PSOL pede cassação de deputado que propagou fake news sobre Marielle Franco

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Por Heloísa Cristaldo
 
Da Agência Brasil
 
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entrou nesta quarta-feira (21) com uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados,em Brasília, pedindo a cassação do mandato do deputado Alberto Fraga (DEM-DF). O partido alega que o parlamentar publicou notícias faltas sobre a vereadora Marielle Franco (PSOL), morta no dia 14 de março, no Rio de Janeiro.
 
Após a morte de Marielle, Fraga publicou em sua conta no Twitter que ela teria sido casada com o traficante Marcinho VP, era usuária de drogas e teria sido eleita com apoio do Comando Vermelho. Diante da repercussão negativa, o deputado apagou a mensagem, que contudo continuou a ser compartilhada nas redes sociais. Em entrevista à Rede Globo, Fraga admitiu que errou por não checar a veracidade das informações publicadas em sua página.
 
Segundo a representação, assinada pelo presidente do partido, Juliano Medeiros, “a calúnia, em si, já é um crime lamentável, porque tenta atingir a honra e a imagem da pessoa. Quando acontece, todavia, após a morte, é conduta ainda mais reprovável, por ser absolutamente covarde, ao não permitir ao outro aplicar meios de defesa”.
 
De acordo com a peça, a acusação de Fraga não tem relação com o exercício do mandato, “razão pela qual não incide a imunidade prevista na Constituição Federal. O mau uso delas [prerrogativas de função dos parlamentares] para atacar, caluniar e difamar uma parlamentar que foi morta por exercer cargo político é algo inaceitável”.
 
Clara afronta
 
“As ações do deputado Alberto Fraga revelam uma clara afronta ao comportamento compatível com o decoro parlamentar, como o que estabelece a Constituição e, por conseguinte, o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados”, aponta o requerimento.
 
O pedido ressalta ainda que as investigações sobre a morte de Marielle e o motorista Anderson Gomes estão sob sigilo e, até o presente momento, nenhuma possibilidade foi formalmente descartada, “apesar da presença de fortes indícios de uma execução política”.
 
Procurado, o deputado Alberto Fraga não quis comentar a representação do PSOL.
 
Histórico
 
A vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça, no dia 14 de março, quando ia para sua casa no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, retornando de um evento ligado ao movimento negro, na Lapa. A parlamentar viajava no banco de trás do carro, quando criminosos emparelharam um veículo com o carro da vítima e dispararam nove vezes. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também morreu. Uma assessora que estava no carro sobreviveu.
 
Marielle Franco era carioca do Complexo da Maré, negra, feminista, mãe aos 19 anos. Socióloga pela PUC/RJ e mestre em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Autora da dissertação “UPP – A redução da favela a três letras”. Marielle foi defensora de direitos humanos por 20 anos.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Essa figura travestida de

    Essa figura travestida de deputado não deveria ter sido eleito. Não é a primeira vez que tal figura aparece dizendo barbaridades mil.

    Não sei quem é pior: Se seus eleitores ou a mídia porca deste país que da voz a uma deturpação do sistema democrático.

    1. Fraga é a vanguarda do atraso

      O Fraga é o que de pior existe no reacionarismo, é a mais extrema face do reacionarismo. Todas as más ideias, todo o julgamento rasteiro e todos os preconceitos e ódios de um sujeito reacionário estão hipertrofiados nele.

  2. Claro que o Deputado Alberto

    Claro que o Deputado Alberto Fraga do (DEM-DF), trata-se de um sujeito cafajeste. Ao se eleger, seu mau-caratismo deve ser repartido na conta de eleitores irresponsáveis. Alguns, por preguiça e por desatenção, uns por ignorância, outros, por conivência ou por má-fé mesmo. O que é fato, é que o DEM é sucedâneo do pior que existe na política brasileira.

    Os partidários dessa agremiação são partícipes, ou herdeiros diretos da Arena, o partido que foi aconchambrado para dar sustentação num Parlamento acanalhado pelos ditadores criminosos. Os executores do golpe de primeiro de abril 1964 à soldo de Washigton.

    Embora se entenda que, nem seria necessário o sujeito ser alfabetizado para saber que esse partido não pode prestar. Quem se registra numa merda dessas não pode ser flor que se cheire. Enquanto os eleitores que se sujeitam a votar num indivíduo filiado a uma coisa dessas, é mais um pobre coitado, digno de pena.

    Orlando

  3. A desculpa do amarelão…

    Em entrevista à Rede Globo, Fraga admitiu que errou por não checar a veracidade das informações publicadas em sua página.

    Então um deputado federal, oficial da PM da reserva, não tem o menor cuidado em checar uma informação antes de publicar? Principalmente nessas circunstâncias?

    Esse sujeito só reforça o estigma do mau policial, aquele que atira antes e pergunta depois. Os bons policiais deviam repudiá-lo como representante político da classe.

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