Desde massacre do Carandiru que polícia do estado não matava tanto

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Policiais de folga no Estado matam uma pessoa a cada 34 horas e, em 2014, 255 foram mortos. Os números foram conseguidos pelo Estadão, em matéria de Bruno Ribeiro e Felipe Resk, utilizando dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Quando somados os casos ocorridos em serviço, foram mortas 963 pessoas, o maior número desde 1992, quando ocorreu o massacre do Carandiru. Na balança, um em cada cinco homicídios é praticado por policiais que alegam legítima defesa.

Os números da folga dizem respeito tanto aos policiais civis quanto militares. E referem-se somente ao estado de São Paulo. em 2014. Do ano do massacre do Carandiru, em 1992, quando 111 presos foram mortos, a polícia não matava tanto. No ano em questão, 1992, 1.428 foram mortos. Segundo o jornal, o dado completo, que contém as mortes praticadas na folga, mesmo sendo publicado no Diário Oficial do Estado é omitido das estatísticas de criminalidade oficiais da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Os dados no site da pasta mostram apenas 21 ocorrências nas folgas de policiais civis.

O total de mortes cometidas nos horários de folga cresceu 17% comparando com 2013, que teve 218 ocorrência. As mortes em serviço aumentaram 107%, constata a reportagem.

Utilizando a Lei de Acesso à Informação, o Estadão analisou 783 ocorrências relacionadas à ativadade policial. Esses casos são registrados co mo “morte decorrente de investigação policial” e parte delas se tornou homicídio – praticado pelo agente de folga.

Um dos casos levantados ocorreu na Estrada Itaquera-Guaianases, em fins de abril do ano passado, qu ando um policial disse que ia ser roubado em um semáforo e reagiu, matando o suposto assaltante. Mas o próprio registro mostra que o suspeito estava desarmado e os policiais plantaram uma arma na cena do crime para justificar o homicídio. 

A reportagem obteve outros registros em que policiais estavam presentes em estabelecimentos comerciais que estavam sendo assaltados, ou ainda agentes de f olga diante de assaltos a seus familiares.

A socióloga Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponta a dificuldade em se romper com práticas institucionalizadas. Ela coloca que o enfrentamento, para um segmento da polícia, é uma forma de controle do crime. Para ela, essa postura poderia explicar em parte o aumento do número de morte em decorrência de ação policial.

De acordo com Samira, o uso da força letal é uma ideia equivocada, pois que os indicadores de criminalidade mostram que o enfrentamento não reduz o crime. “No ano passado, por exemplo, a letalidade aumentou muito: houve uma pequena redução em homicídios, mas nos demais indicadores o aumento foi expressivo”, diz ela.

A SSP não respondeu aos questionamentos do jornal no tocante aos dados sobre morte em decorrência da ação policial publicados de forma incompleta no site da institução. “São consideradas mortes em decorrência de intervenção policial aquelas em que um membro da PM ou da Polícia Civil reage legitimamente a uma agressão levando um suspeito a óbito”, diz a SSP, em nota. “Não entram nas estatísticas de morte em decorrência de intervenção policial os casos em que policiais cometem homicídios comuns. Também não são considerados os casos em que policiais reagem a assaltos ou outros crimes sem antes se identificar.” 

A matéria original pode ser lida clicando aqui.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

1 Comentário

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  1. TEM COISA QUE NÃO TEM CONSERVADORISMO E PROGRECISMO.

    Em minha cidade sofri dois assaltos a mão armada no meu comercio, não há polícia capaz de conter isso sem uso do mesmo recurso, ou seja olho por olho e dente por dente, não creio que transformar as cidades num velho oeste seja a solução, mas vamos ponderar com a defesa de certos indivíduos se o cidadão meliante tem coragem de botar uma arma na cabeça das pessoas e lhes levam a auto estima e a sua honra ao cometerem assaltos brutais a reação tem que ser a altura pela polícia. A justiça só cuida de políticos para permearem feito estrelas na mídia.  O povo e os comerciantes são servidos como caviar aos bandidos. A indústria da segurança aleijou a polícia, ou ela mata ou não faz nada ou se misturam com a bandidagem em alguns casos.  Não fico feliz em ver pessoas mortas, mas antes eles do que eu. Vamos separar a farinha “defuntérica” uma da outra. Nesse meio há bandidos que não tem jeito e não podemos ser cordeiros diante de leões selvagens. Se os soltarem eles, eles matam pessoas inocentes e voltam a cometer crimes. No juízo do valor de quem trabalha e produz, estes cidadãos meliantes não podem ser considerados como seres humanos normais pois eles transforma famílias honestas em suas presas e como animais a serem roubados e abatidos. Esse negócio de direitos humanos não pode ser aplicado em tudo. Os excessos devem ser corrigidos. Agora transformar bandidos mortos em santos é uma sacanagem com quem já sofreu nas mãos deles e sobreviveram e que ficam doentes com medo de tudo. Para esses que ficam desqualificando a ação Policial, levem esses bandidos para as suas casas e verão o que é bom. Ruim com essa Policia ruim, pior sem ela. Direitos humanos deve ser para quem estar sofrendo por defender os humanos que tenham direitos, que trabalham, pagam tantos impostos e não recebem nada em troca, e não para defender bandidos que raspam armas e sequestram, matam, roubam, estupram e tantas outras barbaridades que não tem nada a ver com seres humanos. Vamos ponderar com isso, policial é um trabalhador que trabalha no perigo mas é um trabalhador como nós todos que trabalhamos, só precisam trabalhar mais, estão devendo, mas não podemos transforma-los em criminosos porque eliminou certos bandidos. Isso não, não é honesto para com uma classe que vive no perigo. 

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