Governo não incentiva energias alternativas, diz WWF

Jornal GGN – Construir ou não usinas hidrelétricas na Amazônia? Para a CEO da WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, a resposta vai muito além da adoção de medidas compensatórias para o desenvolvimento sócioeconômico das regiões atingidas ou de cuidados para a mínima intervenção possível no habitat da região.
 
“A primeira questão é: o governo precisa abrir mais as informações. É esta a matriz que queremos no futuro? Hidrelétrica e fóssil?”, indaga. Segundo ela, faltam estudos sobre o montante de investimentos necessários para a exploração de outras formas de energia, como eólica e solar, por exemplo. No mais, afirma, o governo realiza leilões de eólica, mas não há linhas de transmissão para os grandes centros consumidores, o que demonstra falta total de planejamento.
 
O motivo pelo qual o Ministério de Minas e Energia não direciona seus esforços para fontes alternativas, diz Maria Cecília, passa por duas hipóteses:  1. Desconhecimento; 2. Comodismo, uma vez que processos como a construção da Usina de Belo Monte já contam com uma rede de interesses estabelecida, ou seja, de empresários organizam seus negócios ao redor de empreendimentos como este.
 
Não se discute, afirma a executiva da WWF, quanto de segurança a atual matriz energética traz para sociedade. “É sempre o jogo do risco do apagão, que amarra as decisões a soluções mais imediatistas”, como o uso das polutentes termelétricas.
 
Quanto ao modelo que o governo pretende adotar nas usinas a serem construídas na Bacia do Tapajós, de usinas-plataformas, que em tese não seriam indutoras de desenvolvimento, Maria Cecília é cética quanto a esta jabuticaba.  “Uma vez que você leva as pessoas para uma obra,  é muito difícil tirá-las”, diz. 
 
E este é o primeiro ponto. Há muitos outros. Qualquer intervenção no sistema implica prejudicar uma base ecológica, que terá problemas no médio e longo prazo. É improvável que a mexida nos fluxos hidrológicos não afetem o meio ambiente. Por isso, afirma Maria Cecília, “não há como só gerenciar problemas”. 
 
Quanto à ajuda financeira às populações ribeirinhas e comunidades indígenas, ela considera que “dar gasolina, por exemplo, é como dar espelhinho em 1500”.
 
 
Redação

2 Comentários

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  1. Acho que a CEO do WWF Brasil

    Acho que a CEO do WWF Brasil precisa se informar melhor…

    Estudo da ONU mostra o avanço de energias renováveis

    JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE / GENEBRA – O Estado de S.Paulo

     

    O Brasil é o quinto maior investidor em energias renováveis do mundo, somando em 2010 cerca de US$ 7 bilhões. Os dados foram publicados pela ONU ontem e mostram que, pela primeira vez na história, investimentos mundiais em inovação tecnológica em energias alternativas superaram os investimentos em tecnologia para a energia fóssil. O levantamento mostra ainda que parte substancial da expansão dessas fontes de energia está ocorrendo justamente em mercados emergentes.

    No total, os investimentos em energias limpas chegaram a US$ 211 bilhões, um salto importante em relação aos últimos anos. Em 2004, por exemplo, o mundo investia apenas US$ 33 bilhões. Em média, a expansão tem sido de quase 40%, enquanto a crise mundial tem freado investimentos em todas as demais áreas.

    Segundo a ONU, o investimento em fontes alternativas de energia será a única solução para responder ao desafio de abastecer uma população cada vez maior, com demandas cada vez maiores por energia e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de CO2. “Hoje, 1,4 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade e os cálculos mostram que o mundo terá de dobrar a produção de energia até 2030”, alertou Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento. “Ao mesmo tempo, 89% da energia consumida no mundo ainda vem de fontes fósseis, com altas emissões de CO2.”

    Por anos, investimentos em energias renováveis foram feitos especialmente por países ricos. Em 2003, por exemplo, de cada quatro dólares aplicados em energia limpa, apenas um vinha de um país em desenvolvimento. Hoje, o mapa mudou.

    Na liderança dos investimentos não estão os países ricos. Em 2010, foi a China o país que mais apostou em energias renováveis, justamente para tentar superar sua dependência de petróleo, reduzir a taxa de emissão de CO2 e garantir o abastecimento para seu crescimento nas próximas duas décadas. No ano passado, os chineses somaram investimentos de US$ 49 bilhões.

    A taxa superou o volume de investimentos da Alemanha, com US$ 41,1 bilhões. Berlim havia sido o líder nessa área por anos. “Agora, o que estamos vendo é a migração de empresas alemãs de tecnologia para a China, onde o governo investe pesado na nova geração de fontes de energia”, disse Panitchpakdi ao Estado. Os EUA aparecem na terceira posição, seguido pelos italianos.

    A quinta posição é do Brasil, que somou altos investimentos por causa da aposta em biocombustíveis. Mas a ONU destaca que os US$ 7 bilhões não foram atingidos apenas em um setor. Segundo o levantamento, o País tem feito “importantes investimentos” em parques eólicos e energia solar. No total, o mundo viu investimentos em etanol no valor de US$ 6 bilhões em 2010, incluindo projetos nos EUA, Brasil, Índia e vários outros países.

    Liderança. Hoje, o Brasil investe duas vezes mais em energias renováveis do que todos os 53 países africanos juntos. Entre 2005 e 2010, a capacidade instalada de geração de energia renovável no Brasil aumentou em 42%, uma das mais altas do mundo. Hoje, a energia eólica no País produz 950 MW. Apesar de o número ser apenas uma fração dos 86 mil MW gerados na Europa, o estudo mostra que a aposta do Brasil tem sido acertada.

    Desde 2007, a energia eólica foi a que mais recebeu a atenção de investidores. Só em 2010, US$ 95 bilhões no mundo foram para essa fonte de energia. A segunda maior aposta é a energia solar, com US$ 26 bilhões. “O sol gera para o mundo volume de energia dez vezes superior a cada dia ao consumo do planeta”, disse ao Estado o Prêmio Nobel de Física, Carlo Rubbia. “Não há como ignorar essa fonte de energia no futuro.”

    http://www.hengel.com.br/noticia/5/brasil-e-o-5-maior-em-energias-renovaveis

  2. Acho que a CEO do WWF Brasil

    Acho que a CEO do WWF Brasil precisa se informar melhor…

    Estudo da ONU mostra o avanço de energias renováveis

    JAMIL CHADE , CORRESPONDENTE / GENEBRA – O Estado de S.Paulo

     

    O Brasil é o quinto maior investidor em energias renováveis do mundo, somando em 2010 cerca de US$ 7 bilhões. Os dados foram publicados pela ONU ontem e mostram que, pela primeira vez na história, investimentos mundiais em inovação tecnológica em energias alternativas superaram os investimentos em tecnologia para a energia fóssil. O levantamento mostra ainda que parte substancial da expansão dessas fontes de energia está ocorrendo justamente em mercados emergentes.

    No total, os investimentos em energias limpas chegaram a US$ 211 bilhões, um salto importante em relação aos últimos anos. Em 2004, por exemplo, o mundo investia apenas US$ 33 bilhões. Em média, a expansão tem sido de quase 40%, enquanto a crise mundial tem freado investimentos em todas as demais áreas.

    Segundo a ONU, o investimento em fontes alternativas de energia será a única solução para responder ao desafio de abastecer uma população cada vez maior, com demandas cada vez maiores por energia e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões de CO2. “Hoje, 1,4 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade e os cálculos mostram que o mundo terá de dobrar a produção de energia até 2030”, alertou Supachai Panitchpakdi, secretário-geral da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento. “Ao mesmo tempo, 89% da energia consumida no mundo ainda vem de fontes fósseis, com altas emissões de CO2.”

    Por anos, investimentos em energias renováveis foram feitos especialmente por países ricos. Em 2003, por exemplo, de cada quatro dólares aplicados em energia limpa, apenas um vinha de um país em desenvolvimento. Hoje, o mapa mudou.

    Na liderança dos investimentos não estão os países ricos. Em 2010, foi a China o país que mais apostou em energias renováveis, justamente para tentar superar sua dependência de petróleo, reduzir a taxa de emissão de CO2 e garantir o abastecimento para seu crescimento nas próximas duas décadas. No ano passado, os chineses somaram investimentos de US$ 49 bilhões.

    A taxa superou o volume de investimentos da Alemanha, com US$ 41,1 bilhões. Berlim havia sido o líder nessa área por anos. “Agora, o que estamos vendo é a migração de empresas alemãs de tecnologia para a China, onde o governo investe pesado na nova geração de fontes de energia”, disse Panitchpakdi ao Estado. Os EUA aparecem na terceira posição, seguido pelos italianos.

    A quinta posição é do Brasil, que somou altos investimentos por causa da aposta em biocombustíveis. Mas a ONU destaca que os US$ 7 bilhões não foram atingidos apenas em um setor. Segundo o levantamento, o País tem feito “importantes investimentos” em parques eólicos e energia solar. No total, o mundo viu investimentos em etanol no valor de US$ 6 bilhões em 2010, incluindo projetos nos EUA, Brasil, Índia e vários outros países.

    Liderança. Hoje, o Brasil investe duas vezes mais em energias renováveis do que todos os 53 países africanos juntos. Entre 2005 e 2010, a capacidade instalada de geração de energia renovável no Brasil aumentou em 42%, uma das mais altas do mundo. Hoje, a energia eólica no País produz 950 MW. Apesar de o número ser apenas uma fração dos 86 mil MW gerados na Europa, o estudo mostra que a aposta do Brasil tem sido acertada.

    Desde 2007, a energia eólica foi a que mais recebeu a atenção de investidores. Só em 2010, US$ 95 bilhões no mundo foram para essa fonte de energia. A segunda maior aposta é a energia solar, com US$ 26 bilhões. “O sol gera para o mundo volume de energia dez vezes superior a cada dia ao consumo do planeta”, disse ao Estado o Prêmio Nobel de Física, Carlo Rubbia. “Não há como ignorar essa fonte de energia no futuro.”

    http://www.hengel.com.br/noticia/5/brasil-e-o-5-maior-em-energias-renovaveis

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