Agosto
por Rui Daher
Leitores e leitoras, já devem saber que o mês de agosto, nossos leoninos, carrega de infaustos ao Brasil. Fizeram-no histórico. Bobagem. Todo o planeta passa por meses de agosto. Alguns em abundância, outros em miséria.
Para nós, brasileiros, creio que assim o país correrá, mês a mês. Nem mais torço, tal a convicção. Agosto poderá até ser mais brando do que está por vir.
Quem me diz? Além da boa e indisfarçável interpretação do que dizem, ou mentem, as folhas e telas cotidianas, meu jeitão septuagenário de pensar.
Prometo a Cléo, companheira de meio século, menos ingerir bebidas alcoólicas e agredir desafetos. Tento cumprir. Confesso a segunda promessa mais difícil. Na primeira, resta-me, além de seu controle ferrenho, delicada saúde.
Mas, como tenho escrito, junto com a esquerda, que compartilha ideias próximas às minhas, ando meio covarde.
Esperando o quê? Lula, PT. Ciro, Dino, outros, uma centro-esquerda que perdeu o bonde da história?
Desculpem-me o termo: Nem por um caralho. “Escórias &Pedrada”, aqui já expostas como aggiornamento de Baleiro e Chico César, chegarão a Vandré, Chico, “Opinião” e “O Pasquim”? Creio que não. Certo, Isaías Almada, Boal e Guarnieri, eu naquele longínquo palco do Teatro de Arena, em São Paulo? E Marília, e Lima Duarte?
Mas, hoje em dia, Zeca e Chico César, é o que nos restou de mais contundente! Ótimo.
Por isso, como já declarei aqui, a importância das eleições municipais, seja lá quando pandemia e canalhas as permitirem. Meu voto está declarado.
Mas não só. Esqueçam, por um tempo, 2022. Ninguém pode prever o que virá do capitão, filhos, ministros, Centrão (ou Direitão), acólitos, evangélicos, acordo secular de elites, até lá. Dízimos? Estou fora!
Para as próximas eleições municipais, seríssimos grupos de ativistas políticos e culturais, sobretudo de etnias e pobreza, estão se formando, para vingarem, ou justiçarem, os assassinatos de Marielle, Anderson Gomes, indígenas e quilombolas.
São uns monstros fascistas, coonestados por imbecis, ignorantes que acham que a história de um país, se resume a se praticarem fortes, em academias andróginas, e treinarem em estandes de tiro-ao-alvo.
Olhando o planeta, será que assim pensam o mundo ter-se desenvolvido? Sem o discernimento de quem pensou e nos fez chegar até aqui?
Se assim acreditam, leiam os desastres nazistas e fascistas. Se persistirem, venham para a luta como eles fizeram, e percam. Foram rendidos, não pela força, mas pela razão.
Não digam que eu não os avisei das consequências!
A primeira: deixar Jair Bolsonaro e o clã destruírem o País. A segunda, sua adesão em porte de armas mortíferas para defender-se da miséria que os ameaça e nunca vocês ousaram combater de forma civilizada.
Inté, pois sempre volto. Sem misericórdia.