Petrobras: Lucro recorde às custas de desemprego e desindustrialização recordes

O lucro de R$ 40,1 bilhões registrado pela Petrobrás em 2019 foi turbinado por vendas de subsidiárias estratégicas

Enquanto o mercado e a gestão Castello Branco comemoram o maior lucro da história da Petrobrás, o povo brasileiro sofre com taxas recordes de desemprego, que refletem a desindustrialização provocada pelo desmonte da cadeia produtiva de óleo e gás.

O lucro de R$ 40,1 bilhões registrado pela Petrobrás em 2019 foi turbinado por vendas de subsidiárias estratégicas, como a Transportadora Associada de Gás (TAG) e a BR Distribuidora, campos de petróleo na Bacia de Campos e nas áreas terrestres do Nordeste e do norte capixaba, entre outros ativos que que renderam à empresa R$ 44,5 bilhões.

O resultado desse desmonte é o aumento do desemprego. Só no Sistema Petrobrás, foram mais de 270 mil demissões, entre trabalhadores próprios e terceirizados nos últimos anos. Em 2019, a empresa intensificou a redução de seus efetivos, que cairam de 63 mil para 58 mil trabalhadores próprios e de 116 mil para 103 mil terceirizados.

Com.o fechamento da Fafen-PR, serão mais de mil famílias afetadas pelo desemprego.

O balanço da Petrobras reflete também a política de encolhimento da gestão Castello Branco, que está reduzindo cada vez mais a petrolífera a uma empresa exportadora de óleo cru, concentrada na produção do pré-sal. Enquanto a área de exploração e produção registrou em 2019 lucro de R$ 49,9 bilhões, 12,9% a mais do que no ano anterior, o lucro da área de refino encolheu 53,1%, em função das baixas cargas das refinarias, principalmente as que foram colocadas à venda.

A redução da produção do parque de refino fez a empresa amargar quedas nas receitas e aumentar a importação de gasolina, que cresceu 47%, e diesel, que aumentou 19%. Já, a exportação de óleo cru teve um aumento de 24%.‬

A política de gestão de Castello Branco faz o Brasil retroceder aos tempos de colônia, obrigando o consumidor a pagar preços de importação, em dólar, para derivados que poderiam ser produzidos nas refinarias da Petrobrás a preços justos, gerando empregos e renda para a população brasileira.

Recorde de lucro, recorde de preços nas bombas. Resta saber até quando o povo vai aceitar pagar essa conta. A greve dos petroleiros apontou o caminho: luta e resistência.

9 Comentários

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  1. AntiCapitalismo de Estado. Raras tentativas de destruir a mediocridade produzida por Quartelada QuintoMundista Fascista de 1930 e seu ‘Gênio Econômico Gudin’, replicado em Marcilio Marques Moreira, Malan, Fraga,…O resultado esta aí nestas barbárie de 90 anos. Petrobrás foi foi possível devido à 1.a República ,República Paulista anterior a 1930 e sua Elite Inalcançável, que ainda continuou, apesar da Policia Politica do Fascista. Petrobrás é resultado da excelência de genial Monteiro Lobato. O resto é Esquerdopatia misturada ao Fascismo. Mas vamos brigando com a História….Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

    1. A psicopatia obssessivo-compulsiva do fanático “oligarco-cafeteiro-barônico” do PRP da primeira “república”, onde só eles e seus comparsas machos votavam, é tão bizzarra que transfere a eles a criação da Petrobrás (como a siderurgia e demais paradigmas da industrialização brasileira). Inacreditável!
      Eles que ficaram milionários com terras cedidas, como seus títulos, pelo império, ou griladas deste e de povos índios.
      Eles que escravizaram índios, que lutaram contra a abolição da escravatura, que usaram miseráveis europeus como mão de obra gratuita ou barata, para ganhar fortunas com a bebida mais tomada no mundo, como o chá, sem escorrer um pingo de suor de suas testas, apenas mão de obra gratuita ou barata e alguns jagunços e capitães-do-mato para assegurar sua competitividade internacional e pouca contribuição direta para o resto do país (até suas mansões eram feitas com materiais e técnicos importados da Europa).
      Eles que em conjunção oligárquica plutocrata e sua imprensa idem eram contra o “petróleo é nosso”, combatendo e chantageando Vargas, mesmo após perder a campanha.
      Mas pelo menos admite que ele (e quem “pensa”como ele”), vai brigando com a História.
      Um legítimo representante daquele pêlo pubiano tipicamente enroladinho…
      PRP! Digo, PQP!

  2. E de uma hiperinflação, com gasolina custando mais que bebida importada…. Cada vez que se abastece o tanque é o corresponde à compra de um bem durável.

  3. Mais um truque (mentira) de propaganda, agora invertido, para (tentar) mostrar competência de uma “política” contrária aos interesses da própria empresa (e do país).
    Sem muito papo: o valor de VENDA (desnecessária) de ativos LUCRATIVOS e já amortizados é MAIOR do que o próprio lucro (contábil) apresentado (já pelo segundo ano).
    O recorde anterior (35 bilhões em 2010, sem correção) foi obtido em um período de INVESTIMENTOS e crescimento da empresa e corrigidos, dariam mais de 65 (SESSENTA E CINCO) bilhões.
    A Petrobrás NUNCA deu prejuízo OPERACIONAL. O resto é firula CONTÁBIL político-lavajateira (corrupção “assumida” contabilizada duas vezes, “impairment tests” inoportuno-malucos, depreciações, antecipações, etc.), tudo para atender à necessidade política de mostrá-la deficitária.
    Com o baixo CUSTO de produção que a Petrobrás consegue, como reconhecida líder MUNDIAL de tecnologia de sondagem, perfuração e produção em águas ultra profundas, o uso (destruído) de uma cadeia de suprimentos nacional, que paga salários e outros, em reais (e não em dólar), gera know-how e lucros locais (e não para fora, em dólar), refinando este mesmo petróleo aqui, com custo em reais (e não em dólar) e transportando-o via logística e dutos locais, já amortizados, o PREÇO dos combustíveis e derivados seria talvez a metade ou menos (mas certamente muito menor).
    Vamos observar que o pesado(ruim) óleo cru venezuelano acaba fornecendo um litro de gasolina na ordem de CENTAVOS! E nem precisamos chegar a tanto!
    IMAGINEM (por ex.) O EFEITO PARA NÓS, BRASIL, DE UM LITRO DA GASOLINA A, digamos, 2 REAIS? OU DO DIESEL A 1,50?

    Se investíssemos nesta LÓGICA acima, teríamos:
    1) Um preço de combustível e derivados local INDEPENDENTE do preço internacional, que é fruto de ESPECULAÇÂO (trading) e crises, onde quem paga mais, leva (uma verdadeira bolsa ou cassino), e não de simples custo de produção, refino, transporte e distribuição.
    2) Um preço de combustível e derivados local INDEPENDENTE do valor do DÓLAR (outro fator especulável).
    3) Ainda que alguns suprimentos nacionais fossem mais caros (nenhuma indústria começa competitiva, mas precisa existir para chegar lá, e a Petrobrás é um dos exemplos da possível competitividade VENCEDORA brasileira), isto gera centenas de milhares de empregos, lucros, know-how e PIB que ficam AQUI no Brasil).
    4) O baixo preço do combustível e derivados gera competitividade para a indústria nacional (empregos, PIB), serviços (geração de energia elétrica fóssil, etc), toda a cadeia logística que é basicamente movida a derivados de petróleo e até inflação “negativa” ou controle da inflação sem “arrochos fiscais e financeiros”, beneficiando TODA a população e toda a sociedade brasileira, direta e indiretamente.
    5) Um preço baixo geral de nossos produtos e serviços nos dá competitividade internacional, sem truques de câmbio, sem dólar alto, o que sem prejudicar diretamente as exportações, mantém baixo o preço das importações que forem necessárias.
    6) NÃO EXISTE preço “internacional” de GASOLINA, ela varia enormemente de país para país e nossos representantes (?) diretores da NOSSA empresa alegam manter um preço internacional que é uma farsa, pois depende de centenas de fatores, e aqui dependeria apenas do CUSTO de sua produção, em reais.
    7) A verticalização (domínio de toda a cadeia “upstream-downstream”: extração, refino até a distribuição / postos…) é característica de TODAS as petroleiras internacionais, onde quanto mais para o fim dela, MAIORES SÃO OS GANHOS valor adicionado e menos independem de preço de “commodities”, controlado externamente por poucos.
    8) Os excedentes, AÌ SIM, podem ser EXPORTADOS a preços de oportunidade / especulação (dólar, crises, etc.).
    9) Uma estatal interessa ao Estado, principal acionista e representação do interesse de um país e sua sociedade, os demais podem lucrar com isso, se quiserem (“na carona”) e julgarem interessante, caso contrário vendam suas ações ou não as comprem.

    AO CONTRÀRIO DE TODA ESTA LÒGICA, o que estamos fazendo é:
    10) Vendendo SEM NECESSIDADE (até para estatais estrangeiras) tudo aquilo que nos dá competitividade, como TODAS as petroleiras do mundo fazem (controlar o refino, o transporte, a distribuição, etc.), transformando a Petrobrás numa produtora de commodities, cujo preço sequer é definido por ela, mas pelo mercado internacional. A desculpa da “dívida” é tosca, pois tal dívida é INVESTIMENTO, cuja contra-partida é um gigantesco estoque de petróleo (já disponível) de alta qualidade, ativo que pode servir como pagamento de qualquer “endividamento”.
    11) Estamos afetando o país e sua sociedade, o PIB, empregos, know-how (o que acontece quando nossos brilhantes engenheiros, geólogos, etc. se forem?, sem continuidade?) para beneficiar acionistas estrangeiros (especuladores) que compraram ações transferidas por FHC sem NENHUM GANHO para o país ou para a empresa.
    12) Estamos exportando nosso petróleo, de custo decrescente em reais, e importando combustível e derivados variando DIARIAMENTE ao sabor do dólar, das traders, dos fretes de navios estrangeiros, das guerras, das crises, tudo beneficiando empresas e concorrentes estrangeiras, que dominam e têm experiência em todo este “portfólio”. ELAS GANHAM, NÓS PERDEMOS!
    13) A Petrobrás é dirigida, desde Temer (e até antes, com o desastroso e sabotado 2o.mandato de Dilma, ao contrário do primeiro, com PLENO EMPREGO, por corretores de venda e desmonte da Petrobrás, nossa maior e mais competente empresa, que gerava uma parte relevante do PIB e centenas de milhares de empregos diretos e indiretos (ex. indústria naval, construção) e hoje é presidida por um traidor que em seu discurso de posse, declara que precisa PRIVILEGIAR A CONCORRÊNCIA! Caso único no mundo, onde qualquer conselho (“board”) o destituiria já na posse! Menos esse, nomeado por governo traíras.
    14) Ao contrário de qualquer estatal no mundo, a direção (aparelhada) da empresa privilegia a concorrência e os acionistas estrangeiros em bolsa ESTRANGEIRA!

    Enfim, poderíamos falar horas sobre tudo isso,mas o texto já está grande. Sem falar muito mais destes governos (fernandos, Temer, Bolsonaro…) vou colar para suas próprias conclusões, o seguinte texto legal (onde “enemies” pode ser “strategic competitors” e “death” pode ser … “death”):

    Whoever, owing allegiance to the United States, levies war against them or adheres to their enemies, giving them aid and comfort within the United States or elsewhere, is guilty of treason and shall suffer death, or shall be imprisoned not less than five years and fined under this title but not less than $10,000; and shall be incapable of holding any office under the United States.
    (June 25, 1948, ch. 645, 62 Stat. 807; Pub. L. 103–322, title XXXIII, § 330016(2)(J), Sept. 13, 1994, 108 Stat. 2148.)

    1. Bo Sahl : aí reside toda discussão que realmente interessa. E é muito simples como seu comentário. Todo restante é nada !! É tão simples as saídas que percebemos o quanto somos doutrinados e letárgicos. Nossa inoperância e incapacidade como Sociedade é inacreditável.

  4. Complementando: a multa mínima de 10 mil dólares de 1948 representam algo como quase meio milhão de reais hoje. A prisão ão será menor do que 5 anos.
    E no braZil, como funciona a traição (explícita)?
    Um artigo interessante, mostrando que a Petrobrás tem neste ano “guedístico” o MENOR índice de liquidez corrente de sua História! Menor que 1:
    https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/claudio-oliveira-balanco-da-petrobras-esconde-a-menor-liquidez-corrente-da-historia-estatal-esconde-ate-premio-que-ganhou.html

  5. Dirijo-me ao ilustre comentarista Zé Sergio, assíduo comparecente deste blog, que, em manifestações revestidas de grande erudição ou, pelo menos, tentando demonstra-la, apresenta posições de aparente complexidade, cuja intenção, ao que deixa transparecer, seria: apresentar sua completa aversão aos “esquerdistas” e seu indisfarçável apreço aos “direitistas”. Permito-me, com todas as vênias, sugerir o uso de linguagem menos rebuscada, coloquial, para que nós, simples mortais, possamos sorver e apreciar suas inteligentes colocações. Afinal, nem todos os que aqui habitam têm o privilégio de deter tão elevado nível de conhecimento que o insigne propedeuta tenta ou, pelo menos, insiste em demonstrar. Colho o ensejo para suplicar ao florescente escriba o acolhimento deste singelo comentário como uma simples sugestão. Jamais interprete-o como uma crítica gratuita. Alvíssaras!…

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