A coleira de Musk na garganta do vira-lata, por Saulo Barbosa Santiago dos Santos

Todos querem os recursos da Amazônia e tem muita gente de olho nela, Bolsonaro, em diversas ocasiões, mostrou interesse em negociá-las

A coleira de Musk na garganta do vira-lata

por Saulo Barbosa Santiago dos Santos

            No dia 20 de maio de 2022 chega de avião um dos homens mais ricos do mundo, Elon Musk. Junto a ele vem sua coleira emblemática que segura cães pelo pescoço, neste caso, seria um cão vira-lata chamado Brasil e, como bem sabemos, gostamos de cartão de crédito e de vergonha, pois, na primeira oportunidade que vemos, passamos logo. Musk veio ao Brasil para ganhar dinheiro e ser condecorado, desta forma, o texto abordará o porquê de sua visita e as consequência disso.

            A visita do bilionário é pura politicagem, nem precisava vir, mas os interesses transcendem a educação. O primeiro motivo não passa de uma cortina de fumaça, levar internet a 19 mil escolas pela rede de satélites Starlink. Como bem se sabe, em 2021 o presidente vetou, integralmente, projeto que levava internet às escolas, mas pelo jeito, achou melhor investir em estruturas estrangeiras. Mas a galinha de ovos de ouro não é essa, mas sim, o “monitoramento” da amazônia com tecnologia americana, ou seja, a CIA.

            Todos querem os recursos da Amazônia e tem muita gente de olho nela, Bolsonaro, em diversas ocasiões, mostrou interesse em negociá-las, só basta lembrarmos do emblemático vídeo em Davos onde Bolsonaro convida Al Gore a explorar as riquezas da Amazônia com os Estados Unidos, tamanha vergonha que nem o político estadunidense acreditou no que ouvira. Mas Bolsonaro nunca desistiu de entregar nossas riquezas para outros e hoje conseguiu o objetivo.

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            Elon Musk teve tanto trabalho para ter acesso às riquezas biliviana que não conseguiria de outro modo se não por golpe contra o presidente do país. Até conseguiu derrubá-lo, mas não foi por muito tempo. Musk, como bom colonizador, profissão que aprendera com os pais, deixou claro numa entrevista em 2020 que daria golpe em quem quiser. No caso do Brasil, nem precisou querer, o presidente entregou de mão beijada a Amazônia. Mais ainda, pagou hospedagem, foi até o hotel onde o bilionário descansava para entregar uma das maiores honrarias dada somente àqueles que contribuíram para defesa do país, a medalha da Ordem do Mérito da defesa. Imagine se o presidente dos Estados Unidos deixaria a Casa Branca para se encontrar com Bill Gates em algum lugar, ou se Putin sairia do kremlin para visitar Jeff Bezos, nunca na vida. Mas não estamos falando de chefes de estados, estamos falando de Bolsonaro.

            Bolsonaro mudou as regras do mercado, não é o cliente a pessoa mais importante, aquele que tem sempre razão, mas sim o comerciante. O povo brasileiro tá pagando caro pela internet nas escolas e a “proteção” da Amazônia e ainda tem que lavar os pés e carregar nas costas o empresário americano, é muita vergonha, estamos parecendo um vira-lata que abana o rabo quando aparece qualquer um para oferecer resto de comida e mais, oferece o pescoço para que se coloque uma coleira. Pelo jeito comprar o twitter seria caro, preferiu comprar o Brasil, por enquanto parcelado, começando pela Amazônia, depois o resto.

            Os americanos agora têm acesso à rede de internet brasileira, enquanto países lutam para defender seus dados contra invasões cibernéticas, aqui pagamos para terem acesso sem qualquer esforço. Pior, nosso sistema de defesa e monitoramento sobre a Amazônia também estará em mãos estrangeiras, terão acesso a todo tipo de informação sobre nossa riqueza. Saberão, com precisão métrica, a localização dos recursos naturais, terão tudo isso através de satélites com alguns cliques. Isto que Bolsonaro fez é um crime contra a pátria, espera-se que o próximo presidente desfaça tamanho erro e descaso contra o povo brasileiro.


Saulo Barbosa Santiago dos Santos – Filósofo, guarda civil e autista.

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