Redução da desigualdade via distribuição de empreendimentos e renda

Seminário ressalta exemplos de sucesso para o desenvolvimento de Minas e Codemig destaca mapeamento de potencialidades produtivas para levar crescimento em regiões com menores desempenhos
 
Marco Antônio Castello Branco, presidente da Codemig, durante palestra do Seminário Brasilianas
Marco Antônio Castello Branco, presidente da Codemig. Foto: Euler Jr / Cemig
 
Jornal GGN – Minas Gerais é um Estado que sintetiza a estrutura socioeconômica do Brasil, avaliação que foi reforçada pelo presidente da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) Marco Antônio Castello Branco durante sua participação no seminário As empresas públicas na promoção do desenvolvimento regional, realizado pela Plataforma Brasilianas em parceria com a Cemig, nessa quinta-feira (09), em Belo Horizonte.
 
As regiões Norte e Nordeste do Estado concentram os piores níveis de pobreza, enquanto as cidades do chamado Triângulo Mineiro, Uberaba e Uberlândia, registram dados mais elevados de prosperidade. Nas regiões do Centro e Sudeste, têm-se a maior concentração populacional de renda, é onde está a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), respondendo por 45% do Produto Interno Bruto (PIB) produzido por Minas Gerais. Esse cenário pode ser mudado com políticas de distribuição de renda e negócios nas diversas regiões.
 
O jornalista Luis Nassif lembrou que, quando vivia em Poços de Caldas, um almirante italiano chegou à cidade e trouxe novidades em motores. Eram usados em embarcações que despertaram o interesse de uma família, a de Cícero Machado. “Eram técnicos que acabaram evoluindo para a construção de equipamentos para Pequenas Usinas Hidrelétricas (UPCs)”, e levaram ao desenvolvimento de outras ideais e projetos”, contou.
 
O exemplo levou Marco Antônio a citar vários outros, que agora fazem parte da evolução de antigas sementes espalhadas pelas regiões de Minas e que se somam aos conhecimentos acumulados pelos mineiros.
 
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Mineração, energia e tecnologia de ponta 
 
Uma fábrica de super-imãs, em Lagoa Santa, em parceria com professores da Universidade de Santa Catarina é a primeira do país utilizando terras raras. Esses imãs devem revolucionar a indústria de motores, impactar a aviação, com refrigeração magnética de motores. O bioquerosene a partir de resíduos do óleo de soja, e a criação da Neografeno, com investimentos de R$ 23 milhões, mediante parcerias, uma variação do grafite, produto do qual Minas Gerais é a maior produtora e exportadora do Brasil.
 
Baterias especiais produzidas em Araçuaí pela Cia Brasileira de Lítio, com enxofre também revelam a alta capacidade tecnológica do estado. “Elas são mais levem e não explodem”, explicou Marco Antônio. Em Uberaba, resinas e software já facilitam impressão 3D e bancos de testes de turbinas de avião para manutenção em aeronaves e helicópteros ampliam conhecimentos em São José da Lapa, perto do Aeroporto de Confins, fruto de pesquisas feitas na Amazônia, onde circulam aviões com tecnologia da Força Aérea brasileira. Complexo de bioquímica e conectividades são destaques em Nova Lima. 
 
Esses são alguns exemplos de investimentos feitos em Minas Gerais nos últimos quatro anos, se eles ainda não se tornaram a solução para as mazelas do Estado é apenas uma questão de tempo. Afinal, “temos uma São Paulo e um Maranhão em Minas Gerais”, desigualdades que reproduzem o Brasil, destacou o presidente da Codemig. 
 
Os territórios ricos concentram 58% da população e 66% dos votos que elegem as bancadas de deputados, enquanto 25% da população do Estado se espalha pelas regiões mais pobres, com 17% dos votos. Para Castello Branco, isso significa que as transformações não virão pelo Legislativo, mas pela indução do desenvolvimento via projetos do Executivo. Uma contradição dentro da democracia, ponderou o porta-voz da Cotemig, uma vez que os votos não serão determinantes para o desenvolvimento chegar.
 
O desafio de mudar essa estrutura é o que instituições como a Codemig enfrentam. Além disso, preocupa o fato de que os maiores salários estão no setor público e correspondem a 25% das contratações, com 15% de participação no PIB. A situação em Minas Gerais é mais complicada do que em São Paulo, onde os salários dos servidores representam 22% e a contribuição no PIB é maior, de 17%. Por isso mesmo, é preciso que o Estado invista onde possa haver retorno em termos de produtividade para impactar positivamente a economia.
 
              Modelo de Desenvolvimento da Codemig
 
Potencial produtivo de Minas 
 
A Codemig mapeou potencialidades e definiu investimentos principalmente de acordo com demandas e talentos constatados dentro de Minas e que envolvem indústria criativa, produção e vídeos e atividades que envolvam grupos que se organizam em torno de projetos. Esses grupos se desfazem quando projetos são concluídos e se organizam novamente em torno de novas ideais. No segmento de vídeos, Minas ocupava o 89° lugar na captação de recursos do Fundo de Audiovisual. Hoje disputa com Rio de Janeiro, o segundo lugar nessa área.
 
A Codemig constatou que Minas Gerais tem recursos minerais e culturais com forte potencial de gerar desenvolvimento, mas os investimentos devem ser aplicados com cuidado e critérios de retorno para o estado e para a sua população. Ele citou alguns muito especiais e ainda pouco conhecidos dos mineiros, como o polo químico do Triângulo Mineiro, associado à pecuária, passando por saúde animal, vegetal e fertilizantes, que fazem parte de 12 setores identificados pela companhia.
 
O risco de um empreendimento precisa ser assumido pela empresa, mesmo porque, pontuou Castello Branco, o empresariado mineiro não costuma agir assim e muitas vezes se limita aos descontos de duplicadas. Ele lamentou a ausência de poder financeiro privado em Minas Gerais, como os bancos sediados em São Paulo e que oferecem crédito ao empresariado. “Temos baixa intensidade de capital”, disse.
 
Por essas e outras é que cabe ao Estado participar e organizar segmentos produtivos e bancar o início de algumas empresas para atrair o setor privado quando ela se tornar interessante em termos de menor risco. Afinal, se deu certo em Poços de Caldas há quase um século, imagine o que poderá acontecer em Minas Gerais nos próximos 100 anos. Pelo visto, criatividade e determinação é o que não costuma faltar aos mineiros.
 
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A seguir, a apresentação completa do presidente da Codemig, Marco Antônio Castello Branco:
 
 

Modelo de investimento da Companhia Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig) 
Redação

1 Comentário

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  1. Insisto em saber se essa é

    Insisto em saber se essa é mais uma matéria oficiosa.
    O governo mineiro paga alguma coisa para postar aqui?

    Se não paga, por que não há matérias oficosas de outros governos?
     

     

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