Onde é mesmo que nós estamos?
por Izaías Almada
Ah, claro, estamos aqui no Brasil, procurando encontrar uma saída para a eterna possibilidade de nos transformarmos em uma grande nação.
O mapa na parede indica nossa posição geográfica e podemos ver com clareza onde fica a Ucrânia e a Faixa de Gaza. E também a Rússia e os Estados Unidos da América.
Quem será o primeiro a apertar o botão de uma ogiva nuclear? Ou é tudo um teatrinho para enganar os trouxas?
Como diria aquele poetinha português, um gajo chamado Fernando Pessoa: “Arre, estou farto de semideuses!”
A já famosa rede social mais parece um manicômio do que um bom refúgio de informações em busca da paz e da solidariedade entre povos e nações.
O uso dos celulares me traz à lembrança muito dos grandes clássicos do cinema de Hollywood, os chamados faroestes, com aqueles encontros entre caubóis a ver quem sacava primeiro a sua arma. Hoje, para nos informarmos e nos defendermos, tiramos o celular do bolso e “atiramos” em alguém antes que esse alguém “atire” primeiro em nós.
Onde é mesmo que nós estamos?
Ah, sim, estamos aqui na cidade de São Paulo, Brasil, e no próximo dia primeiro de Abril iremos comemorar o Dia Internacional das Fake News, esse neologismo anglo-americano mais velho do que c* sentado.
Aliás, é bem provável que nesse dia o STF, atendo a tudo que se passa à sua volta, anuncie a prisão do ex-presidente Messias, cuja maior proeza dos últimos dias foi dormir em solo húngaro sem sair do Brasil. Coisa de mito, se é que me entendem…
Como, alguém aí disse alguma coisa? Os planos da polícia indicam quem em dezembro o mito será preso? Quá, quá, quá…
Onde é que nós estamos mesmo?
E o Primeiro de Abril? O Primeiro de Abril lembra logo o 31 de março… 31 de março de 1964… É isso… Minha geração lembra muito bem essa data…
Peço desculpas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas é data que não se esquece!
Nossos vizinhos argentinos condenaram dez torturadores à prisão perpétua nos últimos dias e com o tal Milei no governo.
Mas, onde é que nós estamos mesmo?
Ah, sim, estamos aqui ao sul do Equador no primeiro trimestre do ano de 2024.
Entre os 35 e os 17 graus de um dia para o outro, na expectativa de que alguma coisa boa aconteça para nós, para nossa família, para o nosso país, para nossos amigos, para o nosso planetinha…
Afinal, já se passaram 524 anos que os portugueses nos encontraram e ainda não tomamos juízo…
Haja esperança!
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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