O poeta e músico Bob Dylan recebe Nobel de Literatura de 2016

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Bob Dylan ganha o prêmio Nobel de Literatura de 2016. Grande poeta! Dylan criou uma nova expressão poética dentro da tradição norte-americana da canção, reconheceu a secretária permanente da Academia, Sara Daniues, encarregada de anunciar o laureado. O anúncio foi feito ontem, dia 13 de outubro. Dylan tem 75 anos e continua a brilhar nos palcos.

Dylan nasceu em um povoado no estado de Minnesota e de Zimmerman se tornou Dylan, depois que conheceu a poesia de Dylan Thomas. Era um leitor voraz e foi para Nova York arriscando a chance de conhecer o cantor-ativista Woody Guthrie.

Lapidou seu trabalho e sedimentou sua carreira em Nova York, construindo um estilo próprio dentro do blues e do folk, passeando pelo underground da geração Beat, com Jack Kerouac, Neal Cassady e Allen Gingsberg. Seus poemas tiveram uma grande influência do poeta francês Arthur Rimbaud.

O Prêmio Nobel de Literatura já premiou 27 autores de língua inglesa, 14 da francesa, 13 da língua alemã e 11 da espanhola. Saramago foi o único autor em língua portuguesa, em 1998.

Com informações preciosas do El País em artigo de Fernando Navarro, por sugestão de Almeida

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

15 Comentários

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  1. Sou fanático por Dylan
     
    mas

    Sou fanático por Dylan

     

    mas discordo totalmente, tantos mais talentosos do que ele não ganharam esse troço, não me conformo de um Guimarâes Rosa não ter ganho, ou Graciliano Ramos, poetas temos aos montes, mais e melhores, é um premio politico e pelo visto comercial.

  2. Um cantor como Dylan talvez

    Um cantor como Dylan talvez valha mais que um poeta, porque ele também é poeta, e mais que um simples poeta, consegue através da música se manifestar, e com alcance mundial, transforma, modela, enriquece muita gente, além de brindá-las com suas melodias.

    Parabéns Bob Dylan.

  3. Dylan é mito, mas Nobel… Só porque é americano
    A cultura do Império precisa se sobrepor às outras, não há como fugir desta realidade. Não existe comparação possível entre a obra de Dylan, por mais que mereça elogios, com a de dezenas, talvez centenas, de escritores fantásticos aí redor do mundo. O simples fato de apenas UM escritor de língua portuguese haver ganho, já dispensa outras explicações.

  4. Não que o Bob Dylan não

    Não que o Bob Dylan não mereça todas as homenagens, mas esse Nobel só pode ser piada.

    Olhei a lista dos vencedores desse ano e, se não me falha a memória, nenhum norte-americano tinha ganho nada, então, na minha modesta opinião, esse prêmio foi de puro puxa-saquismo sueco. Isso sem falar que, músico por músico, tem muito gente na frente de Dylan. Chico Buarque, por exemplo.

    E, sendo franco, não é primeiro norte-americano que ganha o Nobel por méritos duvidosos (Obama talvez seja o caso mais escabroso, anormal, ofensivo. Uma verdadeia blasfêmia.). Dylan tem méritos (muitos, diga-se) mas a ponto de ganhar um Nobel eu, sienceramente, tenho minhas dúvidas.

    1. Mas houve injustiça com americanos neste ano.

      A detecção das ondas gravitacionais foi o grande feito científico do ano; talvez a academia venha a repará-lo, mas na minha opinião o Nobel da Física deveria ter ido para o LIGO, ou os coordenadores do projeto. Se houvesse a intenção de “puxa-saquismo”, eles teriam entregue o prêmio aos físicos sem controvérsias e sem dar na pinta.

      Não acho o caso Obama o ‘mais’ escabroso; é escabroso de fato, mas não o ‘mais’. Kissinger está no topo da minha lista. Recebeu o Nobel da “Paz” em 1973, enquanto ordenava os mais escabrosos bombardeios de populações civis da História. Dresden, Hamburgo, Tókio, Hiroxima, Nagasáki, Pyongyang, tudo isso teve continuidade acentuada no Vietnã. O prêmio foi oferecido a Kissinger e Le Duc Tho, este último teve a dignidade de recusar a premiação; ele estava em negociações para findar a guerrra, mas esta coninuava de fato, seu povo era massacrado por por bombardeios covardes, infames. No final daquele ano em que recebia o prêmio por promover a sua “Paz”, que é aquela dos imensos cemitérios, Kissinger ordenou a intensificação dos bombardeios, para ver se alcançava alguma capitulação dos vietnamitas; a guerra se estendeu por mais dois anos e incontávies milhares de vítimas da população civil. Com o prêmio a tiracolo, Kissinger ainda, de quebra, promoveu os golpes e ditaduras sanguinárias, como as de Pinochet e Videla.

      Os americanos fazem lista de prêmios controversos, não deixam de citar o caso Obama e colocam Kissinger num topo mais alto. Esta lista abaixo é curiosa, ela coloca no topo um pacifista sincero, um cientista que após participar em projetos de armas, posicionou-se contra os testes de armas nucleares e foi perseguido por isto no EUA. A direita americana não o perdoa por ter aceito, além do Nobel, o Prêmio Lenin da Paz concedido pelos soviéticos: http://content.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,2096389_2096388_2096378,00.html

       

       

  5. Dylan faria como Marlon Brando se ainda não tivesse caducado

    Em razão do prêmio nobel da paz já ter sido concedido a Obama, testa de ferro do complexo industrial-militar e promotor de guerras no Oriente Médio e em outras partes do mundo, e de agora ter sido concedido ao Presidente da Colômbia, representante de uma elite sanguinária e paramilitar, sem reconhecer os esforços das FARC’s pela paz com justiça social na Colômbia, tenho certeza de que se o Dylan não estivesse tão velho, ele faria como Marlon Brando, que recusou o Oscar.

    Mas ele está perdoado. Em regra o tempo não perdoa e retorce a rebeldia da adolescencia e da juventude. And I ain’t gonna work on Maggie’s farm no more cause she he hands Bob a nickel, she hands Dylan a dime and it’s alright

  6. Um Nobel para a canção popular

    Merecidíssimo o reconhecimento da qualidade da obra de Bob Dylan, sem dúvida o maior poeta da canção e um dos grandes poetas da língua inglesa. E o reconhecimento de que literatura não está apenas nos livros, embora Dylan tenha publicado dezenas de obras, além de suas centenas de canções. Com suas letras quilométricas, de sonoridades e imagens assombrosas, tratou de tudo, e de toda forma, desde os sonhos verbais mais surrealistas às injustiças político-sociais que envolveram principalmente os negros e os pobres de seu país. Segue aí uma pequena série de vídeos da homérica e bíblica obra de Dylan, culminando com um show na sexta passada, do alto de seus ativos 75 anos de idade e 55 de prolífica carreira.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=AgqGUBP3Cx0%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=gGMSfiH850o%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=tFeHEplBskY%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=WLwHnNybADo%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=3Xz7WfVYxok%5D

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=ndetoHhxnsQ%5D

  7. ” Grande poeta! Dylan criou

    ” Grande poeta! Dylan criou uma nova expressão poética dentro da tradição norte-americana da canção…”

    Dylan é grandissíssimo!!!

    Finalmente, um ponto fora curva(Barroso não só anda fora da curva, como derrapando nela), uma situação excepcional, uma situação inédita que nessessitava de uma soluçaõ inédita, todas do bem, é claro!

    O primeiro disco de rock que peguei na mão foi um compacto duplo do “The Byrds”. O carro chefe do disco era “Mr. Tambourine Man”. Na época, não tinha a menor ideia de quem era o autor e sua importância que só fui perceber mais adiante.

    A audição do clássico pela primeira vez ficou marcada para sempre.

    “Hey! Mr. Tambourine Man plays a song for me…”

    https://youtu.be/uPqAvgN6Tyw

     

  8. lambança

    Não sou especialista em Literatura. Não obstante e olhando daqui, a Academia Sueca cometeu ao menos duas enormes e conspícuas lambanças nas atribuições do Nobel de Literatura.

    A primeira foi em 1953 ao agraciar Winston Churchill por seus discursos patrióticos.

    A segunda veio agora.

    Em 1938, houve espanto e rebuliço quando o Nobel, inesperadamente, saiu para a escritota estadunidense Pearl Buck.

    “O que é certo é que o eminente relator não conseguiu convencer os meios literários da Suécia, onde as opiniões se dividiram muito. Vozes se ouviram a proclamar sem rebuços que o Prêmio Nobel estava, definitiva e irremediavelmente, desvalorizado e que, a partir daí, tudo se podia esperar, dado que a Academia Sueca fizera da cifra de tiragem a pedra de toque com que decidir do valor de um escritor(…)”(Coleção BIBLIOTECA DOS PRÊMIOS NOBEL DE LITERATURA, ed. OPERA MUNDI, 1970)

    Espantos maiores inda estariam por vir.

    “Apanhada de surpresa, a própria Pearl Buck não foi quem menos se admirou quando soube da boa notícia pelos jornalistas que lhe invadiram o apartamento, em Nova Iorque, antes sequer de ela receber pelo telégrafo a notificação oficial da Academia Sueca. Com modéstia tocante que muito a honra, preferiu acreditar, até informação mais ampla, que se tratasse de engano, ou de pilhéria de mau gosto(…)”(Coleção BIBLIOTECA DOS PRÊMIOS NOBEL DE LITERATURA, ed. OPERA MUNDI, 1970)

    Se a própria Pearl Buck achou que fosse uma pegadinha, o que ela hoje pensaria?

  9. Ouço Bob Dylan há pelo menos

    Ouço Bob Dylan há pelo menos 40 anos, portanto nada tenho contra o bardo, muito pelo contrário.

    Mas, em se tratando de Prêmio Nobel…

    Os critérios dessa tal Academia Sueca são cheias de meandros.

    No Nobel da Paz, há pouca confusão: são sempre pró-ocidentais, civilização judaico-cristã, etc. Há exceções honrosas, como Adolfo Perez Esquivel, e outros.

    Os que aí não se encaixam,orientais ou não, são sempre simpáticos ao Ocidente, ou tíbios.

    Isso para não falar em bolas fora inacreditáveis, como o Kissinger.

    Timorenses, cambojanos, chilenos, e outros, concordam comigo.

    Mas, na literatura… em 1958, o Pasternak, poeta extraordinário, mas apenas para deixar em saia justa a URSS, após o contrabando, para a Itália, dos originais do Doutor Jivago (1957, se não me engano, Albert Camus).

    Em 1964, Sartre, que o recusou: “O prêmio tem fundamento político, não literário.”

    Em 1965, só para sacanear o laureado anterior, o Cholokhov!! Espécie de autor oficial da URSS !

    Creio que depois de tantos anos premiando, em grande parte, autores menos conhecidos, a Academia deve ter sentido necessidade de um apelo mais pop. Deixou de lado a boa intenção de tornar mais conhecidos autores importantes mas sem maior popularidade, por um pouco do glamour destes tempos midiáticos.

    Pelo menos não foi a Madonna, nem a Beyoncé. Será que num futuro próximo…

    Roger Waters (Pink Floyd) disse certa vez que astros de rock são astros de rock, ou seja, querem sexo, drogas e fun, por mais sérias que sejam suas obras, e por mais sérios que sejam seus temas.

    Parabéns ao Dylan.

    Mas que foi bola fora, foi.

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