“O líder da Nação” prejudicou a vacinação de Covid-19, diz ex-coordenadora do PNI

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Responsabilizou Bolsonaro: "Pensando numa campanha de vacinação, eu precisava, para o Programa Nacional de Imunização funcionar, de doses suficientes e campanha publicitária"

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Jornal GGN – A ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), Francieli Fantinato, afirmou que “o líder da Nação”, presidente Jair Bolsonaro, prejudicou a campanha de vacinação de Covid-19, por “colocar em dúvidas” o imunizante e gerar “uma politização do assunto”.

“A vacinação mudou o cenário epidemiológico do país há muitos anos. (…) Há de se convir que não dá para colocar em dúvidas a vacinação quanto a um meio efetivo para o controle da pandemia. Quando a gente tem ciência, quando a gente tem segurança no produto, quando os resultados apontam de forma favorável, e que aquilo pode trazer um resultado para a população, ter uma politização do assunto, por meio do líder da Nação, que traz elementos que muitas vezes colocam em dúvida.”

“Quando nós temos todas as evidências favoráveis, que mostram que a vacinação é um meio eficaz, qualquer indivídio, qualquer pessoa que fale o contrário, vai trazer dúvidas a população brasileira, seja de qualquer cidadão, qualquer escalão”, continuou, logo em suas falas iniciais.

Perguntada pelo relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre quem teria prejudicado a vacinação, se ela poderia “atribuir alguma sabotagem da alta direção do governo”, Fantinato uma vez mais citou o “líder da Nação”, em referência a Bolsonaro.

“Eu não posso atribuir, eu não tenho elementos, mas pensando numa campanha de vacinação, eu precisava, para o Programa Nacional de Imunização funcionar, de doses suficientes e campanha publicitária”, afirmou, em referência a que o mandatário prejudicou em ambos os pontos. “Mas eu não tenho elementos, porque eu não tive interferência direta”, acrescentou.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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