MP vai investigar abertura de comportas de represa da Grande São Paulo

Os promotores vão apurar se houve omissão das autoridades e se os planos de contingência são insuficientes

Jornal GGN – O Ministério Público de São Paulo vai investigar a decisão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) de abrir as comportas da Represa Paiva Castro na última sexta-feira (11). A medida, tomada para evitar transbordamento e/ou danos à estrutura da represa, teria sido realizada de última hora, e a vazão da água acima do limite recomendado pode ter sido a causa da tragédia que deixou 26 mortos em Mairiporã, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Cajamar, Itapevi e Itatiba.

Os promotores vão apurar se houve omissão das autoridades e se os planos de contingência são insuficientes para garantir a segurança da população. A portaria assinada pelo promotor Ricardo Manuel Castro lembra que não é a primeira vez que a abertura das comportas da represa causa alagamentos na cidade de Franco da Rocha. Episódios semelhantes ocorreram em 1987, 2011 e 2015.

A Sabesp informou, em nota, que a abertura foi necessária para evitar o rompimento da represa. Segundo a estatal, em um período de 12 horas a Paiva Castro recebeu o equivalente a 71% da capacidade total do reservatório.

A empresa justifica que avisou a Defesa Civil à 2h30 de sexta (11) para sábado (12), e abriu as comportas por volta das 6h30, liberando o excesso de água.  Depois, no fim da tarde de sábado, as comportas voltaram a ser fechadas, mas foram reabertas durante a noite. A interrupção definitiva só ocorreu na manhã de domingo (13).

Além da Sabesp, o Ministério Púbico vai notificar a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), a Agência Nacional de Águas (ANA), o Departamento de Águas do Estado de São Paulo (Daee) e a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp).

Em sua página no Facebook, o jornalista Carlos Tramontina, da TV Globo, fez um comentário sobre o caso. Até agora a publicação já teve mais de 1,2 milhão de visualizações, quase 20 mil curtidas e 40 mil compartilhamentos:

 

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O aviso que salva.

Publicado por Carlos Tramontina em Sábado, 12 de março de 2016

 

Com informações da Agência Brasil

Redação

5 Comentários

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  1. Parece que a represa é a

    Parece que a represa é a última do sistema Cantareira antes da água ser elevada para a atravessar a serra. Quanto mais alto for o nível da represa, menor será o custo de bombeamento da água.

     

  2. faltando água em sp e o que fazem, desperdiçar!

    esse é o modo tucano de ser. mandaram toda a água do cantareira para a represa e transbordou!!

    incapacidade, incompetencia e desonestidade!

  3. Tinham que abrir as comportas antes do nível máximo.

    Os vertedores de qualquer barragem são dimensionados para o que se chama a Vazão Decamilenar ou a Vazão Máxima Provável, ou seja, se acaso ocorrer uma vazão que estatisticamente ocorre a cada 10.000 anos ou a vazão máxima que pode ocorrer no rio em que se construiu a barragem os vertedores devem comportar esta vazão.

    Isto é um grande sossego para quem mora abaixo da barragem, pois significa que para que a barragem rompa devido o seu galgamento (passar por cima da barragem) é estatisticamente extremamente difícil, ou seja, na realidade se não houvesse a barragem todos já estariam abaixo da água.

    Entretanto isto apesar de ser uma grande segurança pode representar um grande problema se os operadores da barragem não souber operá-las. O que significa isto? Como as barragens com comportas seguram o nível do reservatório até acima do nível máximo da máxima cheia que se pode prever, se no momento em que se está com este nível se os operadores ficarem assustados e resolverem abrir todas as comportas, gera-se instantaneamente uma vazão decamilenar sem que ninguém esteja esperando. Vamos a um exemplo:

    A vazão decamilenar é 1.000m³/s

    O nível para esta vazão é de 80 m.

    Os operadores estão trabalhando com as comportas fechadas ou mesmo parcialmente fechadas e chega uma vazão de 500m³/s.

    Ou as comportas estão fechadas ou praticamente abertas e o nível atinge 80,5m.

    Os operadores ficam assustados e abrem as comportas ao máximo.

    No momento que eles abriram as comportas ao máximo estando uo nível na cota maior do que 80m gera-se instantaneamente uma vazão maior do que 1.000m³/s.

    Agora isto é muito difícil de ocorrer (porém uma em milhares de barragens ocorrem esta besteira), pois geralmente os operadores são bem treinados, trabalham de acordo com protocolos pré-estabelecidos e não entram em pânico rapidamente, pois dá tempo para refletir, não é algo como uma queda de avião.

    Alguns comentaristas falaram que as comportas não deviam ter sido abertas para não desperdiçar água, o que eu digo é exatamente ao contrário, as comportas deveriam ser abertas mais lentamente antes de se chegar ao nível máximo. E se estava chovendo muito, os operadores poderiam abrir as comportas bem antes, gerando somente uma pequena cheia que ia aumentando com o tempo pois terminada a chuva era só fechar as comportas que o reservatório recuperaria o nível.

    As informações são poucas para se dar algum parecer concreto, logo o que escrevi é uma mera especulação, a única coisa certa e concreta é que não se deve manter o reservatório acima do seu nível máximo e abrir todas as comportas.

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