Jornal GloboNews surreal, por Urariano Mota
Ontem, no Jornal GloboNews edição das 18h, a surpreendente, cômica, sexy e polêmica apresentadora Leilane Neubarth comentou esta notícia:
“Presidente da Nigéria nega boatos sobre morte: ‘sou realmente eu’ ”
Então no tempo 2:49 do vídeo a charmosíssima apresentadora soltou:
“Uma situação sorreal”.
É mais um fenômeno da ortoépia televisiva: de tal maneira mudaram e mudam as vogais, que já rebatizaram até cidades nordestinas. Um repórter certa vez chamou a cidade de Juazeiro assim: JÔ-azeiro! O que tem lá a sua lógica: se o povo fala jUazeiro, só podia mesmo ser Jô-azeiro.
Agora, com toda culturalógica, Leila Neubabarth eleva a grau máximo a transformação porque ignora a palavra escrita. Sorreal ! Quem duvidar, está aqui o sOrrealismo:
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Chamo isso de “Brega quer ser
Chamo isso de “Brega quer ser chique” ou Ê-breguismo. Uma parte dos brasileiros acha que falar as palavras de maneira normal, como sempre se falou, é vergonhoso. Então dá-lhe transformar tudo em fechado (ê,ô). Não importa se em Portugal, pátria da língua, se fala normal. Eles têm vergonha de Portugal. Então vamos falar tudo italianizado ou à alemã. Sulistas, a partir de São Paulo, querem carregar no Ê, para se demonstrarem “europeus”. Com a chegada dos alemães, italianos e outros europeus na região Sul e em São Paulo, há cento e poucos anos atrás, os locais passaram a admirar e imitar a forma como aqueles louros de olhos azuis ou verdes diziam “Ê”. Eles têm profundo desgosto porque a língua inglesa chama o”É” de “i”. Eles queriam mesmo era falar “êipôl” quando fossem falar “apple”. Pena que a fonética inglesa tem suas regras customizadas e ninguém tem vergonha de falar como sempre falou sem inventar modas. Coisa de vira-latas mesmo.
Portugal, cercado de Espanhas Ê-falantes por todos os lados, nunca abdicou de sua maneira de falar. A Espanha ameaçou conflagrar-se quando a União Europeia pretendeu retirar de circulação o seu “ñ”, para uniformizar procedimentos. Isso se chama dignidade ou amor-próprio. Não mudar sua forma de existir, falar, etc. apenas porque os mais ricos, mais bonitos, mais louros fazem diferente.
Uma nação que se envergonha de sua cultura, de seu modo de pronunciar palavras, que rejeita suas singularidades, como poderá um dia vir a ter seu brilho próprio diante das outras nações?
Essa breguice sempre existiu, o que tornou tudo pior foi a adesão total das televisões, propagandas, rádio, artistas a esse modo brega de ser. Como você eu tenho vergonha alheia por isso. Escrevi aqui um texto sobre isso há alguns anos https://jornalggn.com.br/blog/zegomes/o-e-breguismo-o-e-fascismo-por-zegomes
Essas idiotices de “sale”
Essas idiotices de “sale” “off” “delivery” ‘day-off’…….
Não seria mais simples falar tudo em português sem essa sabujice? Deveria ter lei proibindo usar estrangreirismos quando há palavra correspondente na lingua patria.
Então o Getúlio ordenou
que todos os estrangeiros que nascessem naquele período teveriam ser registrados com seus nomes aportuguesados.
Não se usariam mais as letras k, w, e y,nem encontros consonantais que não fossem brasileiros. (Migliano virou Milhano
Magliarelli virou Malhareli)
Quem nasceu após a guerra no período getulista e até uns 20 anos depois teve que seguir essa regra.
Só o nome do pai era registrado na certidão da criança e assim caminhou a humanidade.
Quem era Weiss, passou a se chamar Vaz
Yoko virou Ioco, Nakamura era Nacamura
Issamu virou Içamu,
Grossman virou Grobman porque dois esses é o som da letra beta, que tem esse som em alemão.
Muñoz, virou Munhoz, e Señor virou Senor, que na verdade é Senhor, por isso Silvio Santos é o Senor Abravanel.
Os italianos filhos de mães italianas perderam, com a perda do sobrenome da mãe, direito cidadania, herança, e encontro com a família em várias partes do mundo.
Os alemães, os judeus, os italianos, os espanhóis, e outros imigrantes que hoje passam dos 60,70 anos, têm que fazer uma verdadeira ginástica para encontrar seus descendentes ou simplesmente trocar de nome, já que alguns ficaram ridículos.
Os nordestinos e outros brasileiros acreditam na “pureza” de seu falar sem perceber que falam como árabes, e deles recebem influência direta tanto pelos costumes quanto pela fala, e os que não foram por eles influenciados ainda trazem a poderosa influência francesa na sua fala, em especial pela supressão dos “r” no final das palavras.
Nós somos um país novo e sem identidade definida e, portanto, sofremos todo o tipo de influência.
Rendamos graças por isso, já que se não fossem os imigrantes e a influência estrangeira ainda estaríamos nas cavernas.
Concordo. Precisamos acabar
Concordo. Precisamos acabar com a “macaquice” de termos em inglês. É a Leilane poderia parar com tantos rapapés e salamaleques. Convenhamos, ela fica ridícula.
Sabujices ou protolinguagem?
É difícil saber qual é mais repugnante: fico com ‘coach’, mas, se tivesse estômago, poderia desenvolver mais ainda a inacreditável “midia” (ou barbarizando ainda mais: “as mídias”).
Q matéria bosta
Q matéria bosta
Só eu que percebi?
Que ela tava falando arrastado? Ela parecia um pouco “altinha”… Duas tacinhas?
Ai que IRRELEVÂNCIA
A língua é algo variável, nao há problema nenhum nisso.
Será que não foi um
Será que não foi um trocadilho, querendo dizer sou real (sorreal)?
Além de cretino ficou surdo,
Além de cretino ficou surdo, ou é a maconha que andou fumando!
Porra, a Leilane falou SURREAL!
Mas enfim… Pra você, um mero ativista do PT, quem fala bem, e corretamente, é a Dilma, o Lula…
Para além dos maus proferimentos
A má pronúncia ou emissão apontada pode ser causada por interferência na percepção auditiva do comentarista, mas a foto acima, os cabelos esfogueados/avermelhados da espevitada apresentadora – isto me parece mais sintomático…A âncora é bizarra em várias idiossincrasias, mas o que mais impressiona é que, em tempos revoltos de dúvidas, incertezas e mudanças aceleradas, e quanto mais acesa a controvérsia, ela sempre responde ou aparteia os interlocutores com enfáticos e rotundos “com certeza”,” com toda a certeza”, “disso não resta a menor dúvida” e quejandos. Em suma, é surreal – já que o real está longe de corresponder a tais proferimentos.