Enviado por Alfeu
Modernidades: Fotografia Brasileira (1940-1964)
Do Gulbenkian Próximo Futuro
Uma exposição da Coleção do Instituto Moreira Salles coproduzida com o Staatliche Museen zu Berlin, o Programa Gulbenkian Próximo Futuro e a Delegação em França, com fotografias de José Medeiros, Thomaz Farkas, Marcel Gautherot e Hans Gunter Flieg.
© José Medeiros. A pedra da Gávea, o morro dos Dois Irmãos e as praias de Ipanema e do Leblon, Rio de Janeiro, 1952
Nesta mostra significativa, na Fundação Calouste Gulbenkian, quatro fotógrafos exemplarmente escolhidos captam o caminho do Brasil rumo ao modernismo. Três deles eram emigrantes europeus: Thomaz Farkas era húngaro, Marcel Gautherot veio de França, e Hans Gunter Flieg nasceu na Alemanha. As suas raízes estrangeiras apenas sublinham a atração internacional do Brasil nos anos que se seguiram à Segunda Guerra até ao início da ditadura militar brasileira em 1964.
José Medeiros é lembrado como o clássico fotojornalista do país nos anos 40 e 50. As suas reportagens fotográficas para a importante revista ilustrada O Cruzeiro capturaram a vida no Rio de Janeiro, as praias e o Carnaval, bem como os acontecimentos sociais e os rituais da classe alta. Em contraste, produziu imagens que retratavam o interior. Estas mostram a introdução da tecnologia no mundo dos índios e o culto mágico do Candomblé.
Desde cedo familiarizado com o estilo do europeu da “Nova Visão” ou Neues Sehen, Thomas Farkas aplicou o estilo austero aos seus estudos das formas quando ainda era um adolescente, nas suas representações do Estádio de Pacaembu, ou de outros edifícios emblemáticos dos anos 1940 em São Paulo. Membro destacado do Foto Cine Clube Bandeirante, o conjunto do seu trabalho representa a procura incessante de novas linguagens visuais. Nos seus últimos anos, abandonou o estilo fotográfico centrado nas formas, passando para uma abordagem mais marcadamente fotojornalística, patente, por exemplo, nas suas imagens panorâmicas da construção da nova capital, Brasília. Estas fotografias foram recentemente descobertas, na preparação desta exposição.
Um notável representante do ensaio fotográfico, Marcel Gautherot foi o homem atrás da câmara de várias imagens icónicas da fotografia brasileira. As suas fotografias de rituais populares e festividades, na selva e entre os pescadores de Belém, constituem estudos cuidadosamente compostos que combinam narrativa e impacto visual num equilíbrio perfeito. Este estilo tornou-o o cronista ideal da construção de Brasília. As suas imagens dos edifícios de Oscar Niemeyer, que eram em si desenhados com vista a obter grande impacto visual, moldaram a nossa perceção do modernismo brasileiro.
Nas suas fotografias industriais, Hans Gunter Flieg registou o processo de industrialização do Brasil. Sendo em muitas ocasiões o resultado de encomendas específicas, as suas imagens são interpretações pictóricas clássicas da reconfiguração do país pelo surgimento da tecnologia. Imagens de interiores de fábricas, de estruturas de engenharia como complexos industriais a par de fotografias de stands de feiras profissionais e produtos industriais. A sua fotografia era a do homem comum, entendido no melhor dos sentidos, um estilo que se implementou e foi reconhecido a nível internacional.
Os acervos dos quatro fotógrafos são guardados no Instituto Moreira Salles (IMS), uma das principais fundações privadas para a promoção da cultura no Brasil. Com centros em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, divulga, alargando horizontes, a música, as artes visuais, o cinema, a literatura e a fotografia brasileiras. Mais do que qualquer outra instituição, é responsável pela preservação do legado fotográfico do Brasil em toda a sua amplitude e diversidade e é prestigiada tanto no Brasil como no estrangeiro pelas várias exposições e publicações que promove.
Rio de Janeiro, 1942 – José Medeiros
Rio de Janeiro – Marcel Gautherot
Belém, PA, 1954 – Marcel Gautherot
Bahia, 1940 – Marcel Gautherot
Rio de Janeiro, 1947 – Thomaz Farkas
Brasília, 1960 – Thomaz Farkas
São Paulo, 1961 – Hans Günter Flieg
São Paulo, 1945 – Thomaz Farkas
São Paulo, 1960 – Hans Günter Flieg
Texto: http://www.proximofuturo.gulbenkian.pt/exposicoes/modernidades-fotografia-brasileira-1940-1964
Imagens: http://www.gulbenkian.pt/Institucional/pt/Agenda/Exposicoes/Exposicao?a=5132
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Interessante este país e sua
Interessante este país e sua elite.
Para poder ver fotografias da cidade de Rio de Janeiro, preciso acessar o acervo do Calouste Gulbenkian.
Que MERDA!!!!!