Contrariando avisos, Sabesp quer tirar mais água de bacia em área de mata atlântica

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) pretende dobrar a captação de água do Sistema São Lourenço para dar conta da demanda da Região Metropolitana de São Pauo.

A companhia já enfrenta questionamentos sobre a ideia por parte de entidades que questionam a superexploração dessa reserva.

Um estudo do hidrólogo e professor da UFRGS, Carlos Tucci, aponta que a bacia não tem capacidade de fornecer tanta água. A pesquisa, encomendada pela Votorantim (que tem seis hidrelétrica e um parque de presenvação ambiental na região) diz que a retirada de mais água dessa bacia pode provocar a seca na região do rio Juquiá.

O rio São Lourenço fica em área de mata atlântica, próxima ao Vale do Ribeira, uma das mais pobres de São Paulo. Lá está a maior obra de avastecimento feita pelo governador Geraldo alckmin, prevista para ser entregue em 2018.

Em 2011, a Sabesp divulgou relatórios que apontavam a viabilidade de retirar 4,7 mil litros de água por segundo da região do São Lourenço e Juquiá; Esse valor equivale a 15% da capacidade do sistema Cantareira, segundo informações da Folha.

Em 2015, após a crise hídrica, a Sabesp decidiu que bombearia 6,4 mil litros de água do São Lurenço para a RMSP quando a obra ficar pronta. Isso sem fazer estudos de impacto ambiental e de viabilidade hídrica, mas com aval de órgãos estaduais como o Daee e Cetesb.

A Sabesp quer aumentar a captação no Juquiá para alimentar a represa Guarapiranga, num volume que representaria 30% da capacidade do Cantareira (9,6 mil litros de água por segundo).

Mas, pelo estudo, a bacia do Juquiá só tem capacidade de prover 6,6 mil litros de água por segundo e, ainda assim, existe uma lei do próprio Estado dizendo que só pode autorizar a capitação de metade do potencial de um manancial.

Em nota, a Sabesp sustenta que a ampliação do uso do São Lourenço-Juquiá é necessário para desafogar o Cantareira e Guarapiranga.

Mas para um especialista da Unicamp, Antonio Carlos Zuffo, há risco de deixar a região explorada sem água, já que a bacia é de uma área de mata atlântica isolada.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. contrariando avisos…

    Os tucanos venderam 45% da Sabesp. Não venderam o controle acionário porque a ONU não permitiu. Água é um bem universal e não uma commoditie, sentenciou.  Um dia, querendo saber de uma ligação de água,  me falaram dentro da Sabesp:” o sr. sabe que a empresa foi vendida. A Sabesp agora, não é para dar água, é para dar lucro”. Como é fácil a licença ambiental dentro e SP? Já estão trazendo água de São Lourenço, Juqui, Juquitiba. Que rapidez!? Onde estáo WWF, FMA, Greenpeace? Só vale protesto nas usinas hidrelétricas de St. Antonio ou Jirau? Paulo Maluf ampliou e interligou todo sistema Cantareira, avaliado como a melhor água potável do planeta, para durar 25 anos, 1/4 de século, se nada mais fosse feito.  Só tivemos governos medíocres depois dele. Nada foi feito até a maior crise hidrica da história. Quase tivemos um colapso catastrófico no estado de SP. A situação de SP e também a nacional é o resultado de anos de incompetentes nos governos. Estão brincando até com a segurança hidrica neste estado. Soberania e segurança decididas na Bolsa de Valores de NY. Acorda Brasil. 

  2. Ao meu ver, irão secar todos

    Ao meu ver, irão secar todos os rios no entorno e irão destruir qualquer possibilidade deste ou outro rio se recuperar ou se juntar ao “manancial”. Coloquei manancial entre aspas, pois querem transformar em uma piscina aonde possam ter controle e não assumir riscos. É a iniciativa privada minha gente! Qual é a primeira coisa quando compramos um terreno? Não é cercá-lo com arame farpado e encher de placas dizendo, “Cuidado, Cão Bravo!”? É a privatização da água, tão aguardada pelos conspiratórios teóricos de plantão. Imagem que você compre as reservar de água de uma grande capital! A principio os reservatórios são imensos, para dar e vender. Mas aí você, dainte de um grande problema… Resolve diminuir estes reservatórios, julgando-os excessivos… Dão altos gastos e o lucro é pequeno comparável ao que poderia ser diante de uma capital com milhões de habitantes. O que você faz? Diminui as reservas, diminuindo gastos com manutenção e pessoal… e o mais importante, aumentando as contas. Pois quando se vai secando os mananciais aos redores, seca-se as reservas… Diminui-se o colume de água e aumenta-se a conta. Pronto! Agora poderá lucrar milhões com altas contas de água, latas conta de energia elétrica e bastante dor de cabeça para a população!

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