Pedida apreensão de Minha Luta, de Hitler

 

Enviado por Antonio Francisco

do Portal Uai

Justiça pede apreensão dos exemplares de ‘Minha luta’, de Adolf Hitler

Promotor do Rio de Janeiro emitiu despacho contra livraria que só comercializa versão digital da obra

Agência Estado

A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal emitiu nesta sexta-feira, 29, despacho que pede busca e apreensão de exemplares de Minha luta (Mein kampf) na Livraria Saraiva, localizada na rua do Ouvidor, no Centro do Rio. O livro de Adolf Hitler entrou em domínio público no dia 1º de janeiro.

Quem entrou com o pedido para proibir a venda do polêmico livro foi o procurador Marfan Martins Vieira, depois que os advogados Ary Bergher, Raphael Mattos e João Bernardo Kappen compraram um exemplar pelo site da rede e fizeram a denúncia ao Ministério Público. Curiosamente, a única edição disponível na Saraiva é digital e está sendo comercializada pela Leya, de Portugal.

Livro publicado em 1925 entrou em domínio público no último dia 1º; no Brasil, apenas uma editora tem versão do livro no mercado, enquanto outra prepara publicação comentada
 

Adalmir Caparros, proprietário da Centauro, única editora com a obra à venda no momento, diz que seus exemplares não serão apreendidos, já que não foram adquiridos pela Saraiva.

O despacho indica, ainda, a proibição da venda pelaslivrarias Argumento e Travessa, também do Rio, e pede o recolhimento dos exemplares nas editoras Centauro, que mandou imprimir 5 mil cópias e garante que a tiragem está quase esgotada, e Geração, que ainda trabalha na revisão de sua edição comentada.

“Isso é inconstitucional. Eles podem até apreender. Mas vão devolver. E vão sofrer processo e vai custar mais caro”, disse Caparros, que já esperava essa ação no Rio.

Leia comunicado de Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial:

“Trata-se de decisão equivocada do Ministério Público do Rio de Janeiro a partir de petição histérica de advogados desinformados. Queremapreender um e-book de editora portuguesa que por acaso o site da Saraiva vende. A Constituição Federal garante a edição de livros. Proíbe o racismo. Óbvio.

A futura edição da Geração Editorial, insisto, é um longo estudo crítico, antinazista, do abominável texto de Hitler, quase parágrafo por parágrafo. Devia ser adotada nas escolas e recomendada nas igrejas e sinagogas.

Estamos prontos para informar os ilustres procuradores e lutar por nosso direito constitucional de publicar qualquer livro. No caso deste, de Hitler, com os devidos comentários críticos. Confiamos na justiça”, disse .

 

Redação

16 Comentários

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  1. Luiz Fernando emediato,

    Luiz Fernando emediato, mineiro como eu e da mesma região do estado, disse tudo, em poucas palavras. Não devemos esquecer que eram os nazistas que queimavam livros (não apenas queimavam as obras como torturavam, enviavam para campos de trabalho forçado e extermínio as minorias que os  pretensos arianos julgavam inferiores: judeus, eslavos, mestiços, africanos, etc.) ou proibiam sua edição e circulação. A edição comentada de Mein Kampf deve ser usada nas escolas, justamente para combater as idéias nazifascistas que assombram novamente o mundo neste início de século.

    É de uma hipocrisia e desonestidade intectual abjeta essa postura e atitude do MP-RJ. 

     

  2. Os procuradores são apenas
    Os procuradores são apenas advogados que querem aparecer.

    E para APARECER atacam o DIREITO da liberdade de expressão.
    O que eles QUEREM MESMO é que seja DIREITO APÓS análise da OAB.

    Como nosso país É cheio de analfabetos funcionais, os advogados contam com a defesa dos defensores dos direitos fundamentais.

  3. censura

    MEIN KAMPF é hoje um documento histórico. Ninguém se tornará nazista tão-somente por sua leitura.

    Além do mais, não devemos admitir – não importa nossas predileções ideológicas – aquilo que podemos ou não ler ou assistir.

    A sua apreensão é absurda.

    Comprei meu exemplar numa feirinha de livros aqui no Rio – é relativamente fácil encontrá-lo.

    Que venham a minha casa apreendê-lo.

  4. A obra construiu a identidade

    A obra construiu a identidade do nazismo e porisso mesmo faz parte da Historia, assim como O CAPITAL, de Karl Marx faz parte da Historia do comunismo, é ridicula a apreensão de uma obra de dominio publico,  repetindo como farsa exatamente aquilo que o nazismo fazia com livros que contrariassem suas ideias. A pergunta é : não há uma lista de PRIORIDADES para quem recebe salario pago pelos contribuintes? Não há nenhum outro problema no Rio de Janeiro?

  5. Virou moda

     Agora que o Brasil tornou-se a republica dos promotores, os que podem tudo, icones de nossa sociedade, parametros da retidão, que após passarem em um concurso publico, empossados, recebem o direito inalienavel, de exercer o total controle sobre todos, pois a partir da posse, recebem a “luz divina”, começam a entender de tudo, de engenharia nuclear, a literatura, de pneus de onibus a navios. São os verdadeiros “Escolhidos”.

       Se meu encanador, ou eletricista, cometer alguma falha, é simples – recorrerei ao MP, aliás não sei como o Brasil conseguiu sobreviver tantos anos, não cair na anarquia e balburdia, na censura, alijar os bons costumes, durante todo tempo que estes ilibados cavaleiros da decencia e moral, ainda não existiam.

        Cuidado Malafaia, Edir, e demais pastores, Deus não os escolheu – ele se baseia em concurso publico para indicar seus discipulos, e todos estão nos MPs, outro que deve tomar cuidado é o Papa Francisco, ele deve, como representante oficial do Espirito Santo, de acordo com os canones católicos, prestar concurso para alguma procuradoria, só assim será verdadeiramente “ungido”, com a infalibilidade papal.

    1. Quanta besteira

      aliás não sei como o Brasil conseguiu sobreviver tantos anos, não cair na anarquia e balburdia, na censura, alijar os bons costumes, durante todo tempo que estes ilibados cavaleiros da decencia e moral, ainda não existiam.

      Quem pediu a interdição da obras ( quem vai definir são juízes pois promotores e procuradores não tem poder decisório nenhum ) foi um Procurador de Justiça.

      O Brasil nunca sobreviveu sem promotoria. A figura do Promotor ou Procurador de Justiça existe no Brasil desde o início do Século XVII.

      Na Constituição de 1824, que deu início ao Estado brasileiro, a figura do Procurador está definida no Artigo 48.

      O Ministério Público foi criado em 1874.

  6. Saudade dos Militares

    Nassif.: com esse Ministério Público, essa Policia do Zé e essa grande maioria no Judiciário, até dá pra dizer que os nazistas foram ultrapassados em muitos, sobre os campos de concentração. E as exceções, nessas 3 instituições públicas, são tão mínimas que nem aparecem em estatísticas.

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