Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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O PT, a militância e a sociedade, por Aldo Fornazieri

O PT, a militância e a sociedade

por Aldo Fornazieri

O artigo que publiquei neste espaço na semana passada (Destino de Lula: abandono e solidão), teve duas respostas diretas: uma de Valter Pomar, ex-membro da Executiva Nacional do PT e outro de Gleisi Hoffmann, presidente do partido. Assim, o artigo atingiu um de seus objetivos que consistia em provocar desconforto na direção do PT. O longo artigo de Pomar contesta ponto por ponto o meu artigo e é uma contestação que, de modo geral, se situa no plano político, o que é salutar para o debate progressista e democrático.

Em que pese as  críticas, há vários elementos de avaliação comum entre o que escreve Pomar e o que escrevi em artigos. Por exemplo: a avaliação de que o PT saiu derrotado das eleições, mas não destruído. Poderia fazer retificações no meu artigo, se fosse reescrito, a partir de algumas críticas de Pomar. Mas em outros pontos a divergência se mantém. Gostaria até mesmo que Pomar tivesse razão no seguinte ponto: que Lula não foi abandonado no passado, no presente e não será no futuro. Uma coisa, no entanto são as intenções e as  resoluções formais dos agentes políticos, outra coisa é a realidade. Volto a esse ponto logo adiante, onde pretendo indicar algumas divergências com Pomar.

Quanto ao artigo da Gleisi Hoffmann, ele foi escrito motivado pelo despeito, um impulso que é mau conselheiro em se tratando da atividade política. O artigo começa afirmando que ofendi “gratuitamente o PT, os nossos dirigentes e a nossa militância”. O meu artigo não ofende absolutamente ninguém. Trata-se de uma avaliação política que é comungada com milhares de petistas e de ativistas sociais. Só escrevi o artigo sobre o assunto Lula depois de ser instado por vários militantes e eleitores do PT.

Dizer que o meu artigo ofende reflete uma postura arrogante de quem não quer receber e aceitar críticas. O PT, como qualquer outro partido, assim como um parlamentar ou um governante, tem o dever de explicar-se, não só perante a militância, mas também perante a sociedade. Todos recebem dinheiro público, via o fundo partidário, o fundo eleitoral e através dos salários dos parlamentares e dos governantes. Assim, é concernente aos princípios da democracia, da república, da transparência e da moralidade pública que os partidos e os eleitos prestem esclarecimentos à sociedade de seus atos e de suas políticas. Qualquer cidadão, seja ele de direita, de centro ou de esquerda tem o direito de cobrar e criticar publicamente qualquer partido e qualquer político eleito.

Partidos e os políticos que não se explicam, que não esclarecem, que não dialogam estão destinados a perder espaço na sociedade. Vivemos num mundo  em que as informações e as comunicações giram a uma velocidade quase instantânea. Não se pode lidar com esse mundo com categorias da era da Revolução Industrial ou com um modo de ser analógico. Quanto mais se intensifica e se complexifica a informação e comunicação, mais se exige transparência, diálogo, postura ética. O contrário disso são as fake news. Um dos aspectos centrais dos embates do mundo de hoje é essa polaridade: ética e transparência versus fake news. Aqui é preciso escolher.

Um partido político democrático não pode mais se guiar pelos princípios dos arcana imperii, do poder oculto, misterioso. Precisa ser aberto, transparente, acessível, interativo, dialógico. O PT vem falhando nestes aspectos, tanto na comunicação com a sociedade, quanto com a militância. No que diz respeito à campanha Lula Livre, muitos militantes e ativistas não sabem o que acontece, sequer sabem que ela existe. Mesmo durante a campanha eleitoral, a militância se ressentiu com a precariedade da comunicação.

Além de existir este grave problema de comunicação, existem também erros políticos, no que diz respeito à campanha Lula Livre. Uma das condições fundamentais do êxito político diz respeito a como saber lidar com o momento, com a ocasião, aproveitando-o. Existiram duas ocasiões, de certa forma contínuas, que eram propícias para exercer o máximo de pressão pela liberdade de Lula: a) no contexto da condenação e da prisão; b) no contexto da sua candidatura à presidência da República. Nesses momentos havia uma sensibilidade social bastante ampla em favor de Lula, em favor de sua candidatura e contra a sua condenação e prisão. Nenhuma mobilização de envergadura, configurada numa campanha sistemática, foi lançada nesses momentos.

Claro que ocorreram atos, como o de Porto Alegre, na véspera da condenação pelo TRF4 ou o do Sindicato dos Metalúrgicos no contexto da prisão de Lula. Depois foram feitos atos menores e o acampamento da vigília e da solidariedade em Curitiba. Mas nada disso seria capaz de criar força suficiente para promover uma pressão para uma virada nos tribunais e nos meios políticos em favor de Lula.

Em política o êxito depende também do respeito, da reputação e do temor. Respeito e reputação se conquistam pelo exemplo da conduta, pela eficiência no agir  e pala realização de feitos significativos. O temor se conquista pela força que um agente dispõe e do saber usá-la. No Brasil, país de capitalismo predatório e de elites predadoras e golpistas, um partido progressista e de esquerda se faz respeitar e temer muito mais pela força do que por outros predicados. É esta força organizada e mobilizada que o PT ficou a dever. O fato é que aquelas ocasiões passaram, com fracas mobilizações e, agora, há uma conjuntura muito mais difícil para se mobilizar em favor de Lula Livre. Um novo momento favorável se colocaria na possibilidade de um fracasso do governo Bolsonaro.

Pomar concorda com o meu artigo quando se argumenta que para mobilizar é necessário “direção, comando e coragem”. Mas acrescenta que é preciso que haja cultura de mobilização e disposição de luta em setores sociais. Ele avalia que falta isso. Mas por que falta? Por culpa dos setores sociais, das massas? Afirmo que não. A responsabilidade de gerar cultura de mobilização e disposição de luta é dos partidos, dos sindicatos e dos movimentos sociais. Nas décadas de 1980-90 o PT mobilizava. O fato é que nos treze anos de governo do PT, o partido não se mobilizou e se afastou das bases, das periferias. Os sindicatos e alguns movimentos sociais foram viver à sombra do poder. O que explica, por exemplo, que no processo do impeachment que resultou no golpe somente no final de 2015 foi convocada uma manifestação em defesa da democracia e do governo? Já haviam ocorrido várias manifestações, com milhares de pessoas, pedindo a derrubada de Dilma.

A questão de fundo da crítica que o Pomar me dirige é a de que o PT é vítima do golpe etc., etc., etc., e que, por isso, não pode ser culpado. Sim, é vítima, mas isto não exclui sua responsabilidade. Por que só se mobilizou tardiamente em 2015? Por que na véspera da votação do impeachment o partido e o governo avaliavam que venceriam a votação? Por que ministros do governo saíram do ministério três dias antes da votação e foram votar contra a Dilma? O PT e o governo não perceberam que tomavam café, almoçavam e jantavam com os inimigos? E o que dizer dos ministros do STF cuja maioria foi constituída pelos governos petistas? O fato é que o PT tornou-se um partido de gabinetes e de mandatos: perdeu as ruas, perdeu as bases, perdeu a organização e perdeu a mobilização. Tudo isto, em boa medida, a resolução do partido aprovada no final de semana reconhece. E isto é bom se se tornar efetivo.

Cabe perguntar ainda: não foi um erro formar a chapa com Michel Temer? Não foi erro, em 2010, se aliar a Sérgio Cabral no Rio e apoiar Roseana Sarney no Maranhão contra Flávio Dino? Quem nomeou os Procuradores Gerais da República que se voltaram contra o PT? Quem nomeou os comandantes militares, os chefes da Abin, os diretores da PF? O PT é vítima sim dos golpistas, mas é vítima também de seus próprios erros.

Voltando à crítica da Gleisi, ela me intima a sair do gabinete. O problema é que não tenho gabinete e, pelo que consta, quem tem gabinete e verba de gabinete é ela. Ela questiona minha militância sem saber como e onde atuo. Isto não é bom, pois poderia questionar vários fatos de sua militância e de sua atuação política. Poderia questionar, por exemplo, a nota estapafúrdia que ela emitiu em defesa do mandato do notório golpista Aécio Neves. Mas em nome da militância aguerrida e da combatividade da Gleisi não questiono mais nada na esperança de que ela não questione indevidamente a militância de ninguém. Ademais, não preciso ir a Curitiba para defender Lula.

Por fim, Pomar me acusa de ser distópico.  Não sou distópico, mas também não sou utópico. As utopias têm se revelado inefetivas e impotentes. É melhor ser realista. É melhor seguir a recomendação de Antônio Gramsci: otimismo da vontade e pessimismo da razão. Qualquer análise racional do Brasil e do mundo não enseja otimismo. Não podemos esquecer a dimensão trágica do mundo, pois isto conduz a erros graves. É legítimo fazer promessas, mas elas precisam ser precedidas das duras e necessárias advertências acerca das precariedades do mundo. Desde a juventude nunca deixei de exercer uma atividade militante. Não tenho interesse em cargos ou poder. Movido por uma consciência estóica, milito por dever, um dever que se vincula aos fins de um mundo mais igual, mais justo, mais humanizado e mais solidário.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

 

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

44 Comentários

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  1. Prevendo o futuro

    Previsão fácil de acertar. Acontecerá no máximo até as 14h00 do dia 03/12 (agora são 7p2).

    Virá o comentárista com nome em minúsculas (não lembro o nome e tenho medo de falar nome errado) com o seguinte comentário:

    “Enquanto o Nassif não termina o meu descadastramento do Blog, que eu pedi há tempos devido a artigos como esse do Aldo, acabo entrando no Blog mesmo sem querer fazê-lo, e ato contínuo também comento sem essa intenção de comentar. O Aldo continua errado e o PT não precisa de autocrítica, afinal somos todos discípulos do deus Lula, aquele que foi criado por Ele mesmo (Lula) e assim é perfeito. 

    Aproveito para pedir meu descadastramento e ou então um filtro onde eu só possa ler aquilo que eu concorde, assim como no Facebook.” 

    1. artigo prof Aldo

      Prof. Aldo com as letras consegue mostrar algo simples e necessário; Precisamos repensar a atividade política da esquerda no Brasil,” Não reconhece quem não quer, poe qual razões? Ao longo dos tempos, todos nós até os não Petistas como eu, votamos e defendemos o PT como alternativa progressista, e como bem disse o Celio Jr, ” o PT não precisa de Autocritica, afinal somos todos discípulo do deus Lula”…lamentavelmente temos que recorrer a uma frase de Ulisses Guimarães “não devemos temer em abandonar o que construímos”, referindo-se ao antigo PMDB ou MDB. Assim estamos nós, o PT não reconhece equívocos e mais grave ainda, não é democrático, pois sequer a crítica aceita. Outros caminhos a seguir…….

       

  2. O PT precisa aprender a escutar
    Este é o primeiro passo a ser dado para reerguer o partido. Sim, falta comunicação com seus eleitores e militância o professor Aldo Fornazieri esta certo nas suas críticas.

  3. Tudo o que o Aldo tem falado

    Tudo o que o Aldo tem falado faz sentido, mas lhe falta delinear o lado prático da questão, ou seja, falar de mobilização da sociedade é correto, mas, no atual estagio das coisas, falta dizer como faze-la com tamanho suficiente para ter resultado. Olhando assim, o que fiz Gleisi sobre ir a Curitiba faz bastante sentido sentido.

  4. Emenda pior que soneto
    Truques ruins:

    Desconsiderar a posição relativa de Gleisi e Pomar… ora, se como o próprio autor reconhece, elaborar textos e narrativas é central na política, como acusar a Gleisi de arrogância se ela precisa defender a tática e estratégia que ela dirige e que está em curso.

    Outro truque: desprezar a carga de disputa interna que aparece nas diferenças dos discursos dos dois… o que implica em dizer: viu estou certo porque até um alto coturno do PT concorda comigo.

    O fato de petistas concordarem ou não com o autor não implica que esteja certo… ao contrário, diagnostica que existe um debate ainda aceso no partido… justamente o que ele diz inexistir…

    Bem… dito isso, vamos ao texto em si.

    Vamos primeiro separar (arre… fica até chato) governo e PT.

    O autor, não sei se de forma leviana ou descuidada, trata essas instâncias como iguais e cobra do partido posições típicas de governo e vice-versa.

    É um erro comum… maS que estraga tudo o que vem depois.

    E mais… despreza que para partidos como o PT o ato de governar em ambientes de coalizão é muito pior ainda mais considerando o ineditismo da situação per si.

    Assertivas como o PT mobilizava em 1980 e não mais em 2005 servem a que mesmo?

    Então eu devo assumir que o PT como agente histórico dentro de um governo de um país como o Brasil poderia alterar todo o curso da história que lhe dava causa e que, podemos dizer, também era minimamente alterada por ele (PT)?

    É isso?

    O PT controlaria o processo de derretimento do capitalismo produtivo mundial… seus efeitos nos bolsões periféricos e a ação do capitalismo fictício que se avizinha como nova forma de organização da humanidade?

    Pois é…

    O PT cometeu o único erro que não poderia: abandonar a luta anticapitalista.

    Ops… mas o PT nunca se prometeu anticapitalista… então…

    1. PT e a luta anticapitalista
       

      Não há modo direto de se combater o capitalismo sem sofrer duros revezes, especialmente no âmbito político, que o capitalismo domina totalmente.

      Somente de dentro pra fora, através da redistribuição de renda é que se combatem os efeitos do capitalismo.

      Suas causas não têm cura mas seus efeitos podem ser mitigados.

      Não culpemos o PT, portanto.

       

      1. A cura
        A cura dos males do capitalismo é a sua superação.

        O PT não pode ser culpado da tentativa (para uns bem para outros nal sucedida) de mitigar os efeitos da desigualde estrutural mas será sempre culpado de esquecer que só a mitigação nunca bastaria.

        Nem para garantir apoio político para continuar fazendo.

        Leia apoio aqui como resistência ao processo kafkaniano a que está submetido e não só a resiliência eleitoral, manifestada nos votos recentes.

        O capital sabe ser finito… por isso massacra quem lhe ameaça, ainda que tais ameaças nem sejam ameaças de fato…. Como Lula.

  5. Emenda pior que soneto 2
    Para ilustrar a tese do autor de que precisamos responder a liquidez da realidade com mais liquidez, ou seja, nas palavras dele: mais transparência e ética (sejam lá que categorias esses slogans representem), trago sugestão se um filmeco ruinzinho chamdo o Círculo… com Tom Hanks e aquela menina que fez Hermione na franquia de Rowling.

    O filme trata do controle social e da vida a partir de aplicativos.

    O lema: todo segredo é um crime.

    Somos melhores quando estamos sendo observados.

    É a base da lógica (? ) do autor sobre os processos políticos e sua submissão permanente a um escrutínio total de todos…

    Como se tais controles também não estejam sob controle de alguém…

    Piafa

  6. O Aldo Fornazieri é cronista

    O Aldo Fornazieri é cronista especializado em criticar o PT. Enquanto isso por debaixo da ponte passa escola sem partido (e ele é professor), exterminio de indios (e ele é sociólogo), esfacelamento das instituições ( e ele é cidadão). Enfim, segue os ditames da grande mídia: na dúvida e se tiver febre, espinhela caida, dores nas costas, a culpa é do PT. Os outros partidos não existem no panorama político do país.

    Essa de falar que o Lula esta sendo abandonado pelo PT vai contra qualquer tipo de análise. Até as pedras sabem que a sobrevivência política do PT está atrelada ao Lula e qualquer politico, mesmo por hipocrisia, quer se aproximar dele para usufruir do seu prestigio. Porque o Aldo, que é professor conhecido e convidado eventual da grande mídia não faz uma visita ao Lula para externar a solidariedade que ele reclama dos outros? 

    Só para o Aldo variar de assunto informo  que na próxima quarta feira parlamentares do Psdb se reúnem com a equipe do Bolsonaro. Deve ser para acertar a escola sem partido, o exterminio de indios e esfacelamento das inistituições. Vale uma crítica, Aldo?

  7. O PT E A MILITÂNCIA

    Bom dia a todos e todas

    Ao ler as ponderações do Prof. Aldo sobre as manifestações da presidenta do PT, fica claro que as críticas do artigo anterior eram acertadas. Com relação à manifestação do Prof. Valter Pomar, ele publicou um longo texto após a derrota nas eleições, no qual faz uma análise implacável dos equívocos do PT. Para quem leu os textos em questão, fica evidente que Pomar e Aldo apresentam análises convergentes.

    Para os velhos militantes do PT, como eu, o que mais causou perplexidade foi a aliança abominável com os piores representantes do esgoto da política do Brasil: Sarney, Maluf, Gedel (ministro de Lula e Dilma) e por aí vai. Gente que defendeu, que apoiou a ditadura militar; com essa gente o PT se aliou. E o apoio de Gleisi ao Aécio, golpista canalha e corrupto confesso? Sem falar em Garotinho, Cabral, Temer e outras pragas.

    Sempre haverá os que dirão: essas alianças eram necessárias para garantir a governabilidade. Sem elas o PT não poderia colocar em prática seu programa etc. Uma resposta a esse argumento é o quadro político atual. A história mostrou que foram cometidos erros crassos.

    A responsabilidade por esses erros é do grupo majoritário do PT, inclusive de Lula, a maior liderança, que endossou todas essas alianças espúrias e suicídas.

    Tomara que diante da situação, os dirigentes petistas corrijam os rumos e retomem a organização da ação política e da mobilização dos setores populares da sociedade. Essa responsabilidade é de toda a esquerda mas a do  PT  é maior, por ser o  maior partido do campo progressita.

    A situação atual é grave, gravíssima. A partir de janeiro de 2019, o PT irá sofrer um ataque redobrado (além do que já vem ocorrendo) por parte dos tribunais, MP, Polícia Federal, Poder Executivo (nas mãos das Forças Armadas). Temo inclusive pela prisão de Dilma (para humilhar, de Haddad por ser nova liderança), sem excluir a prisão de Boulos e de muitos militantes, que serão enquadrados como terroristas pelo futuro ministro da justiça, com base em uma lei aprovada no governo Dilma.

    Não há mais espaço para palavras de ordem vazias e para novos erros. Todos nós, progressistas e democratas, precisamos AGIR para enfrentar a nova ditadura.

    Um abraço  e vamos à luta.

     

     

     

     

     

     

    1. Telegramas do fim do mundo
      Caro Nelson… faça as correções necessárias:

      Partido e governo não se confundem.

      Outra: Valter faz (o que é seu direito) aquilo que todos os grupos minoritários fizeram ao longo da nossa história (do PT): perdem na política interna esperam que dê errado e dizem: viu nós avisamos?

      Nesse caminho, o exercício proposto aqui só tem algum sentido se for para que se esclareça o que não devemos fazer de novo o que fizemos e esperarmos resultados distintos.

      Infelizmente não é isso que esses textos do fornaxieti e do pomar sugerem…

      Sugerem antes um expiação de culpa dirigida a substituir erros passados pela especulação inútil de que os críticos portavam uma verdade que se imporia como inevitável e bem sucedida só porque se dizua diferente da realidade fracassada….

      Isso em ciência sociale filosofia se chama de vício teleológico… É sedutor mas não ajuda em nada.

      Como eu disse como cobrar algo do PT e de Lula que eles nunca prometeram entregar?

      Qual o sentido de acusar um partido reformista e de coalizão (pós Carta aos Brasileiros ou desde sempre) que abandonou a luta anticapitalista?

      A pergunta que devemos fazer é: o PT ou qualquer outro partido existente pode ser essa ferramenta anticapital?

      E mais, queremos ser anticapitalistas?

    2. Sua análise seria sensata

      Se alguma vez o PT tivesse tido maioria no Congresso sem precisar se aliar a ninguém.

      Como não foi assim e, inclusive, boa parte da esquerda (PSOL, esquerda do PT, etc.) foi francamente contrária a vários projetos do governo Lula/PT no seu início (Bolsa Família, Reuni, Prouni, só pra dar alguns exemplos), a crítica parece apenas ingênua.

      O ataque da mídia/MP/PF contra o PT não foi por causa dos seus “erros” mas em razão dos seus acertos.

  8. Tititi necessário mas vamos

    Tititi necessário mas vamos uma discutir outra questão tão importante para ganharmos as próximas eleições : POR QUE HADDAD SE RECUSOU E A ESQUERDA SE RECUSA A FALAR SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA?

    Leonardo Boff se espanta e escreve: “o povo votou nos seus algozes”. Por que será? Perguntemos. Seria aquele famoso discurso da servidão voluntária de La Boétie? Tem a ver mas não só. Não precisamos ir tão longe. O povo votou nos seus algozes porque esses algozes prometeram livrá-lo de um algoz ainda mais terrível para ele: o criminoso comum do bairro, aquele que o inferniza, humilha, bate, mata, torna o seu dia a dia carregado de um desespero inimaginável para nós classe média bacaninha que, quando muito, sofremos um assaltozinho aqui e acolá nas avenidas chiques.

    O problema da segurança para as massas populares é tão grave quanto o problema de sua viabilidade econômica (emprego, renda, estudo, moradia, etc.).

    Um amigo meu tem uns imóveis prá alugar numa cidade satélite popular de Brasília. Teve o seguinte problema: inquilinos que não possuiam carro devolveram o imóvel no primeiro mês porque tinham de ir pro emprego de ônibus às 5:30 ou 6:00 hs da manhã e foram repetidamente assaltados na parada. Foram obrigados a se mudar prá imóveis mais centrais –e mais caros-, próximos de uma estação de metrô.  É viável uma vida assim para as pessoas?

    Eu consigo uma moradia do Minha Casa, Minha Vida, que a Esquerda, quando no governo, me proporcionou, eu fico muito feliz, agradecido ao Presidente Lula, à Dilma, então eu me mudo, monto meu pequeno negócio, meu filho entra no Prouni e no Fies, eu estava muito feliz, entretanto, as milícias estão batendo na porta do meu negócio exigindo propina, meu filho foi assaltado três vezes na porta de casa ao voltar da faculdade à noite e a filha da minha vizinha foi assassinada nas mesmas circunstâncias.

    Aí vem as eleições. A Esquerda é COMPLETAMENTE MUDA em relação à segurança pública. A Direita vem dizendo que torturador é o herói, que vai curar gay na marra, privatizar estatais –eu até acho estranho tudo isso- mas ela também diz que vai acabar com a bandidagem, matar uns 30.000, punir os De Menor criminosos, reduzir a maioridade penal, por criminoso na cadeia. Aí eu apoio, pois ela promete acabar com todos os que estão acabando com a minha vida, com a minha felicidade.

    No imaginário do povão funcionaria mais ou menos assim:

    Esquerda (PT): Moradia, emprego, escola… Coisas importantes, necessárias. Eu apoio.

    Direita: Acabar com os bandidos, prender os criminosos… Coisas essenciais. Eu apoio.

    Dessa forma, aparentemente, venceria a eleição quem soubesse estimular mais o imaginário e o humor das massas pobres para as necessidades de um desses itens naquele momento da eleição (fake news à parte).

    Agora umas perguntas: Por que essa dicotomia? A esquerda, tão craque em desenvolvimento social, não é capaz também de apresentar um programa de segurança pública que prometa mitigar o sofrimento das pessoas em relação à violência, à criminalidade comum, aos assassinatos banalizados? Conseguiria, dessa maneira, invadir o campo onde a direita se acha a única rainha e ter muito mais força nas eleições. Por que deixar apenas Sérgio Moro falar uma verdade óbvia como: “é necessário aumentar a pena para crimes graves como homicídio”? Por que deixar a direita dominar essa narrativa, como se a esquerda também não fosse favorável a punições severas para homicidas e assassinos cruéis?

    A esquerda seria capaz de dar uma resposta a essas perguntas, se não fosse impedida por duas travas: uma trava cognitiva e outra ideológica.

    Cognitiva: Não percebe que a violência comum acontece dentro das massas pobres. São os pobres agredindo os pobres. Uma minoria de pobres violentos, criminosos, agredindo a grande maioria de pobres que tenta sobreviver no desespero. Portanto, os bandidos são tão tiranos, para a vida da população trabalhadora pobre, quanto os capitalistas que as exploram e que foram descritos por Marx.

    Ideológica: Como a Esquerda não consegue perceber isso e acha que toda a violência, todo o sofrimento do povo pobre é devido à exploração capitalista (claro que a causa básica é, ninguém discute isso), qualquer plano de se punir com mais rigor os tiranetes de bairro é visto como se fosse uma punição a quem já é uma vítima “do capitalismo” e assim essa ideia é suprimida com vigor e jogada lá pros quintos do subconsciente, pois é coisa “de direita”.

    Aí… fica de mãos atadas e vai perder todas as eleições para a Direita que empunha a bandeira do punitivismo, porque punitivismo é música para os ouvidos das massas trabalhadoras pobres das periferias, oprimidas não só pela exploração capitalista mas também pela ação dos tiranetes de bairro, e aflitas com a violência e impunidade desses tiranetes.  

    Nosso querido Haddad, tão competente, tão gabaritado para dirigir esse nosso querido país, sendo entrevistado, na campanha, por um jornalista sobre a redução da maioridade penal disse: “Somos contra”. O Jornalista perguntou: “Por quê?”  Ele respondeu: “Porque não consideramos que seja solução para o problema”. Nada mais. Titubeou discretamente ao falar essa última frase. Talvez porque, sendo um homem inteligente, tenha inconscientemente percebido que não é uma resposta convincente a ser dada aos eleitores sobre a violência e os anseios deles por justiça. Ele deve ter sentido, lá no íntimo, que a Esquerda deve apresentar propostas um pouco mais elaboradas para um problema que aflige tanto as massas pobres, como é a violência. Ou faz isso, ou não está preparada para resolver os problemas do povo, para convencer a massa de eleitores e então não deve reclamar nem lamentar a derrota.

     Será se, ao encarar a questão da segurança pública, a Esquerda se igualaria à Direita? Vamos comparar possíveis roteiros de ação de cada uma:

    Solução da Direita:  Redução da maioridade penal para todos os crimes; aumentos gerais de penas; pena de morte; trabalhos forçados; penas cruéis, ao estilo da pena que Fujimori aplicou em Abimael Gusmán, líder do Sendero Luminoso (para quem não lembra, ele foi preso em uma cela pequeníssima, onde não podia se mover, de teto baixo, onde não podia se levantar por completo, escura, não podia ler um livro, não podia fazer nada, ou seja, uma tortura contínua para qualquer ser vivo, animal ou humano); liberação e apologia da violência policial; humilhações; sangue; massacres.

    Solução de Esquerda: Redução da maioridade penal para os crimes de homicídio e lesão corporal; Aumento de penas para esses crimes com obrigação de cumprimento da pena total em regime fechado; Aumento de penas além dos 30 anos para homicidas reincidentes; presídios-escolas; presídios-fábricas modelos; eliminação dos crimes de desacato, resistência e desobediência em relação a policiais (arts. 329 a 331 do Código Penal), a profissão já embute a necessidade de lidar com pessoas fora de si, bêbadas, loucas, enfurecidas, etc.; punição severa à violência policial; respeito.

    Ver outras propostas no texto https://jornalggn.com.br/fora-pauta/pobre-esquerda-sempre-dando-murro-em-ponta-de-faca

    Com possíveis soluções tão diferentes, por que a Esquerda tem tanto medo de ser confundida com a Direita ao palpitar sobre segurança pública?

    Só pode ser devido às travas cognitivas e ideológicas mencionadas acima.

    Ah, mas reduzir maioridade penal, seja de que forma for, é “proposta de direita”. Ah, é? Então continue assim, pequena avestruz, enfie a cabecinha na areia, vire a bundinha para cima e deixe a Direita enrabar você como fez nessas eleições de 2018, enrabar o nosso querido Presidente Lula como está fazendo, para nosso completo desespero e impotência, e outras muitas coisas terríveis que ainda fará, uma vez que você, pequena avestruz, se recusa a ir aonde o povo está e tentar entende-lo. Se recusa a dar uma resposta realista “de esquerda” aos problemas que o afligem e assim ganhar a eleição e poder influir mais no processo político, que é a única possibilidade de “revolução” com que podemos contar na atualidade. 

     

     

    1. Boas questões mas respostas ruins…
      Não se trata de vencer a direita tentando se parecer mais com ela…

      Isso já tem sido feito (apesar da semiologia de esquerda em dizer que defende uma Polícia cidadã e humanizada).

      Os governos estaduais do PT e de outras denominações próximas não foram além da mimetizacao trágica das guerras as drogas e outras guerras patrocinadas pelo estamento capitalista.

      Violência é ato intrínseco a humanidade sabemos mas a criminalidade violenta atual é traço inerente ao capitalismo como regramento das formas de organização social.

      Isto é, quanto mais desigual mais violento.

      A despeito de toda incapacidade de se aproximar e entender aqueles que portam armas com a chancela estatal (polícias e etc), falta a esquerda a compreensão de que não se pode ter indices civilizados de criminalidade dentro de ambientes de desigualdade extrema.

      Então… uma esquerda que deseja apenas uma reforma na periferia do capitalismo (impossível)vai continuar a perder essa luta real e no seu aspecto imaginário…

      Para conter a violência (também aquela expressa em crimes violentos) é preciso dominar a narrativa da violência e apresentar esse fenômeno como resultado de uma desigualde que precisa ser atacada com igual uso da força.

      Crime, via de regra, salvo os passionais (minoritários)se manifesta como negócio desrregulamentado (marginal).

      Logo se movimenta como um estrutura que vai beneficiar uns e sacrificar outros tantos… É só observar a génese das facções dentro das cadeias e seus esquemas de solidariedade negocial que sugerem as pirâmides que conhecemos…

      Sem entender essas lógicas e as relações de promiscuidade entre essas formas grotescas (crimes dos mais pobres) e as redes mais sofisticadas que se aproveitam selar (inclusive com as vendas dos instrumentos de combate ao crime) ficaremos no máximo com esse discurso do zegomes…

      Tentando dizer ao povão que podemos ser mais violentos que os fascistas…

      Aí o povo sabido que é escolhe o original a cópia…

    2. Boas questões mas respostas ruins…
      Não se trata de vencer a direita tentando se parecer mais com ela…

      Isso já tem sido feito (apesar da semiologia de esquerda em dizer que defende uma Polícia cidadã e humanizada).

      Os governos estaduais do PT e de outras denominações próximas não foram além da mimetizacao trágica das guerras as drogas e outras guerras patrocinadas pelo estamento capitalista.

      Violência é ato intrínseco a humanidade sabemos mas a criminalidade violenta atual é traço inerente ao capitalismo como regramento das formas de organização social.

      Isto é, quanto mais desigual mais violento.

      A despeito de toda incapacidade de se aproximar e entender aqueles que portam armas com a chancela estatal (polícias e etc), falta a esquerda a compreensão de que não se pode ter indices civilizados de criminalidade dentro de ambientes de desigualdade extrema.

      Então… uma esquerda que deseja apenas uma reforma na periferia do capitalismo (impossível)vai continuar a perder essa luta real e no seu aspecto imaginário…

      Para conter a violência (também aquela expressa em crimes violentos) é preciso dominar a narrativa da violência e apresentar esse fenômeno como resultado de uma desigualde que precisa ser atacada com igual uso da força.

      Crime, via de regra, salvo os passionais (minoritários)se manifesta como negócio desrregulamentado (marginal).

      Logo se movimenta como um estrutura que vai beneficiar uns e sacrificar outros tantos… É só observar a génese das facções dentro das cadeias e seus esquemas de solidariedade negocial que sugerem as pirâmides que conhecemos…

      Sem entender essas lógicas e as relações de promiscuidade entre essas formas grotescas (crimes dos mais pobres) e as redes mais sofisticadas que se aproveitam selar (inclusive com as vendas dos instrumentos de combate ao crime) ficaremos no máximo com esse discurso do zegomes…

      Tentando dizer ao povão que podemos ser mais violentos que os fascistas…

      Aí o povo sabido que é escolhe o original a cópia…

    3. O PT, a militância e a sociedade

      -> POR QUE HADDAD SE RECUSOU E A ESQUERDA SE RECUSA A FALAR SOBRE SEGURANÇA PÚBLICA?

      (li com atenção seu comentário, destaco o trecho acima para a partir dele falar com o inteiro teor de sua argumentação).

      seu comentário aborda uma principais, urgentes e justas demandas da população brasileira: a segurança. as outras são: renda e emprego, inadimplência e corrupção.

      de fato, Haddad não apresentou nenhuma proposta concreta para a segurança pública, tampouco paras as outras demandas. de fato, segurança e corrupção se tornaram sim temas tabus para a quase totalidade da Esquerda.

      Bolsonaro tampouco tem qualquer proposta concreta para renda, emprego e inadimplência. ao contrário, suas propostas na economia tenderão a agravar ainda mais estes problemas. e quanto a segurança e corrupção, também suas propostas (pela via penal e policial) não podem atacar as causas, sendo tão fake quanto sua campanha via WhatApp.

      Boulos e PSOL também fracassaram miseravelmente.

      ou seja: absolutamente nenhuma das forças políticas institucionalizadas tem sido capaz de minimante dialogar com estas demandas e a elas apresentar soluções exequíveis e imediatas.

      vc apresenta uma solução. e a classifica como de “Esquerda”. ainda assim é uma proposta exclusivamente situada no âmbito penal, policial e punitivista.

      e por este caminho não se chega a lugar algum ao se combater tanto a insegurança pública quanto a corrupção. apenas se vai enxugar gelo, a um enorme custo econômico, social e político.

      exemplo clássico: como combater o narcotráfico de varejo sediado nas favelas das grandes cidades?

      é possível fazê-lo “abatendo” os varejistas locais, que rapidamente serão substituídos por uma imensa reserva de candidatos a soldados do tráfico? obviamente que não.

      veja bem, e aqui está toda a diferença, isto não implica em não ocupar sim as favelas e atuar na repressão ostensiva ao tráfico.

      inclusive com confronto armado decorrendo mortes. mas NUNCA tortura e execução sumária.

      uma coisa é a morte de um traficante num tiroteio com agentes do Estado a serviço do bem-estar coletivo. outra bem diferente, e inadmissível, são os homicídios perpetrados após a prisão. este tipo de desvio de conduta deve ser punido exemplarmente.

      a análise do fracasso previsível das UPP cariocas dão bem a linha de discussão, não apenas da questão vital da segurança, principalmente nas favelas e periferia, como do caminho para se promover qualidade de vida através de autêntica inclusão social.

      as UPP foram concebidas tão somente como uma pacificação provisória da violência urbana, visando única e exclusivamente viabilizar um ambiente de negócios propício à realização dos mega eventos na cidade do Rio de Janeiro.

      jamais se encostou um dedo sequer no tráfico. o acordo foi claro: sem exibição de armas, sem tráfico ostensivo, sem arrastões nas vias expressas (paralelas aos grandes complexos) e o propinoduto de mão-dupla correria solto de um lado para o outro.

      em resumo: em nada se combateu, e muito menos nenhuma alternativa se encaminhou, tanto quanto a segurança quanto à corrupção.

      uma solução pela Esquerda deve se dar por duas vias:

      – a via local. nas favelas e periferias principalmente (pois sempre é a população pobre a mais prejudicada), passa pela ocupação de fato destes territórios. não apenas com a força policial, mas de imediato, desde seu início, com a implantação de um projeto coletivo de construção de cidadania (sempre com a participação efetiva da população): saneamento, energia, posto de saúde, escolas, creches, centros culturais, wi-fi gratuito. em outras palavras: reformatação do programa “Minha Casa, Minha Vida”, transformando-o em “Nosso Bairro, Nossas Vidas”;

      – a via estrutural. não há como combater a insegurança e a corrupção sem atuar diretamente naqueles que são não apenas seus maiores beneficiários, como os que viabilizam a lavagem de dinheiro: os bancos, o sistema financeiro.

      sem mais me estender no momento,

      abraços.

      .

      1. Telegramas do fim do mundo
        Caro amigo… perdão…

        Mas suas propostas são bem parecidas com o punitivismo, só que mais Soft…

        Não há como regular os fluxos de dinheiro e drogas e armas assim como é impossível deter os fluxos de capital.

        O tráfico é um negócio, como a guerra que diz combatê-lo…

        E como negócios colidem e convergem… a violência e o ruído desse atrito e das precárias condições de negócios instaladas nas redes periféricas… aumentadas pelos efeitos da criminalização (proibição).

        Há tráfico na Europa?

        Uai é claro.

        Mas por que não há meninos de fuzil e guerras civis como aqui?

        Desigualdade, meu caro… Desigualdade e a compreensão deles que não há como reprimir o tráfico, muito menos nas redes de varejo!!!!

        Qualquer programa de esquerda tem que enfrentar o fato de que terá que abolir leis proibicionistas de venda e consumo…

        Terá que dissolver os feudos militarres assessórios dos governadores, as PM.

        Instituir carreiras policiais de ciclo único já indicando a fusão das polícias e o fim do desperdicio que é o acesso de delegados por concurso externo…

        Jogamos trinta anos de experiência de policiais no lixo para dotarmos as delegacias de “grifes” semi-judiciais (delegados a custo altíssimo) quando o trabalho policial se resume, basicamente reunir fatos e relatar tais fatos e provas… sem qualquer juízo de valor… ou pelo menos sem que tal juízo seja relevante…

        A ação é tarefa do MP E do juiz. Assim como dizer o direito.

        “Dê-me os fatos e direi o direito”… esse é resumo do trabalho policial seguido do de natureza judicial.

        Mas engolimos a conversa fiada e corporativa que delegados inseridos por cincurso seriam a redenção da investigação policial…

        Arf…

        E fizemos isso para “proteger” a cidadania que continuou sob as mesmas violações de antes, quando os delegados ascendia ao cargo por carreira.

        É tema espinhoso que merece horas e horas de conversação…

        No entanto lhe adianto que suad colocações fazem pouco sentido…

        Um abraço

        1. O PT, a militância e a sociedade

          -> Mas suas propostas são bem parecidas com o punitivismo, só que mais Soft…

          -> O tráfico é um negócio, como a guerra que diz combatê-lo…

          -> Desigualdade e a compreensão deles que não há como reprimir o tráfico, muito menos nas redes de varejo!!!!

          -> tem que enfrentar o fato de que terá que abolir leis proibicionistas de venda e consumo…

          -> É tema espinhoso que merece horas e horas de conversação…

          comunicação é uma arte. e comunicação via web talvez seja uma arte impossível. por isto devemos modular nossa réplica de acordo com o interlocutor, seja num papo olho no olho (e dedo no gatilho) ou via web.

          por isto, tentei em minha réplica abrir um diálogo com o zegomes. afinal, ele tocou num ponto vital (a questão da segurança pública) e elaborou um bom comentário (mesmo que dele possamos discordar em parte ou no todo).

          eu o havia lido pela manhã. e depois tb vi sua réplica a ele. considerei que deveria entrar na conversa. afinal, não deve perder a oportunidade de um bom papo.

          note que procurei apresentar ao zegomes um exemplo concreto de como tratar a segurança pública, localizando-o a partir da falência das UPP.

          justamente por concordar que para se ter segurança pública é preciso combater tb a desigualdade, é que no meu exemplo há investimentos na melhoria da qualidade de vida dos moradores das favelas.

          e estes investimentos trazem com eles também renda e emprego. infraestrutura social demanda postos de trabalho, que devem ser ocupados preferencialmente  por mão-de-obra local.

          junto com os investimentos se teria tb a implantação de todo tipo de economia solidária, desde moeda social até capacitação profissional, hortas comunitárias (salário indireto pela redução de despesas com alimentação e saúde), medicina alternativa e auto-suficiente ( tb renda indireta), etc, etc, etc…

          claro que as drogas devem ser descriminalizadas, mas talvez seja um ponto desnecessariamente polêmico neste debate aqui, ao menos como ponto de partida.

          e a questão específica da polícia é complexa, espinhosa e polêmica demais para uma breve tréplica. mas a Esquerda precisa abordá-la e para ela ter uma política clara e determinada.

          -> Não há como regular os fluxos de dinheiro e drogas e armas assim como é impossível deter os fluxos de capital.

          este é o ponto em que discordo de vc.

          compreendo as enormes dificuldades em fazê-lo, e ter razoável êxito (há vários exemplos de êxito relativo), mas é indispensável atuar para regular o fluxo de capital. e portanto os fluxos do tráfico como um todo, não apenas narco e de rmas, pois afinal o tráfico sempre é trafico de dinheiro.

          penso que questões complexas, como as que aqui agora tratamos, precisam ser atacadas a partir da implementação de ações diretas e localizadas, mas sempre dentro de uma estratégia geral e alinhadas com um profundo diagnóstico do problema.

          p.s.: outra coisa: esta conversa aqui parece não ter relação com o artigo do Aldo Fornazieri. mas tem. eu diria até que tem total relação.

          .

          1. Telegramas do fim do mundo
            Sobre nossas divergências:

            Estado desigual não provê segurança pública digna desse nome e aí temos que incluir tudo é principalmente a estrutura judiciário sistema penal.

            Como no caso das regulações impossíveis dos fluxos de capital (nem o capitalismo conseguiu conter a si mesmo)
            os fluxos de negócios ilegais só podem ser parcialmente apreendidos como tributos… como os capitais do rentismo atual…

            A questão é que esse formato (o capital produtivo, estado, partidos, eleições e etc) não é mais necessário, assim como qualquer racionalidade no combate a criminalidade… porque a irracionalidade tem um lógica muito mais lucrativa e atraente… seja economicamente falam do seja como instrumento de narrativa política e controle social (ver sucesso da agenda bolsopata).

            O relativo sucesso que foi possível no centro do capital, no combate ao crime e na estruturação de sociedades menos desiguais não é possível aqui.

            Não esquecendo, é óbvio, que o sucesso deles é causa de nosso fracasso…

            Não há mais fronteiras coloniais a nossa disposição… caro amigo!

            Aqui só nos resta a luta anticapitalista que no tema segurança passa por medidas extremas… com o o fim da proibição às drogas e anistia geral para quem depuser armas.

            Abraço

          2. O PT, a militância e a sociedade

            -> Aqui só nos resta a luta anticapitalista que no tema segurança passa por medidas extremas… com o o fim da proibição às drogas e anistia geral para quem depuser armas.

            apenas para não lhe deixar sem retorno, que aqui no meu “fuso horário” já é alta madrugada. na roça, costumo dormir com os primeiros vaga-lumes.

            (adendo: talvez tenha ficado pouco claro, mas qdo. me referi a que debater aqui descriminalização das drogas seria “polêmico”, era sobre exatamente a estas réplicas ao zegomes. e não, de modo algum, num contexto geral)

            soluções não existem sob o marco da capitalismo. é preciso ultrapassá-lo. mas enquanto isto, a vida não cessa.

            isto me faz lembrar bons momentos de minha vida. trabalhava até quase o sol raiar. era uma galera muito politizada. todos estudavam de dia. e muitos envolvidos com militância política.

            para atenuar o desgaste de um serviço estafante, valia tudo. inclusive muito debate político. então ficávamos elaborando alternativas hipotéticas para situações concretas.

            como, por ex.: fulano, vc agora é o Secretário de Segurança Pública do RJ. tem plenos poderes. o que vai fazer?

            não podemos dar um clique e superar o Capitalismo. assim, sempre teremos que fazer algum tipo de gestão do Capital.

            na verdade, todos fazemos isto. porque precisamos todos sobreviver, somos constrangidos em nosso dia a dia a implementar políticas de gestão do capitalismo, no que diz respeito ao imediato de  nossas vidas.

            p.s.: essa aí da anistia para quem se entregar e depor as armas eu nunca ouvi falar. interessante…

            .

          3. Telegramas do fim do mundo
            Olha a distância da superação se mede pela insistência em renunciar a loucura da crença de que, sim, as coisas devem ser mudadas em um clique.

            Claro que isso se dá com acúmulo histórico… que por sua vez só é acúmulo Sr o pensamos nessa direção : da ruptura.

            O fim da proibição tem que vir assim mesmo… E suas possibilidades de alteração das estruturas é tamanha que basta observar como os conservadores se agarram a ela.

            A anistia é uma ideia minha baseada na experiência de pacificação de guerras civis em outros países.

            A guerra ao tráfico é política porque deriva de decisões políticas do estado sobre o uso individual do corpo humano… E como guerra política(e de fundo econômico) deve ter esse tratamento em seu enfrentamento.

          4. O PT, a militância e a sociedade

            -> Olha a distância da superação se mede pela insistência em renunciar a loucura da crença de que, sim, as coisas devem ser mudadas em um clique. Claro que isso se dá com acúmulo histórico… que por sua vez só é acúmulo Sr o pensamos nessa direção : da ruptura.

            sem dúvida!

            mas ainda assim, este “clique” não depende tão somente de vontade política. muito embora esta seja determinante para o acúmulo de forças e experiências apontar na direção da ruptura.

            por outro lado, não é suficiente esta direção rumo a ruptura para que ela ocorra. sempre serão as massas o fator determinante.

            é preciso acompanhar e interagir com atenção a cada vez que elas saem às ruas. como agora ocorre com os “Coletes Amarelos” na França.

            podemos fazer várias críticas aos russos, exceto que lhes faltem inteligência estratégica e aguda sensibilidade para as movimentações sociais.

            vale consultar o artigo abaixo:

            ‘Yellow Vest’ Protesters Aren’t May 1968 Students, They’re Sans-Culottes

            “If I was going to make an analogy, and that should be extremely scary for the Macron administration, this is more like the French sans-culottes,” the urban workers who drove the increasing radicalization of the French Revolution in the late 18th century.

            -> A anistia é uma ideia minha baseada na experiência de pacificação de guerras civis em outros países.

            pois é uma excelente proposta. merece ser divulgada e debatida.

            poderia até “delirar” um pouco. no caso de haver este tipo de anistia para os soldados do tráfico, como eles poderiam ser realocados em algum projeto que se beneficiasse das aptidões que eles possam ter adquirido?

            .

          5. Telegramas de fim de mundo.

            Com o dinheiro que será economizado da indústria de guerra ao tráfico, seja a do combate (economia na compra de fuzis, helicópteros, blindados, coletes, etc), seja a que surgirá da tributação da legalização da produção e comércio, e enfim, da valorização de áreas e o fim das interdições de circulação de bens e serviços, você poderá “delirar” em milhares de programas de inserção, renda mínima, etc.

            Sem deixar de mencionar que boa parte desse contingente poderá ser agregado como empregados nessa nova indústria.

            É uma escolha política e de política econômica: transferir bilhões do PIB da violência para o combate a desigualdade e a verdadeira pacificação da sociedade.

            Outra ideia, mais sofisticada (inclusive porque lida com gente mais sofisticada) é anistiar os crimes de lavagem e parte dos valores “lavados” na cadeia do tráfico, trazendo de volta esses ativos a economia legal.

            Isso não é nenhuma novidade: em 2008 boa parte dos narco-Estados fizeram isso em “silêncio” e “lavaram oficialmente” esses recursos para que lastreassem seus déficits e fraquezas cambiais.

            Temos também a economia em presídios e a quebra dos ciclos de formação de mão-de-obra do crime dentro das cadeias (que têm um custo sócio-econômico imensurável).

            Claro que isso tem que vir acompanhado de uma mudança da estrutura do judiciário, tornando esse poder de fato público, e não apenas um privatizador de conflitos!

            Vamos ter problemas com um ou outro que poderá voltar a delinquir? Claro, mas o custo de vigilância e punição desses recalcitrantes é muito menor, e considere que haverá policiais sobrando (e recursos já adquiridos) para tornar a ação da polícia menos desigual, provendo segurança nas zonas mais pobres do mesmo modo que protege os ricos!

            Esse é o pensamento revolucionário em andamento para encaminhar a revolução!

            Eu não quis dizer que não devemos enfrentar os problemas reais em tempo real, mas isso não quer dizer que ofereçamos as soluções (fracassadas) da direita!!!!

            Posso dizer, por alguma experiência acumulada, que não teremos outra alternativa…bem, teremos, mas não é nada animadora!

          6. O PT, a militância e a sociedade

            -> É uma escolha política e de política econômica: transferir bilhões do PIB da violência para o combate a desigualdade e a verdadeira pacificação da sociedade.

            -> Outra ideia, mais sofisticada (inclusive porque lida com gente mais sofisticada) é anistiar os crimes de lavagem e parte dos valores “lavados” na cadeia do tráfico, trazendo de volta esses ativos a economia legal.

            -> Vamos ter problemas com um ou outro que poderá voltar a delinquir? Claro, mas o custo de vigilância e punição desses recalcitrantes é muito menor

            -> Esse é o pensamento revolucionário em andamento para encaminhar a revolução!

            -> Posso dizer, por alguma experiência acumulada, que não teremos outra alternativa…bem, teremos, mas não é nada animadora!

            sua exposição de como a descriminalização das drogas pode desencadear um feed-back positivo permite vários encaminhamentos. apenas vou escolher um deles.

            cada um de nós tem capacitação técnica e experiência de vida em determinadas áreas. é em cada área, e nas experiências de vida nelas acumuladas, que nos defrontamos com o Capitalismo: tanto com suas muralhas quanto com suas inúmeras rachaduras.

            poderia tecer aqui um raciocínio análogo ao seu, tão somente pautado por outras áreas (muito embora todas estas áreas esteja integradas entre si): informática e comunicação, mercado financeiro e agroecologia (exemplos).

            quanto as suas propostas, cabe indagar:

            – quando e onde chegaram a ser minimamente implementadas em qualquer gestão (municipal, estadual ou federal) nas décadas pós redemocratização?

            não foram.

            assim como propostas nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, mercado financeiro e agroecologia também não o foram. a não ser de modo bastante pontual e, na maior parte das vzs, com baixíssima continuidade.

            e por que não foram?

            porque tudo isto exige algo que a quase totalidade da Esquerda desde a (pseudo) redemocratização abdicou de fazer: luta de classes. confrontar interesses.

            meu caro, sou hoje um homem velho. ainda não cansado. mas há décadas sem qualquer ilusão.

            os modos institucionais de luta estão há muito neutralizados. ainda assim, não podemos deixar de lutar. então o fazemos a cada oportunidade que a vida nos oferece e nos demanda. sem grande expectativa, tampouco sem esmorecer. e sempre conscientes de nosso diminuto raio de ação.

            o Capitalismo se apresenta como inexpugnável. e de fato é. mas apenas se não soubermos visualizar as inúmeras brechas e rachaduras em suas muralhas.

            a verdade é que o Capitalismo se tornou insustentavelmente frágil.

            seja por suas cadeias produtivas altamente complexas e totalmente descentralizadas, com insumos e componentes fornecidos por uma rede espalhada ao redor do globo. é justamente a logística decorrente que se tornou o ponto fraco mais fraco do Capitalismo contemporâneo.

            ou mesmo em seu próprio âmago, no mercado financeiro. e quanto a isto o crash de ontem no mercado só vem a confirmar.

            aliás, o movimento dos “Coletes Amarelos” é um tb bom exemplo. tudo que parece tão sólido no mundo do Capital pode instantaneamente começar a derreter no ar.

            dito de outro modo: o Capitalismo está por um fio. com a ressalva de que este fio pode demorar uma eternidade até arrebentar.

            no esforço de estar sendo um bom interlocutor,

            um grande abraço

            .

  9. Estranha esta fixação do prof

    Estranha esta fixação do prof com o PT. Utiliza-se de um discurso que em nada difere dos pseudo-moralistas da mídia golpista deste país.

    O prof. parece esquecer que existe um negócio que se chama conjuntura política. Foi ela quem nomeou ou escolheu todos os indivíduos os quais faz sua indagação,não foi o PT.

    A mobilização a que se refere não é mais forte porque,além dos sucessivos boicotes de informação da mídia golpista,temos sujeitos,como o proffessor,que parecem travestidos de esquerda mas que,na verdade,são verdadeiros agentes do divisionismo.

    Poderá,como já respondeu outras vezes,que o faz de forma fraterna,que seu objetivo,como está nesse post,foi realizado a partir de inomináveis petistas.

    Faça-nos o favor,professor,preocupe-se com os outros partidos,entenda como o PT,com todas as suas críticas e dos demais assemelhados,conseguiu governar e sobreviver a todo o terremoto político que foi e está em implantação.

    Entenda que gestores desse golpismo foram varridos e que o PT não se abalou.

    Não queira fingir-se de defensor do presidente Lula pois não o é. O presidente Lula é a única reserva política de esquerda com lastro suficiente para aglutinar  o povo. Não adianta dizer que o PT é isso ou aquilo,que falhou aqui ou ali. O PT tem gente suficientemente competente e articulada e sabe perfeitamente de seu papel e sabe que líderes que nem o presidente Lula são únicos.

    Essa argumentação de que o partido falhou em organizar a militância e a população são argumentos rasteiros de quem analisa o jogo jogado.

    Mesmo as mobilizações contra o impeachment,que o professor ignora,foram fortes e consistentes só que,para quem não participou,como parece ser o caso do professor,e somete se informou pelo braço da emissora golpista,acreditou que nada ocorreu.Aliás,que somente se informaou pelo braço da emissora golpista,ficou sabendo a hora,o local e o acompanhamento em tempo real de cada manifestação,com os números sempre inflados,ou será que alguém que saiba fazer as quatro operações dde matemática aceita que a av Paulista tenha tido 2 milhões de pessoas?

    O professor entendeu muito bem o que a senadora presidenta do PT disse em sair dos gabinetes. Se não entendeu vai a dica: A saia às ruas,converse com o povo,ajude a organizar a resistência e verá a realidade  nua e crua não das dificuldades,mas da impossibilidade de mobilizações maiores.

    Como disse no início,é a conjuntura política.

  10. SOFRIMENTO QUE O FANATISMO PRODUZ

    “…Um Mundo mais igual?…” Mais igual  sendo apenas petista? Mais igual apenas por uma corrente ideológica? Este tipo de pensamento já não produziu o Nazismo, o Stalinismo, o Fascismo? Já não foi o suficiente? Não é absurdo o ‘culto ao personalismo’, enquanto se jura a luta contra tal prática? Ou transformar Lula, o Petismo, o Esquerdismo como único rumo para a Sociedade Civil não é o mesmo que Caudilhismo? Perdemos 88 anos enterrados nestas Facções, nestes Feudos e Corporações que controlaram o Estado Brasileiro, alijando a Sociedade Civil do comando do poder. Todas nuances da esquerda chegaram ao Poder para transformarem-se em mais uma parte da Elite Brasileira. Arraes, Covas, Tancredo, Serra, FHC, Cabral e outros milhares são a prova deste farsante parasitismo ideológico. Mas sabemos existe toda uma casta que ve seu mundo ruir. E não abandonarão suas Capitanias Hereditárias sem fazer barulho. Ideologia?! Alguém ainda crê nesta fantasia?   

  11. Posturas diferentes.

    Fica clara a diferença enorme que existe entre as posições da reativa Gleisi e do efetivo Pomar. A quase ex-senadora e futura deputada tem forma de atuação totalmente superada para considerar-se “progressista”. Discurso vazio e para agradar apenas a sua torcida.

  12. PT

    O sr. Aldo resolveu por bem tentar se explicar e tentar fazer um contraponto às respostas dadas por dirigentes do PT. Isso é bom. 

    A principal crítica feita ao artigo anterior se referia à rotunda e grotesca mentira de dizer que o PT e sua militância estavam fazendo “corpo mole” na defesa de Lula. Isso é algo absolutamente ridículo. No artigo de hoje o sr. Aldo pergunta porque causa, motivo, razão ou circunstância o PT só conseguiu se mobilizar em dezembro de 2015 na defesa do segundo mandato de Dilma. Ora, possivelmente o sr. Aldo tenha residido em Burkina Faso, em Trinidad e Tobago ou n’alguma caverna do Afeganistão para não recordar que em 2015 a direita colocou em marcha uma ofensiva do tipo “choque e pavor”.

    Essa ofensiva deixou toda a esquerda – não apenas o PT – em estado de torpor e num brutal retraimento. Não era que o PT não queria mobilizar as massas em defesa de Dilma e sim que era praticamente impossível, naquelas alturas, fazer grandes atos políticos para se contrapor às marchas dos verde-amarelos. O PT, os sindicatos e os movimentos sociais e estudantis se esgoelavam tentando convocar as pessoas e as pessoas simplesmente não vinham para a luta, todas elas em estado de perplexidade com o vulcão da Lava-Jato, da queda brutal do PIB, do cerco terrível de Cunha, Temer, imprensa golpista, etc. 

    Foi preciso sim quase um ano para recuperar o fôlego e conseguir fazer algum tipo de mobilização popular (que se conseguiu fazer, ainda não de modo satisfatório, em dezembro de 2015). Outro ponto é que até então Lula não estava na linha de tiro. Só viria a estar a partir de 04 de março de 2016, quando ocorreu a ilegal condução coercitiva e quando o golpe do impedimento estava a pleno vapor. Mesmo assim, a perspectiva de derrubada de Dilma ainda não se tinha consolidado nessa altura, algo que só ganharia corpo e força irrefreável quando o nazista Moro divulgou ilegalmente a conversa de Dilma e Lula lá pelo dia 16 de março de 2016. Ali a situação se deteriorou de vez – e é bom lembrar que antes disso, em 13 de março de 2016, tivemos mais uma colossal manifestação dos verde-amarelos nas ruas do país. É preciso recordar também que o PT, em 2015 e 2016, sofreu um dos cercos mais brutais de que se tem notícia. Tanto isto é verdade que o resultado eleitoral de 2016 foi praticamente um desastre ferroviário para o partido. Apesar disso tudo, o que se viu a partir de 2017, mais especificamente a partir de maio, nos casos de Temer e Aécio, foi um reposicionamento do PT junto à opinião pública e um soterramento brutal do desgoverno golpista. 

    Lula, a partir de 2017, e contrariando quase todos os prognósticos, saiu à campo por todo o país, recuperou plenamente sua força político-eleitoral e recuperou inclusive a potência do PT – que no final de 2016 estava esmigalhada e sem perspectivas. 

    O processo de mobilização social, capitaneado por Lula, foi incrível sob qualquer aspecto que se queira analisar. Se politizou a questão da farsa da Lava Jato, a perseguição contra ele e o PT e o desastre do desgoverno Temer. Tanto isso é verdade que Lula se manteve com condições de vencer o pleito – talvez no primeiro turno – mesmo estando na condição de preso político e de refém da máfia que deu o golpe de 2016 (e assim permaneceu até setembro de 2018). 

    Não é possível fazer um debate sério sobre os últimos anos, pelo menos desde a parvoíce do Junho de 2013 (parvoíce que o sr. Aldo apoia ainda hoje com entusiasmo infanto-juvenil…), sem colocar essas questões. O PT teve sim um grande poder de mobilização a partir de maio de 2017 e chegou com uma força muito grande em 2018. Obviamente que estamos a tratar de uma conjuntura de golpe de Estado e os golpistas, sabendo que Lula venceria a eleição com um pé nas costas, e sabendo também que Lula poderia vencer a eleição mesmo sem ser candidato, bastando apenas a sua presença física no palanque de quem quer que fosse, o interditaram, encarceraram e o proibiram de dizer uma vírgula sequer ao povo nos últimos meses. 

    Qual partido teria resistido a tudo isso que o PT resistiu nos últimos 5 anos? 

    Mais óbvio ainda é que o PT, em que pese ter sobrevivido de forma heroica, não conseguiu atingir um nível de potência capaz de assegurar a vitória de Haddad e a libertação de Lula. Isso é também uma verdade inconteste. Mas se o nível de potência foi insuficiente, e de fato foi, isso não quer dizer que não tenha havido reorganização, mobilização e muita luta para dar a volta por cima em relação ao descalabro e à terra arrasada que existia em dezembro de 2016. 

    Por fim, o PT tem se reaproximado de forma muito interessante das bases, pelos menos desde o começo de 2017. E se alguém imagina que a superação do quadro atual ocorrerá sem o PT, pode tirar o cavalinho da chuva. O PT disputou todas as 8 eleições havidas desde 1989 e sempre ficou em 1º ou 2º lugar (quatro vezes em 1º e quatro vezes em 2º), 

    Ou seja, o PT continuará sendo um dos principais pólos da política brasileira – queiram ou não os seus detratores. Foi justamente por ter um profundo enraizamento nacional, por ter história e trajetória, e por ter Lula, que o PT saiu vivo desse processo e está sim se reorganizando junto a vários setores da sociedade. 

    O plano dos golpistas era reduzir o PT a uma condição de nano partido, totalmente dissociado das massas e insignificante politicamente. Não conseguiram e nem irão conseguir. 

    1. O PT ficou parado

      Sim, Diogo, a direita colocou em marcha uma ofensiva e o PT e o governo ficaram parados, assistindo. Qual a explicação? Comodismo? Arrogância? Falta de coragem? Erro de avaliação? Com o governo na mão, o que é um imenso poder, ficar assistindo passivamente a ofensiva da direita é pedir para ser derrotado.

      1. Um dos líderes da defesa do governo era Eduardo Cardoso

        Um dos líderes do governo Dilma que garantia que “nada demais” acontecia, apenas o “combate à corrupção”, era o Ministro da Justiça Eduardo Cardoso, membro dos setores mais à esquerda do PT que adoram falar em autocrítica para o partido, mas nunca a praticam em relação aos próprios atos.

  13. Já eu reafirmo minha opinião

    Já eu reafirmo minha opinião que o PT errou grotescamente ao substituir a candidatura do Lula.

    Este sim foi o GRANDE erro do PT.

    Isto JAMAIS deveria ter sido feito.

    Deveriam deixar o stf mostrar a todos o que ele realmente é: um bando de velhos golpistas e safados, quiça, ladrões corruptos.

    Deveriam deixar que o STF fosse obrigado a cassar a candidatura Lula, ou até a chapa inteira, coisa que não fariam porque são golpistas corruptos e precisavam de uma eleição que o PT disputasse e, perdesse.

    Se não cassasem a chapa, a candidatura do PT deveria ter sido RETIRADA e deveriam denunciar ao mundo a FRAUDE que o judiciário estava comentendo contra a democracia afastando o candidato líder  das pesquisas que poderia vencer no primeiro turno.

    Poderiam aproveitar a ocasião e mostrar ao mundo inteiro o absurdo das condeanções que impuseram ao Lula sem NENHUMA comprovação de crime, aproveitar as liminares de ONU e exigir que o Lula fosse libertado denunciando ao mundo a FRAUDE que o judiciáeio estava a cometer.

    O PT , neste caso de retirada da condidatura deveria se manter neutro na eleição.

    Acredito que deveriam ter feito isto porque o judiciário, através do tse, JAMAIS permitiria que o PT vencesse a eleição seja lá qual fosse o candidato do partido.

    Com ajuda da mídia e de institutos de pesquisa falseariam as pesquisas para justificar o roubo de votos para eleger qualquer outro candidato que não fosse o do PT.

    Desde sempre a eleição de 2018 estaria perdida pelo PT porque tudo não passou de uma FRAUDE patrocinada pelo judiciário.

    PQP, ninguém dá um golpe de estado para devolver o poder dois anos depois.

    Será que não perceberam esta obviedade?

     

     

  14. Nova Autópsia sem Cadáver, Olavo Fornazieri?
    Nassif, desde que o sociólogo FHC pediu para esquecermos toda sua obra sociológica, ao assumir o poder, a Sociologia brasileira permanece acéfala – principalmente depois que o reinado tucano foi deposto pelo voto de protesto que elegeu aquele ex-torneiro mecânico semi-alfabetizado para suceder ao príncipe do tucanato, que havia levado o país à falência, FMI, endividamento externo astronômico, etc. Lula se elegeu graças a uma sigla que nunca passou de um partido de sindicalistas do ABC, graças a um PT que permaneceu o mesmo durante os 13 anos em que Lula e Dilma ocuparam o Palácio do Planalto, uma vez que ambos delegaram todos os principais ministérios aos partidos políticos que dominavam e dominam a Câmara dos Deputados e Senado. Delegaram “de porteiras fechadas”, ou seja, sem nenhuma ingerência, sob pena de não terem os votos necessários para aprovar orçamento e a única missão a que se propunham, a diminuição da desigualdade social. O PT ficou à deriva, dirigido por um discreto ex-copidesque da grande imprensa, uma vez que todos os ministérios e cargos importantes foram compartilhados pela famosa “base aliada” que viabilizou esse presidencialismo de coalizão que exerceram. Os descontentes deixaram o partido, fundaram o Psol ou foram para outras legendas partidárias e à época ninguém estranhou tal fato, uma vez que o PT nem era notícia, já que seus representantes máximos continuavam pisando no fio da navalha e todos temíamos pelo pior, pelo retorno daquela ditadura militar nunca julgada ou punida como tal que permanecia em estado latente. O pior acabou deixando a latência e derrubou Dilma, prendeu Lula e ganhou a presidência pelo voto direto, já que os 60 milhões de brasileiros que deixaram a miséria ou conquistaram melhores condições vida durante essa dúzia de anos só perceberão o que aconteceu quando perderem essas conquistas, a partir de janeiro vindouro, uma vez que o PT que deveria ter capitalizado tais benefícios só reagiu quando era tarde demais; quando os ex-presidentes já haviam sido depostos e condenados sem prova alguma, porém com a conivência e co-participação do PIG/Watsapp nesse assassinato político que Aldo Fornazieri teima em classificar de suicídio, sob o amparo de uma Escola de Sociologia e Política com que intenta diferenciar-se de seu alter-ego Olavo Carvalho, sem saber que ambos merecem a credibilidade daqueles cartazes afixados na maioria dos postes sob o título “Videntes”, prometendo façanhas e antevisões futuristas. Como o ex-horoscopistas que já tem quatro ou cinco indicados anunciados como futuros ministros de Bolsonaro, Fornazieri se esmera em pontificar sua sabedoria, quando, na verdade, tenta normalizar o golpe e imputar o impeachment e prisão política aos erros de um partido de sindicalistas que jamais exerceu o poder de fazer as coisas que lhe são atribuídas, pois nunca passou de uma sigla guarda-chuva que se esgarçou quando as varetas que o sustentavam (a base aliada) se voltaram contra ele. Tenta converter o PT no que ele nunca foi – partido que ganhou a eleição e governou ao seu talante, sem ter de compartilhar ou entregar nenhum ministério aos partidos adversários – para eximir o PIG/Judiciário de maiores responsabilidades. Dizer que faltou mobilização popular sem mencionar que esta existiu só que não foi notícia é escarnecer de quantos testemunharam a presença de uns dois milhões de pessoas na Paulista, uma semana antes do pleito, ser tratada como apêndice secundário da principal imagem do dia. Uma concentração de 500 pessoas anti-Haddad no largo da Batata. Bastaria ao PT recorrer a uma imagem da cobertura de trânsito desse dia, mostrando o ajuntamento humano desde a Paulista com Consolação até a Brigadeiro/Riachuelo/Praça da Sé para demonstrar a verdade escamoteada, mas para tanto deveria existir como partido político e não esta tábua de salvação precária que continua a flutuar nesse mar revolto desde sua fundação e tem tudo para continuar a ser o que é, mesmo que o governo Moro Mourão a classifique como terrorista para, com base na nova lei que vai permitir o controle das contas bancárias dos descontentes com o regime, exigir seu afundamento definitivo, numa execução que nosso sociólogo haverá de classificar de suicídio merecido, em artigo aqui neste mesmo espaço que talvez mereça dois ou três comentários neutros de leitores dispostos a ser perseguidos por externar o que pensam. Quem sabe então, depois dessa nova autopsia sem cadáver do PT/Lula/Dilma, nosso articulista seja recompensado por seu alter-ego com algum cargo na ré-pública de Curitiba, como o de corregedor de signos e horóscopos do ministério da Mentira Astrológica sob Encomenda Ditatorial?

      1. Acho que voltei à juventude…
        ML, como digo aos tuiteiros que me fazem a mesma crítica, a adolescência nos deixa impacientes com textos com mais de 150 toques, parece aquela sobrecarga escolar torturante de ler livros inteiros para depois resumi-los ou apenas citar as passagens mais marcantes. Imagine então condensar os últimos 54 anos de vivência da ditadura em 47 linhas redigidas de sopetão, brigando com um corretor ortográfico que insiste em grafar supetão sem mais arregos, digo, arreglos. Como o texto flui sem parar, fica difícil limitar as frases a duas ou três linhas e abrir parágrafo a cada meia dúzia delas, intercalando-as com subtítulos ou “olhinhos” que sintetizam o que jaz redigido e antecipam o que será escrito a seguir — como era obrigado a fazer no jornalão em que trabalhei durante um quarto de século, aonde uma diagramação arrojada ainda espaçava os períodos e recheava com ilustrações e fotos as 250 linhas contínuas que cabiam em uma página. Com o passar do tempo, o conteúdo sobrepujou a forma, até pelo simples fato do império desta última sobre o primeiro ter levado meu veículo à falência, razão pela qual minhas observações anônimas se adensaram e perderam a leveza espacial, o que imputo à pesada circunstância que abordam e à necessidade de repassar ao máximo o teor ou temor que sinto ao meu ex-colega de redação e semi-conterrâneo LN, nesta trincheira de lucidez e destemor que ele mantêm mesmo quando a desesperança geral afugenta a legião de leitores que antes comentavam o que aqui liam e agora se calam, com medo desses algoritmos sinistros que substituíram os dedos-duros d´outrora e podem estar compilando as nossas condenações pelo presidente Moro Mourão, a partir de janeiro vindouro. Por tudo isto, não se avexe não; é melhor criticar a forma compacta do que um conteúdo capaz de abreviar a longevidade pelo menos de seu septuagenário redator – motivo que me leva a disparar agora o “salvar”, palavrinha que substitui o antigo “desce” que gritava na redação do pequeno jornal interiorano em que trabalhei até ser preso e conduzido à prisão política aos 17 anos de idade. Palavrinha sinônimo de “continuamos vivos”; um breve grito de esperança em dias melhores e menos desiguais para todos que aqui pensam e resistem em conjunto.

        1. Observador, é claro que cada

          Observador, é claro que cada um escreve como acha adequado. Um dos nossos colegas aqui no blog, por exemplo, não usa maiúsculas.

          Não me cabia criticar o seu estilo. Desculpo-me e esclareço: para mim, que também já passei dos 60, é difícil ler na tela de um computador um texto longo em um único parágrafo, como muitos jovens escrevem hoje em dia. Isso talvez explique o meu mau humor. De qualquer forma, ficam as desculpas.

  15. Menos Fornazieri, menos…!

    Muito espaço neste blog para um articulista que quer crescer acima do PT. Não reconheço nele tanto mérito assim como para se colocar de contraponto perante as lideranças do maior partido político brasileiro. Gosto de discutir política com colegas deste blog e aprendo muito com eless, principalmente com André Araújo. Mas, não vou perder meu tempo dando IBOPE a este sujeito. Postura arrogante é a do Fornazieri, que se acha acima do bem e do mal e critica em forma deselegante a Gleisi, que, aliás, nem deveria mais perder tempo respondendo a este alpinista de rede social, que quer aparecer polemizando com pessoas muito mais relevantes do que ele, no que se refere à construção democrática do Brasil. Menos Fornazieri, menos.

    1. Perda de tempo

      Se você diz que não quer perder seu tempo com o articulista por qual razão você o está perdendo ao criticá-lo, alexis. Você não é coerente nem consigo mesmo. Ao que parece você quer ser censor acerca de quem deve e quem não deve escrever no Blog. A moda Bolsonaro pega. 

  16. Sem culpados, mas com a realidade refletindo no espelho

    Concordo que ha criticas que podem nos ajudar a melhorar aquilo que não esta funcionando. E isso é importante que seja feito para que o PT e a militância não fiquem nesse jogo de cobra cega. Filiei-me recentemente ao partido porque senti que este é o momento de fortalecer o PT e demais partidos democratas e progressistas. Um pouco de reflexão e de auto-analise não fazem mal. E isso não tem nada a ver com auto-flagelamento e nem com pedidos de desculpas publico. Isso tem a ver com revisão do que passou, o que deu certo, o que não deu e à partir de então traçar novas estratégias para esse novo momento em que vivemos. 

    Acho que o mais importante a ser feito para 2019 é centrar fogo numa campanha bem feita, forte, com apoio de personalidades internacionais para o nobel da paz à Lula 2019. Nada dara maior visibilidade ao caso Lula que esse nobel. Esperando que o julgamento na ONU seja isento de toda e qualquer pressão do departamento de Estado americano. Previsivelmente são esses os dois grandes momentos para o combate Lula Livre no ano que vem.  

  17. ALIANÇAS DO PT

    Allan Patrick, bom dia

    É claro que respeito sua opinião.

    Todavia, não é ingenuidade sentir repulsa pelo pedido de apoio feito por Lula a Paulo Maluf, na época da campanha de Haddad à Prefeitura de São Paulo. Maluf, como sabemos, patrocionou quando prefeito, a repressão praticada pelo DOI-CODI, inclusive com o desaparecimento dos corpos da vítimas, enterradas em valas comuns no cemitério de Perus. Isso sem falar no assassinato de Santo Dias pela polícia de Maluf.

    Então, quando Lula e Haddad foram à casa desse criminoso, por exigência de Maluf, para selar essa aliança, a base ética do PT e o sacrifício na tortura e nas prisões de todos os lutaram contra a ditadura, foram atirados no lixo. Quantos votos Haddad recebeu dos malufistas? Qual genialidade oculta existiu nessa aliança? 

    Isso, Allan, para não falar nas lideranças sindicais aqui de São Paulo (base do PT) que assumiram verdadeiras sinecuras nos fundos de pensão de estatais e outros cargos regiamente remunerados, durante os governos do PT.

    Não se trata, portanto, de ingenuidade. Apenas de respeito à luta de centenas de milhares de militantes que contribuiram para o crescimento do PT porque sonhavam com uma verdadeira democracia, com a ética na política, com o socialismo, entre outras bandeiras. Governar a qualquer preço “teve um preço”, pago por Lula e pelos mais pobres, desde o golpe parlamentar contra Dilma. Esse preço se elevará a partir de janeiro.

    Agora, Você está certo quando diz que a perseguição ao PT tem a ver menos com os erros e mais com os acertos.  Até porque o outro lado sempre foi corrupto. A grande mídia cumpre o papel a ela destinado pela elite (da qual fazem parte os donos dos meios de comunicação); desacreditar a luta dos mais pobres por um mínimo de justiça social.

    Um abraço

    1. Vamos falar de Haddad e Maluf

      Vamos falar da aliança de Haddad e Maluf em 2012. Quais foram suas consequências?

      A Prefeitura de São Paulo criou um DOI-CODI para reprimir esquerdistas?

      Ou salvou vidas reduzindo a velocidade das vias, promovendo medidas de segurança para pedestres e ciclistas e o transporte público?

      Quem estaria chorando pelos mortos a mais no trânsito nesses 4 anos se Serra tivesse vencido aquela eleição? Quem está chorando pelas pessoas que morreram inutilmente graças ao Acelera São Paulo de João Dória?

      Governar numa democracia é muito difícil, e os resultados dos 4 anos de governo Haddad falam por si.

  18. Derradeira resposta ao Allan

    Allan Patrick

    Da fato, durante o governo de Haddad, não se construiu nenhum DOI-CODI em São Paulo. Mas isso era o mínimo — desculpe a ironia.

    Mas renovo a questão, uma aliança com o pior dos facínoras trouxe quais benefícios ao PT naquele momento?

    Não se pode  transigir com a honestidade e a ética. Veja o caso do Palloci. Ministro de Lula: enriqueceu (já era rico em Ribeirão Preto). Foi forçado a se demitir por falta de caráter. Depois disso, aumentou o patrimônio várias vezes (consta que um dos apartamentos ele comprou por 6 milhões) e voltou como ministro no governo Dilma e novamente teve que se demitir. Agora está “delantando”, delação que pode servir de base à prisão de Dilma (ninguém se iluda, eles podem fazer isso). A própria página oficial do PT diz que essa pessoa ficará com 45 milhões do que conseguiu roubar e já está em casa. Ninguém sabia disso na direção do partido? É claro que sabiam mais não podem falar. Palocci era pessoa de confiança de Lula. Cito apenas o exemplo dessa figura; há várias.

    O que é necessário, daqui para frente, é uma postura de intransigência a respeito dessa questão da honestidade, da ética, do respeito (até religioso) pelo dinheiro público.

    Daqui a dois anos estão marcadas as eleições municipais. Podem não ocorrer. De qualquer forma, é necessário começar a organização já, com novas ideias, novas práticas e mais energia. Caso contrário, sofreremos novas derrotoas

    Um abraço e obrigado a todos e todas

    Vamos aà luta

     

  19. O PT, a militância e a sociedade

    enquanto aqui prossegue a discussão estéril sobre mortos se recusando a enterrar os seus mortos, a velha toupeira insiste em escavar o deserto do real. quando menos se espera, surgem buracos de minhoca para, mais uma vez, fazer do impossível uma possibilidade.

    allons enfants, à la bastille!

    p.s.: no ímpeto de destruir há também uma paixão criativa!

    vídeo: Gilet jaune : pillage dégradation immeuble blvd Haussmann construction

    [video: https://www.youtube.com/watch?v=H_HODBBzw9E%5D

    .

     

  20. o patente romantismo da esquerda política

    Hoje mais uma vez vai ser assistido o patente romantismo da esquerda política em acreditar que está conseguindo negociar a prisão do domiciliar do ex-presidente junto ao Partido Antilula. Dessa vez, com um recurso que não tem cabimento nenhum o mérito, pois é aceitável que um cidadão, mesmo sendo juiz de direito, tenha direito de escolha profissional. 

    Além disso, a equipe lava jato tem ainda o timing certo, caso haja algum tipo de possibilidade de flexibilização penal de Lula,  condená-lo no processo criminal do sítio em Atibaia, sem direito a ‘sala PF’,  a ponto de inflamar as ruas, com as mesmas ferramentas virtuais tão usadas nas eleições deste ano.

    Toda esse alarde em vislumbrar uma alternativa menos injusta para a situação atual do ex-presidente é positiva em longo prazo, visto que, com essa mesma estratégia duradoura a velha mídia conseguiu o imácular, entretanto, plantar a semente imediatista da esperança, sobretudo, nas bases populares é aumentar muito mais a descrença social.  

     

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