Uma enorme nuvem de suspeição recobre a Lava Jato, por Jeferson Miola

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
[email protected]

Uma enorme nuvem de suspeição recobre a Lava Jato

por Jeferson Miola

É bombástica a denúncia de Marcelo Odebrecht na FSP de 4/2/2018. Ele declarou que “seu cunhado e vice-presidente jurídico do Grupo, Maurício Ferro, ajudou a acabar com o departamento de propinas da empresa”.

A revelação do Marcelo adiciona ingredientes explosivos à nebulosa informação prestada com exclusividade pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao jornal O Globo de 29/1/2018 – “Chaves para abrir segredos da Odebrecht estão perdidas”.

Além de assinalar que “O desmantelamento do departamento de propina pode, em tese, ser interpretado como um ato de obstrução de Justiça”, a reportagem da FSP traz revelações de altíssima relevância, que merecem ser apuradas com o maior rigor e com a mais absoluta transparência.

As circunstâncias que envolvem a destruição das senhas de acesso ao sistema my web day, assim como a estranha afluência do Departamento de Justiça dos Estados Unidos num caso criminal do Brasil, são citadas na reportagem:

– “Na operação para acabar com o setor, algumas chaves de acesso aos arquivos secretos da Odebrecht foram apagadas, segundo documento doDepartamento de Justiça dos EUA, onde a Odebrecht e a Braskem também fizeram acordo para se livrar de processos naquele país”;

– “Segundo o relato que está no documento americano, dois executivos que trabalhavam no departamento de propina viajaram para os EUA com o objetivo de dar cabo do sistema eletrônico que a empresa usava para manter os pagamentos ilícitos em sigilo

– “Em janeiro de 2016, ainda segundo o acordo americano, Luiz Eduardo da Rocha Soares e Fernando Migliaccio destruíram as chaves eletrônicas que permitiam o acesso ao sistema my web day”;

– “Essas chaves eletrônicas, que abriam o sistema criptografado, jamais foram recuperadas, segundo investigadores da Operação Lava Jato”.

O acordo de delação da Odebrecht com a Lava Jato implicou 77 funcionários de alto escalão da empresa. O mega-acordo ficou conhecido como “a delação do fim do mundo político”, e foi assinado somente em novembro de 2016. Frise-se: em novembro de 2016.

A entrega de informações e provas dos crimes denunciados por delatores é condição sine qua non para a assinatura de qualquer acordo de delação.

No caso da Odebrecht, isso se materializaria no acesso pleno e total da força-tarefa da Lava Jato aos 2 sistemas de gestão e armazenamento dos registros de propinas e repasses eleitorais, o drousys e o my web day.

Ora, se “Em janeiro de 2016 … destruíram as chaves eletrônicas que permitiam o acesso ao sistema my web day”, conforme noticiou a FSP, isso quer dizer que a Lava Jato assinou acordo de delação com a Odebrecht em novembro de 2016, quando a empresa já não conseguiria disponibilizar as provas armazenadas no sistema my web day, uma vez que as senhas de acesso tinham sido destruídas em janeiro de 2016?

Leia mais…

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

12 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Isso não veio, não vem nem

    Isso não veio, não vem nem nunca virá ao caso. O grande troféu já está garantido. 

    Por muito, muito menos, num país realmente democrático e respeitável essa Operação Lava a Jato estaria sob escrutínio. O problema é que TODAS as instituições estão comprometidas. De uma reles operação policial, a Lava a Jato se transformou na matriz de uma das maiores – se não mesmo a maior – conspirações já ocorridas no país. 

    Com a completa avacalhação da classe política cujo reflexo é a desmoralização do Congresso; com a deslegitimação do Executivo e a desconfiança no Judiciário, a quem apelar para passar a limpo tudo isso?

    Ao bispo,  ao Papa?

     

     

    1. Choro dos desesperados
      Tentar desconstruir a lava jato é o choro dos desesperados, cada vez mais eminente e esclarecedora os caminhos da corrupção, a maior do planeta! Lula já é um condenado que em breve será preso, outros já estão na fila.
      Acabou a roubalheira! Tudo isso graças à lava jato.

      1. Como “tentar”? A Lava a Jato

        Como “tentar”? A Lava a Jato está se auto desconstruindo pela suas contradições e pelos seus excessos. Sob a ótica da relação custos x benefícios os primeiros dão de goleada. 

        A corrupção maior do Planeta? Quem apela para hipérboles é porque lhe falta argumentos. 

        Lula pode ser condenado uma, duas, três….cem vezes, isso em nada vai diminuir a certeza de que se trata de perseguição política com o objetivo de destruir uma liderança popular e um modo de governar. 

        Acabou a roubalheira? Onde? Esqueceu do remédio, foi? Falar em roubalheira, nada a dizer acerca das peraltices dos teus “heróis” que afanam verbas públicas de forma irregular? 

      2. Tu falas sério

        ou pesnas que somos otários?

        E sobre as prescrições do aecio, do jucá, arquivamentos diversos dos da tua turma, os não vem ao caso, e por aí vai…

        Tu não falas nada? Realmente tu acreditas que esta qualdrilha vai moralisar o país?

        Tu és tonto retardade de nascença ou foi com o tempo que adquiriste esta condição?

    2. Falando em Nasa, Lula poderia

      Falando em Nasa, Lula poderia coimeçar sua campanha em Marte,

      Porque na Lua estão vendendo até terreno–é sério.

      Marte é virgem.

      Ainda.

      Vai,Lula.

  2. Essa notícia já vinha sendo dada faz bastante tempo…

    Pelo http://www.duploexpresso.com

    Hoje, mais um artigo-bomba do Romulus:

    Pega na mentira: empresa de investigação americana desmente Lava Jato e afirma que resgatou arquivos da Odebrecht (sonegados à defesa de Lula!)

    6 de Fevereiro de 2018Romulus Maya 12 Comments

    Por Romulus Maya, para o Duplo Expresso
    Publicado – 6/fev/2018 – 10:47
    Atualizado – 6/fev/2018 – 16:40 

    Os furos na “narrativa” sobre os “lapsos” na “investigação” (combinada) Lava Jato/ Odebrecht ficam cada vez mais evidentes. O alarme em Curitiba soou quando, no final do ano passado, o Duplo Expresso começou a tratar do relato da fonte do TI da própria Odebrecht contando como a fraude (conjunta) se dera. Em 22 de janeiro passado finalmente pudemos publicar a primeira parte do depoimento. E, dias depois, a sua transcrição.

    Desde que inauguramos essa pauta, em dezembro passado, veículos da grande imprensa – com destaque para a Folha de S. Paulo – vêm tentando fazer “hedge”. A Folha – na virada do ano! – correu para reunir alguns dos (muitos) “lapsos” na “narrativa” da Lava Jato em um par de matérias curtas, apressadas e assinadas – em conjunto! – por meia dúzia de freelancers.

    Notem bem: a descrição acima das condições em que foram redigidas tais “matérias” – (lava) “a jato” – é literal:

    Apesar de, inexplicavelmente, as denúncias do Duplo Expresso não terem pautado o “lado de cá”, o “lado de lá” só faz passar recibo das mesmas. Um atrás do outro, principalmente na forma de tentativas, patéticas, de “vacina”. Temos registrado, inclusive, esse “bate-bola” entre nós e os veículos da grande imprensa que fazem “assessoria de comunicação” da Lava Jato. Acaba por constituir um verdadeiro “ping pong” noticioso!

    A tentativa mais recente de “vacina”, comentada aqui no Duplo Expresso na semana passada (29/1/2018), foi em “artigo” (grotesco) publicado pelo Jornal O Globo “explicando” por que a Lava Jato “não teria acesso” aos “documentos” que – alegadamente – sempre “embasaram” suas acusações: as tais planilhas do programa “mywebday”, desenvolvido no ambiente Oracle para a Odebrecht fazer seus lançamentos contábeis.

    O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima teve a desfaçatez de dizer, então, que o MPF “nunca pôde” acessar os arquivos depositados em pendrives – repito: em “pendrives”! – entregues por funcionários da Odebrecht porque “não teriam sido repassadas” as respectivas “senhas”. Para coroar a mentira, “eximiu-se” da obrigação de exigir tais senhas aludindo à garantia constitucional de um réu não precisar produzir prova contra si. Piada, por óbvio: tal direito é, evidentemente, derrogado no caso de delação premiada/ acordo de leniência, visto que esses estabelecem, em troca, a redução das sanções (antes!) aplicáveis.

    Por incrível que pareça, o acordo de leniência celebrado pela Odebrecht com o MPF impede até mesmo a Polícia Federal (!) – “aliada” tática do MPF na qual esse não confia plenamente – de ter acesso ao banco de dados da Odebrecht!

    Notem a questão chave: diversas “cópias” – serão elas fidedignas? – das planilhas do tal “mywebday” foram utilizadas pela Lava Jato nos processos e também vazadas para a grande imprensa, seguindo as finalidades políticas, claras, da Operação. Contudo, o acesso ao sistema sempre foi negado aos acusados. Notadamente, à defesa do ex-Presidente Lula, malgrado seus insistentes requerimentos nesse sentido.

    Ou seja: a Lava Jato nunca permitiu a confrontação de suas “alegações”. Seja nos processos, seja na imprensa, na forma de “vazamentos”.

    Enquanto a credibilidade da Lava Jato ainda estava no auge, o caráter de “declaração unilateral” das (supostas) “provas” nunca representou um problema maior do ponto de vista político-midiático – e até mesmo judiciário. No entanto, o primeiro grande revés veio com as denúncias do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán. Dentre outras, de fundamental importância para o tema ora em análise foi a de que poderia provar a falsidade das “cópias de planilhas” que a Lava Jato sacudia por aí, posto que ele próprio possuiria contraprovas.

    Daí o empenho de Sergio Moro em negar, terminantemente, a oitiva de Tacla Durán, tantas vezes requisitada pela defesa do Presidente Lula. Para Sergio Moro e os seus, Tacla Durán deve permanecer “foragido” (sic) na Espanha. Do contrário, passa a “existir” nos processos, trazendo junto de si a bomba que implodiria toda a “construção” que tão demoradamente elaboraram junto com a Odebrecht – embora de maneira porca.

    O golpe final veio com o áudio-bomba publicado pelo Duplo Expresso, já aludido no início do artigo. Destacamos alguns pontos chave do relato da fonte do TI da Odebrecht:

    (1) A farsa da batida da PF na sede da Odebrecht

    A base de dados acessada pela Polícia Federal/ Receita/ MPF estava – deliberadamente – desatualizada e incompleta. No dia da batida, o TI derrubou os servidores e direcionou, de forma remota, os acessos para uma base de dados defasada e parcial. Aparentemente, a de Moçambique.

    Notem bem: funcionário do TI da Odebrecht revela que o setor derrubou, deliberadamente, o sistema para impedir a coleta de dados pela PF/ MPF. Partindo da suposição de que os bravos “concursados” não são acéfalos, resta a grave suspeita de que a alegada “investigação” era, na verdade, uma simulação. Numa colusão Odebrecht/ Lava Jato!

    E não foram só PF/ MPF/ Receita que receberam dados parciais e defasados. Os dois auditores instalados na Odebrecht, consoante os termos dos respectivos acordos de leniência com as Justiças dos EUA e do Brasil, também estão sendo “conduzidos” pelos (supostamente) “investigados” (sic). É aquela velha história do mundo corporativo: a auditoria que pega o rato e deixa passar o elefante!

    (…)

    (4) A gigantesca ocultação de provas pela dobradinha Odebrecht/ Lava Jato

    A fonte tinha acesso pleno ao sistema e viu inúmeros casos – estimados em nada menos que dois terços! – que não apareceram na mídia ou nos anexos do acordo de leniência da Odebrecht. Ou seja, restou para o circo judicial-midiático apenas por volta de um terço das contas offshore! É de se supor, dadas as circunstâncias observadas até aqui, que o um terço “sorteado” (!) mirasse preponderantemente PT e PMDB. “Estancar a sangria (…) delimitando onde já estava”, conforme celebremente disse Romero Jucá, também apanhado em grampo da Lava Jato. Nesse um terço “sorteado” (!) misturaram ademais, de forma deliberada, caixa dois eleitoral e corrupção, para facilitar a manipulação judicial-midiática com finalidade política.

    Possivelmente os dois terços sonegados pela Odebrecht/ Lava Jato – de comum acordo! – implicam, para além do PSDB, membros do Judiciário/ MP!

    Possivelmente implicam, ademais, autoridades de outros países, onde a Odebrecht ainda deseja operar. A empresa busca assim, portanto, não se queimar, na medida do possível. I.e., não se queimar ainda mais.

    (…)

    (6) Bomba-H: a nulidade dos acordos de delação/ leniência da Odebrecht / os crimes – continuados! – da Lava Jato

    A informação da fonte de que, grosso modo, dois terços das contas foram ocultadas das “investigações” causa, por um lado, a nulidade dos acordos de “delação dos 77 executivos”/ acordo de leniência. E, por outro, suscita graves suspeitas de obstrução da justiça, prevaricação, falsidade ideológica, fraude processual, calúnia e perjúrio, conforme o caso, por parte da Lava Jato e da Odebrecht.

    E em colusão!

    Ou seja: com formação de quadrilha!

    Complicador explosivo: foi a Presidente do STF (e do Judiciário!), a Ministra Carmen Lúcia, quem homologou, de forma leviana e displicente, por pressão da Globo, o pacotão das delações, que agora cai por terra. Pior: num recesso! Sem ser a relatora do caso!

    A partir daí, com o desmascaramento final da farsa, Lava Jato e Odebrecht – e Globo – correram para soltar, na semana passada, a tal tentativa de “vacina”, grotesca. Não conseguiram articular nada melhor que “senhas perdidas” (!) mais “direito de não produzir provas contra si” (!), para continuarem negando acesso a contraprovas dos documentos forjados e/ou ocultados pelos procuradores. Em claro “contraste” com tudo o que disseram até aqui – eu preferiria usar a palavra “desmentindo” – agora os procuradores “alegam” – prefiro “inventam” – que nunca teriam tido acesso às tais planilhas do “mywebday”.

    Demonstrando uma vez mais que uma se tornou refém da outra, a Odebrecht é instada pela Lava Jato – via Globo! – a corroborar a “narrativa”, confirmando que tais “senhas” teriam sido de fato “perdidas”. Notem, contudo, que embora não desmintam os procuradores no tocante às tais “senhas”, o Odebrecht – deliberadamente – não para por aí e diz algo que, para bom entendedor, pode ser traduzido como “me inclua fora dessa roubada”:

     

    Continua aqui: https://www.duploexpresso.com/?p=87475

  3. Qual é a sua ao atacar  a

    Qual é a sua ao atacar  a Lava Jato ?

    Que os 142 condenados sejam absolvidos ?–muitos em segunda instância 

    Ou só o Lula ?–também em segunda instância.

    Explica pra mim como se tivesse 8 anos de idade.

  4. Vc foi um defensor voraz de

    Vc foi um defensor voraz de Dilma–queria que ela voltasse ao poder porque o povo ”pedia”.

    Queria ? Pedia ?

    Por que ela não se candidata ?

    Ganha de goleada, não ?

  5. ”O problema é que TODAS as

    ”O problema é que TODAS as instituições estão comprometidas”

    Digo eu : Não estavam nos 13 anos de PT .Ficaram agora.

    E a quem  recorrer ? Sugiro pra Nasa.

    O que tem lunático por lá é uma imensidão.

    Se junte com eles.

  6. ‘My web day’ odebrecht
    Uma coisa nao pode ficar esquecida.
    A delação do fim do mundo que segundo os
    cães serviçais aos eua do judissiario tupiniquim.
    La deve ter o FHC SERRA SARNEI QUADRILHA MARINHO PICOLE O MATADOR DO PRIMO A QUADRILHA SETUBAL VILELA A QUADRILHA BRADESCO e por aí vai.
    Todos êles tem histórico de ladrão, comprovado!!!!!

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador