Pirâmide escavada na Guatemala altera visão sobre cultura maia

 

Uma pirâmide escavada durante sete anos em uma região conhecida como Ceibal, na Guatemala, levou arqueólogos e pesquisadores de civilizações antigas a debater a possibilidade de que, apesar de manterem costumes culturais e arquitetônicos similares, povos como maias e olmecas tenham se desenvolvido de forma independente uns dos outros.

A possibilidade, de acordo com anúncio feito na última quinta-feira (25) pelos pesquisadores e envolvidos na escavação, é levada em conta pelo fato de a pirâmide – um tipo de composto cerimonial usado em rituais maias – ser pelo menos 200 anos mais antiga do que edificações similares existentes na América Central.

Até a descoberta da pirâmide e de sua idade arqueológica – mais de três mil anos –, confirmada a partir da datação de carbono, acreditava-se que a cultura maia havia se desenvolvido a partir de relações culturais próximas à dos olmecas, e até mesmo ter se inspirado nesta segunda civilização.

No entanto, os pesquisadores agora acreditam que toda a região, que foi habitada durante cerca de dois mil anos, passou por importantes mudanças culturais por volta do ano 1.000 a.C, onde passaram a adotar estilos arquitetônicos e cerimoniais semelhantes, mas independentes uns dos outros.

O composto arquitetônico de Ceibal, juntamente com a pirâmide, é composto por agrupamentos de edifícios que estavam soterrados sob sedimentos de profundidades que variavam de 7 a 18 metros.

As estruturas descobertas na escavação mostram que o conjunto era formado por uma praça com um edifício ocidental e uma plataforma oriental – padrão visto, de acordo com o pesquisadores, em outros locais maias mais recentes e também em uma região conhecida como La Venta, na costa do Golfo do México, que era ocupada pelos olmecas.

Parecidos, mas independentes

Apesar de semelhantes, as construções das duas regiões – Ceibal e La Venta – estão separadas por 200 anos de idade, sendo a edificação maia a mais antiga. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que as práticas de construção dos olmecas não poderiam, deste modo, ter inspirado os maias a erguer seus templos. “Não parece que os olmecas inspiraram a civilização maia”, afirma o pesquisador Takeshi Inomata, antropólogo da Universidade de Arizona.

Os especialistas destacam, ainda, que essa fase inicial da cultura maia ocorreu antes do desenvolvimento de sua linguagem escrita e seu complexo sistema de calendários – que chegaram a gerar rumores sobre o fim do mundo no ano passado. A reportagem original (em inglês) pode ser conferida no site LiveScience.

Redação

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