O registro feito dos sobreviventes do blues no Mississipi

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

do Gelédes

Fotógrafo registra os últimos sobreviventes do nascimento do blues no Mississipi

bluesman_1-450x300

O trabalho de Lou Bopp resgata parte importante da cultura americana em rostos menos conhecidos que os de BB King e Howlin Wolf

No Catraca Livre

O fotógrafo Lou Bopp passou os últimos sete anos registrando as rugas, mãos calejadas, rostos marcados e almas vivas dos homens agora idosos que, em outras épocas, foram os representantes do Delta Blues do Mississipi.

O blues originários do Delta do Mississipi surgiu por volta da virada do século 19, combinando mensagens de desespero e esperança, gaitas e cordas de violão. Bopp conta que, quando começou a frequentar a região, foi apresentado a toda uma geração de músicos que presenciaram parte do nascimento do gênero, mas que infelizmente estão chegando a seus últimos anos de vida.

As fotografias de Bopp agem como documentos históricos, capturando o espírito de uma cultura norte-americana que em breve poderá ser perdida. Dos arranhões na guitarra até as gotas de suor em seus rostos, cade detalhe contribui para contar a história do blues.

Nem todos tiveram o sucesso de Robert Johnson, BB King ou Muddy Waters, mas alguns foram influentes dentro do blues e não tiveram o devido reconhecimento. Agora, ficarão registrados para a eternidade.

Confira algumas imagens.

Robert “Bibo” Walker. (Crédito: Lou Bopp)

Robert “Bibo” Walker. (Crédito: Lou Bopp)

Mr. Johnnie Billington. (Crédito: Lou Bopp)

Mr. Johnnie Billington. (Crédito: Lou Bopp)

Big George Brock. (Crédito: Lou Bopp)

Big George Brock. (Crédito: Lou Bopp)

Leo Bud Welch. (Crédito: Lou Bopp)

Leo Bud Welch. (Crédito: Lou Bopp)

Kink Lloyd. (Crédito: Lou Bopp)

Kink Lloyd. (Crédito: Lou Bopp)

TL Williams. (Crédito: Lou Bopp)

TL Williams. (Crédito: Lou Bopp)

Jimmy Anderson. (Crédito: Lou Bopp)

Jimmy Anderson. (Crédito: Lou Bopp)

RL Boyce. (Crédito: Lou Bopp)

RL Boyce. (Crédito: Lou Bopp)

LC Ulmer. (Crédito: Lou Bopp)

LC Ulmer. (Crédito: Lou Bopp)

T Model Ford. (Crédito: Lou Bopp)

T Model Ford. (Crédito: Lou Bopp)

Cadillac John Nolan. (Crédito: Lou Bopp)

Cadillac John Nolan. (Crédito: Lou Bopp)

Rufus Roach. (Crédito: Lou Bopp)

Rufus Roach. (Crédito: Lou Bopp)

Pat Thomas. (Crédito: Lou Bopp)

Pat Thomas. (Crédito: Lou Bopp)

Monroe Jones. (Crédito: Lou Bopp

Monroe Jones. (Crédito: Lou Bopp

James “Sugar Chikan” Johnson. (Crédito: Lou Bopp)

James “Sugar Chikan” Johnson. (Crédito: Lou Bopp)

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. muito bom

    na década de 80 o Waltinho Sales fez um documentário para TV Manchete intitulado Blues que percorreu essa mesma região e mostrou esse bluzeiros autênticos do Mississipi, uma beleza de musicalidade..tenho esse LP até hoje e não me canso de ouvir..

     

  2. Napolian Strickland

     

    Um Expoente do Bom e Velho Blues do Mississipi

    Strickland aprendeu a tocar música, ao sentar em uma sepultura em um cemitério à meia-noite, após seguir as instruções de seu avô.

    Mississipi Blues Trail

    Napolian Strickland foi o tocador de pífano do Mississippi mais requisitado por várias décadas, sendo regularmente convidado para entreter piqueniques e sempre procurado por folcloristas ansiosos para gravar as suas cativantes performances.

    Napolian Strickland (1924-2001), nascido perto de Como, foi um dos mais talentosos músicos do Mississipi e tornou-se um craque no pífano e na percussão, executando o Country Blues tradicional.

    Ao longo da vida, ele morou na área localizada entre Como-Senatobia e se destacou como tocador de pífano feito em casa e foi proficiente na gaita, na guitarra, no “arco Diddley” e em vários instrumentos de percussão.

    A música de Strickland era requisitada em inúmeras apresentações de pífano e percussão nos piqueniques organizados na área onde morava e foi destaque em vários documentários e projetos de gravação.

    Strickland fez suas primeiras gravações em 1967 para George Mitchell e mais tarde gravou para David Evans, Bill Ferris, Chris Strachwitz e Alan Lomax, todos os folcloristas proeminentes ou renomados produtores de discos.

    Em 1978 Lomax, que já havia gravado com os tocadores de pífano locais, como Sid Hemphill (1942) e Ed Young (1959), filmou Strickland para o documentário The Land Where the Blues Began e mais tarde dedicou várias páginas a ele no livro de mesmo nome.

    As gravações de Strickland estão registradas na Southern Culture, Arhoolie, Testament, Blue Thumb e na Library of Congress, entre outros rótulos.

    A primeira banda que Strickland participou foi a de Otha Turner (foto), que apareceu como baterista em várias gravações de Strickland e mais tarde tornou-se o mais célebre tocador de pífano na área.

    Strickland, que nasceu a poucos quilômetros a leste da cidade de Como, lembrou que aprendeu a tocar pífano por conta própria, soprando o instrumento enquanto andava para cima e para baixo nas estradas das zonas rurais.

    Ele teria sido inspirado por um tocador de pífano que tocou com o grupo do baterista John Tyler em Sardes.

    Strickland também falou que aprendeu a tocar música, após seguir as instruções de seu avô para sentar em uma sepultura em um cemitério à meia-noite.

    Strickland animou piqueniques com seu pífano, liderando uma procissão de bateristas por entre a multidão, com seus movimentos desinibidos.

    Os piqueniques incluiam reuniões, encontros familiares e sociais da igreja e as festas patrocinadas por fazendeiros e empresas locais.

    Strickland fez trabalhos agrícolas durante a maior parte da sua vida, muitas vezes vivendo e trabalhando ao lado de sua mãe, Dora Tuggle, e, ocasionalmente, viajando para tocar em festivais.

    Às vezes descrito como um sábio, ele cursou até o quarto ano na escola, de acordo com registros do censo.

    Apesar de diferentes datas de nascimento citadas, incluindo 1919 em arquivos da Segurança Social, a sua certidão de nascimento era datada de 6 de outubro de 1924.

    [video:http://youtu.be/GGpNIgVpQQU width:600 height:450]

    O seu primeiro nome foi escrito de várias maneiras diferentes em registros oficiais, como foi a escrita pelo seu avô, Napoleon Wilford, mas fontes da família rendeu- homenagens a ele como Napolian em seu funeral.

    Strickland morava em uma casa de repouso em seus últimos anos e morreu no Centro Médico Regional do Norte Oak, em Senatobia, em 21 de julho de 2001.

    Vários eventos foram realizados em sua honra em Como, incluindo o Napoleon Strickland Day, organizado pela Julius Harris e Beverly Findley.

    Entre os músicos que que se apresentaram, muitas vezes, com Strickland e Otha Turner estava RL Boyce (nascido em 15 agosto de 1955).

    [video:http://youtu.be/xPvY55Gt3TI width:600 height:450]

    Boyce tocou bateria em gravações de outros artistas, incluindo Jessie Mae Hemphill, e gravou o seu próprio album cantando e tocando violão.

    Outros tocadores de pífano de Como, incluíram e Willie Hurt e John Bowden (1903-2000), que também inspirou Otha Turner.

    Joe Henderson, cantor de R & B, viveu na fazenda Hayes, a sudoeste de Sardes, da mesma maneira que o guitarrista Lester “Big Daddy” Kinsey e o banjista Lucius Smith.

    Henderson e Kinsey mudaram-se para Gary, Indiana e Henderson (1937-1964), nascido em Como, gravou o hit ” Snap Your Fingers”, que atingiu o Top Ten em 1962.

    RL Boyce. (Crédito: Lou Bopp)

    Napolian Strickland, internado em uma casa de assistência em Senatobia, recebe a visita de RL Boyce (foto acima).

    [video:http://youtu.be/pSiyJaQQdQ8 width:600 height:450]

    Informações do MS Blues Trail

    http://msbluestrail.org/blues-trail-markers/napolian-strickland

  3. Grande

    Grande post. O que foi criado no Delta do Mississipi é um patrimônio cultural que foi presenteado para o mundo, de grande importância, as lendas sobre Robert Johnson são provas disso. Pelo caráter e condições sociais, lembra outra grande herança que é o cancionario nordestino, guardadas as grandes diferenças é claro. Bela lembrança.

  4. legal…. Também os nomes

    Muito legal! !

     

    Olhem ai … Não é que o Pat Thomas parece com o David Gilmour do Kink Loyd?…. ops do Pink Floyd. 

    O mesmo olhar.

    E os nomes dos caras? Criatividade total!!!!!

    Adoraria saber e/ou confirmar se o nome Kink Loyd é uma brincadeira com o Pink Floyd. Fechando o círculo,  já que o nome da banda vêem de dois blueseiros estadunidenses.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador