CPI avança com depoimentos do atual ministro da Saúde e presidente da Anvisa nesta quinta (6)

Barra Torres pode conhecer informações sensíveis a respeito da discussão em torno da cloroquina e das vacinas

Jornal GGN – A CPI da Covid vai ouvir nesta quinta (6) os integrantes do governo Bolsonaro que permanecem em seus respectivos cargos: o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. Embora seja esperado que Queiroga use a desculpe de que está há pouco tempo na Pasta para tangenciar questões dos senadores, Barra Torres pode conhecer informações sensíveis a respeito da discussão em torno da cloroquina e das vacinas. O primeiro depoimento está marcado para as 10h.

A CPI começou as oitivas nesta semana, com o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Madetta, na terça (4). Na quarta (5) foi a vez do sucessor Nelson Teich, que ficou apenas 28 dias no Ministério. Mandetta entregou até agora os elementos mais dramáticos colhidos pela comissão: a tentativa de mudar a bula da cloroquina, para fazer constar que é remédio indicado para Covid (mesmo sem comprovação científica) e a existência de um “assessoramento paralelo” sobre os rumos da pandemia, que levou Jair Bolsonaro a tomar medidos contrárias às indicadas pelo Ministério da Saúde e a OMS.

Teich acrescentou que em sua passagem pelo ministério, ele foi responsável por trazer para o Brasil o estudo da Universidade de Oxford sobre a vacina da Astrazeneca, uma aposta de risco pois, à época, o imunizante estava em fase embrionária. A parceria com a Fiocruz foi estabelecida e a vacina vingou. Teich também procurou a Moderna e a Janssen, mas depois de sua saída da Pasta, as conversas não mais avançaram.

Além disso, Teich confirmou que deixou o governo por falta de autonomia e porque não concordava com a promoção da cloroquina como tratamento precoce contra coronavírus. Ele também disse que trabalhou em um plano de distanciamento social “possível”, que envolvia testagem, rastreamento e monitoramento de casos, com ajuda dos conselhos de saúde estaduais e municipais. Outro projeto que não avançou com a chegada de Eduardo Pazuello na Saúde.

Na terça-feira da próxima semana, a CPI deve retornar com os depoimentos do ex-chefe da SECOM, Fabio Wajngarten, que acusa Pazuello de não ter se esforçado para comprar a vacina da Pfizer, e um representante da farmacêutica para dar o outro lado da história. Pazuello deveria ter testemunhado na quarta-feira, mas faltou à CPI alegando que teve contato com pessoas infectadas pelo coronavírus. Sua oitiva foi transferida para 19 de maio.

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Redação

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