Qualquer um com o mínimo de
Qualquer um com o mínimo de bom senso e que não seja um militante sabe que a violência tem várias causas. Desenvolvimento social, escolha pessoal, impunidade, todas compõem a ‘cesta’. O debate entre esquerdistas e direitistas sobre esse tema é o mais maniqueísta possível.