Greve dos caminhoneiros ameaça transporte público e reposição de alimentos em SP

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A greve dos caminhoneiros que protestam contra os aumentos sucessivos no preço dos combustíveis no governo Temer já produziu reflexos em diversos estados. Em São Paulos, instituições já confirmaram que o desabastecimento é iminente, tanto em postos de gasolina quanto em mercados, porque o transporte de frutas, legumes e verduras – alimentos perecíveis, de abastecimento diário – foi prejudicado.

No Paraná, a prefeitura de Curitiba anunciou, na tarde desta quarta (23), que vai reduzir a frota de ônibus usada no transporte coletivo porque há falta de combustível.

Em nota, a CUT anunciou apoio à greve. “Os aumentos nos preços dos combustíveis tornam inviáveis ao trabalhador caminhoneiro prover o seu sustento e da sua família, já que o valor do frete não cobre os reajustes diários e diminui o valor do salário dele. E não são apenas os caminhoneiros que sofrem. Trabalhadores do setor de transporte e a população como um todo arcam com as consequências desses aumentos, que refletem ainda nos preços do gás, no pão e em outros itens da cesta básica”, escreveram.

Da Agência Brasil

Protesto de caminhoneiros causa desabastecimento em São Paulo

A Associação Paulista de Supermercados (Apas) informa que as paralisações já causam desabastecimento nos supermercados, em especial nos itens de frutas, legumes e verduras, que são perecíveis e de abastecimento diário. A entidade ressalta que também carnes e produtos industrializados, que levam proteínas no processo de fabricação, também estão com as entregas comprometidas pelos atrasos no reabastecimento. Em nota, a diretoria da Apas faz um apelo para que as negociações entre governo federal e caminhoneiros tenham resoluções imediatas para que a “população não sofra com a falta de produtos de necessidade básica”.

O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss) encaminhou hoje (23) uma correspondências à Prefeitura de São Paulo, Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Secretaria Municipal de Segurança Urbana e SPTrans manifestando preocupação com a possibilidade de o transporte por ônibus na cidade de São Paulo ser afetado, a partir de amanhã (24) pela paralisação dos caminhoneiros. O sindicato patronal afirma que das 14 empresas concessionária, oito estão com reservas de diesel suficientes para uma operação parcial nesta quinta-feira (24). As outras seis empresas informaram que o óleo diesel em estoque é suficiente para manter a operação até esta sexta-feira, dia 25.

Além das empresas concessionárias, operam na cidade outras 12 empresas permissionárias. O sistema conta com quase 14 mil ônibus, que rodam cerca de 4 milhões de quilômetros por dia, transportando aproximadamente 6 milhões de passageiros, em 10 milhões de viagens diárias. Mensalmente, são necessários cerca de 40 milhões de litros de óleo diesel para abastecer os ônibus municipais.

A Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), maior central de abastecimento de frutas, legumes, verduras, flores, pescados e diversos do país, também demonstrou preocupação com os reflexos da paralisação dos caminhoneiros, afirmando que já existe reflexos na comercialização de produtos.

Em nota, a Ceagesp, informa que hoje (23) começaram os reflexos na entrega de produtos de outros estados, como manga e mamão, provenientes da Bahia e do Espírito Santo, o melão do Rio Grande do Norte, a melancia de Goiás e a batata do Paraná. O empresa ressalta que produtos provenientes do interior paulista (verduras e legumes) ainda não sofreram atrasos, advertindo que os que permitem estocagem (maçã, pera, abóboras, coco verde, alho, cebola) podem ter desabastecimento no médio e longo prazo.

A paralisação já provoca alta nos preços, como batata. “Da mesma forma que a oferta apresenta problemas, a demanda também está prejudicada. Compradores que carregam para outros estados, não estão realizando negócios”, ressalta o entreposto.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Sem dúvida os caminhoneiros

    Sem dúvida os caminhoneiros devem estar tendo altos prejuízos. Mas por que só agora paralisaram? Desde a última paralização que fizeram, quanto subiu o combustível? Quem vai arcar com a alta dos preços que vai ocorrer após o desabastecimento? O governo ilegítimo está provando do próprio veneno. Só que a sociedade não pode ficar refém de movimentos que facilmente manipulam o cenário político. Um governo popular deve repensar o sistema de abastecimento a fim de que não fique refém de um sistema rodoviário sem compromisso com a economia popular.

  2. Corre o risco do Temer
    Corre o risco do Temer colocar o exército nas ruas do país, enfiar a porrada nesse caminheiros e aproveitar fazer uma intervenção nacional.

    Temer não é Dilma

  3. Os milicos vão saber

    usar muito bem essa greve para implantar a pior ditadura que esse país já teve e o povo vai acreditar que os milicos vão resolver os problemas causados pelo golpe. Não vai resolver porra nenhuam. Muito pelo contrário. Esse país vai fiocar insurportável.  O lado bom é que vou ver muitos que apoiaram o golpe se fudendo. 

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