A história do Hotel Nacional de Cuba

Por Motta Araujo

HOTEL NACIONAL DE CUBA, JÓIA ARQUITETÔNICA – Tenho fascinação por hotéis antigos, impregnados por História. No mundo há muitos como o Raffles de Singapura, o Shephard do Cairo, o Peninsula de Hong Kong, o Rock de Gibraltar, o Cecil de Alexandria, o Colonial de Nassau, o Beau Rivage de Genebra, o Negresco de Nice, o Claridge e Brown de Londres, os sete hotel-palais de Paris, o Excelsior de Roma, o Adlon de Berlin (reconstruido), o Imperial de Viena, o Gellert de Budapest, o Waldorf Astoria de Nova York, o Reid´s da Ilha da Madeira, o Ritz de Madrid.
 
No Brasil há um hotel impregnado de História, o Palace de Poços de Caldas, onde Getúlio passava longas temporadas nos tempos do Estado Novo e onde muitas tramas políticas se desenrolaram, o historiador Hélio Silva, em sua série de livros sobre esse período tem histórias interessantíssimas passadas no Palace.
 
Esses hoteis, muitos deles centenários, passaram por guerras, revoluções, cataclismas sociais, mas continuam como lembranças de um passado glorioso das grandes viagens em tempos idos, testemunhas do tempo e dos costumes.

 
O Hotel Nacional em Havana foi construído em 1930, os arquitetos foram os novaiorquinos McKim, Mead & White, o local esplêndido foi o terreno da Bateria Santa Clara, do Século XVIII, no bairro de Vedado, frente ao Malecon.
 
O magnífico hotel, até hoje extraordinário pela imponência, recebeu hóspedes ilustres como Winston Churchill, Frank Sinatra, o Duque de Windsor (ex-Rei Eduardo VIII), Alexander Fleming, quase todos os astros de Hollywood.
 
O hotel tinha um famoso Casino Internacional e o night club Casino Parisien, além de um charmoso Starlight Bar no terraço.luminoso, uma autêntica vereda tropical, sons, sabores, odores, o Nacional nos devolve aos anos 30.
 
Nat King Cole foi contratado para cantar em longa temporada no celebre cabaré Tropicana, quis hospedar-se no hotel, não conseguiu por ser negro, naqueles tempos havia segregação nos EUA e Cuba sofria essa influência.
 
Na luta política entre o primeiro ditador de Cuba, Gerardo Machado e o segundo,  Fulgêncio Batista, o hotel foi palco de tiroteios, emboscadas, tramas, prisões, preparação de golpes, era o QG dos oficiais de Batista e seus pistoleiros.
 
Roosevelt enviou o Subsecretário de Estado para a America Latina, Summer Welles como intermediário entre Machado e Batista, Welles morou no hotel por meses, nome que depois ficou famoso nos primeiros momentos da Segunda Guerra, enviado por Roosevelt para tentar negociar uma paz impossível entre a Alemanha e a Inglaterra.
 
Com a Revolução Cubana Castro fechou o hotel só usado para acomodar convidados oficiais (especialmente russos).
 
Com o fim da URSS o hotel foi reaberto a tuirstas em geral, depois de reformado.
 
Ficar no Nacional é parte do prazer de uma viagem a Cuba, o Nacional e o Riviera são os dois hotéis históricos da linda ilha, são registros da história de Cuba no Século XX.
 
O majestoso hall do Hotel Nacional de Cuba
Redação

17 Comentários

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    1. algoritmo automático e errado

      Caso o rebolla more no Rio de Janeiro deve ser o habitué do Copacabana, em São Paulo dos muitos cinco estrelas e assim por diante.

      MA deve desanimar com tanta … xá prá lá!

    2. SAC

      Já foi enviado pra lá um representante do blog.

      Ele irá proceder à contagem. Assim que tiver os dados solicitados, vai estar enviando para você. 

      Obrigado pela preferência e volte sempre.

       

        1. Pô…

          Pô Rebolla, vai ficar copiando aquele Assombração Literal?

          Nunca vi você se socorrer destes alteregos com estratagemas bobos…

      1. Parafraseando o seu xará
        E não podemos admitir que se impeça o livre desenvolvimento de um delírio, tão legítimo e lógico como qualquer outra série de idéias e atos humanos.  O blog  não seria o mesmo sem os delírios líricos do Rebolla Como você mesmo disse:  Obrigado pela preferência e volte sempre. 

    3. Estão providenciando

      Estão preparando um filme em 3D e arquivo de documentos: CPF, Identidade, fotografia, amostra de sangue, DNA de cada um.

       

    4. Percentagens …

      Caro Jorge,

      percentagem bem próxima daquela representando as crianças cubanas sem assistência médica ou dormindo na rua …

  1. Historia

    Senti falta do Copacabana Palace, do Gloria, que também  fizeram parte do cenario politico nacional, principalmente quando a capitald o Brasil era no Rio e foram frequentados nos anos 30/40/50/60 por todas as celebridades nacionais e internacionais que passavam pelo Rio. O Gloria era conhecido pelos encontros politicos em seu bar-restaurante….

    Se gosta de historia de hotel, André, então talvez goste de o ultimo filme do realizador Wes Anderson ” O Grande Hotel Budapeste”, baseada na obra de Stefan Zweig cujo o nome aparece no final, com o nascimento em Viena e falecimento  em Petropolis. Eh um filme que agrada pela narração historica de um concierge muito particular (Ralph Fienes muito bom) de sua ascenção até tornar-se proprietario do Grande Hotel Budapeste em meio a muita aventura, uma certa violência até, mas muito bem pensado. Um hotel que foi esplenderoso entre a primeira e segunda guerras (ficticias no filme) e que no momento em que conta a historia, tornou-se um hotel decadente. 

    1. Minha, esses dois são “hors

      Minha, esses dois são “hors concours”, conheci os dois desde criança, o Gloria em 1949 quanfo fui aos EUA com meus pais e os voos internacionais só saiam do Galeão,  São Paulo não tinha aeroporto internacional até os anos 80 e o Copacaban em todas suas fases, inclusive de chocante decadencia pouco antes de ser vendido ao Orient Express

      Acho que agora estão modernizando demais o Copa, fizeram dois leilões de moveis antigos, uma pena, mais de 1.000 peças foram vendidas, se começar a ficar modernoso não vou mais, sou um hospede assiduo, mas não vou aceitar que vire um hotel sem personalidade, felizmente a Prefeitura impediu que colocasse na frente do predio o novo nome BELMOND

      COPACABANA, um horror.

    1. Estuve em alguns, não em

      Estuve em alguns, não em todos, mas tenho fascinação pelo Palace de Poços, pena que já a muito tempo perdeu seu carater de hotel de categoria.

      1. André, assim que li seu post,

        André, assim que li seu post, pensei em lhe mandar um e-mail falando desse filme “O Grande Hotel Budapeste”, com Ralph Fiennes e um grande elenco internacional, mas Maria Luisa se antecipou…

        Ainda não vi o filme, por enquanto só li sobre ele, mas estou ansioso por assisti-lo.

  2. AA é docemente vingativo!

    AA é docemente vingativo!

    Relata este post com belas y nostálgicas miragens idílicas… destacando os hotéis mundão de deus dos ricos y famosos y glamorosos às mil maravilhas das arábias ancestrais de dar água na boca dos plebeus bolsa família… só para apoquentar y zombar dos velhos Maluf proibidos impedidos terminais, pela Polícia Imperial: a dos States e a Interpol, bem entendido!, de dar voltas y mais voltas nos salões do tempo proustiano das viagens p.a.r.a.d.i.s.í.a.c.a.s, com o dinheiro roubado do povo contribuinte y trabalhador fiel.

    Este AA é muito malvado! e de fina ironia: ilustra a matéria de acinte ao clã dos Maluf, prisioneiros de seus atos político-criminosos, com hotel da Cuba da Revolução Popular Comunista que deu certo ou errado, sei lá…. somente quando para lá viajar perdido alheio em meio ao povo cubano nas ruas y malecons y feiras y bares saberei a verdade verdadeira, para mim, da Ilha Mítica dos Castro.

  3. Concordo com o autor e também

    Concordo com o autor e também tenho fascínio pelas construções antigas. Pedro Nava chamou a atenção, quando falou do crime que foi a destruição das arquiteturas portuguesa e francesa do Rio para subistítuí-las pelos horrores dos arranha-céus ao estilo norte-americano. Já repararm que nos edifícios antigos do Rio, de Ouro Preto e no nordeste, o calor escaldante fica do lado de fora? Os caras sabiam o que faziam….

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