Governo anuncia políticas para feminicídio zero e trabalho para mulheres negras e da periferia

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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"Não tem civilização com mulheres sendo mortas e com salários desiguais. E não existe democracia dessa forma", disse a ministra da Mulher

A ministra da Mulher, Cida Gonçalves – Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

No Dia Internacional das Mulheres, o governo federal anunciou mais medidas de proteção às mulheres vítimas de violência e um programa para incluir mulheres, negras e da periferia, no mercado de trabalho.

“Precisamos ter uma campanha permanente no nosso Brasil. Eu quero insistir em duas: uma, igualdade, enfrentamento à misoginia, à violência. É um processo civilizatório. Não tem civilização com mulheres sendo mortas e com salários desiguais. E não existe democracia dessa forma”, afirmou a das Mulheres Cida Gonçalves.

Reportagem do GGN desta quinta-feira (07) mostrou que o país chegou ao pior patamar dos últimos 8 anos, segundo relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), atingindo 1.463 vítimas e um total de 10.655 mortes desde 2015, quando os dados começaram a ser computados.

Nesta semana, a ministra das Mulheres disse que a pasta tem como objetivo alcançar a meta de feminicídio zero: “E feminicídio zero significa, efetivamente, a gente dar conta de todo o processo da violência, do início até o final”, afirmou.

Acolhimento de mulheres vítimas de violência

Um dos projetos para auxiliar neste objetivo são as Casas da Mulher Brasileira, que durante o governo de Jair Bolsonaro foram abandonadas e reativadas no ano passado. As sete unidades existentes no país atenderam quase 200 mil mulheres no ano passado.

Cida Gonçalves anunciou que mais 2 Casas da Mulher Brasileira serão inauguradas este mês, em Teresina, no Piauí, e em Ananindeua, no Pará, e 2 Centros de Referência da Mulher, em Goiás.

E até o final do ano, a pasta irá inaugurar outras 5 Casas da Mulher: em Palmas (TO), Macapá (AP), Vila Velha (ES), Aracaju (SE) e Goiânia (GO), e abrirá licitará para mais 2 em Rio Branco (AC) e Manaus (AM).

Inclusão das mulheres no mercado de trabalho

A ministra também lança, neste 8 de março, uma política para incluir mulheres de 17 a 30 anos, negras e da periferia, no mercado de trabalho. Intitulado “Asas para o futuro”, o programa é uma parceria com o Sebrae.

“Vamos lançar, no dia 8 de março, o programa Asas Para o Futuro para podermos incluir meninas de 17 a 30 anos, negras e da periferia, para poder incluir no mercado de trabalho, sendo qualificadas. Estamos fazendo uma parceria com o Sebrae para a qualificação das mulheres”, disse Gonçalves.

A pasta e o governo Lula também buscam implementar duas leis relacionadas à inclusão das mulheres no mercado de trabalho: uma que institui 5% das vagas do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e 8% de serviços terceirizados do governo federal a mulheres vítimas de violência.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Ué, e os homicídios, tudo bem continuar em 60k/ ano ?

    É por essas e outras q a avaliação cai.

    Ou o governo larga os identitários e começa a fazer política pública para todos q necessitem ou vai ter vida curta.

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