Rodrigo Maia leva pautas polêmicas e de interesse de Temer na agenda da Câmara

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Em suas primeiras entrevistas, o deputado eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mostrou que levará para a pauta legislativa temas de interesse do governo interino, Michel Temer, e de parlamentares. Além dos já destacados na área econômica, estão as polêmicas do fim do foro privilegiado e da legalização dos jogos de azar.
 
Ao G1, Maia disse que a marca de sua gestão será a “harmonia” da Câmara, ao contrário do distanciamento de seu antecessor, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com os interesses do governo federal e da base aliada.
 
Legalização dos jogos de azar
 
Enquanto para alguns a legalização dos jogos representa um risco de abertura ao crime organizado, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e corrupção, por outro, a atração de investidores estrangeiros no país com o mercado de cassinos e bingos pode gerar um ganho extra de R$ 20 bilhões por ano para o país. 
 
De acordo com o presidente do Conselho da Associação dos Bingos Cassinos e Similares (Abrabincs), Olavo Sales da Silveira, o Brasil é “exceção absoluta” na proibição dos jogos, em comparação a outros países do mundo, e perde com isso. 
 
“As estimativas são estabelecidas de maneira precisa em função da indústria do jogo ter uma participação no PIB muito parecida em quase todos os locais do mundo e as tributações também são muito parecidas. Isso nos permite projetar entre R$ 16 bilhões e R$ 20 bilhões, por ano, de tributos para o Estado”, disse, à reportagem da Agência Brasil.
 
E nesse aspecto, ao interino e sua base aliada, o mercado é chamativo. Rodrigo Maia já adiantou que cumprirá o seu papel na Câmara. Em entrevista ao G1, defendeu liberar cassinos e bingos no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas “com mecanismos de regulação forte”.
 
Para ele, só assim haverá interesse de investidores, ao contrário de pautas que preveem a liberação em áreas remotas do país, distantes dos centros urbanos. O deputado do DEM defendeu, ainda, aprovar a matéria logo após as Olimpíadas do Rio, quando terá um vácuo para o mercado hoteleiro e de turismo.
 
“No Rio de Janeiro, depois da Olimpíada, você vai ter muito espaço que vai precisar ser organizado de outra forma porque ficará capacidade ociosa da rede hoteleira. O interesse primeiro do investidor estrangeiro é Rio e São Paulo. Temos que falar a verdade. É um setor que pode gerar muita arrecadação para o governo”, disse.
 
Fim do foro privilegiado
 
Outra pauta polêmica, a que discute o fim do “foro privilegiado” para políticos, já tem agenda ocupada na segunda quinzena de agosto na Câmara.
 
Correligionário do presidente da Câmara, o relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Efraim Filho (DEM-PB), é favorável à mudança de que deputados e senadores sejam julgados por instâncias inferiores – o que possibilita maiores chances de recursos e a reversão de condenações.
 
“Para combater a corrupção, o método mais eficiente é combater a impunidade. E o fim do foro privilegiado é um excelente caminho para tanto”, disse Efraim ao Uol.
 
Mas a PEC retira a prerrogativa de foro apenas para os parlamentares. Outras que tramitam também na Casa acabam com a restrição para outros políticos, e juízes e integrantes do Ministério Público. 
 
Para discutir o tema, a CCJ ouvirá representantes da magistratura, do Ministério Público e outras categorias no segundo semestre do ano. “Realizarei audiências públicas para ouvir ministros do STF, do STJ, desembargadores, juízes, [membros do] Ministério Público, senadores, ministros do Executivo e todos que perderão foro”, disse o presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
 
Apesar de não afirmar o posicionamento à redação do Uol, o novo presidente da Câmara defendeu a discussão do projeto pelo “clamor da sociedade que, a princípio, procede”. “Não há nenhum tema intransponível. Assim que for aprovado pela CCJ, vamos levar para discussão com os líderes”, disse Rodrigo Maia.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Impressiona verificar a

    Impressiona verificar a desfaçatez com que os “jogatinos”, anos sim, ano também, voltam e revoltam com sua proposta, agora, “bilionária” para o estado sobre os bens sociais da liberação dos cassinos. E sempre há congressistas loucos pra botar a mão nisso tudo. Empresários internacionais? Pois, sim: mafiosos de carteirinha, todo mundo sabe das imundícies que cercam essas ratoeiras. Sem contar, obviamente, a questão da compulsão pelo jogo. São criminosos diplomados, isto, sim.

  2. Máfia

    Em governo quadrilheiro espera-se atos mafiosos, ligação à bandidagem. Legalização dos bingos é nada mais do que isto. Os bingos deixaram um rastro de desgraça no Brasil: famílias desestruturadas, suicidios, falências, humilhações. Vicia ao extremo e atinge, com mais intensidade, os idosos, os aposentados. Só isto já deveria parar qualquer discussão sobre os bingos. Mas tem mais, e o que é mais comentado sobre este horror: ligado às máfias mais operativas do mundo, que atuam nos tráficos de pessoas, de armas, de drogas, operam na lavagem de dinheiro, a todos os tipos de fraude e corrupção, como Walter Maierovitch demonstrou à exaustão e que Carlinhos Cachoeira não deixa mentir.. E que dado é este de “todos os países” tem a jogatina mafiosa legalizada? Bandidos.

  3.  
     
    Mais uma [mega]pedalada

     

     

    Mais uma [mega]pedalada do (DES)governo dos nazigolpistas usurpadores &$ [mega]corruptos! $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ Governo vai usar reserva de R$38 bi para evitar contingenciamento neste ano, diz Padilha BRASÍLIA, 21 Jul (Reuters) – O governo federal vai usar uma reserva de R$ 38 bilhões prevista no Orçamento de 2016 sem destinação específica para evitar corte nos gastos, afirmou nesta quinta-feira (21) o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. “Havia ficado uma reserva de 38 bilhões de reais no Orçamento, sem destinação, para cobrir emergências. Como a receita não correspondeu, temos que cobrir esse buraco”, afirmou o ministro em entrevista a agências internacionais. (…) De acordo com Padilha, o contingenciamento “não passa pela cabeça” do presidente interino Michel Temer neste momento porque novo corte paralisaria as operações do governo. (…) CACHOEIRA – perdão, ato falho -, FONTE [IMUNDA!]: http://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2016/07/21/governo-vai-usar-reserva-de-r38-bi-para-evitar-contingenciamento-neste-ano-diz-padilha.htm

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