Advogado nega denúncia de maus-tratos a cães no Instituto Royal, e é vaiado em audiência

Jornal GGN – Alexandre Serafim, advogado do Instituto Royal, negou, diante de um plenário cheio de ativistas, denúncias de maus-tratos aos cães usados nas pesquisas científicas realizadas pela entidade. Serafim participou, na terça-feira (29), de audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. 

Na madrugada de 18 de outubro, um grupo de ativistas invadiu o Instituto Royal, localizado em São Roque, no interior paulista, e retirou 178 cães da raça beagle que estavam sendo usados em testes científicos.

Vaiado diversas vezes, o advogado do Instituto Royal afirmou que todas as pesquisas com animais feitas pela entidade têm base legal. Serafim também lembrou que o instituto tem certificado do Concea (Conselho de Controle de Experimentação Animal) para poder atuar. “As denúncias de maus-tratos são infundadas. Os cães se encontram em ambientes adequados. O instituto dispõe de todas as licenças e autorizações para funcionar com o manejo de animais. Os animais que ficam nas dependências do instituto têm tratamento adequado, até porque, como foi mencionado pelo representante do Concea, não se consegue chegar a bom termo nas pesquisas se os animais não estiverem em condições absolutamente regulares de tratamento com relação a peso, idade. Até circunstâncias de umidade são controladas dentro do instituto”, explicou.

Inspeção

O advogado acrescentou que o Instituto Royal foi inspecionado neste ano a pedido do MP (Ministério Público). Segundo Alexandre Serafim, um biólogo designado pelo MP verificou o estado de saúde dos animais e constatou que gozavam de boa saúde, além de não aparentarem ter sofrido abusos e maus-tratos.

A presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais), Vanice Orlandi, rebateu as declarações do advogado. Segundo ela, quando o biólogo e o veterinário designados pelo MP chegaram ao pátio externo do laboratório, sentiram um forte cheiro e acharam que vinha de cadáveres, mas que eram, na verdade, as fezes dos cães. A ativista ressaltou que os animais se alimentavam e dormiam sobre as próprias fezes. Vanice levantou dúvidas sobre as informações que constam no inquérito civil aberto pelo MP. “Por enquanto, com base naquele inquérito civil, não tem como se concluir muita coisa, porque as visitas foram previamente agendadas, o que descaracterizou muito. Os dois profissionais que visitaram o instituto não presenciaram como é feita a experimentação em si”, declarou.

A dirigente alegou que muito do que está no relatório tem como base o que foi dito por funcionários para os profissionais: “‘Ah, eles saem para tomar sol, ar? Ele saem para tomar sol.’ Quer dizer, eles não viram. Eles não puderam constatar que o animal sai para tomar sol nem nada. Mas há relato, por exemplo, de um ex-funcionário que diz que os animais, os machos, jamais saíram para tomar sol. Nunca viram a luz do dia”, denunciou.

Incineração

O relator da comissão externa criada pela Câmara para investigar o caso do Instituto Royal, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), foi também o autor do pedido para a realização da audiência pública. Tripoli afirmou que tem recebido diversos documentos relacionados à entidade, alguns, inclusive, sem identificação de quem enviou.

Um deles, segundo o deputado, é uma solicitação feita pelo instituto à Secretaria Estadual do Meio Ambiente para incinerar aproximadamente duas toneladas e meia de carcaças de animais por ano. “Ou seja, eles estavam levando os animais a óbito. Tem um documento que comprova que eles estavam testando agrotóxico e, depois de 90 dias, eles matavam o animal para depois fazer o estudo para saber qual foi o impacto do agrotóxico na vida desse animal”.

Tripoli declarou que os animais estavam sofrendo no Instituto Royal. O deputado também defendeu a ação dos ativistas que retiraram os 178 beagles da entidade. Na opinião do parlamentar, eles são pacifistas por natureza.

Com informações Agência Câmara Notícias

Redação

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