Sem razões para otimismo com esse pessoal do Ministério Público e Judiciário

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por José Policarpo Jr.

Comentário referente ao artigo “Na Época, o alto custo da politização do Ministério Público Federal”

Nassif,

Sou leitor assíduo do seu blog e reconheço claramente que você, por todos os aspectos, é um dos melhores jornalistas brasileiros. Não há a menor dúvida quanto a isso.

No caso, entretanto, do Ministério Público, sinto-me obrigado a reconhecer que sua visão do mesmo é parcialmente obnubilada por uma compreensão quase ingênua do que é essa instituição nos dias de hoje. Não o critico tanto por essa visão, porque o próprio PT, e com ainda maior agravante, a própria presidência da República, com Lula e com Dilma, também nutrem essa mesma visão ingênua ou romântica.

No meu modo de ver, com base em tudo o que foi perpetrado pelo ministério público desde 2003 até hoje, não tenho mais hesitação alguma em afirmar: o Ministério Público é, já há alguns anos, a sede institucional da desestabilização político-jurídica do plano de governo em vigor desde 2003. Sem meias palavras: o ministério público é a ponta de lança do projeto de derrubada do PT e de seu governo e de sua criminalização.

Seria altamente pretensioso de minha parte querer trazer à memória de um jornalista tão bem informado como você todos os atos e omissões contra o governo, desde a gestão de Antonio Fernando de Souza até Janot. Quanto a este último, entretanto, não custa ressaltar sua completa desídia em fazer o MP apurar os sinais mais do que evidentes de crime eleitoral praticado por Eduardo Campos, PSB e por Marina quanto ao jatinho de campanha, bem como o caso do helicóptero com 500kg de cocaína, e os indícios da relação entre Aécio Neves e a lista de Furnas; somente alguns casos para refrescar a memória. Quanto ao primeiro, Antonio Fernando de Souza, sua atuação antologicamente enviesada no processo que originou a AP-470, em tabelinha com Joaquim Barbosa, dispensa comentários para as pessoas minimamente informadas.

Portanto, Nassif, Janot ou o mais votado da próxima ignominiosa lista produzida pelos procuradores federais não irão “sair de sua zona de conforto”, porque eles são a perfeita expressão dessa instituição e de suas idiossincrasias, uma vez que escolhidos por ela.

Leia mais: As ameaças que pairam sobre o Ministério Público Federal

Por ocasião da publicação do belíssimo post “O PT perdeu a condição de exercer o mando”, de autoria de André Araújo, colaborador deste Blog, comentei que em breve, por conta desse “republicanismo” tosco e politicamente ignorante dos governos Lula e Dilma, algum garotão procurador iria pedir a prisão de Lula, “pedido que será atendido rapidamente por um juizinho ditador. Talvez, aí, o PT comece a acordar… só que será tarde demais”.

Lula será preso simplesmente porque os golpistas do Ministério Público e do Judiciário assim o querem; que ninguém duvide, irão fazê-lo. Esse pessoal não precisa se pautar em evidências, provas e devido processo legal; nada disso importa a esse pessoal. O que está acontecendo no Paraná é prova mais do que evidente disso. Você tem alguma dúvida, Nassif, que esse é o próximo passo em preparação, isto é, a prisão de Lula?

Para mim, está claro como a luz do meio-dia que está em curso um projeto bem urdido no Ministério Público, com apoio de membros do Judiciário, de criminalização do PT, de Lula e Dilma, para que a organização partidária dessa tendência política da sociedade brasileira fique sem representação significativa durante décadas. O golpe no Brasil será esse; será perpetrado. Eu gostaria muito, muito mesmo de estar enganado, mas todos os acontecimentos têm confirmado minha hipótese até aqui.

Apesar de tudo, não posso deixar de reconhecer que os principais responsáveis pela alimentação dos golpistas foram e são os próprios Lula e Dilma. Foram eles que se ajoelharam e continuam a se ajoelhar covardemente diante de uma corporação representada por uma associação privada de procuradores federais. Repito o que falei também em comentário ao post aludido:

“Não há autoritarismo algum em um presidente democraticamente eleito nomear quem quiser, dentro da carreira do Ministério Público, para ser o PGR. Aliás, isto está previsto na Constituição; é prerrogativa do poder presidencial segundo a constituição. A Constituição também fala em três, e apenas três, Poderes. Não há constitucionalmente previsão de um quarto poder. Se assim é, é porque qualquer outra instituição deve estar, constitucionalmente, submetida a um ou mais poderes. Ministério Público não é poder da República. O presidente deve seu poder à soberania popular nos marcos constitucionais. O PGR não tem tal prerrogativa e nem tem legitimidade para se arvorar a tê-la. […] Democracia e republicanismo não significam, nem jamais significaram, corporativismo. Se assim fosse, o presidente teria que pedir licença a e consultar todas as respectivas corporações para nomear seus ministros e presidentes das estatais. Se assim o fosse, o presidente deveria consultar a comunidade diplomática para nomear o ministro das Relações Exteriores; teria que consultar os militares para nomear os comandantes de cada força e o ministro da Defesa. Patrimonialismo não é o presidente legitimamente eleito exercer seu poder legítimo. Patrimonialismo é justamente as elites encrustadas no aparato do estado atuarem no sentido de preservar seus privilégios como se fossem sua possessão e patrimônio. Essas elites se perpetuam nos aparatos do Estado desde suas origens coloniais portuguesas. Portanto, não é a soberania popular que tem que pedir licença a um grupo de aprovados em concurso público, mas, sim, estes que têm que se ater aos limites e deveres legais e constitucionais de sua atuação, inclusive tendo o seu chefe, o PGR, nomeado pelo poder discricionário do presidente da República”.

Dilma, entretanto, irá claramente repetir o script desempenhado até aqui.

Estou extremamente pessimista. Gostaria de estar profunda e totalmente equivocado.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

41 Comentários

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  1. Ou o Brasil acaba com o

    Ou o Brasil acaba com o Ministério Público ou o Ministério Público acaba com o Brasil.

    Esta corporação de mauricinhos está causando um prejuízo incomensurável ao país. Alguém tem fazer alguma coisa para impedir estes celerados.

    Enquanto tentam de todas as formas criminalizar a esquerda, fecham completamente os olhos para as falcatruas da direita. Vide zelotes, trensalão, helicoca, etc etc

    Quer exemplo mais claro do que prender a cunhada do Vaccar por suspeita e não tomar nehuma atitude contra a irmã do Aécio, mesmo depois de ser diretamente acusada pelo delator Youssef?

    Só cegos, alienados e pessoas de má fé não vêem o que está em marcha.

  2. É para aplaudir de pé, no mínimo dez minutos.

    Destaque-se o humor do blogueiro em publicar a crítica, que aliás, nem é nova, nem exclusiva deste belo texto.

    Assim como Lula e Dilma, e tantos outros, Nassif nutre uma noção de que os fatos perpetrados pelo MP (federal e estaduais) e pelo Judiciário são pontos fora da curva, e que a estabilidade seria trazida à tona com a indicação deste ou daquele integrante.

    Santa ingenuidade, Batman.

    Fio dito e repetido aqui: Ministério Público e Judiciário funcionaram (e funcionam) às mil maravilhas durante ditaduras, e não há notícias (porque poderão haver exceções à esta regra, como em todas) de que algum integrante do Judiciário ou do Parquet tenham perdido suas funções (cassação) por defender a volta do Estado de Direito.

    Ao contrário, desde sempre (desde 1889) sempre deram contorno jurídico a cada golpe, a cada ataque às instituições quando os interesses das elites (ou parte delas) estavam em xeque.

    O que houve, desde 1988, foi uma bem urdida trama, alimentada por uma chantagem anti-política, uma sanha espetacularizadora da corrupção e criminalização da política, e de quebra, a disseminação de um clima de terrorismo social, exacerbando as possibilidades do Parquet e do Judiciário no exercício das tarefas que eram inerentes a outros poderes.

    E como bem disse o comentarista, nós do PT também utilizamos este expediente quando vestíamos o figurino “UDN de macacão” (palavras de Brizola), associado ao moralismo hipócrita das eclesiais de base e os trostkystas da CS e outros malucos de então.

    Para agradar o eleitorado urbano classé mé(r)dia estava ótimo, e caímos na armadilha…Da qual não conseguimos sair até hoje. 

    Pior, com a chegada o lulismo de massa, do advento da desenvolvimentismo pseudo-keneysiano, corremos para o colo da nova classe mé(r)dia e nos neo pentecostais, como se conforto econômico fosse nos garantir solidariedade política permanente.

    A merda está aí (otimista), resta saber se vai dar para todo mundo (pessimista).

     

  3. Será que não tem um assessor

    Será que não tem um assessor tanto de Dilma como Lula para esclarecer a eles o que está aconteceno com MP?

    Não acredito que isso tudo seja ingenuidade. Não entra na minha cabeça tamanha infantilidade.

    Já desisti desse pessoal do PT. Ontem mesmo o Lula falou que apoia a independencia do MP como está hoje. É muita bestialidade. Cadê os assessores ou os intelectuais do partido?

    Eu corroboro com autor dos texo e disse isso várias vezes: os petistas irão mofar todos na cadeia. E não vai demorar muito. Pode escrever isso.

    Como o autor espero está redondamente enganado.

  4. O que se quer, um retrocesso histórico na instituição MP?

    Certo está o ex presidente Lula, que desde 2003 permitiu que o Ministério Público e a Polícia Federal cumprissem com as suas missões, apesar de todas as distorções. E ele, corretamente, defende este modelo até hoje.

     

    O Ministério Público começou no Brasil como um mero instrumento político de legitimação do poder do monarca. Era os “olhos e ouvidos do rei” e do Estado.

     

    Com a instituição da república, em 1889, o Procurador-Geral da República passou a ser nomeado pelo presidente da república, um entre os ministros do STF, e tinha vitaliciedade (os procuradores dos estados tinham mandato fixo de 04 anos e não podiam ser removidos). A nomeação e a demissão era ad nutum – discricionária e privativa da presidência da república – o que conferia, a bem da verdade, um poder hiper limitado ao Parquet.

     

    A Constituição de 1934 manteve a discricionariedade da nomeação e demissão ad nutum do presidente da república. Criou-se a figura do concurso público para o ingresso na carreira e o Ministério Público defendia a União nas causas de interesse da mesma. Em 1937 se manteve o modelo. Em 1946 continuou existindo a figura da nomeação e demissão ad nutum, desta vez sendo preciso a anuência do Senado Federal.

     

    Em 1967 a nova Constituição, do regime golpista, manteve a nomeação e demissão do presidente da república, depois de prévia anuência do Senado. O MP continuou a representar o Estado nas demandas existentes contra o mesmo.

     

    Foi somente em 1988 que o Ministério Público deixou de representar a União em Juízo (função que passou a ser feita pela Advocacia-Geral da União) e passou a representar os interesses da sociedade, contra o poder estatal. A demissão e nomeação dos Procuradores-Gerais, embora não seja mais ad nutum, continua sendo uma prerrogativa da presidência da república, com a anterior anuência do Senado Federal.

     

    O que se tem hoje no Brasil é uma evidente melhoria na atuação do Ministério Público, que passou a ser um órgão essencial à justiça e que defende, em tese, os interesses difusos da sociedade, contra o poder do Leviatã estatal.

     

    Do que as pessoas hoje sentem saudades? Sentem saudades dos tempos em que o MP representava os interesses da União, e não da sociedade? Sentem saudades do tempo em que um canetaço presidencial colocava ou retirava um Procurador-Geral da República?

     

    Sentem saudades, talvez, do tempo em que o MP era chefiado pelo primo de Marco Maciel, vice presidente de FHC? Sentem saudades do Engavetador Geraldo Brindeiro, primo de Marco Maciel?

     

    O Ministério Público e a Polícia Federal, que historicamente sempre serviram aos interesses dos plantonistas do poder, hoje atuam com maior independência, o que é positivo. As pessoas não deveriam se preocupar tanto com essa atuação.

     

    Quando o PT sair do governo federal os saudosistas de Geraldo Brindeiro finalmente vão poder matar as saudades! Teremos a volta dos engavetamentos em massa, da proteção e da blindagem total e absoluta dos plantonistas do poder e todos serão felizes para sempre…

     

    A Polícia Federal então nem se fala. Voltará a ser uma instituição imprestável que de vez em quando apreendia uma ou outra carguinha de maconha.

    1. Tolice, tolice, e mais tolice…

      Faço aqui um rotundo mea culpa.

      Como alvo das patrulhas anti-governo, sempre cerrei fileiras ao lado de determinados comentaristas, afinal, além de um veículo e plataforma de comunicação, é um blog um espaço de luta política, logo, há de se delimitar campos.

      Este processo nos leva a reagir em bloco, com prejuízo, às vezes, da reflexão.

      É o meu caso com o Diogo Costa, por quem nutro profundo respeito.

      Mas o seu comentário é (desculpe a rispidez) a mais límpida e clara tolice.

      Não entende nada do texto do comentarista.

      Não se trata de execrar o avanço institucional e o bom andamento (autonomia) do MP e da PF, não é nada disso.

      Porém, é preciso entender que o PT (nós) engolimos muita coisa em nome de um tal “republicanismo”, que sequer existe, senão na ficção moral de alguns.

      É disso que o texto trata.

      E o camarada Diogo reage com o mesmo discurso chantagista do ou é isso, ou é o anacronismo institucional de antanho…Como assim, comissário?

      Nos EUA, o procurador-geral é vinculado (subordinado) ao Departamento (Ministério) da Justiça, e com todos os problemas, erros e acertos, contextualizações e adaptações…não há de se dizer, no entanto, que os EUA, e seu sistema jurídico, funcionam pior que o nosso.

      A tal da independência do MP e da PF é a mesma grosseira asneira de se defender independência do Banco Central.

      Claro que se quer uma polícia que aja de forma universal, mas eu pergunto: Em que planeta isso existe?

      TODOS, eu direi, TODOS os aparatos de Estado servem às classes que o dominam, e eu pergunto ao Diogo: Vamos abrir mão da luta pela hegemonia do Estado, pela ilusão de que as instituições trabalharão de forma isonômica, enquanto se processa a luta política e ideológica pelo poder, camarada Diogo?

      Então, se a PF e o MP (e o Judiciário) se converteram em partidos de oposição, há de se ter outras parcelas destes órgãos como contrapeso à este desequilíbrio.

      É assim que funciona nos países com um pouquinho mais de maturidade institucional.

      Na impossibilidade da construção da tal imparcialidade (uma quimera), dotam o sistema de estruturas simétricas, onde as forças possam se representar, minimamente.

      O expediente das eleições para promotores, chefes de polícia, e/ou juízes é um caso a ser pensado com carinho. Dotar estes entes da outorga popular e da temporaneidade de mandatos, trazendo-os a prestar contas, de verdade, à sociedade, e euiparando-os aos outros pderes que atacam.

      Afinal, quem controla hoje, juízes e promotores? Ninguém.

      Em alguns países, quando chegam ao poder, ungidos pelas urnas, presidentes e chefes de governo tratam de colocar nos postos-chaves aqueles que irão interpretar as leis de acordo com o viés que lhes favorece.

      Foi assim quando Obama colocou uma juíza na Suprema Corte que votaria pró-imigrantes, sendo ela mesma de origem semelhante.

      Aqui, em nome deste “republicanismo bananeiro” defendido pelo Diogo (só para defender nossa gestão petista), os presidentes indicam aqueles que rasgam as leis, sem nem sequer imaginar fazer qualque interpretação, apenas para agradar e bajular às corporações de batmans togados.

      Menos comissário Diogo, menos.

      1. Boa reflexão.

        Excelente!

        Concordo inteiramente com a proposta, não como adoção imediata, de pensarmos cuidadosamente na possibilidade de eleição de juízes e procuradores, com mandato determinado. Se eles querem agir politicamente, que pelo menos se submetam à fonte de todo o poder: o povo.

        Acredito que a simples adoção de mandatos por tempo determinado já constituiria um grande avanço nessa estrutura vitalícia de origem imperial que é o Judiciário brasileiro e, por analogia, o ministério público.

      2. Bezerrices

        Lamentavelmente eu não posso fazer um mea culpa, afinal de contas é a primeira vez que te vejo por aqui. Quanto a mim, não precisa fazer mea culpa nenhuma. Faça, se assim o desejar, em relação ao Partido dos Trabalhadores, a Lula e a Dilma, que defendem rigorosamente a mesma posição que acabei de externar. Não perca seu tempo comigo. Eu sou um nada, apenas um rapaz qualquer que exprime certas opiniões. Mais ainda, não cerre fileiras de olhos fechados, nunca, pois isso é uma atitude apenas patética e deplorável. Debata, divirja e aponte teses tais ou quais. Ninguém precisa cerrar fileiras com ninguém se não quiser e de minha parte não escrevo para ter fieis seguidores, mas sim para reflexionar sobre temas diversos. 

         

        Passamos ao ponto da independência do Ministério Público e da Polícia Federal. O Ministério Público tem independência funcional desde a Carta de 88. Vossa senhoria pretende acabar com essa independência funcional? Se for isso, lamento, mas isso não irá acontecer e nem o PT defende que isso aconteça. Quanto à Polícia Federal, não vi absolutamente ninguém defender a independência ou autonomia da mesma, muito antes pelo contrário. A Polícia Federal não é, nunca foi e jamais deve ser independente do Poder Executivo. Deve permanecer do jeito que é hoje, subordinada ao Ministério da Justiça. Quanto ao “chantagismo” apontado por ti, não me alterou o pulso. Até porque ao falar desta maneira vossa senhoria está chamando de chantagista não a mim, um reles ser qualquer, mas sim ao ex presidente Lula e a presidenta Dilma Rousseff, que SEMPRE defenderam, seja nas campanhas ou nos governos que fizeram, que o procedimento de escolha dos Procuradores-Gerais era o correto. 

         

        No mais, vejo que vossa senhoria hoje, pelo que se vê, fecha questão contra o posicionamento do PT, de Lula e de Dilma, o que é respeitável e legítimo, e fecha questão com àqueles que, por exemplo, achavam absolutamente normal nomear parentes e apaniguados para chefiar a PGR. Imagino, com base no que tu defendes com intenso e apaixonado ardor, que tu deves ter exultado de alegria quando a PGR era chefiado por Geraldo Brindeiro, que ficou 08 anos escondendo as tramoias tucanas nos tempos de FHC. E deves ter ficado ainda mais exultante ao saber, se é que já não sabia, que Geraldo Brindeiro, além de Engavetador-Geral, era e é primo do vice presidente de FHC, de nome Marco Maciel. 

         

        De modo que vossa senhoria hoje aplaude os procedimentos históricos do PSDB e dos ditadores (Estado Novo e Ditadura Militar) e agride e deplora o comportamento adotado pelos governos do PT. Isto, a bem da verdade, e lamento muito por isso, nos coloca de fato a léguas de distância em matéria de compreensão política e histórica. 

        1. Ora, ora, ora comissário…

          Por que tanto fervor e autocomiseração?

          Bem sabes que este expedinete discursivo de se colocar como “nada” não funciona, a falsa modéstia é pecado tão (ou mais grave) que a presunção desvairada, porque, no fim das contas é presunção contrabandeada.

          Vamos ao debate:

          Confundir independência funcional (independência para EXECER a função) com independência institucional é grave, em se tratando de um debater do seu quilate.

          Repetimos, ad eternum: O MP não é um poder da Repúbica.

          É claro que esta é uma armadilha armada pelo MP para enganar trouxas (não imaginava que conseguisse enganar gente de seu calibre intelectual, mas acontece).

          O fato dos promotores e procuradores presentarem o seu órgão (como os juízes presentam o poder judiciário), e que não podem estar subordinados por hierarquia ou poder hierárquico nas suas promoções  e opinio deliciti (atividade-fim) não que dizer que prescindam de prestar contras aos outros poderes, principalmente aos de de natureza mandatorial (os que derivam do poder originário, e não o contrário).

          Veja que Vossa Magnânima pessoa esqueceu de explicar como pode os EUA (que são um país bem mais atrasado que o nosso), funcionar com um procurador geral diretamente subordinado ao secretário do Departamento de Justiça, nosso equivalente Ministro. sendo que na maioria das comarcas, ainda que com certa autonomia funcional (que Vossa Excelência chama de independência funcional) é vinculado ao gabinete dos prefeitos, que contratam os eleitos e indicados (não há concurso, nem uam carreira vitalícia e podem destituí-los, ao arrepio da corporação.

          Ou seja: qual é  a solução proposta por Lula e Dilma (já que a Vossa posição é só um eco deles) para brecar o partidarismo que tomou conta do Judiciário e do Parquet, sob o contrabando desta “independência funcional”?

          Colocar os críticos da sua posição (e talvez do Lula e da Dilma, embora nunca eu tenha ouvido eles discorrerem tão detalhadamente sobre o tema, talvez o comissário tenha, quem sabe?) como defensores do que havia antes é desonestidade intelectual e não ajuda o debate (e que não combina contigo, comissário).

          Mas eu relevo.

          Afinal, estamos todos meio atônitos com o fato de que o nosso ciclo desenvolvimentista pseudo-keneysiano chegou ao limite de seu funcionamento (e financiamento, ver ótimo texto do Fiori no Valor Econômico de ontem), sem que pudéssemos trazer o paraíso à terra, e porque descobrimos que fantasiar os pobres de classe média não os torna petistas, nem solidários com nossa causa.

          Perdemos a luta pelo imaginário da população, embora eu não ache que isso seja um processo sem volta.

          No seu caso, uma boa terapia também ajudaria.

          É o tal limite do reformismo kerenskiano (Kerensky e o Dumas, em 1917), que Lênin anunciou, preconizado por Marx.

          Quanto a fala de campanha (sobre MP ou Justiça) de Lula e Dilma, e a realidade pragmática que se impõe, eu creio que o camarada já precebeu que Lula, nem Dilma, e todos nós (talvez menos você) já aprendemos que nem sempre se pode defender o que se deseja, ou será que esse é o ajuste fiscal e taxas de juros (13 % n/ao?) que Dilma prometeu na campanha?

          Cabem a eles fazerem os rapapés cerimoniais, camarada. Caberia a nós debatermos o assunto com menos idolatria e mais seriedade.

          Em suma: enquanto eles juram fidelidade a “independência funcional” do MP, cabe a nós o trabalho de ganhar ideologicamente a sociedade, e mostrar os limites para esta falácia.

          A não ser que, filosoficamente, Vossa Senhoria ache que o saldo da atuação do MP e do Judiciário neste país, desde 1988(inclusive quando nós éramos os Torquemadas de Plantão) seja positivo.

          Duro mesmo é ver um petista de rara cepa defendendo o vigilantismo do MP…será um novo menino prodígio?

           

           

           

          1. Chistes vazios

            Na falta de conteúdo, sobram as pilhérias. 

             

            Não há absolutamente ninguém dizendo que o MP é um “poder da república”. Não é, nunca foi e jamais será. De modo que quando alguém fala nestes termos, apenas mente para disfarçar a falta de conteúdo que permeia o debate. 

             

            O debate, façamos sem temor. 

             

            Qual é a proposta dos saudosistas do compadrio e da blindagem, quando não até da indicação de parentes para chefiar o Ministério Público? Pelo que se vê, a proposta é justamente essa, a de voltar aos “velhos e bons tempos” onde essas práticas agora relatadas eram comuns e corriqueiras. 

             

            Essa proposta é sedutora, principalmente para as pessoas que tem uma visão conservadora de mundo. Há aqui mesmo neste blog um ilustre comentarista, conservardor até a medula, defensor da ditadura militar, da Lei da Auto Anistia e de outras teses “progressistas”, que defende justamente o modelo anterior, de blindagem e compadrio. 

             

            Noto, entristecido, que muitas pessoas, amedrontadas com a situação conjuntural pela qual passa o país, preferem dar ouvidos aos que são porta vozes deste modelo contra o qual o Partido dos Trabalhadores sempre se bateu, em especial nos oitos anos do mandarinato tucano. 

             

            Enquanto se debate, de forma inócua, os erros e acertos do PT a respeito das nomeações para a PGR, e se procura desvalorizar a prática empreendida por Lula e Dilma, aplaudindo, portanto, as práticas anteriores, os temas de fundo seguem esquecidos. 

             

            Alguns deles, por exemplo, a questão da reforma política e da democratização da mídia. Sim, porque ao contrário do que os pretensos “revolucionários” (abraçados com teses conservadoras) imaginam, o problema principal não é o MP, mas sim a tibieza da esquerda no parlamento, algo que no modelo atual de eleição tende a se agravar. 

             

            Poucas vezes vi tanta mistificação a respeito de um assunto como se vê nesta questão da PGR. O problema não é a PGR, mas sim a debilidade do PT e da esquerda, nas ruas e no parlamento. O problema é o oligopólio midiático contra o qual pouco se pode fazer agora em função dessa debilidade. 

             

            E aí surgem essas propostas de soterrar aquilo que o PT fez de bom! Não é algo surpreendente? Daqui há pouco hão de pedir para o PT e Dilma reduzirem as políticas de melhoramento nas condições de vida das classes laborais, para evitar o risco de que essas classes se ‘contaminem’ com a visão de mundo da classe média tradicional… 

             

            No mais, é apenas lamentável que se discuta essa questão utilizando premissas da direita, como a “estabilidade” do Estado, ou que se faça esse debate apenas porque há uma grita contra a prisão de empreiteiros.

             

            O que se vê no Brasil atual é reflexo de leis aprovadas pelo próprio PT, como as leis anti corrupção ou de delação premiada. E são leis que vigem na OCDE há muito tempo. Logo, deveríamos é capitalizar encima dessas leis e não ficar choramingando pelos cantos, fazendo odes saudosistas aos “bons tempos” do Engavetador-Geral da República. 

             

            O que parte da esquerda não está se dando conta é que o PT não vai ficar até o fim dos tempos no governo federal. Isso é algo tão óbvio e cristalino que não sei nem porque ressaltar.

             

            Enfim, quando parte da esquerda grita e esperneia, abraçando as teses da direita, como essa de colocar um apaniguado na PGR, apenas está cavando a própria cova, que virá logo ali adiante, seja em 2018, 2022, 2026 ou sei lá eu quando. 

          2. Ufa, que alívio…

            Agora sim, o comissário Diogo nos disse e acreditamos: A crise permanente do capitalismo, que tange países para o centro e outros tantos para a periferia, como forma de estruturar seus sistemas assiméticos de acumulação de riqueza (física ou rentista) é só um espasmo conjuntural.

            Uau…em breve teremos de volta nosso pequeno surto de crescimento.

            Outro alívio: O fato do PT (eu não acompanhei esse debate no partido) e o governo cederem a chantagem internacional sobre leis anti-corrupção e de delação premiadas, que só criminalizam nossa política, enquanto as empresas e governos corruptoras estrangeiras seguem intactas, e financiando rankings furados da Transparência Internacional, nos reveste de certeza de que devemos ir juntos.

            Assim como se Dilma ou Lula não propuseram a revogação da Lei do Abate (que permite matar tripulantes e passageiros de aviões suspeitos de carregarem drogas, nossa versão legal de pena de morte sem processo) nos retira o peso da cosnciência.

             

            Ou se Lula e Dilma aplaudiram a “conquista do Alemão” ed as UPP(olha só no que deu), vamos atrás.

            Delação premiada? Vamos lá, e nada de se debater o aspecto cretino de uma lei que significa a declaração de falência do Estado, que passa a se associar (e premiar) os criminosos, ao invés de combatê-los.

            Bem, vamos aos fatos:

            A situação do país (juridicamente e criminalmente falando) continua e mesma que antes de 1988. Pretos, pobres e favelados nas cadeias, e ricos fora.

            50 mil mortos, quase todos pretos e pobres. Só 3% a 7% dos crimes solucionados, e sempre os que atingem os mais ricos, e tá tudo bem.

            Ué, o MP não ganhou poderes extras para fiscalizar as polícias, o que houve?

            Bingo: Promotor quer saber de polícia ou de inquérito empoeirado? Que nada, só se tiver holofote.

            Com uma riquíssima novidade: Políticos do PT e sua base aliada são presos, enquanto aos demais, o de sempre: impunidade.

            Este é o legado da “autonomia”, ou de não termos mais apaniguados indicados como chefes da PGR ou dos MP.

            Então eu repito a pergunta:

            Tá bom, o que tinha antes era uma merda, o que está agora tornou a merda ainda pior, e o que o comissário propõe?

            O cara ainda diz que quando sairmos do governo, essa autonomia é certeza que poderemos contar com este aparato para investigar a direita no poder…Será a poliana?

            Eu não sei o que é pior: acreditar nisso, ou acreditar que este dispositivo anti-política do MP e do Judiciário nos servirá de algo.

    2. Marcianos?

      O Ministério Público e a Polícia Federal, que historicamente sempre serviram aos interesses dos plantonistas do poder, hoje atuam com maior independência…

      Seu raciocínio parte de um pressuposto. A de que essas corporações não são compostas por humanos. Isto é, a independência desse grupo é isenta de qualquer corporativismo e possuem o mais alto espírito que visa exclusivamente o interesse geral do povo.

    3. Desculpe, mas…

      Independência e poder demasiados, sem pesos e contrapesos, sem prestar satisfações à sociedade, levam a outras tiranias. Os procuradores podem eventualmente não estar a serviço dos plantonistas do poder (como esteve o engavetador Geraldo Brindeiro), mas poderão estar a serrviço de outros interesses inconfessáveis. E não haverá  nada, nenhum mecanismo que possa detê-los.

       

  5. o novo poder: o da impunibilidade.

    Com os meus botões sempre a dialogar, pensava eu ser o Millennium global a ditar a pauta com os seus múltiplos atores, isto mesmo alguns globais outros menos. Agora vejo que isto é fruto de certa disciplina ou coação e o ambiente é este dos concursados e apenados, é este o ambiente que não tem responsabilidade e não responde à sociedade, neste valhacouto tudo é permitido e garantido com a impunidade.

    Todos tal qual ditadura bolivariana todos tem que aderir para não prejudicar os passos da carreira naquela estrutura.

    Se órgão com esta autonomia existe e mostra musculatura transgênica é uma excrescência e tal qual o organismo reage o Estado deve atuar para criar os contracorpos.

    Urgente é a PEC 171 para remover este filhotes da ditadura concursados desta “zona de conforto”.

  6. Já dito

    O autor, com muita propriedade, apontou o que já comentei em outros posts: será que ninguém vê que esse modelo de MPFe escolha de seus dirigentes é altamente pernicioso para a democracia brasileira? Isso é fascismo, puro, uma casta busca o poder e se acredita escolhida e melhor que as demais para conduzir o populacho… só não vê quem não quer

  7. Lei “à la carte”: Esta infelizmente é a realidade.

    A única (e pequena) vantagem deste chamado republicanismo tosco seria um amadurecimento da percepção popular do que é democracia, “custe o que custar”…

    O problema é que as forças contrárias a este republicanismo ultrapassam de longe este pequeno indício educacional de uma sociedade com interesses legítimos à ela mesma e não apenas a pessoas e grupos selecionados.

    As instituições no Brasil, incluindo os poderes adicionais (MP e mídia) estão muito longe deste republicanismo, correto sob o aspecto teórico, mas ingênuo sob o aspecto da realidade, dos fatos.

    Somos um país onde ainda se acredita resolver problemas com a edição de (milhares e milhares de) leis, porque esquecemos que elas são exercidas por pessoas. Pessoas ainda divididas historicamente em grupos que podem ignorá-las e as que têm que respeitá-las, por mera conveniência casuística.

    Poderia citar centenas de exemplos (além dos já citados do helicoca, dos mensalões “não PT”, etc.), dentre os quais os juros constitucionais de 12% a/a, a auditoria constitucional da dívida pública, a regulação econômica da mídia, os desmandos da AP470 (processo de jurisdição ilegal para 90% dos acusados, transformação de dinheiro comprovadamente privado em público, condenação por domínio de fato não comprovado “apesar da literatura”, definição discricionária de fraude em empréstimo contratado, contabilizado e pago, imprescrição porque o “juiz” quiz, e tantas outras em cascata decorrente destas já absurdas, como a condenação de Genoino por ter assinado um contrato de empréstimo, a condenação eleitoral do partido por ter pago o empréstimo que se tornou “ilegal” etc.).

    A lista de usos diferenciais da mesma lei é imensa e não vou esgotá-la aqui (Moro sozinho já produziu outra lista), apenas lembrando que, mais do que lei, as iniciativas “moralizantes” também são seletivas, discricionárias. Por ex. uma privataria multibilionária de patrimônio público lucrativo com guerras de liminares (viva G.Mendes), alterações constitucionais (compradas?) e processos (inócuos?) na Justiça até hoje, SEQUER são INVESTIGADOS! Nem chegam à Justiça, quanto mais à condenações. Ou são interrompidas nos seus diversos estágios, por engaventamentos, esquecimentos, HC´s cangurus, vistas eternas, suspensões e até anulações estapafúrdias.

    Enfim, somos um país com execsso de leis, que são usadas ou não, respeitadas ou não dependendo do lado. Somos ainda um país onde republicanismo e ingenuidade andam juntos. 

    Saber entre o embate ou o exemplo aqual é mais eficaz ou amadurecedor, não sei. Sei que na História, boa parte dos embates, com a exceção de Getúlio Vargas, foram perdidos, com o atraso do país e o fortalecimento do grupo que usa ou não a lei, sempre em seu favor. Para eles, fora a exceção citada de GV, tanto faz democracia ou ditadura.

    Pois eles usam o poder e o dinheiro para exercer suas ditaduras, reais ou disfarçadas de democracia, como na primeira república, na ditadura militar e no resgate neoliberal da democracia.

    Quando o país dobrará definitivamente este “cabo”, não sei. Sei que dobrará.

    Com ou sem meu testemunho…

     

  8. Não é possível que ninguém

    Não é possível que ninguém do governo Dilma  leia o blog do Nassif. Se leem, não assimilam nada. Triste.

  9. Alto lá.

    Não confundamos alhos com bugalhos.

    Nos tempos de FHC quem o pertubava o Governo Federal era Luiuz Francisco de Souza, e seu fusquinha.

    Primeiro, o MP deve ser independente, como reza a Constituição Federal. Os procuradores agem com autnomia, sem subordinação, podem abrir inquérito civil para apurar fatos que são denunciados a ele. O PGR não tem poder funcional sobre eles, cada Procurador age com autonomia. E se o fato crime for ação penal pública incondiconada, só o MP pode fazer isso. O MP é parte, e cabe ao Judiário julgar os fatos.

    Alguém denuncia um fato, assim é aberto um inquérito ou não, e se aberto, pode ser arquivado, caso não haja elementos suficientes colhidos.

    Segundo, o que deve ser repensado é o uso da atuação funcional como Procurador(isso deveria valer também pra Delegado), para catapultar uma candidatura a um cargo eletivo, ou ter reconhecimento público ou midiático. A Constituição Federal – em razão da Emenda Constitucional 45/2004 – veda a eles exercer atividade político-partidária. Mas pode o membro do MP agir, assim, com impessoalidade se for objetivo dar publicidade com fins de promoção pessoal pela ação funcional. E cabe ação de improbidade administrativa contra quem assim age – por violar um dos Princípios da Adminstração Pública, o da Impessoalidade.

    O problema, logo, está na orientação da divulgação de um fato, e a imprensa – ou parte interessada dela – tomar uma apuração a partir de uma denúncia como sendo a verdade absoluta, com uma condenação sumária e explícita. E outrosd problewmas são os vazamentos de insvestigações ou processos tidos como sigilosos.

    Decorrente dessas mazelas, surgiu a tal proposta da “Lei da Mordaça”, assim alcunhada pela mídia, que ganha dinheiro vendendo esses escândalos em páginas de revistas.

    Não se trata de amordaçar, mas dar o tratamento devido aos fatos. Pessoa pública está exposta – para o bem, e para o mal. Mas isso não dá o direito de mediante uma denúncia a ser apurada em inquérito ser o fato tratado como um crime consumado. Parcimônia na divulgação dos fatos, e a eleição de um porta-voz no MP para esclarecer essas situações seria essencial para dar uma postura mais razoável às ações do MP.

    Esperam que Lula fique aonde está, pois querem vincular as palestras, assessorias e consultorias dele à tráfico de influência. Ainda mais associando ele à empreteiras, que estão na berlinda desde sempre, muito mais agora com a Lava Jato. Querem que Lula fique quieto. Parece que estão testando o teflon de Lula. Ele sempre foi o alvo.

    Mais um factóide que repercurtimos.

  10. Tem que Acabar

    O Ministério Público é hoje um poder político arbitrário, que intimida o Legislativo, interrompe a construção de hidrelétricas, promove prisões sem prova, engaveta crimes de conhecimento público etc…

    Esse Ministério Público tem que ser eliminado pelos poderes da República em defesa da própria República. O MP está atravessando o Rubicão.

  11. Pequenas Vitórias

    Pequenas vitórias

    Natanael Mücke – Economista

    Tenho repetido que os partidos políticos quando na oposição parecem esquecer – e alguns não chegaram lá – que por muitas vezes foram governo. Infelizmente esse esquecimento os leva a encerrarem-se em “pequenas vitórias” ao flertar com instituições pouco democráticas, como o Poder Judiciário, o Ministério Público (MP) e os Tribunais de Contas. Quando digo que essas instituições são pouco democráticas, não quero dizer que há nisso um problema. É da natureza delas. O que alerto é que o flerte, em última instância, passa a ser o abrigo nelas de quem não tem votos. Ou seja, de quem nela busca refúgio para temas que são monopólio da política. Tal guarida é ainda mais perigosa pelo fato de que são compostas, na sua maioria, por representantes da plutocracia. 

    Acredito, também, que os partidos de oposição, incluindo o PT – quando nessa condição – não devem tão facilmente recorrer ao Poder Judiciário, ao MP ou aos Tribunais de Contas. Vamos, sim, usar mais a seara política, especialmente naquilo que só a ela pertence. Sobre instituições, cito o economista Franz Hinkelammert, para o qual “quanto mais atribuímos uma dignidade especial às instituições, tanto menos somos capazes de levar a sério a dignidade humana”. 

  12. Diogo Costa,
    Você faz uma

    Diogo Costa,

    Você faz uma proposição como se exstissem apenas duas hipóteses: ou o PGR é um vendido ao Executivo, como o Brindeiro, ou é o escolhido pela corporação, e assim, seria, automaticamente, independente.

    A independênca do MP, assim como da PF e demais instituições da República, não está na configuração legal, mas na postura que os Poderes Soberanos – executivo, legislativo e judiciário – têm em relação à sua atuação. Achar que colocar no comando de tais instituições pessoas escolhidas por cada corporação, acreditando que isto dárá a estas a necessária independência, é uma visão completamente torta da política e da própria instituição que chamamos de República.

    Indicar para o comando da PGR alguém escolhido pelo conjunto dos procuradores não é republicanismo, é sindicalismo. Escolher um procurador que “fará tudo que seu mestre (o Presidente) mandar”, igualmente, não é republicanismo, é patrimonialismo puro.

    A discricionariedade que a CF atribui ao Presidente da República para essa escolha pressupõe, óbvio, que aquele que foi eleito pelo povo fará uma indicação coerente com o projeto político que irá implementar. E isso não significa, à toda evidência, que se está a induzir o Ministério Público a investigar apenas o inimigo. Isso pode acontecer, claro, e nós sabemos desse perigo. Mas ou se confia no chefe do Executivo escolhido pelo voto, ou que mande às favas o espírito republicano.

    O que não é possível é achar que republicano é colocar o seu inimigo no poder. É isso que vemos acontecer há doze anos, e sabemos muito bem como pode acabar.

     

  13. Disse tudo. O PT é tosco

    Disse tudo. O PT é tosco demais para o poder. Quero ver o Lula e aDilma falarem de republicanismo e independência do MP quando estiverem sendo presos por eles. Deixaram o Dirceu, Genoíno, Delúbio e agora Vaccari serem presos por incopetência do partid. Só faltam os 2!!! Larga a mão de tanto amadorismo.

    1. Absoluta e rigorosamente nada a ver

      1) José Dirceu, José Genoíno e Delúbio foram presos porque foram condenados na farsa do julgamento da AP 470. Quando Lula nomeou Joaquim Barbosa e Carlos Ayres Britto para o STF, em 2003, foi aplaudido de pé pela esquerda e pelos movimentos sociais. Quem haveria de saber, com uma década de antecedência, que estes dois iriam agir da maneira que agiram no julgamento farsesco da AP 470?

       

      O Joaquim Barbosa foi uma indicação do Frei Betto e contou com o apoio do Lula e do próprio José Dirceu para chegar onde chegou. O PT foi ingênuo nas escolhas que fez para o STF, principalmente nestas que citei, que aconteceram quando o governo Lula não tinha sequer cinco meses de existência, em 2003. Mas as últimas escolhas mostram que a lição foi bem compreendida. 

       

      2) A prisão de Vaccari foi expedida por um juiz de primeira instância, da Justiça Federal do Paraná. Não há absolutamente nada que o PT, Dilma ou Lula possam fazer para barrar as decisões de um juiz de primeira instância. Este juiz é concursado e pertende ao Poder Judiciário. Logo, o que se pode fazer, e que os advogados já estão fazendo, é recorrer às instâncias superiores para normalizar a situação. 

       

      3) Dilma só pode ser investigada por atos que digam respeito ao seu mandato atual. Ou seja, que digam respeito ao seu segundo mandato, iniciado em 1º de janeiro de 2015. Lula ser investigado não é novidade nenhuma. Ele é investigado desde os tempos em que presidia o Sindicato dos Metalúrgicos, em 1975. E será até o final da vida. 

      1. Epa, nem toda a esquerda

        Epa, nem toda a esquerda aplaudiu Joaquim Barbosa. Muita gente denunciou o fato de ele ter batido na esposa e houve pedido para não nomeá-lo por causa disso. Quanto a Frei Betto, depois de fazer essa merda, tirou o time dele de campo e saiu falando mal do governo. Fogo amigo.

        O que você relatou quanto às nomeações expõe exatamente o que criticamos: o PT não conhece como funciona e não incluiu sistema judicial na sua ideia de governo. Confiar simplesmente nas pessoas que saem fazendo indicações é amadorismo político. Até Eduardo Campos já sabia que não podia fazer isso, só o PT que insiste num republicanismo desconhecido na maioria dos países democráticos. E ainda tem quem chame esse governo de comunista,kkkkkkkk. Imagina se no comunismo alguém pode destoar do poder central.

    2. Pois é.
      O cara é presidente

      Pois é.

      O cara é presidente do PT do Distrito Federal, e a conclusão que se tira do artigo dele é, “disse tudo, o PT é tosco demais para o poder”…

      The cognitive dissonance…

  14. Nem “engavetado geral”, nem inquisidor contra o PT

    Sr. Diogo Costa,

    Os comentários de Cesar Ferreira e Adma Andrade Viegas realçam bem o aspecto pouco esclarecido de sua posição: todo poder, em uma República, precisa de controle. Os procuradores são humanos, passíveis de todos os erros e preferências como todo mundo. Além disso, quem pode garantir que a tese de “representação da sociedade” no plano jurídico vai ser cumprida pelos procuradores que apenas fizeram um concurso público?

    O presidente é controlado pelo Congresso e pelo STF. Os ministros do STF podem sofrem impeachment e são escolhidos pelo presidente com aprovação do Senado. Os parlamentares são eleitos e podem ser julgados pelo STF. Por que só os membros do ministério público não podem ser controlados? Estamos em uma República ou em uma ordem de poder absoluto?

    É completamente enganadora a tese de que, para não colocar um “engavetador-geral” o presidente tenha que se submeter aos caprichos e tendenciosidade de uma corporação. Um PGR justo e equilibrado não precisa ser (e neste momento é impossível que o seja) o escolhido pela corporação dos procuradores. Dilma poderia e pode escolher discricionariamente alguém que irá investigar qualquer denúncia fundamentada contra seu governo e partido, assim como o fará contra seus opositores. Um PGR que prezasse por seu cargo não iria, por exemplo, permitir que se investigassem as doações empresariais e legais ao PT sem que se fizesse o mesmo com os demais partidos (PSDB e PMDB) que receberam doações em quantitativo semelhante. Um PGR equilibrado não iria deixar de abrir inquérito contra Aécio Neves por conta da lista de Furnas. Um PGR equilibrado não iria permitir que ficasse sem investigação o caso de um helicóptero de propriedade de parlamentares encontrado com 500kg de cocaína. Você tem alguma dúvida de que se esse helicóptero fosse da prima do amigo de um líder petista essa investigação não estaria a todo vapor?

    É disso que estamos falando. Ninguém equilibrado deseja que Dilma ou Lula ponham na PGR um amigo, um “protetor” do governo. Que eles, entretanto, optem por nomear o representante de uma corporação que majoritariamente conspira com a mídia pela derrubada do governo é algo que revela não somente ausência de uma compreensão equilibrada, mas a falta de um compreensão aprofundada do que são as instituições do Estado e do que é o ser humano que alcança uma posição de poder gratuitamente, sem exercer a responsabilidade que daí seria decorrente. Brizola ou Arraes, por exemplo, jamais, jamais cometeriam um erro estrategicamente infantil como esse.

  15. Concordo!

    Infelizmente eu concordo com o Josè Policarpo.

    Quem é o judiciário, senão a elite! Quem é o Ministério Público senão essa mesma elite!

    Há algum “Lula” por lá? Ou um “pau de arara”? Ou serão pessoas das mesmas famílias de classe média que sairam às ruas pedindo a queda de Dilma?

    O que esperar deles?

  16. éo perfil

    isso que se vê é o resultado do ‘perfil’ para o mp e magistratura dos aprovados nos concursos públicos: “excelentíssimo, senhor doutor” etc.

    como se o país não fosse uma república; como se estivessem a vigir as ordenações filipinas.

    esses dois braços do estado representam o que há de mais reacionário no país. isso não vai mudar enquanto não houver um expurgo generalizado em seus quadros (do tipo – tem que provar que é inocente senão está fora) e a sociedade passar a controlar, de fato, o acesso e permanência neles.

    a república não chegou ao judiciário ou mp.

  17. Acordar, Primeiro, do Desmaio!

    A equipe “morisca” manteve presa a cunhada do Vaccari por seis dias com base no “olhômetro” do moro que identificou a vítima do abuso (de seu próprio tirocínio) naquela imagem de banco, produzindo mais um pesadelo na sociedade desacordada. Caso uma perícia da PF fosse proposta pelo MPF do PR (que sentou sem dúvida à direita do juiz) tal perícia, num exemplo concreto de contrapeso entre poderes, resolveria a dúvida em 10 minutos e (ou seria mas?) não geraria uma semana de manchetes contra o PT. O silêncio ensurdecedor sobre o episódio demonstra o quanto a nossa sociedade está lobotomizada pela mídia, que gera um efeito de manada atropelante por engenheiros de consenso social, constituído pelos profissionais da mídia, de seus patrocinadores privados e estatais, estrangeiros ou não. Esses estados maiores (que se articulam conscientemente ou não em prol do grande capital) tem sido valentemente enfrentados pelos movimentos sociais, por sua expressão política e midiática alternativa e pelos valentes funcionários “Públicos”. Sonho para que continue sendo a briga de Davi e Golias, apesar da cultura de classe média acreditar em embates finais apocalípticos, john waynes, torquemadas e batmans; até porque o que a vida nos apresenta são guerras de posição intermeados por guerras de movimento. Os positivistas acreditam que a realidade seja determinada pela teoria de um idealismo racionalizado; isso faz a ação descambar com slogans para o voluntarismo de se antecipar às condições objetivas das transformações sem massa crítica de povo entre a massa, numa suicida tentativa de adiantar o relógio da revolução; outros racionalizam o imobilismo numa acomodação que só diz que respeita a correlação de forças, mas que a sós espera sem operar; ou opera, às vezes, oportunisticamente contra, como a ultraesquerda. De qualquer forma, devemos ser pacientes e estarmos atentos aos elementos da realidade que permitam enxergar além da árvore, a floresta, mesmo que a nauseante espera nos leve aos desmaios e devaneios. Contudo, sou otimista e grato ao povo brasileiro por termos eleito Lula e Dilma nesse contexto broxante de “tosquice” desavergonhada, pois tal façanha eleitoral convenceu-me de que o que observamos não é a ruína da vida e sim a sua construção: VIVA O 1° DE MAIO!

  18. Toda vez

    Toda vez que alguém criticar o governo do PSDB por não ter feito nada durante 8 de anos de mandato, para, reflita, respira e pense no MPF. MPF é a obra perfeita do governo do PSDB, além da fidelidade canina ao partido.

  19. concordo totalmente, como

    concordo totalmente, como sempre digo, esse ministério público é um câncer, que não hesitará em destruir o Brasil para destruir o PT…o caso do helicóptero é um exemplo claro de que o mp não está ligando a mínima para nada, a não ser para seu próprio arbítrio…quanto à quadrilha judiciária paranaense, minha impressão é de que eles estão testando as águas, vendo até onde consguem ir com seu arbítrio, e não tenho dúvida nenhuma de que o moro ainda tentará atingir o Lula, inicialmente convocando-o para “depor”, e depois mandando prendê-lo

  20. venho relatando isto desde o

    venho relatando isto desde o 1º mandato Lula, conheço familias que possuem filhos com problemas gravissimos de condutas sociais mas se saem bem nos estudos, por terem posses garantem estudo contínuo até que passem em concursos para “juízes”! afinal são filhos da casa grande merecem no mínimo isso. daí…

  21. MPF

    Com esta abordagem, fica claro a  demonstração de valentia  do Aécio, Cunha, Renam e cia.Certeza que perante o MPF são inimputáveis , que jamiais serão chamados as falas

  22. Não tenham dúvida.

    Não tenham dúvida alguma: a prisão do ex-Presidente Lula será decretada – e não demorará muito!

    Assim como a cassação do registro do PT.

    O objetivo é este: impedi-lo de disputar a presidência em 2018. 

    Isto é mais certo do que o dia e a noite.

  23. Um dos artigos mais lúcidos q

    Um dos artigos mais lúcidos q li aqui neste site. É exatamente isso q está acontecendo. São esses tais q têm 60 dias de férias por mês, e mais 30 dias de recesso, ou seja, q quase não tabalham, q vivem nas costas e às custas do contribuinte, q nada produzem, q não geram riqueza nenhuma, só despesa, pois são esses cidadãos q estão aí querendo derrubar o governo e golpear a democracia. Se o PT não fosse a merda q ele é, se o Lula e a Dilma não fossem tão idiotas e cegos, repetindo os erros de Getúlio e de Goulart, isso não aconteceria.

  24. Talvez o que ainda esteja

    Talvez o que ainda esteja postergando esse ato de destruição dos caciques petistas seja o fato de nenhum delator, até agora, ter denunciado Lula e Dilma. Os investigadores estão dispostos a tudo, se duvidar até a pagar aos delatores para que isso aconteça. 

  25. O Roberto Policarpo foi o

    O Roberto Policarpo foi o presidente do PT no Distrito Federal que conduziu o partido a uma derrota histórica em Brasília. Conseguiu a proeza de ficar fora do segundo turno, atrás do candidato do PSB – até então, um partido que vivia à sombra do PT – e do candidato do Arruda, o ex-governador apanhado em flagrante, em vídeos de pornografia política explícita, recebendo dinheiro sujo.

    Precisa tomar um pouco de Toddy para que suas críticas à condução do PT nacional e do governo federal sejam pertinentes.

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