Os desconhecidos deuses da mitologia africana

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Enviado por Gunther Zibell – SP

Do Pêssega d’Oro

Deuses africanos retratados em incrível série fotográfica

Por Alaor Rocha

 

Acho que podemos entrar em consenso sobre uma coisa: Em um geral, sabemos pouco sobre a mitologia africana. Conhecemos Zeus e Deus muito bem, Thor e Loki estão aí se digladiando em batalhas de milhões de dólares… Mas, se formos parar pra ver, poucos de nós conhecem bem os orixás de religiões como Umbanda e Candomblé. Uma Iemanjá ali, um Xangô aqui, Salve, Jorge! ao fundo — Jorge esse que não deixa de ser Ogum —…

A verdade é que a integração das religiões afro na sociedade é pouco difundida, então mesmo sabendo alguns nomes por aí, é difícil quem saiba dar forma a esses deuses. E eu me incluo aí, infelizmente conheço muito pouco dessa cultura (mas sou bebê e tenho muito tempo de vida pra conhecer, 2bjs pro recalk idoso).Mas ‘tou aqui trazendo a vocês uma maneira bem interessante de começar a se integrar nesses paraná-paranauês todos: O fotógrafo americano James C. Lewis (nome de celebridade, né? shyck), CEO da Noire 3000 Studios, resolveu ser mítico e criou a série Yorùbá African Orishas, que com todo seu garbo e elegância representa 20 dos mais de 400 deuses da religião nigeriana yorùbá (ler iorubá, num vai inventar pronúncia), que deu origem, por intermédio do tráfico de escravos, a várias ramificações no Brasil, Jamaica, Cuba e Caribe, como Santeria (sim, tipo aquela música lá) e as já citadas Umbanda e Candomblé.Diferente, no entanto, das ilustrações comumente vistas das divindades, James resolveu fazer uma representação menos adereçada e mais, hã, podemos dizer até que renascentista: Há uma grande valorização da aparência dos deuses, bem no estilo do que podemos encontrar em outras mitologias — com direito a muito músculo e umas feições badass que fariam deles ótimos personagens do Mortal Kombat, sem sacanagem. Então chega mais, vista o terninho do Preto Véio e apenax observe esse trabalho mais do que artístico (e como são as representações originais de cada um dos orixás), de quebra conhecendo uma cultura muito da subestimada por aquê:

Aganju: Deus dos vulcões e desertos, também pai de Xangô (em outras histórias, seu irmão).
– Representação padrão –

Obaluaiyê: Deus das doenças e enfermidades.
– Representação padrão –

Erinlè: Deus da saúde física e bem-estar, médico dos deuses (e segurança de buaty nas horas vagas, combinemos). No Candomblé ele corresponde a Oxóssi.
– Representação padrão –

Exú: Deus das encruzilhadas, mensageiro entre humanos e divindades.
– Representação padrão –

Ìbejì: Deuses da juventide e vitalidade, também conhecidos como os Gêmeos Sagrados (as moça tá tudo pedindo pr’eles serem sagrados na casa delas qu’eu seeeei) (e são normalmente relacionados aos famosos Cosme e Damião dos docin).
– Representação padrão –

Obatalá: Deus da humanidade e retidão espiritual e moral, Rei do Pano Branco e segundo filho de Olorum (o criador do universo). E, na moral, deve dar um pau no Shao Kahn.
– Representação padrão –

Obá: Deusa do casamento e domesticidade, esposa banida de Xangô e filha de Iemanjá.
– Representação padrão –

Oxumarê: Deus da mobilidade, cobra-arco-íris (ele é uma serpente em algumas representações), guardião das crianças, lorde das coisas prolongadas e controlador do cordão umbilical (Ah, e também é considerado protetor dos LGBT!).
– Representação padrão –

Ogum: Deus guerreiro do ferro, trabalho, política, sacrifício e tecnologia.
– Representação padrão –

Okô: Deus da agricultura e colheita (e faz ponta de Chris Rock vez ou outra).
– Representação padrão –

(pronto pra soltar um Hadouken na tua fuça) Olokun: Deus do oceano abissal, e significa “sabedoria imensurável”.
– Representação padrão –

Olorum: Deus e criador do Universo, também conhecido como O Senhor do Céu.
– Representação padrão –

Ori: Deus da intuição espiritual e destino. Seu nome significa, literalmente, “cabeça”.
– Representação padrão –

Orunmilá: Deus da sabedoria, adivinhação e vidência.
– Representação padrão –

Oxum: Deusa da beleza, amor, fertilidade e divindade dos rios.
– Representação padrão –

Oxóssi: Deus da caça e patrulha, protetor dos acusados e de quem busca justiça (ou seja, protetor da maior parte dos filmes de ação).
– Representação padrão –

Oyá: Deusa guerreira do vento, mudanças bruscas e redemoinhos. Poderosa feiticeira (pode isso, povo do RPG? Guerreira, feiticeira e elemental?).
– Representação padrão –

(canto deOssanha ou Ossaim: Deus da floresta. Curador natural, guardião das ervas (tem que ter o Mago Branco na party, né, galere?)
– Representação padrão –

Xangô: Deus do fogo, raio e trovão. Representa o poder e sexualidade masculinas.
– Representação padrão –

Iemanjá: Deusa-mãe da humanidade, divindade do mar, filha de Obatalá e mulher de Aganju.
– Representação padrão –
P.S.: Sou só eu que leio Orishas e me lembro desses caras?
Fonte: Sinuous Magazine
Você pode conhecer mais sobre os yorùbá e a cultura da Nigéria em geral no Instituto de Arte e Cultura Yorubaby the way!
Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

38 Comentários

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  1. Orixás

    O trabalho clássico – a quem interessar possa – é o do fotógrafo e etnólogo Pierre Verger. Com fotos, inclusive, com o pessoal virado no santo.

  2. Babalu

    Babalu, Babalu
    Babalu, ayé
    Babalu ayé.

    Ta empesando el velorio
    Que le haceno Babalu?
    Dame diecisiete velas
    Pa ponerle en cruz,
    Dame um cabo de tabaco Mayenye
    Y un jarrito de agua ardiente,
    Dame un poco de dinero Mayenie
    Pa que me dá la suerte.

    Quiero pedi
    Que mi negra me quiera
    Que tenga dinero
    Y que no se muera! ay!
    Yo te quiero pedi
    Babalu
    Una negra muy santa
    Como tu
    Que no tenga otro negro
    Pa que no se fuera
    Babalu ayé
    Babalu ayé
    Babalu ayé.

    Link: http://www.vagalume.com.br/angela-maria/babalu.html#ixzz2hWYeZgwN

    nao sei como colocar o video, foi um sucesso e relembrado ate hoje;

     

    Angela Maria – Babalu ao vivo

    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=fGjzpBXFpFg#t=91

  3. Que belas imagens! Quando o

    Que belas imagens! 

    Quando o deus Olodumaré decidiu criar o mundo, cada orixá ficou responsável por alguns aspectos da natureza e da vida em sociedade. Cada humano surgiu de um desses deuses e herda dele algumas características. 

    Gosto muito dos deuses africanos, eles se aproximam mais de nós humanos, se manifestam através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais.

    Sou filha de Nanã Buruku, me afirmaram em um terreiro. Saluba Nanã!

    Em outro garantiram que sou filha de Iemanjá. Odò ìyá!

    Unanimidade é a minha pomba-gira: cigana, apreciadora de licor de anis e rosas amarelas. Laroiê Pomba-Gira!

    Gosto de anis e rosas amarelas, tenho medo do mar, gosto dos rios calmos, das águas paradas, dos pântanos.  

    E como hoje é dia das crianças, saúdo os gêmeos Ibeji. Omi Beijada! Bejiróó! farami sóibeji!

  4. Sim, nós também temos deuses e deusas

    Se os deuses africanos são desconhecidos imagine os da mitologia brasileira!

    Sim, nós temos deuses e deusas.

    Tupã é o autor do trovão e dos relâmpagos, sendo o criador do raio, tal onipresença celeste confere a este um poder significativo na mitologia Tupinambá.

    Jaci, a formosa deusa Jaci, a Lua, a Rainha da Noite que traz suavidade e encanto para a vida dos homens.

    No início de todas as coisas, Tupã criou o infinito cheio de beleza e perfeição. Povoou de seres luminosos o vasto céu e as alturas celestes, onde está seu reino. Criou então, a formosa deusa Jaci, a Lua, para ser a Rainha da Noite e trazer suavidade e encanto para a vida dos homens. Mais tarde, ele mesmo sucumbe ao seu feitiço e a toma como esposa. Jaci era irmã de Iara, a deusa dos lagos serenos.

    Guaraci ou Quaraci na mitologia tupi-guarani é a representação ou deidade do Sol, às vezes compreendido como aquele que dá a vida e criador de todos os seres vivos, tal qual o sol é importante nos processos biológicos. Também conhecido como Coaraci. É identificado com o deus hindu Brahma e com o egípcio Osíris.

    Yorixiriamori deixava as mulheres encantadas com seu canto, o que despertou a inveja nos homens, que tentaram matá-lo. O deus fugiu sob a forma de um pássaro. É um personagem do mito “A Árvore Cantante”, dos Ianomâmis. Essa árvore desapareceu depois da fuga da divindade.

    Anhangá é o deus do inferno e inimigo de Tupã. Pode se transformar em vários animais, e quando aparece para alguém é sinal de má-sorte.

    Ceuci é a deusa protetora das lavouras e das moradias, seu filho Jurupari, mesmo nome de um peixe brasileiro, nasceu do fruto da Cucura-purumã, árvore que simboliza o bem e o mal na mitologia Tupi-guarani.

    Akuanduba é divindade dos índios araras, tocava a sua flauta para por ordem no mundo.

    Wanadi é o deus dos iecuanas, ele criou três seres para gerarem o mundo. Os dois primeiros cometeram um erro, e criaram uma criatura defeituosa, que representa os males do mundo. O terceiro concluiu o ato da criação.

    Yebá Bëló conhecida também como “A mulher que apareceu do nada”, é uma divindade do mito de criação dos índios dessanas. Segundo eles, os seres humanos surgiram das folhas de coca (ipadu), que ela mascava.

    >

      1. se é que são…

        brasileiros sempre se aproximam mais do que ralmente são…………….

         

        en todos os sentidos, do bom, do mau e do belo até o carcomido externamente

  5. A mitologia judaica impera,

    A mitologia judaica impera, onde o uno é tudo, mas nessa aventura do homem pelo planeta  que bom saber

    do “crer e do diverso de todos.Belas imagens.

      1. Acho que são bons pescadores,

        Acho que são bons pescadores, de rios turbulentos , mas,  os atravessadores inflacionaram o produto.

        Bombril é uma marca de “palha de aço e  catupiry uma marca de queijo cremoso apenas, tão difundidos

        que parecem ser únicos.

  6. Infelizmente o cristianismo

    Infelizmente o cristianismo fundamentalista fez uma irreparável lavagem cerebral na cabeça do povo. Tenho alunos que se queixam aos pais quando falo sobre os deuses africanos em sala.

  7. Antigamente nas bíblias

    Antigamente nas bíblias antigas, D´us era Zeus, ambos são apenas títulos, a grande sacada e chamá-lo pelo nome e não é Jeova. Já postei aqui o nome, alguém se atreve?

    Quanto a Ogum,  se você quer ter a certeza que uma oferenda foi aceita, observe a passagem da policia no momento da entrega, é batata.

    Exú,  é a entidade da grana e dos pedidos mais dificieis, pagou levou não é brincadeira, esse faz a justiça ser certeira, tenho dó dos inimigos.

    De todas as religiões de cunho iniciatico,  o candomblé é o mais completa e complexa, e rito para poucos.

     

    Ps.: Um certo pastor de uma certa igreja que o diga.

  8. A Capa da Mensagem diverge

    Mas no fundo, a mensagem é sempre a mesma, e cabe aqui dentro:

     

    P.S.: não estou dizendo que todas derivam da Árvore da Vida, só que a organização arquetípica é semelhante, em todas as Mitologias, inclusive a católica…

  9. Imagens lindas

    Talvez sejam as melhores “imagens” que eu já tenha visto, referente a representações iconográficas dos orishás, ainda mais com Obá, Aganjú, Okun, Erin-Lê e Orummilá –  pouco cultuados no Brasil, pelas nações mais populares (angola, gege, efã, ketu), caso do candomblé de raizes baianas, mas presentes ( só vi lá), no Maranhão e em alguns locais do Recife.

    Quanto ao trabalho ter sido feito por um americano, posso relatar o interesse destes “africanos da diáspora escravista”, que criados em um sistema de crenças protestante, hoje visitam a Bahia, Pernambuco e Maranhão, para se reencontrarem com suas origens ( Louisiana e Flórida tambem possuem bons “terreiros”, mas são muito gege do Haiti e Caribe ). Tanto que há dois anos atrás, em uma festa de Egun, em Itaparica/Bahia, tinha um grupo de americanos.

    P.S.: LGBT não existe na religião africana, Oxummaré foi “eleito” pela comunidade, por sua caracteristica de “metá-metá”. Preconceito neste credo, não existe – fundamento de candomblé, qualquer Nação: O Filho, o Homem, não deve ser discriminado, não importa seu comportamento ou sequer suas ações, todos “carregam” um Santo/Orishá.

    P.S.: Minha querida Mãe, Oyá – alem de guerreira, Senhora dos ventos e tempestades, feiticeira  ( que fez Oba cortar sua orelha, por ciume de Xangô), é a Sra. Aborimessan – em yorubá: a Mãe dos Nove Eguns – senhora do destino dos homens, após a morte.

    1. Bom, isto é um blog. Se a
      Bom, isto é um blog. Se a pessoa tem um blog, é pra colocar nele suas opiniões e comentários. Se vc n gostou deste, vá para ooutro, com um escritor que pense parecido com você. Não precisa ficar chingando os outros.
      Não achei muito parecido comigo, mas estou aqui pelo conteúdo, e não porque me identifico com o autor. Assim como tem gente q só está aqui porque se identifica com o cara.

  10. Os desconhecidos
    Na verdade sabe _ se muito dos deuses africanos. É bom lembrar que o Egito é um país africano. Seus feuses são a maioria negros e de mesma origem que os orixas africanos.

    1. Esses são Orixás da nação

      Esses são Orixás da nação Angola/Bantu muito pouco difundidos e reconhecidos por fazerem pate de um panteão mais fechado. Infelizmente, são poucos os terreiros de “puro angola” e ainda mais escassos os terreiros que cultuam esses Orixás tais como são, e não simplesmente como o equivalente a algum outro Orixá no Ketu/Dgege/Ijexá…

      1. Estes são Orisas de Nação

        Estes são Orisas de Nação Ketu! Angola não cultura Orisa, Angola não cultua Divindade, a Cultura Angola/Congo cultua Minkisi, deidades elementais que não tiveram vida em terra como os Orisas Yorubas.

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