Temer diz que eleições gerais não estão previstas na Constituição

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O vice-presidente Michel Temer disse hoje (6) que os impasses políticos do país devem ser solucionados por meio dos mecanismos legais contidos na Constituição Federal, dentre os quais não estão previstas eleições gerais. De acordo com ele, as instituições devem ser preservadas e é preciso sair do “jeitinho”.

Na avaliação de Temer, a Constituição já possui um estatuto definido, que prevê “todos os mecanismos legais para solucionar qualquer impasse político e jurídico no país”.
Na terça-feira (5), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a ideia de eleições gerais não deve ser descartada como saída para a crise política no Brasil.

“Não há crise política. Crise política se resolve por meio da Constituição. A Constituição Federal prevê mecanismos que já estão sedimentados na nossa ordem jurídica para solução de qualquer crise política. Talvez, criar crise política seria criar uma nova fórmula. Ou seja, toda vez que acontece isso é preciso arrumar um jeitinho. E nós precisamos sair do jeitinho, declarou o vice-presidente da República.

Durante entrevista a jornalistas na entrada do gabinete da Vice-Presidência, em Brasília, Temer evitou comentar se o mecanismo do impeachment é melhor do que a outra proposta, já que está previsto na Constituição.

“Evidentemente, se um dia houver a proposta de eleições gerais [na Constituição], no seu sentido próprio, e se isso for aprovado, você sabe que eu sou um obediente à ordem jurídica”, afirmou.

Dizendo-se obediente à decisão do PMDB, partido do qual é presidente licenciado, de romper com o governo, Michel Temer negou que a saída da legenda da base aliada tenha sido um “tiro no pé”. E explicou porque: “Ao contrário [de ter sido um tiro no pé]. Eu, há muito tempo, tenho sustentado que o PMDB ficasse no governo, porque há muito tempo queria sair do governo. Nadata da convenção, o PMDB queria romper de qualquer maneira. E nós ajustamos uma fórmula para que houvesse unidade não só na chapa, o que nós conseguimos, como também uma unidade na decisão tomada”.

De acordo com Temer, a decisão [de sair do governo] de terça-feira da semana passada (29), foi tomada mediante a participação de 82% dos membros do diretório nacional do partido. “Eu também sou obediente ao que o meu partido disse”, afirmou Michel Temer.

O vice-presidente também disse que ficou a maior parte dos últimos dias em São Paulo, evitando receber pessoas em seu gabinete na capital federal, para “não parecer” que  estivesse trabalhando em “qualquer direção negativa”.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

7 Comentários

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  1. É pouco…

    http://blogdoprimo.com.br/noticias/trava-carneiro-dilma-proibe-temer-de-pisar-no-planalto/

    Trava Carneiro: Dilma proíbe Temer de pisar no Planalto

    abril 6, 2016  renato 

    Notícias/Renato Dantas

    Depois do declarado rompimento do PMDB com a presidente Dilma, o nome do vice-presidente, Michel Temer, foi riscado do Cerimonial do Palácio do Planalto. Não chegam mais convites nem comunicados de eventos ao agora adversário do Governo.

    Como é do protocolo, o vice – cujo gabinete é no Anexo do Planalto – só pisa no Palácio quando convidado para audiências ou cerimônias. Não é da tradição que um vice-presidente vá por conta própria. Na praxe, ele é visitado, não bate à porta de ninguém – a não ser do gabinete presidencial, quando convidado.

    Segundo a coluna Esplanada, o Cerimonial do Planalto é diretamente ligado ao ministro do Gabinete, Jaques Wagner, que mês passado disse nutrir ‘grande apreço’ por Temer. Já não era boa a relação de Dilma com Temer há meses – o vice lembrou isso a Lula em recente reunião. Em setembro do ano passado, Dilma não ligou para cumprimentá-lo pelo aniversário.

  2. Passa recibo de antidemocrata

    Como disse mais cedo em outro comentário sobre a proposta de eleições gerais:

    “De qualquer forma esse discurso de eleições gerais tem um grande mérito. Explicita definitivamente o caráter anti-democrático do movimento pelo impeachment. Para mim a síntese não é o vira-vira de Aécio, biruta de aeroporto, mas o novo Presidente do PMDB, Romero Jucá. Na semana passada, ao sair da histórica foto do “desembarque” do PMDB do governo (Ah, Min. Barroso… todos nos exasperamos também…), dá ele entrevista quebra-queixo dizendo que o PMDB e o Congresso tinham que “ouvir as ruas”. Hoje afirma categoricamente que “(proposta de) eleições gerais é golpe”.

    Ora, qual a melhor forma de “ouvir as ruas”? Pelas medições de público do Datafolha e da PM-SP ou pelas urnas? O rei está nu. Avisem a ele, por favor.”

    A carapuça veste – ou despe – Temer também.

    1. Bem observado. Se não tem

      Bem observado. Se não tem crime, não pode tirar a presidenta. Ao abandonarem a tese do impeachment e falarem sobre eleições gerais, estão dizendo abertamente que conspiram. Espero sinceramente que a presidenta Dilma tenha uma carta na manga aí para, se tudo o mais falhar, enquadrar estes que atentam contra a democracia neste exato momento.

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