Ministério se encontra com autoridades após morte de Mãe Bernardete na Bahia

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Equipe do Ministério das Mulheres classifica assassinato de líder quilombola como feminicídio e violência política de gênero

Crédito: Divulgação/ Conaq

Uma equipe do Ministério das Mulheres esteve em Salvador entre os dias 18 e 19 de agosto para acompanhar os ritos fúnebres e as investigações em torno do assassinato da ialorixá e líder quilombola Bernardete Pacífico, a Mãe Bernardete.

Para a pasta, o caso se enquadra como feminicídio, por se tratar do assassinato de uma mulher e pela força que Mãe Bernadete tem como mulher; violência política de gênero, uma vez que foi eliminada por ser uma liderança política que estava denunciando a permanente injustiça e retirada de direitos adquiridos. Também é um ato de misoginia, porque é o fenômeno do ódio às mulheres que cria base para esses tipos de crimes.

“A ministra Cida Gonçalves pediu para irmos ao local primeiramente para prestar solidariedade à família. Falamos com o filho de mãe Bernadete, Jurandir Pacífico, para pedir desculpas em nome do Estado brasileiro, porque se estávamos ali, como representação do Estado brasileiro, é porque não havíamos estado antes. Mas também fomos para dizer que vamos acompanhar de perto o andamento das investigações para não deixarmos que seja mais um crime contra uma liderança feminina impune”, ressaltou a Ouvidora do Ministério das Mulheres, Thaís dos Santos Lima.

A comitiva do Ministério das Mulheres também se reuniu com outras instituições locais que atuam no enfrentamento da violência contra a mulher para que acompanhem as investigações e apresentem a relação das lideranças femininas da Bahia que estão inseridas nos programas de proteção ou que estejam recebendo ameaças, com o objetivo de colaborar com o suporte necessário para a garantia da segurança dessas mulheres.

Por conta das ameaças que vinha sofrendo em razão da sua luta política, Mãe Bernadete estava inserida no Programa Estadual de Proteção de Defensores de Direitos Humanos.

“Há uma violência decorrente do racismo ambiental e religioso, mas que é potencializada pelo fato da liderança ser mulher. Mãe Bernadete foi morta com vários tiros, sendo 12 tiros no rosto. Isso significa ódio, não é apenas matar, mas querer desfigurar o rosto de uma mulher negra. Então é misoginia e é racismo. É crime de racismo religioso, de racismo ambiental e ao fim podemos dizer que é também um feminicídio, porque é um crime de violência política contra mulheres”, defende Thaís dos Santos Lima.

Foram realizadas reuniões com a secretária de Políticas para as Mulheres da Bahia, Elisangela dos Santos Araújo, com a promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid), do Ministério Público do Estado da Bahia, Sara Gama, e também com a defensora pública e coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa da Mulher (Nudem), da Defensoria Pública do Estado da Bahia, Lívia Almeida.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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