Palmas para Lana Bittencourt

Surpresa

Almeida,

Confesso que não sabia que “Corcovado” tinha sido feito na casa da Lana Bittencourt. Os autores do livro “Histórias de Canções – Tom Jobim” (Wagner Homem e Luiz Roberto Oliveira) omitiram essa informação.

(…) Tom conta que:

“Corcovado foi feito no apartamento da Rua Nascimento e Silva 107, onde tinha sempre um violão encostado num canto da sala, ao alcance da mão. Depois, o violão passou a dar uma certa preguiça. Tinha que ir lá atrás do sofá pegar a caixa, o violão tem várias caixas, vários violões. O violão tem que ser mesmo o que fica no sofá, aquele instrumento tão maravilhoso que pesa quinhentos gramas enquanto o piano pesa quinhentos quilos. Não dá pra carregar. O violão você carrega para a sacada onde aparece a bem amada, a Julieta”.

Mais na frente os autores dizem: “Depois de ter feito a canção, Tom passou um tempo no sitio de Poço Fundo. Ao voltar, constatou, desolado, que da janela já não se via o Redentor. Uma construção tapara-lhe a vista que inspirava a canção.

João Gilberto, antitabagista ferrenho, deu uma pequena contribuição para a letra, sugerindo mudar o verso original ‘Um cigarro, um violão’ para ‘Um cantinho, um violão’. Tom, fumante mas não fanático, concordou’”.

Pelo menos ficamos sabendo que o verso inicial do Tom “um cigarro, um violão” foi mudado para “um catinho, um violão”, por sugestão do João Gilberto.

Grande abraço.