Jornal GGN – A mudança de posicionamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, quanto à nomeação da médica Luana Araújo para a Secretaria de Enfrentamento à Covid foi alvo de críticas dos senadores na CPI da Pandemia nesta terça-feira (08/06).
A mudança de posicionamento levou o líder do Cidadania no Senado, senador Alessandro Vieira (SE), a criticar em redes sociais o pronunciamento de Queiroga. No Twitter, Vieira afirmou: “Dá tristeza ver um cidadão com mais de 30 anos de carreira na medicina se sujeitar a mentir desse jeito para se agarrar a um cargo de ministro. Queiroga tenta assumir a negativa de nomeação da Dra Luana como opção sua. Ele mesmo apontou para o presidente em declaração anterior”.
Segundo a Agência Senado, Queiroga disse que “mudou de posição” sobre a nomeação de Luana Araújo, que era então uma colaboradora eventual da pasta, e decidiu dispensá-la após perceber que o nome dela não traria “harmonização” entre médicos.
Queiroga afirmou que não houve “óbice político” ao nome de Luana, o que os próprios relatores apontaram como uma versão diferente da apresentada por Luana e pelo próprio ministro em audiência na Câmara dos Deputados.
“Apesar da qualificação técnica, o nome de Luana começou a sofrer muitas resistências, em face dos temas que são tratados aqui, quando há uma divergência muito grande entre a classe médica. E eu entendi que, naquele momento, a despeito da qualificação que a Dra. Luana tem, não seria importante a presença dela para contribuir para a harmonização desse contexto. Então, em um ato discricionário do Ministro, resolvi não efetivar a sua nomeação”, declarou. Queiroga também admitiu que, mesmo em meio à pandemia, não há infectologistas na pasta da Saúde.
Depois de questionar Queiroga sobre a compra de vacinas – no que o ministro confirmou a necessidade para redução de casos, internações e mortes, Vieira lembrou: “Essa comissão já comprou que o governo federal abriu mão, por decisão política, de 4,5 milhões de doses de vacinas da Pfizer e de 49 milhões de doses de vacinas da CoronaVac. Estudos levantados por professores da área de epidemiologia apontam que são cerca de 100 mil mortes que poderiam ser evitadas e centenas de milhares de internações se nós já tivéssemos o processo vacinal iniciado com o volume, com a quantidade de vacinas que poderíamos ter adquirido e não adquirimos por escolha política e ideológica que não foi da sua gestão (no caso, gestão de Queiroga)”.
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