CPI Mista da Petrobras quer ouvir doleiro Alberto Youssef

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A CPI Mista instaurada no Congresso para apurar denúncias contra a Petrobras já tem requerimento para convocar o doleiro Alberto Youssef (foto), preso desde março sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de dívidas.

O pedido é do deputado oposicionista Rodrigo Maia (DEM). O parlamentar fundamentou o pedido destacando que há denúncias de que Youssef teria pago propina ao ex-diretor de Abastecimento e Refino da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O executivo que também foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato – mas está em liberdade condicional por determinação do Supremo Tribunal Federal – é alvo da CPI da Petrobras no Senado, que já aprovou sua convocação.

Há ainda um requerimento para solicitar ao Ministério da Justiça o compartilhamento de toda a documentação apreendida pela Polícia Federal na casa de Paulo Roberto Costa. A CPI mista deve analisar também um pedido do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) para que a Controladoria-Geral da União (CGU) envie a cópia do relatório da investigação da compra da refinaria de Pasadena.

A CPI da Petrobras no Senado trabalha paralelamente à CPMI. Isso porque a oposição ao governo Dilma Rousseff considera a comissão de senadores “chapa branca”, e apostou na CPI mista para conseguir aprofundar as investigações.

Cerca de 550 requerimentos já foram apresentados à mesa diretora da CPMI desde o início dessa semana, quando ela foi oficialmente aberta, até esta quinta. Os 32 membros da investigação parlamentar (16 senadores e 16 deputados) vão decidir, na próxima segunda-feira (2), como se dará a análise desse material.

No mesmo dia, Marco Maia (PT), relator da comissão, vai apresentar, às 17h, o plano de trabalho da CPMI. Segundo ele, nesse plano constará um cronograma para que a apuração tenha um “início, meio e fim”.

O senador e presidenciável do PSDB, Aécio Neves, sugeriu que a CPMI trabalhe cinco dias por semana até o recesso parlamentar – previsto para 17 de julho – para que já possam ser “apresentados resultados à sociedade”.

Maia, por outro lado, recomendou cautela. “Sei que há certa pressa de alguns para que o processo tenha impacto no processo eleitoral, mas acho isso um erro. A CPI tem que se pautar pela investigação mais técnica possível e não pode servir de palanque eleitoral para A ou B”, pontuou.

Depoimentos 

Nesta quinta (29), a CPI da Petrobras no Seando ouviu o ex-diretor da Petrobras Jorge Luiz Zelada, que a exemplo dos demais depoentes – Sérgio Gabrielli, Graça Foster e Nestor Cerveró -, confirmou que o planejamento estratégico feito na época da compra da Refinaria de Pasadena, em 2005 e 2006, a companhia indicava a necessidade de aumentar a capacidade de refino no exterior, vindo daí a importância de adquirir o equipamento nos Estados Unidos.

Ele também reafirmou que o valor da compra, na época da aquisição de 50% da refinaria, era compatível com os preços de mercado. No total, a Petrobras despendeu 1,2 bilhão comprando toda a refinaria da Astra Oil, além de uma tranding (comercializadora).

A CPI da Petrobras no Senado ouvirá na próxima terça (3), às 10h15, o ex-gerente-executivo Internacional de Desenvolvimento de Negócios da estatal, Luis Carlos Moreira da Silva. Reportagem publicada em 28 de abril pelo jornal O Estado de S. Paulo informa haver documentos confidenciais da Petrobras que mostram a intenção de incluir um sócio na compra de Pasadena para “camuflar” o tamanho do negócio no exterior. Esses documentos, segundo o jornal, foram assinados por Moreira da Silva.

Também na terça-feira, a CPI da Petrobras recebe Pedro Aramis de Lima Arruda, que segundo o requerimento de convocação é diretor de Segurança Empresarial da Petrobras. Ele foi chamado para esclarecer a denúncia de pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SMB Offshore. 

Com Agência Senado

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Minha visão é de que caso

    Minha visão é de que caso essa CPI (Coma a Pizza Inteira) Mista (meio calabreza meio muzzarela) estender o período de investigação uns aninhos prá traz, o pessoal da oposição vai sair um tanto quanto chamuscado. Não é, Dr. Reichstul Petrobrax (será que é assim que se escreve?)

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