Homicídios e nossa opção pela barbárie

Comentário ao post “O elevado número de homicídios no Brasil

Vamos lidar com dados concretos (vide arquivo anexo), devemos reconhecer que o Brasil é um país violento. Temos uma taxa aproximada de 21 mortes/100.000 habitantes/ano. Só ficamos atrás de algumas regiões da África e da América Central.  Não adianta portanto insistir na imagem de um povo pacífico… Quem estupra e mata suas mulheres, assassina ou recorre a violência para resolver conflitos (pela propriedade, por questões políticas, por questões pessoais, passionais, religiosas e até por brigas de trânsito) tem na violência uma arraigada questão cultural e histórica para ser debatida.

Podemos buscar várias razões para isto, a maior parte já comentada no post: desigualdade, impunidade, conflito, polícia ineficaz, etc. Mas é sobretudo a valorização do ato homicida ou de violência como ato de coragem que percebo uma questão central. É o que chamamos a cultura da violência que, ironicamente, aparece inúmeras vezes como solução para o problema.

A violência é comum em uma sociedade em formação ou que passa por um processo de transformação. Há uma constante tensão entre vários pontos de vista que em geral derivam, grosseiramente, de três razões fundamentais: econômicas, políticas e morais (ou religiosas). Cada grupo quer, de qualquer maneira, impor sua verdade.

Vivemos, claramente, uma relação violenta: Onde deveríamos encontrar razão, discussão e busca de um pensamento agregador, da busca de um princípio básico de respeito mútuo, encontramos a brutalidade, a desqualificação, a violência.

Será impossível o estabelecimento de uma pauta mínima, a ser respeitada por todos os segmentos que nos representam?

Esta pauta pode ser resumida no compromisso de todos do pleno uso da RAZÃO.

Ou a violência explicita de alguns destes representantes continuará uma espécie de espelho/real/espelho a se multiplicar até o final dos tempos pelos representados e representantes da opção pela BARBÁRIE? 

Luis Nassif

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